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2011 está chegando ao fim!



"Então é Natal...
E o que você fez...
O ano termina ...
E nasce outra vez."

A equipe do Espaço Dom Quixote deseja a todos nossos clientes, pacientes, amigos e colaboradores um excelente Natal! Que cada um possa fazer desta data um momento de reflexão na busca pelo bem!


Agradecemos o carinho e a confiança depositadas em nosso trabalho durante o ano de 2011, que foi muito especial e gratificante para nós do Espaço Dom Quixote! Foi um prazer para nossa equipe atender o seu filho da melhor maneira possível ou ministrar um curso para você, dividindo o nosso conhecimento e buscando ajudá-lo nas questões relacionadas à infância e adolescência.


Desejamos que 2012 seja repleto de realizações para todos e podem ter certeza de que continuarão contando com nossa dedicação, nosso trabalho duro e nossa busca constante de oferecer o melhor para você, seu filho ou sua escola!


Boas festas e contem conosco em 2012!

Doença genética rara: Síndrome de Jacobsen e uma aprendizagem linda


Conheci a Síndrome de Jacobsen através de uma menina que chegou acompanhada dos pais para atendimento psicomotor. Sem saber muito do que se tratava, porque existe pouca literatura, principalmente de terapia ocupacional e psicomotricidade, solicitei auxílio aos pais que me relataram um pouco mais. Meu pequeno tesouro (pra mim de descobertas) é uma linda, doce e esperta menina de oito anos de idade. Tem múltiplos atendimentos como fonoaudiologia, fisioterapia, psicologia, equoterapia, neurologia.

Minha pequena paciente tem a Síndrome de Jacobsen que é uma síndrome rara de genes contíguos causada pela deleção terminal do braço longo do cromossomo 11. Resultando em um fenótipo complexo caracterizado por atraso de desenvolvimento neuropsicomotor, anomalias crânio – faciais, defeitos cardíacos variados e discrasias sanguíneas. Sabe-se hoje que existem mais de 200 casos relatados e tendo como prevalência estimada em 1/100,000 nascimentos, com relação feminino/masculina de 2:1. Ainda desconhece-se a expectativa de vida.

As características clínicas mais comuns incluem retardo no crescimento pré e pós-natal, retardo psicomotor e um dimorfismo facial característico (deformidades de crânio, hipertelorismo, ptose palpebral, coloboma, fendas palpebrais, epicanto, ponte nasal larga, nariz curto, boca em forma de V e pequenos, de conjunto baixo e posteriormente rodado nas orelhas). Função plaquetária anormal, trombocitopenia ou pancitopenia geralmente estão presentes ao nascimento. Pacientes geralmente têm malformações do coração, dos rins, do trato gastrointestinal, sistema genital, nervoso central e esqueleto. As anomalias oculares, auditivas, imunológicas, hormonais também podem estar presente.

Nossa! Ela me ensinou tudo isso em poucos meses, e eu acrescentei o que a ela? Muita coisa. Estamos conseguindo aprimorar os traços e movimentos motores finos e amplos, aumentar a capacidade de concentração e exploração de materiais com texturas diferentes. Além de aprender a cantar e dançar com maior desenvoltura usando as roupas do baú de fantasia, melhorando cada vez mais o processo criativo da minha linda bonequinha.

E assim continuamos.


Priscila Straatmann Morél - priscilato@espacodomquixote.com.br
Terapeuta Ocupacional e Psicomotricista do Espaço Dom Quixote

Meu filho está mordendo ou sendo mordido pelo coleguinha: o que fazer?

Mordida: este é certamente um assunto que já gerou dúvidas para mães e pais que tem filhos em berçários e escolas de Educação Infantil. Claro, ninguém gosta de ver aqueles sinais doloridos na pele de seu pequeno e, provavelmente, fica com muita vergonha quando foi seu filho que “abocanhou” o coleguinha. Mas, como qualquer um corre esse risco, é preciso entender o que significam as mordidas para crianças em período pré-escolar.




Antes de tudo, é preciso considerar que para a criança a mordida não é uma arma, como seria para um adulto. É, sim, uma forma de expressão. Desde que o bebê nasce, é pela boca que ele percebe o mundo. Não apenas pelo ato de sucção e das mamadas, mas pelo choro, pelo riso, pelo balbuciar. À medida que cresce e com o surgimento dos dentes, esse processo continua e morder também passa a ser uma forma de interagir com o mundo, de perceber a consistência de um objeto e também de provocar reações. Os adultos também fazem isso ao dar mordidas carinhosas nas crianças.


Portanto, para compreender as mordidas, é necessário levar em conta o contexto em que ocorrem. Geralmente, estão associadas ao sentimento de contrariedade, de frustração, de ansiedade, de raiva, de ciúmes, de busca de atenção. A grande maioria das crianças entre um e três anos lançará mão desse recurso para tentar se defender e se fazer compreender pelo outro, já que ainda não consegue se utilizar das palavras para esse mesmo fim.


Seja qual for a causa, é importante não taxar a criança de mordedora, porque isso vai gerar a expectativa de que ela volte a morder, o que pode realmente levar a mais mordidas. O melhor é tratar o fato com tranqüilidade e mostrar à criança que o que ela faz provoca dor, machuca. Além disso, é essencial ensinar que existem outras formas de expressar seus sentimentos. Ensine para seu filho que os dentinhos servem para morder a comidinha, a maçã, a pizza, e não para morder o amigo. Ensine que, quando ele estiver bravo, ele pode, ao invés de morder, dizer "triste", "bravo". Além do mais, logo que a mordida acontecer, você deve explicar para a criança porque ela mordeu e mostrar uma forma diferente dela se expressar, isso será mais significativo do que uma simples bronca.




Fabíola Scherer Cortezia - fabiola@espacodomquixote.com.br

Psicóloga do Espaço Dom Quixote

Especialista em Infância e Adolescência

Breve reflexão sobre a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)


“O que perturba o ser humano não são os fatos, mas a interpretação que ele faz dos fatos"
Epitetus - Sec.I

- A TCC, surgiu no início da década de 60 por Aaron Beck (psiquiatra) seus primeiros trabalhos foram direcionados ao estudo da Depressão;

- É uma abordagem terapêutica orientada ao presente, focal (metas/objetivos) e estruturada;

- O ponto de partida do tratamento é a fonte do sofrimento do paciente;

- A TCC é baseada no conhecimento Empírico da psicologia e está sempre em constante experimento/pesquisa para comprovação de sua eficácia nos diferentes Transtornos psicológicos;

- Trabalhamos com o empirismo colaborativo, ou seja, o psicoterapeuta e o paciente trabalham juntos na busca da resolução do problema.

PRESSUPOSTOS BÁSICOS DA TCC

“A abordagem cognitiva focaliza o trabalho terapêutico sobre os fatores cognitivos que estão na etiologia e na manutenção de determinada psicopatologia, já a abordagem comportamental, através do conhecimento sobre as leis gerais do comportamento, proporciona a compreensão dos fatores que o mantêm possibilitando meios de alterar condições inadequadas.”
(BAHLS, S.C & NAVOLAR, A.BB., 2004 )

TRÍADE COGNITIVA

- VISÃO DE SI: percepção de si mesmo;

- VISÃO DOS OUTROS/MUNDO: experiências a sua volta/o que lhe transmite;

- VISÃO DO FUTURO: o que se espera que aconteça.

Exemplo: Paciente com Depressão

- Visão de si: inapropriado, feio, errado...

- Visão dos outros/mundo: frustrante, falso...

- Visão do futuro: ruim, sofrido...

A premissa da TCC é que há relação na maneira em que sentimos (emoções), nos comportamos e pensamentos (cognição) e estas implicam diretamente no funcionamento (situações) normal do ser humano. Situações do cotidiano podem ser interpretadas de diferentes formas pelas pessoas, manifestando em suas ações e sentimentos. Exemplos de emoções, comportamentos, pensamentos (cognição) e reações fisiológicas que podem estar disfuncionais no paciente:

- Emoção: Tristeza, ansiedade, alegria, descontentamento, irritação, angústia

- Comportamento: Chorar, gritar, não fazer algo, mentir, elogiar, comer, dormir

- Pensamento (cognição): “Sou bonita”, “ As pessoas são cruéis”, “ Será que vou conseguir”

- Reações fisiológicas: Sudorese, taquicardia, dor de estômago

CICLO QUE SE RETROALIMENTA

Ex: Paciente com DEPRESSÃO

Situação: Escola – Nota ruim na prova
Pensamento : “Sou péssima”, “Sou incompetente”
Emoção: tristeza/ansiedade

Comportamento: Chorar/isolar-se/não fazer
Reações fisiológicas: respiração ofegante, taquicardia, dor de estômago

Para ajudar o paciente nesta situação... RESUMIDAMENTE A TCC BUSCA...

Auxiliar o paciente na mudança/correção dos pensamentos distorcidos ou disfuncionais, para que ele se sinta melhor emocionalmente e para que se comporte de maneira mais produtiva na busca de suas metas/desejos.


Fernanda Soares Fernandes - fernandapsico@espacodomquixote.com.br
Psicóloga do Espaço Dom Quixote
Especialista em Psicologia Clínica – TCC

Marketing Infantil


Ótimo texto sobre a temática do marketing voltado para o público infantil e o impacto que esta prática gera no comportamento de crianças e adolescentes.

O impacto negativo do marketing infantil

Somos a sociedade do consumo. Um dos nossos principais imperativos é consumir. A ampliação do mercado de consumo brasileiro tem sido essencial na política econômica atual. Consumo é estímulo para desenvolvimento econômico. Mas até que ponto é saudável consumir tanto? Para o planeta é catastrófico, pois a quantidade de lixo gerada pelo consumo é absurda, além da utilização de recursos naturais até o seu fim. Sabemos que não há como reciclar tudo eternamente. Porém, para a economia de mercado o consumo é ótimo. E para os consumidores? É bom consumir muito? Até que ponto o que é consumido tem sido fundamental para nos definir?

O desenvolvimento das sociedades no século XX foi marcado pela ampliação do consumo para grandes segmentos sociais ligado ao desenvolvimento dos sistemas de comunicação social, ao aparecimento das classes sociais intermediárias do capitalismo contemporâneo e às transformações técnicas ocorridas nas esferas de produção, esta última responsável pela formação de um mercado de bens de consumo efetivamente massificado.

O consumo humano está ligado ao desejo. Desejo de possuir, usufruir, satisfazer. O consumo surge a partir de nossas necessidades básicas: comer e vestir. Porém, a partir do momento que nascemos também temos nossas necessidades supérfluas. Há produtos feitos especificamente para o consumo de todas as pessoas. Um dos grandes hits atualmente no mundo dos bebês é atummy tub, uma banheira terapêutica que emula a posição fetal e relaxa o bebê. Óbvio que é um produto extremamente caro. Porém, é mais uma demanda que surge, pois é comum bebês chorarem durante o banho e alguém precisava solucionar isso por meio de um produto. Mudam as necessidades humanas expressas pelo consumo. Mudam os processos de compra e acumulação.

A publicidade é a primeira indústria criada exclusivamente para a promoção do consumo. Agora o consumidor deve ser motivado, seduzido a adquirir tal produto ao invés de outro. Neste caso, o discurso da publicidade passa a se autonomizar das características utilitárias do produto em favor de associações que se referem a universos simbólicos que extrapolam o próprio valor de uso dos bens que deseja promover. Dessa maneira a publicidade desloca o foco do utilitarismo do produto e busca o campo do simbólico para seduzir o consumidor. O produto passa a ser também mediador de relações sociais, pois dentro da estrutura capitalista o ter significa ser.

Muitas vezes acabamos não sabendo por que compramos um produto específico. Qual a diferença entre desejo espontâneo e apelo de mercado? As crianças sabem distinguir o que está por trás da publicidade? Ou o objetivo é continuar formando mais ávidos consumidores? A publicidade possui uma avançada tecnologia de persuasão. Onde está a ética ao focar crianças como consumidoras? Afinal, sabemos que crianças ainda não têm o desenvolvimento cognitivo e pensamento crítico completamente desenvolvidos, e muitas vezes não diferenciam um programa de tevê de um comercial. Embora, de acordo com a lei, as crianças não possam comprar um automóvel ou um celular, elas são abordadas diretamente pela publicidade como plenas consumidoras. Basta ver a quantidade de propagandas de celulares com crianças e as propagandas de carro em que pais pegam os filhos na escola.


Para acessar o texto completo, clique aqui:

http://www.amalgama.blog.br/10/2011/marketing-infantil/


Daniele Santeti - danielenutri@espacodomquixote.com.br

Nutricionista do Espaço Dom Quixote

Mestranda em Saúde da Criança e do Adolescente - UFRGS


Dieta Sensorial


Você certamente precisa sacudir o joelho ou mascar um chiclete para ficar acordado ou mergulhar em uma banheira de água quente para relaxar, certo? E certamente você nunca pensou que crianças também precisam de algo para se engajar na estabilização, focando-se em suas atividades. É cada vez mais freqüente déficits sensoriais entre crianças e adultos. Apresentando variações de leve a graves e que podem beneficiar-se de uma dieta sensorial personalizada.

Na dieta sensorial, que pode ser comparada a uma dieta alimentar, as crianças precisam comer regularmente para manter sua energia e foco. Porém, ao invés de comida temos um regime de atividades planejadas e programadas para estimular as várias sensações a serem experimentadas ao longo do dia. Com o objetivo de ajudar a criança a conhecer suas necessidades de processamento sensorial e sentir-se calma, alerta e organizada na maior parte do tempo, sendo que os efeitos são imediatos e cumulativos, pois ajudam a reestruturar o sistema nervoso da criança.

Auxilia em situações como:

- tolerar sensações e situações desafiadoras;
- regular o seu estado de alerta e aumentar a capacidade de atenção;
- lidar com as transições com menos estresse.

É altamente recomendável que você procure um terapeuta ocupacional especialista em questões de processamento sensorial. Esta dieta deve abordar os sete sentidos (propriocepção, vestibular, tato, audição, visão, olfato e gustação).

Alguns ingredientes importantes e divertidos:

- Abraço sanduíche;
- Empurrar e puxar;
- Pular amarelinha ou pular no mini trampolim;
- Massagem firme;
- Balançar / girar o corpo;
- Dar cambalhotas;
- Movimentar o corpo;
- Água com gás – bolinhas na boca, gostos e texturas de alimentos diferentes;
- Brincar com texturas (sabonete ou creme de barbear espumoso e adicionar areia para textura extra, caixa com arroz e feijão para brincar, massa de biscoito, pintura a dedo);
- Vestir-se;
- Pintura de rosto;
- Entrar em contato com a natureza;
- Passatempos táteis (tecer, costurar, esculpir);
- Ir para a rua e ouvir os ruídos;
- Incentivar a musicalidade e dar algum comando;
- Explorar os cheiros;
- Envolver a criança na preparação dos alimentos.

Deixo uma pequena amostra de dieta sensorial criado para uma criança com transtorno de processamento sensorial (http://sensorysmarts.com/sensory_diet_activities.html). A receita deve ser individualizada e modificada com freqüência para atender às necessidades. O tratamento fica completo com um programa voltado para a escola também.

Pela manhã:
- Massagem podal para ajudar a acordar;
- Ouvir um CD tranquilizador;
- Usar escova de dentes que vibre e / ou escova de cabelos que vibre;
- Comer cereal crocante com frutas e algumas proteínas;
- Rotação sobre Dizzy Disco Jr. como indicado (disco de equilíbrio);
- Salto em mini-trampolim como indicado.

Depois da escola:
- 30 minutos na pracinha;
- Empurrar carrinho de supermercado;
- Movimentos de balanço e giro, conforme indicado;
- No mini trampolim fazer com que lance brinquedos em uma cesta ao saltar;
- Massagem podal para reorganizar, andar de carrinho de mão;
- Fazer exercícios de bola, conforme indicado;
- Ouvir um CD tranqüilizador;
- Trabalho Oral - sugar líquidos de espessura através de um canudo, mastigar lanches crocantes ou mascar chiclete antes e / ou durante as atividades de mesa.

Na hora do jantar:
- Ajudar a cortar, cozinhar, misturar ingredientes, etc;
- Ajudar a organizar a bandeja, usando as duas mãos para carregar;
- Comer alimentos crocantes.
À noite:
- Tempo para a família: projetos de barro, de pintura, etc;
- Banho quente com bolhas e óleo essencial calmante;
- Massagem durante o tempo de leitura.


Priscila Straatmann Morél - priscilato@espacodomquixote.com.br
Terapeuta Ocupacional e Psicomotricista do Espaço Dom Quixote

Campanha Nacional do Teste da Orelhinha


A campanha "Teste da Orelhinha: rápido, não dói e gratuito" foi lançada pelo Senado em outubro deste ano em parceria com associações da Fonoaudiologia e da Pediatria.

O site criado para esta campanha está muito bom e traz informações importantes sobre a Triagem Auditiva Neonatal (o Teste da Orelhinha).

Com o slogan "Dê ouvidos ao direito do seu filho", é explicado que a partir da Lei nº 12.303/10 todos os hospitais e maternidades do país são obrigados a realizarem gratuitamente o teste em todos os recém-nascidos.

O Teste da Orelhinha é um exame simples para saber se está tudo bem com a audição do seu filho. Um aparelho eletrônico é colocado no ouvido do bebê e permite ao fonoaudiólogo verificar se a criança ouve normalmente. O exame não tem contraindicações e pode ser feito com o bebê dormindo. Recomenda-se que o teste seja feito no primeiro mês de vida, mas todos os bebês devem passar pelo exame.

É importante que este exame seja feito, pois caso o ouvido do bebê não responda aos estímulos do exame é necessário que sejam feitas outras avaliações para esclarecer se o problema é temporário ou permanente.

Em casos de comprometimento auditivo, quanto antes forem realizados os procedimentos necessários, como colocação de aparelho auditivo, cirurgia de implante coclear, terapia fonoaudiológica e aprendizado da Língua Brasileira de Sinais, melhor será o desenvolvimento da criança.

Assista ao vídeo da campanha


Mais informações em:
www.senado.gov.br/senado/campanhas/orelhinha/default.html


Fernanda Helena Kley - fernandafono@espacodomquixote.com.br
Fonoaudiológa do Espaço Dom Quixote
Pós-Graduanda em Neuropsicologia (UFRGS)




Sugestões de Músicas para crianças e adolescentes?


Dicas para pais, cuidadores, padrinhos, educadores, profissionais, avós, etc.

Seguem algumas sugestões de discografia para crianças:

- Arca de Noé – Vinícius de Moraes
- Casa de Brinquedos - Toquinho
- Adriana Partimpim - produzido por Adriana Partimpim, Dé Palmeira e Sacha Amback
- Os Saltimbancos - Luiz Enriquez, Sérgio Bardotti e Chico Buarque
- Quem Canta, Seus Males Espanta - Theodora Maria Mendes De Almeida
- As 100 Mais da Pré-Escola – Patati Patatá
- Dois a Dois – Grupo Rodapião
- Pedro e o Lobo
- Tempo de Brincar - Valter Silva
- Abre a Roda Tindolelê - Lydia Hortélio
- Hélio Ziskind - MCD World Music
- Villa-Lobos Para Crianças - Coro Infantil do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e Quinteto Villa-Lobos
- Coleção Disquinho – Histórias Infantis

Outras dicas valiosas:

O Palavra Cantada tem diversos cd’s como “Cantigas de Roda”, “Pandalelê”, “Pé com Pé” com canções tanto para crianças como adolescentes.

Beto Hermann, Bia Bedran, Thelma Chan e Teca Oficina de Música também têm diversos trabalhos que vale a pena conferir, os dois últimos também tem um trabalho atraente para adolescentes.

Para crianças e adolescentes:

- Músicas daqui, ritmos do mundo - Zezinho Mutarelli e Gilles Eduar
- Corpo do Som - Barbatuques - MCD World Music

Que música colocar na hora de dormir?

Não é a toa que existem as cantigas de ninar. Pais de crianças de todo o mundo relatam que música na hora de dormir acalma seus filhos, muitas vezes fazendo-os dormir mais rápido e mais tranquilos. Porém, é importante salientar que cada um tem um gosto musical, podendo determinadas músicas ou timbres (como o de instrumentos musicais ou a altura da voz) não provocarem tranquilidade, e sim trazerem um certo incômodo que será prejudicial para uma boa noite de sono.

Tente perceber quais músicas agradam e desagradam seu filho. Escolhas não faltam, músicas instrumentais, com sons de piano, com orquestras, músicas com o som de “caixinhas de músicas”, músicas cantadas. Resta investigar quais realmente deixarão seu filho tranquilo. Seguem algumas sugestões:

- Happy Baby Series – Good Night
- Baby Einstein – Lullaby Classics
- MPBaby – Canções de Ninar
- Palavra Cantada – Canções de Ninar
- Zilda Azevedo – Nana Nenê
- Caixinha de Dormir – Angels Records
- Acalantos Brasileiros – Jane Duboc

Lembrando que as primeiras três coleções têm diversos outros cd’s que vale a pena conferir!


O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, volume 3: (http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf) traz também dicas de cd’s e livros na parte da educação musical.

Na internet encontram-se alguns sites interativos relacionados à música com os diferentes sons da orquestra ou jogos musicais, muito ricos de serem explorados com as crianças.


Luciana Steffen - lucianamt@espacodomquixote.com.br
Musicoterapeuta do Espaço Dom Quixote

Instabilidade psicomotora: um distúrbio psicomotor complexo


O que fazemos ou pensamos quando vemos uma criança com movimentos descontrolados ou ações destrutivas? Que mexe em tudo e não guarda nada, tem momentos agressivos e não se consegue impor limites?

Primeiramente pensamos que essas crianças são hiperativas ou são muito agitadas. Depois é necessário entender o contexto de tanta agitação e desorganização corporal.

É então que percebemos um quadro de sintomas psicomotores como defesa de algo que vem acontecendo e se visualiza no corpo (na sua imagem e esquema corporal). A criança que apresenta um sintoma psicomotor cai numa armadilha. Armadilha essa que impede a criança de conquistar seu próprio espaço separado do Outro.

Com isso chegamos a um dos quadros de distúrbios psicomotores mais complexos – a Instabilidade Psicomotora. Tendo como características clinicas: atividade muscular contínua e incessante, criança desajeitada, sua aparência cheia de torpor e inabilidade, instabilidade emocional e intelectual, falta de atenção e concentração, as tarefas não são concluídas, falta de coordenação geral e coordenação motora fina, hiperatividade e equilíbrio prejudicado, deficiência na formulação de conceitos e no processo de percepção, alteração da palavra e da comunicação, alterações do sono, alterações no processo do pensamento abstrato, dificuldades de escolaridade.

Dentro deste contexto de sintomas que é dado a ver pelo olhar do Outro do qual não se consegue separar, a criança fica situada na turbulência do seu movimento e do seu corpo que continuam no olhar do Outro. Sendo assim, é necessário oferecer um espaço diferente, onde a criança possa criar e recriar, fazer e desfazer, um espaço aberto ao seu desejo onde a criança possa se ver na posição em que ocupa e na que é situado pelo Outro.

Nada melhor do que dar voltas em torno de uma coisa. É poder criar, transformar e se transformar dentro de atividades que promovam a aventura da descoberta de objetos, texturas e muita imaginação. Onde a criança se envolva em sua totalidade.

Dica de leitura:
A clínica psicomotora: o corpo na linguagem – Esteban Levin. Editora Vozes/2009


Priscila Straatmann Morél - priscilato@espacodomquixote.com.br
Terapeuta Ocupacional e Psicomotricista do Espaço Dom Quixote

Exercitando o cérebro!


O título acima não é uma metáfora, mas uma necessidade para manter as funções cerebrais ativas e em bom desenvolvimento. Nesta época do ano, com a aproximação das avaliações finais nas escolas, muitos estudantes estão às voltas com o estresse, cansaço físico e mental que impede que obtenham os resultados necessários ou desejáveis para um desempenho positivo.

Como manter-se atento em sala de aula, com disposição e energia para dar conta de tantas tarefas, trabalhos, períodos longos de estudos e reter todas as informações para que a memória não pregue uma peça e dê o famoso “branco” na hora da prova?

Estudos científicos comprovaram que uma rotina de exercícios associada a uma alimentação saudável estimulam e mantém a saúde do corpo, fortalecendo coração e músculos, mas também fortalecem a capacidade mental, ajudando a criança/adolescente a se desenvolver melhor.

Por muito tempo dizia-se que para desenvolver seu potencial intelectual a criança/adolescente deveria exercitar preferencialmente o cérebro com atividades como leitura, tocar um instrumento musical, aprender um novo idioma, fazer palavras cruzadas ao invés de praticar um esporte. Na verdade, as atividades físicas e mentais estão estreitamente ligadas e devem ser desenvolvidas juntas, de acordo com as características de cada indivíduo.

Um estudo coordenado pela Universidade de Illinois e publicado em 2008 mostra que crianças que se movimentam mais, em geral, obtêm as melhores notas na escola. O desempenho em cálculo ou leituras, por exemplo, aumenta proporcionalmente à atividade física. Apesar desta pesquisa, não é possível, ainda, comprovar a influência do esporte sobre o desempenho cognitivo.

Sabemos que crianças incentivadas a brincar, estimuladas e ensinadas de forma lúdica têm uma plasticidade cerebral maior, com melhor desempenho em testes de aprendizagem e de comportamento. Outro benefício da prática esportiva é a elevação da sensação de bem-estar, necessária para o bom desempenho escolar e social.

O exercício e as vivências lúdicas influenciam hábitos e comportamentos que afetam as escolhas de vida de um indivíduo, interferem nas relações sociais e podem contribuir para o projeto de vida do adolescente, bem como melhora os resultados cognitivos.

Com tantos benefícios da prática esportiva para a vida e para o desempenho acadêmico é importante incorporá-lo no dia a dia. Para isso não é necessário nenhum esforço absurdo ou uma rotina de atleta, nem deixar de lado todas as guloseimas, abdicando de pequenos prazeres que também são importantes para manter a autoestima. Trata-se de incluir na rotina diária algumas atividades que contribuam para combater o estresse, aliviando a carga emocional do final de ano e ainda elevando o nível de concentração, atenção e memória.

Se a criança/adolescente não tem por hábito praticar um esporte, pode fazer caminhadas, levar o cachorro para passear, andar de bicicleta, skate, patins, usar as escadas no lugar do elevador, dançar, experimentar mais brincadeiras ao ar livre que naturalmente exigem a movimentação, etc.

Optar por hábitos alimentares saudáveis traz benefícios para o cérebro e para o corpo. Trocar refrigerantes por sucos, chá e água refresca nos dias de calor e hidrata o organismo. Experimentar um sanduíche natural, aumentar a variedade de frutas, optar por alimentos integrais melhora a disposição, renova a energia e potencializa os neurônios. Alimentar-se nas horas certas, sem pular as refeições principais ou substituindo o prato de comida por um lanche mantém a saúde e disposição em períodos de estresse e desgaste físico e mental.

Organizar a rotina de estudos é fundamental neste período onde as tarefas se multiplicam e a criança/adolescente pode perder prazos de entrega de trabalhos, atrasar temas e ficar sem tempo para estudar com qualidade. Montar um mural com todas as datas a serem cumpridas organizando por ordem de entrega e de tempo. Cumprir os horários estabelecidos nesta rotina, evitando distrações com redes sociais, telefones, bate-papos que podem comprometer o rendimento escolar.

Estabelecer momentos de lazer para que o cérebro também possa “descansar” desta maratona de exigências. Este é o momento de encontrar os amigos, bater papo, namorar, ir ao cinema, aproveitar a vida ao ar livre. Todo grande esforço mental necessita de um período de descanso para que o cérebro possa “fazer espaço” para novas aprendizagens.

É importante que a família acompanhe este momento do(a) filho(a) com atenção, participando da vida escolar, acompanhando as tarefas, interessando-se e observando o cumprimento da rotina de estudos estabelecida.

Todos – família, aluno(a), escola – querem comemorar os resultados positivos após um ano letivo de muito estudo, comprometimento e trabalho. Para isso cada um precisa fazer a sua parte, estabelecer objetivos, traçar planos e empenhar-se no cumprimento destas etapas. Os resultados são fruto deste empenho coletivo e, quando não há impedimento de aprendizagem (dificuldade em aprender), a criança/adolescente atinge suas metas.


Janete Cristiane Petry - janetepp@espacodomquixote.com.br
Psicopedagoga do Espaço Dom Quixote

Prato Saudável


Qual a composição ideal de um prato saudável?

Esta é uma questão que está sendo bastante comentada em nosso meio, principalmente pela relação já bem estabelecida entre alimentação e saúde.

De acordo com a Escola de Saúde Pública de Harvard dos Estados Unidos, um prato saudável deve ser composto por: verduras, frutas, proteínas magras, grãos integrais e óleos saudáveis, além de água.

As recomendações dietéticas deste grupo de pesquisadores são:

- Óleos: utilize óleos saudáveis como os de oliva e de canola para temperar saladas e para cozinhar. Evite produtos que contenham gorduras trans;

- Verduras e frutas: tanto quantidade quanto qualidade são importantes neste grupo alimentar;

- Grãos integrais: consuma alimentos como arroz, massas e pães integrais. Limite o consumo de alimentos refinados;

- Proteínas magras: dê preferência a peixes, carnes brancas. Limite o consumo de carne vermelha. Evite o bacon e demais carnes processadas;

- Água / Líquidos: tome água, chás e cafés (sem exagerar no açúcar de adição). Evite bebidas adoçadas e gaseificadas.


Daniele Santetti - danielenutri@espacodomquixote.com.br
Nutricionista do Espaço Dom Quixote
Mestranda em Saúde da Criança e do Adolescente - UFRGS

Final do ano, e agora?



Novamente estamos chegando ao fim do ano, último trimestre e última chance de conseguir recuperar as notas baixas!

Seguem abaixo, algumas dicas para estudar e quem sabe recuperar aquela nota baixa e melhorar o boletim!

• Reserve uma ou duas horas por dia para estudar, mesmo que não tenha prova no dia seguinte. Nos finais de semana, estude por no mínimo uma hora. Leia várias vezes a matéria a ser estudada!

• Faça resumos da matéria. Escrever vai ajudar a fixar o que precisa saber.

• Colar cartazes com a matéria em locais bem visíveis ajuda a decorar e lembrar para a prova.

• Gravar a matéria também pode ser um jeito legal de guardar o conteúdo!

• Peça para alguém ajudar você a estudar fazendo perguntas sobre a matéria que está sendo estudada.

• Leia muito! Jornais, livros e discuta com seus pais e amigos sobre o que leu, contando-lhes o tema da leitura e dividindo opiniões.

• Refaça as provas anteriores, tanto as questões corretas quanto as que errou!

• Estude em grupo. Peça ajuda naquilo que não sabe e ensine aquilo que sabe!

O melhor é começar esta rotina de estudo desde o início do ano, para não precisar se “estressar” no final!

BOA SORTE

Clarissa Paz de Menezes - clarissapp@espacodomquixote.com.br

Psicopedagoga do Espaço Dom Quixote

Psicomotricidade é mexer, convocar o corpo...


...é entender o seu ritmo, o seu lugar no mundo, é o ser-em-ação. É exatamente o que a música abaixo fala. Fica como sugestão para dançar com as crianças.

Desengonçada - Bia Bedran
(refrão)
Vem dançar, vem requebrar
Vem fazer o corpo se mexer
Acordar
É a mão direita, mão direita, mão
Direita agora,
A mão direita, que eu acordar.
É a mão esquerda, a mão esquerda,
A mão esquerda agora
As duas juntas que eu vou acordar
(refrão)
É o ombro direito, é o ombro direito,
É o ombro que eu vou acordar.
É o ombro esquerdo, é o ombro
Esquerdo
Os dois juntos que eu vou acordar
(refrão)
É o cotovelo direito, é o cotovelo
Direito
É o cotovelo que eu vou acordar
É o cotovelo esquerdo, é o cotovelo
Esquerdo
Os dois juntos que eu vou acordar
(refrão)
É o braço direito, é o braço direito
É o braço que eu vou acordar
É o braço esquerdo, é o braço
Esquerdo
Os dois juntos que eu vou acordar
(refrão)
É o joelho direito, é o joelho direito
É o joelho que eu vou acordar
É o joelho esquerdo, é o joelho
Esquerdo,
Os dois juntos que eu vou acordar
(refrão)
É o pé direito, é o pé direito, é o
Pé direito agora
É o pé direito, que eu vou acordar
É o pé esquerdo, é o pé esquerdo
É o pé esquerdo agora
Os dois juntos que eu vou
Acordar
(refrão)
É a cabeça, os ombros, as mãos,
Cotovelos e braços
Que eu vou acordar
A cintura, a barriga, o bumbum,
Os joelhos
Tudo junto que eu vou acordar

Priscila Straatmann Morél - priscilato@espacodomquixote.com.br
Terapeuta Ocupacional e Psicomotricista do Espaço Dom Quixote
Matéria do Caderno Donna do Jornal Zero Hora publicada no domingo dia 23/10/2011:

LONGE DA TELINHA

Ver televisão ou vídeos não é aconselhável para crianças menores de dois anos. A orientação, baseada em pesquisas que concluíram que a prática pode afetar o desenvolvimento, foi divulgada esta semana pela Academia Americana de Pediatria (AAP). Segundo a instituição, os pais devem estimular as brincadeiras.

A diretriz também adverte sobre como os hábitos televisivos dos adultos podem retardar a capacidade de falar dos pequenos. "Os meios de comunicação, tanto em primeiro quanto em segundo plano, têm um efeito potencialmente negativo e nenhum efeito positivo conhecido para as crianças menores de dois anos", atesta o comunicado. "A AAP reafirma suas recomendações de desaconselhar o uso de meios deste tipo nesta faixa etária."

O pediatra Ari Brown explica que esta atualização da recomendação – a anterior datava da década de 90 – era necessária devido ao aumento do número de lançamentos em DVD para crianças de até dois anos e pelo fato de quase 90% dos pais reconhecerem que seus filhos têm passatempos desse tipo. Os estudos citados agora indicam que os adultos interagem menos quando a televisão está ligada e que uma criança que brinca em frente ao aparelho – mesmo que o volume não esteja muito alto – olhará para a tela três vezes por minuto.

– Quanto menos tempo se dedica a uma criança, mais pobre é a sua linguagem – afirma Brown.
Para a AAP, nem mesmo os chamados vídeos educativos são benéficos. "Um espaço de brincadeiras livre é mais valioso para o desenvolvimento cerebral do que qualquer exposição a meios de comunicação eletrônicos", conclui a diretriz.


Fernanda Helena Kley - fernandafono@espacodomquixote.com.br
Fonoaudióloga do Espaço Dom Quixote
Pós-Graduanda em Neuropsicologia UFRGS

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade - descobrindo um tratamento eficaz através da Psicomotricidade, Musicoterapia e Terapia Ocupacional


O que fazer quando o seu filho recebe o diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)? Às vezes, os pais ficam um tanto desorientados, sem saber o que significa ou como buscar auxílio. Outras vezes, é mais fácil pensar que alguns sintomas são herdados e que com o tempo passa. Poder criar rotinas organiza a criança com excesso de atividade motora. Mas, para se ter um resultado efetivo, a criança necessita de atendimento. Os mais indicados são Terapia Ocupacional, Musicoterapia e Psicomotricidade. Por quê?

Porque essas áreas trabalham o ato e a ocupação do corpo pelo lúdico. Assim, conseguimos fazer com que a criança compreenda e supere mais facilmente suas limitações e desenvolva então sua autonomia. Por consequência, suas potencialidades virão à tona. Atividades de expressividade motora do movimento até invenção de fantasias infantis permeiam o imaginário infantil e a prática psicomotora, criando assim um espaço de escuta e fala consciente. Dessa forma, a criança toma consciência do seu corpo, da sua lateralidade, da sua situação e da situação de outros objetos no espaço, do domínio temporal, além de adquirir habilidades de coordenação de gestos e movimentos.

Nossas atividades (terapêuticas ocupacionais, psicomotoras e musicoterápicas) baseiam-se em atividades lúdicas, corporais, artísticas e de criação, como os jogos musicais, as atividades rítmicas, o cantar, os movimentos com música, o tocar instrumentos musicais e o compor. Elas nos auxiliam na organização do indivíduo, atuando na independência, na estruturação emocional, na percepção cognitiva (regras/limites; atenção; concentração; memória; criatividade), na comunicação (expressar o que se quer de forma adequada), nas atividades de vida diária (alimentação, vestuário, auto-cuidado), nas atividades de vida de trabalho (escola), nas atividades de vida de lazer (brincar) e na socialização.

O ritmo musical, tão relacionado às questões corporais, se faz importante nas atividades, pois é necessário trabalhar o corpo, o tônus muscular, o equilíbrio, a coordenação motora, dando sustentação ao esquema corporal desse corpo inquieto. Além de dar energia, o ritmo, feito de som e silêncio, trabalha a organização temporo-espacial, regulando o relógio interno e desenvolvendo a postura corporal, melhorando as funções de desempenho do ensino aprendizagem.

Além disso, é necessário durante o tratamento ficar atento às dificuldades no processamento sensorial da criança, a fim de regular e equilibrar os sentidos e as informações vindas do meio. Dessa forma, conseguimos elevar a autoestima, a segurança emocional e aprimorar a comunicação (verbal e não verbal). Oferecemos um espaço de expressão mais eficaz, seguro e prazeroso, onde mantemos facilmente a atenção da criança, que se sente muito mais à vontade para trabalhar suas dificuldades.

Uma atividade musical permite variações, uma vez que inserimos uma grande gama de estímulos e, quanto mais estímulos, maior o foco de atenção e percepção corporal. Começa com o recurso da música, passa pelo viés do corpo e ganha significado trabalhando todas as áreas do desenvolvimento. Em uma mesma atividade é possível compreender e explorar os sentimentos, a linguagem, a percepção corporal, a intensidade dos movimentos no meio, o domínio da força e a socialização. Esse é o trabalho conjunto de três profissões.


Priscila Straatmann Morél - priscilato@espacodomquixote.com.br
Terapeuta Ocupacional e Psicomotricista do Espaço Dom Quixote

Luciana Steffen - lucianamt@espacodomquixote.com.br
Musicoterapeuta do Espaço Dom Quixote

Uma profissão que é Fórmula de Vida


Não preciso de teste especial para conhecer o valor e o rendimento de um pastor. Se faz o trabalho com prazer e se interessa profundamente pela profissão, posso ter a certeza de que os animais serão bem tratados. A técnica virá depois, se ainda faltar, e, enquanto isso, a solicitude permanente do pastor saberá atenuar as insuficiências profissionais.

Quando vejo o camponês inspecionar amorosamente o seu domínio, inclinando-se para as vergônteas como o pastor para os seus cordeiros, não preciso fazer um longo inquérito sobre suas virtudes de agricultor. Desde que a miséria, os fracassos ou a exploração não o desanimem de um trabalho que é a sua vida, logo ele se tornará perito numa arte em que a técnica morta não poderia bastar.

Se me disserem que existe um método pedagógico que dá às crianças esse amor pela profissão e o gosto por um trabalho que é a expressão do ser; se acrescentarem que esse método proporciona, ao educador, esse mesmo sentimento de participação e de plenitude que ilumina a profissão de camponês e humaniza a tarefa ingrata do pastor; se eu vir os educadores que praticam esse método retomar vida e entusiasmo, não preciarei de mais informações: esse é o método bom. Bastará estabelecer e generalizar o seu uso, preservando-o dos principais perigos que as forças de estagnação e de reação fazem correr a todos os empreendimentos inteligentes. E, sobretudo, seria necessário lembrar aos pais e aos professores que um educador que já não tem gosto pelo trabalho é um escravo do ganha-pão e que um escravo não poderia preparar homens livres e ousados; que você não pode preparar os alunos para construírem, amanhã, o mundo dos seus sonhos, se você já não acredita nesta vida; que você não poderá mostrar-lhes o caminho se permanecer sentado, cansado e desanimado, na encruzilhada dos caminhos.

“Reencontrei a dignidade de uma profissão que é, para mim, fórmula de vida”, dirá o educador moderno.

Imite-o!...

Freinet, Célestin. Pedagogia do bom senso.


Para que o professor seja este inspirador precisa, também, inspirar-se. Respirar uma vida além da sala de aula, cultivar um projeto de vida que ultrapasse suas metas profissionais. Cuidar de si antes de cuidar dos outros. Afinal ninguém nasce professor, faz-se professor no exercício da profissão e na profissionalização do seu saber.

Na humanização da educação é preciso desenvolver relações entre os sujeitos envolvidos e o conhecimento, sentido da educação.

Na relação destes sujeitos o professor tem um papel muito importante como espelho para os alunos. Um espelho precisa refletir uma imagem nítida para que aqueles que o olham possam ver refletido mais do que a realidade, vejam os sonhos, os projetos, a vida.

Cada um de nós precisa continuar sonhando, buscando crescer, melhorar a cada dia como pessoa e na busca da felicidade.

Nunca deixe de olhar para o reflexo de sua vida com paixão e esperança para que sua vida faça sentido e possa refletir nos outros esta mesma imagem.


Janete Cristiane Petry - janetepp@espacodomquixote.com.br
Psicopedagoga do Espaço Dom Quixote

Ser Terapeuta Ocupacional é saber navegar no mar das diferenças...


"Ah! A cada passo uma incerteza,
A cada momento um medo, uma confusão.
Mas que cada um construa
Sua própria embarcação.

O mar é sempre igual aos olhos dos que comungam a mesma percepção.
Mas ele é muito mais amplo, profundo e surpreendente
Do que se pode imaginar...
A percepção do oceano é mutante
Para quem se atreve a navegar.
Mas use modelos apenas como referência para seu barco
Construa sua própria nau sem medo de ela não ser igual...

A diferença tem todo direito de navegar!
Cada um de nós tem o amplo direito de possuir
Seu próprio meio de expressar.
O barco da diferença corta o oceano,
podendo reinventar
até o próprio mar..."

(Autor Desconhecido)
RETIRADO DO BLOG: http://temasepoemasdato.blogspot.com/

Dia das Crianças


Quando se fala em Dia da Criança ao que você associa? Crianças, presentes, brinquedos, brincadeiras, o que mais? O “12 de outubro” é uma data muito esperada pelas crianças. Ao longo do ano elas vão anunciando e pensando no presente que desejam ganhar nesse dia - “eu quero uma bicicleta”, “eu quero uma boneca”, “eu quero o laptop do Ben 10”, “eu quero uma pista do Hot Wheels”, “eu quero uma barbie”, etc. Diante disso muitos pais se perguntam o que fazer com tantos pedidos. Mas, porque será mesmo que presentiamos as crianças nesse dia?

O Dia das Crianças é uma data comemorada em diferentes países. Muitos desses comemoram no dia 20 de novembro, que corresponde à data de aprovação da Declaração dos Direitos das Crianças, convencionado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1959, que institui uma série de direitos válidos a todas as crianças como: alimentação, educação, cuidados com a saúde, afeto, amor, compreensão, lazer, proteção contra toda forma de exploração das mesmas, entre outros.

No entanto, cada cultura e país escolhe uma data e determinados tipos de celebrações para lembrar e comemorar o dia das suas crianças. No Japão, por exemplo, a comemoração é feita em dois dias do ano, no dia 05 de maio é comemorado o Dia dos Meninos e 03 de março Dia das Meninas. No Dia dos Meninos, as casas e ruas são enfeitadas e são feitas refeições com comidas típicas e também são realizadas espécies de gincanas. E no Dia das Meninas acontece o Festival das Bonecas onde as famílias organizam exposições de bonecas que foram transmitidas de mães para filhas.

Em nosso país, a criação do Dia das Crianças foi sugerida pelo deputado federal Galdino do Valle Filho na década de 1920, mas foi em 1924 que se decretou o dia 12 de outubro como data oficial para comemoração do Dia das Crianças. Porém, a data não se popularizou imediatamente. Somente em 1960 a data começou a ser comemorada de forma mais abrangente, a partir de uma campanha de marketing, elaborada pela fábrica de brinquedos Estrela juntamente com a Johnson & Johnson, que se chamou “Semana do Bebê Robusto”. Essa campanha teve sucesso e então atraiu a atenção de outros empresários ligados à indústria de brinquedos, que lançaram uma campanha publicitária “Semana da Criança” com o objetivo de alavancar as vendas. As campanhas tiveram bons resultados de vendas e fizeram com que esse mesmo grupo de empresários mantivesse a comemoração do Dia das Crianças associando-a a muitos presentes.

No Brasil, portanto, podemos pensar que essa data está marcada em sua origem popular por uma ideia mercantil e capitalista. Na campanha inicial vemos que está atrelada à imagem de um Bebê Robusto. No dicionário encontramos como sinônimo de robusto – vigoroso, resistente, musculoso. Qual seria a intenção de associar a imagem/ideia de um Bebê Robusto com presentes e brinquedos? Penso que essa combinação toma forma e força de venda ao seduzir os adultos e as crianças com a falsa ideia de que possuir, consumir um produto – presente, brinquedo - torna as crianças mais fortes, vigorosas, poderosas, robustas.

O que sabemos é que em nosso país comprar presentes e Dia das Crianças estão muito relacionadas, e isso ninguém discorda. As pesquisas nos apresentam isso. O Dia das Crianças é a terceira melhor data do ano em volume de vendas, perde só apenas para o Natal e para o Dia das Mães. Em reportagens de economia encontramos as seguintes manchetes: “O Dia das Crianças é uma data importante para o comércio”, “O Dia das Crianças é termômetro para o Natal”, etc.
Mas o que mesmo comemoramos no Dia das Crianças? O comércio comemora o volume de venda! E você, o que comemora? Comemoramos bebês/crianças robustas, poderosas e cheias, repletas de brinquedos? E o que mais?

E os Direitos das Crianças? Onde ficam?

Nos primórdios de nossa vida, querer, poder e ter não estão diferenciados e discriminados, ou seja, impera as fantasias de “tudo quero”, “tudo posso”. Para as crianças é seu direito tudo ter, no momento que se deseja e da forma que se espera. Isso é do infantil. No entanto, os adultos aos poucos vão apresentando para o “bebê robusto” (que tudo quer e que pensa que tudo pode) dados de realidade que lhe mostram que nem tudo se pode, que tem coisas que é preciso esperar para ter, que no mundo existem regras e leis que regem a todos. Mas, querer não faz mal, muitíssimo pelo contrário. É fundamental que a criança deseje, que busque e queira coisas para si, assim pode crescer e se desenvolver.

Porém, a questão está em o que se faz com os pedidos e com os quereres das crianças. Na atualidade percebemos que muitos pais se sentem no dever de ofertar, de proporcionar todos os quereres e desejos de suas crianças. E com isso compram e vestem a falsa ideia de que ao fazerem isso estão cumprindo seus deveres de pais e oferecendo tudo o que a criança “precisa”. Sentem-se pais robustos de filhos robustos.

No entanto, será que se está realmente garantindo para as crianças o que ela precisam e seus direitos? É somente o adulto que pode discriminar para a criança o que ela realmente precisa e quais são seus direitos. É o adulto que possui a noção do que é direito. Garantir direitos à criança está estreitamente relacionado a cuidar com o ser da criança. Num mundo onde há uma tendência mercantil de transformar as necessidades em produtos a serem consumidos, torna-se um desafio abrir espaços de direito para as crianças que estejam para além do consumo, assim como proteger, cuidar e garantir que a criança não fique alienada a esse contexto. Como fazer valer os direitos da criança de educação, lazer, saúde, de cuidados, de proteção à exploração? Eis uma questão importante para refletir em tempos de Dia das Crianças.

Algumas informações desse texto foram retiradas do site www.brasilescola.com


Psicóloga do Espaço Dom Quixote

Musicoterapia e Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)



O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade caracteriza-se por dificuldades na atenção e/ou inquietude e impulsividade. São crianças muitas vezes desorganizadas, impacientes, que não conseguem terminar uma atividade, se distraindo facilmente, apresentando um excesso de atividade motora e podendo apresentar comportamentos de isolamentos e dificuldades com a autoestima.


A Musicoterapia é uma nova modalidade de tratamento que tem mostrado sua eficácia com crianças e adolescentes com o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Uma atividade musical pode ativar todas as áreas do cérebro, estimulando áreas responsáveis pela atenção, memória, concentração, relaxamento, atividade motora, emoções, entre outras. Quanto mais prazerosa a atividade, mais é ativado o cérebro e maior é a atenção. A música, por despertar grande interesse e curiosidade e provocar prazer e satisfação, faz a criança ou adolescente se engajar na atividade, aumentando a atenção e participação.


Muitas vezes é na música que se consegue manter por mais tempo a atenção de uma criança com TDAH, mais tempo do que se conseguiria em outras atividades, e esse período de atenção vai aumentando na Musicoterapia e refletindo nas atividades do dia a dia.


Muitas pesquisas mostram que através da Musicoterapia, os sintomas do déficit de atenção diminuíram. Tocar um instrumento, cantar, realizar uma percussão corporal, um movimento corporal em determinado momento da música (atenção seletiva) ou jogo musical (diferenciar timbres) requer atenção, onde precisa-se estar focado para saber o momento preciso de se colocar na atividade musical. Uma atividade musical permite variações, inserir uma grande gama de estímulos, e quanto mais estímulos, maior a atenção. Em uma mesma atividade pode-se modificar a velocidade, a intensidade (forte x fraco), os instrumentos, inserir percussão corporal, dança, cantar, modificar a música, trabalhar só com o ritmo, só com a melodia, juntar tudo... possibilitando diferentes maneiras manter a atenção. Tendo assim, a música o poder de aumentar a capacidade de atenção por sua variedade de estímulos (auditivos, visuais, táteis) e mantendo os neurônios em atividade.


Crianças com TDAH têm dificuldade em terminar tarefas, ficar sentadas, dificilmente conseguem cantar uma música do início ao fim, por exemplo. A Musicoterapia trabalha além da concentração e organização, essa instabilidade corporal, o corpo em movimento, o domínio e a consciência do corpo e a coordenação motora através das atividades musicais, pois todas envolvem o corpo. É oferecido uma ocupação para o corpo que está inquieto ao tocar um instrumento, ao cantar. É oferecido um espaço de movimentação, de expressão corporal na Musicoterapia.


Através do ritmo na Musicoterapia trabalha-se o corpo. Além de dar energia, o ritmo organiza, trabalha a organização espaço temporal, diminuindo os sintomas de hiperatividade e impulsividade. A percepção temporal está alterada nas pessoas com TDAH. O ritmo é uma organização no tempo e no espaço, que obriga a realizar determinada tarefa musical em determinado tempo e em determinado espaço, não em um tempo maior ou menor. A música é feita de início, meio e fim, há uma ordem temporal, uma sequência a ser respeitada, que é trabalhada incentivando o paciente a entoar e tocar as músicas do início ao fim, respeitando sua estrutura. O ritmo é feito de som e silêncio (pausas). Atividades de corte como parar em determinado momento da música ou seguir uma demanda em determinado momento, trabalham o freio inibitório, permitindo uma organização no tempo e deparando-se com os limites do corpo.


A música também trabalha as emoções, a ansiedade, sendo um dos objetivos terapêuticos da Musicoterapia no TDAH acalmar, tanto diminuindo a ansiedade, quanto relaxando a musculatura. É mais que comprovada a capacidade que a música tem de relaxar e acalmar, o que vai auxiliar na concentração e atenção. Deve-se começar com atividades mais rápidas e após ir diminuindo a velocidade, a fim de tranquilizar, de aumentar o foco e ir inserindo outras atividades, atividades mais calmas, atividades que exijam maior capacidade de atenção.


A autoestima também é aumentada através da autorrealização que uma atividade musical pode oferecer e a música é também um meio de comunicação capaz de expressar mais intimamente as emoções que as palavras, auxiliando no desenvolvimento emocional e também na comunicação (verbal e não verbal). É uma forma de comunicação não verbal, que faz a criança se sentir muito à vontade para trabalhar suas questões emocionais e sociais. Assim, aumenta-se a segurança para se expressar e se comunicar e os comportamentos tornam-se mais saudáveis na comunicação, aprendendo a esperar sua vez, ouvir o outro e cooperar, comportamentos que são estimulados por aparecerem nas atividades musicoterápicas. Todas essas questões vão melhorar a socialização, trazendo segurança para se colocar, se expor, tendo um maior equilíbrio emocional e maior autoestima, além da capacidade de se focar.


Assim, as atividades musicoterápicas como jogos musicais, atividades rítmicas, cantar, música e movimento, tocar instrumentos musicais e composição requerem todo o trabalho cognitivo de raciocínio, organização, atenção, memória, criatividade, a atividade motora, além da troca de ideias (interação social), comunicação (expressar o que se quer de forma adequada), tranquilidade, ouvir o outro, seguir instruções e de fortalecer o emocional e a autoestima, diminuindo a ansiedade, aprendendo a lidar com frustrações, melhorando comportamentos e oferecendo maior autonomia e segurança, além de aumentar a qualidade de vida. Tornando-se assim uma criança ou adolescente mais saudável na escola, na família e no trabalho.


Musicoterapeuta do Espaço Dom Quixote

NOVIDADES SOBRE AUTISMO foi um sucesso!



Neste último sábado, dia 01 de outubro, o Espaço Dom Quixote lotou seu auditório no Seminário Novidades sobre Autismo. Um dia muito agradável, em que a equipe do Espaço trouxe as novidades do Congresso Internacional de Autismo e recebeu profissionais e pais de várias cidades do estado. Palmeira das Missões, Taquari, Porto Alegre, Campo Bom e Novo Hamburgo estiveram representados no evento do último sábado.

Alguns interessados precisaram ficar na lista de espera, pois as vagas eram limitadas e a equipe já está programando uma nova data para a segunda edição.

Caso você não tenha conseguido se inscrever na primeira edição ou perdeu a data do curso, entre em contato conosco e mostre seu interesse por uma nova edição!

Ciclo de Palestras sobre Dislexia


O Ciclo de Palestras sobre Dislexia acontecerá em terças-feiras das 19h30min às 21h30min. Confira a programação:

- 04 de outubro: palestra com psicóloga e psicopedagoga sobre "o que é a Dislexia, como tratá-la e como a família pode auxiliar";

- 11 de outubro: palestra com psicopedagoga sobre "como o professor e a escola podem auxiliar na aprendizagem do aluno com Dislexia";

- 18 de outubro: palestra com fonoaudióloga sobre "como se dá a linguagem na Dislexia e como ela pode influenciar na aprendizagem";

- 25 de outubro: palestra com musicoterapeuta e psicomotricista sobre "músicas e atividades práticas que auxiliam na aprendizagem de sujeitos com Dislexia".

Investimento: R$ 20,00 por palestra ou R$ 70,00 o pacote completo.

Informações pelo e-mail recepcao@espacodomquixote.com.br ou pelo fone (51) 3037-7167

Terapia Cognitiva Comportamental no tratamento da fobia específica



“Um dos efeitos do medo é perturbar os sentidos e fazer que as coisas não pareçam o que são.”
- disse Miguel de Cervantes em Dom Quixote, século XVII.


- Ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo e apreensão que se assemelha a um desconforto em relação à antecipação de perigo. Ela é considerada um fenômeno universal e se liga a mecanismos de ataque-defesa (luta e fuga), vinculados à sobrevivência (Asbahr, Castillo, Manfro & Recondo 2000);

- Na apreensão ansiosa, isto é, um estado de humor orientado para o futuro, o sujeito se torna pronto ou preparado para tentar lidar com acontecimentos eminentemente desagradáveis; essa condição está ligada a um estado de afeto negativo elevado, uma sensação de ausência de controle e um foco sobre os estímulos ameaçadores (Barlow & Craske, 1999 p.15, Fernandes & Terra, 2008);

- O medo fóbico é específico e, na maioria das vezes, lança-se para o meio externo através de manifestações próprias do corpo, as quais, normalmente, afetam o sistema nervoso autônomo, levando a manifestações neurovegetativas, tais como: vertigens, pânico, palpitações, distúrbios gastrointestinais, sudorese e perda da consciência. Esses sintomas determinados pela fobia surgem sempre que o paciente se depara com o objeto fóbico (Ballone, 2005);

- A fobia é um sentimento de medo, injustificado e desproporcional, que se introduz e persiste no campo da consciência e se mantém ali, independente do reconhecimento de sua forma infundada e da intensidade com que se manifesta. A característica essencial da fobia consiste num temor patológico que escapa à razão e resiste a qualquer espécie de oposição, temor este dirigido a um objeto específico (Ballone, 2005).

DESCRIÇÃO

Dentre os quadros psiquiátricos mais diagnosticados, tanto em adultos como em crianças , há os transtornos de ansiedade. Estima-se que a prevalência desses transtornos ao longo da vida seja de 15 % em adultos e 9% em crianças (Asbahr, Castillo, Manfro & Recondo , 2000, para. 9).

Segundo o DSM IV-TR (APA, 2002), entre os Transtornos de Ansiedade, temos a Fobia Específica. Sua característica principal é o medo acentuado e persistente de objetos ou situações claramente discerníveis em que, com freqüência, o estímulo fóbico é evitado ou suportado com temor. O medo ou a antecipação ansiosa do encontro com o estímulo fóbico interfere significativamente na rotina diária, no funcionamento ocupacional (trabalho ou escola) e na vida social do indivíduo. O paciente também sofre maciçamente por ter a fobia. Essas pessoas experimentam um medo acentuado, excessivo ou irracional, na presença ou previsão do confronto com determinado objeto ou situação.

O diagnóstico de Fobia Específica engloba cinco subtipos (DSM IV-TR, APA, 2002):


- Tipo Animal: o medo é causado por animais ou insetos;

- Tipo Ambiente Natural: o medo é causado por objetos ou situações do ambiente natural;

- Tipo Sangue-Injeção-Ferimentos: o medo é causado por sangue ou ferimentos ou por submeter-se a outros procedimentos médicos invasivos;

- Tipo Situacional: o medo é causado por uma situação específica, como andar de ônibus, avião, elevador, dirigir, pontes ou permanecer em lugares fechados;

- Outros Tipos: o medo é causado por outros estímulos, por exemplo, som alto.

As Fobias Específicas parecem ser desenvolvidas de maneiras bastante heterogêneas, variando em função de diferenças individuais, de aspectos ambientais e de seus subtipos, entre outros fatores (FYER, 1998). A fobia específica, de forma geral, é uma psicopatologia de início precoce, ocorrendo por volta dos cinco anos de idade, sendo que, na maioria dos indivíduos, os sintomas se extinguem espontaneamente ainda na infância (Pergher,Piccoloto & Wainer, 2004).

Dependendo do tipo e da magnitude do medo e de suas condutas evitativas, os indivíduos freqüentemente são alvos de zombarias de amigos, familiares, colegas e de outras pessoas do círculo de relacionamentos, intensificando as dificuldades de falar sobre o assunto (Ballone, 2005; Pergher et al,, 2004).

Como solução imediata, os pacientes costumam elaborar espontaneamente maneiras de evitar a proximidade com a situação ou objeto temido. Quando essas evitações fracassam ou geram um custo emocional ou funcional muito grande, aumenta a possibilidade da procura de tratamento (Ballone, 2005;).

TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL

A ênfase deste tratamento consiste na aquisição, pelos pacientes, da confiança para o enfrentamento daquilo que é evitado (Caminha, 2003). A terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem psicoterapêutica fundamentada no modelo cognitivo, segundo o qual a emoção, o pensamento e o comportamento são determinados pela maneira como o indivíduo interpreta o mundo (Beck, 1997).

O pressuposto básico da terapêutica cognitivo-comportamental das fobias específicas é de que o medo, da mesma forma que é aprendido, pode ser desaprendido. É como se durante o desenvolver da fobia, houvesse uma aprendizagem de um jeito, agora, por ocasião da terapia, a aprendizagem devesse ocorrer de um jeito contrário, associada a uma resposta mais adaptativa (Wolpe, 1961).

A aprendizagem mais adaptativa evolui melhor no dia-a-dia, nos ambientes e nos contextos de inserção do paciente. Uma pessoa pode, através da observação, aprender padrões de respostas a certos estímulos de outras pessoas, reagindo aos mesmos em diferentes contextos e podendo gerar novas estratégias de enfrentamento (Vanderberghe; Sousa, 2006).

TRATAMENTO ESTRUTURADO

O diagnóstico é feito basicamente pelos sintomas do paciente, pois não há exames laboratoriais ou de imagem que possam ser usados como critério de avaliação. A psicoterapia deve respeitar as individualidades de cada paciente, ou seja, se atendo as suas características e a gravidade de sua sintomatologia (Abuchaim & Galvão, 2010).

A ênfase do tratamento no enfoque teórico cognitivo-comportamental é a aquisição por parte do paciente, da confiança para enfrentar aquilo que é temido e evitado (Caminha, 2003).

O plano terapêutico é dividido em três partes:

1. Sessões iniciais: psicoeducação sobre o transtorno (consiste em explicar as particularidades do transtorno ao paciente), psicoeducação sobre o modelo cognitivo comportamental (pensamentos influenciam seus sentimentos e comportamentos e podem ainda ativar reações em seu corpo), automonitoramento (identificação de seus sentimentos e comportamentos) e relaxamento (consiste em tencionar e relaxar alternadamente grupos musculares específicos e também a técnica de respiração diafragmática).

2. Sessões intermediárias: dessensibilização sistemática (utilizada para minimizar medos e ansiedades-exposição), auto-instrução (substituição de pensamentos mal-adaptativos por pensamentos adaptativos), modelação (aprendizagem a partir da observação de terceiros) e tarefas de casa (motivação e adesão à tarefa e à terapia).

3. Sessões finais: super aprendizagem (superexposição do paciente á situação ou objeto temido) e a prevenção à recaída (avaliação com o paciente e a família sobre todos os aspectos trabalhados e os ganhos obtidos e explicar que para se manter esses ganhos e necessária a contínua aproximação com o objeto ou situação fóbica) (CAMINHA, 2003; Caminha & Caminha, 2007).

Ao final do processo terapêutico, a proposta da terapia cognitivo-comportamental é que o paciente adquira confiança para enfrentar as suas dificuldades de modo mais independente. Assim, o terapeuta desde o início do tratamento pontua os avanços e melhoras do mesmo. Desta maneira, a cada experiência vivida com sucesso, deve-se reforçar que a fobia específica só será reduzida com a aproximação do objeto ou situação temida e não por sua evitação (Caminha, 2003).

Tem-se muito ainda a estudar, pois é um transtorno que afeta muitas pessoas em todo o mundo.


Fernanda Soares Fernandes - fernandapsico@espacodomquixote.com.br
Psicóloga do Espaço Dom Quixote
Especialista em Psicologia Clínica Terapia Cognitivo - Comportamental