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Então é Natal...


O período que antecede o Natal tem um cheiro diferente no ar... As casas estão mais coloridas, com luzinhas, laços e bolinhas, as crianças estão eufóricas, à espera do bom velhinho... Há mais movimento nas lojas, muitas confraternizações nos mais diferentes grupos dos quais participamos. Roupas novas, comidas especiais, presentes, encontros, férias... Tudo seria intensamente mágico, se parássemos por aí.

No entanto, junto com o final de ano chega também uma sensação de não ter vencido o tempo, ter esquecido alguma coisa, ter que correr para ainda alcançar o que se deseja. O trânsito fica mais violento, as buzinas não param, o empurra-empurra é constante no comércio e os gastos excedem o orçamento. Eis a quebra do encanto.

As crianças entendem o Natal como ganhar o melhor e maior presente de toda a turma e sair em férias para um lugar que possam tirar muitas fotos para colocar no Orkut e os amiguinhos ficarem com muita inveja... Isso, é claro, se puderem levar o notebook ou o telefone com internet para ficarem no MSN com os amigos, contando tudo que estão fazendo ou que poderiam fazer se não estivessem em frente ao computador.

Onde ficou o sentido do Natal? Para onde foi a idéia de solidariedade? A família lembrou de dar um abraço gostoso? Alguém lembrou de presentear aquela criança carente que fica encantada com o mais simples presente?

Então é Natal... e o que você fez? O ano termina e começa outra vez...

Sugiro aos pais um Natal um pouco diferente! Esqueçam um pouco a correria

, neste ano diminua o número de presentes, não precisa fazer uma ceia tão requintada, se ela te faz correr tanto, mas tire um tempo para sua família.

Sentem-se em volta da árvore de Natal, contem a seus filhos como era o Natal na sua infância, levem seus filhos até uma loja, escolham um presente bem bonito, mandem empacotar e entreguem para uma criança mais humilde, juntem a família e visitem um lar de idosos, levando biscoitos de Natal... Cantem “Noite Feliz”, se proponham a escrever um cartãozinho de Natal para cada pessoa da família, contando o quanto ela é ou foi importante para você. Aprenda com as crianças a deixar o olho brilhar quando ouve o sino do Papai Noel.

Sim, é muito difícil remar contra a maré ou correr no sentido inverso da multidão, mas vamos tentar! O encanto com o brinquedo novo não dura muito mais do que os fogos da virada do ano, mas uma experiência de encontro verdadeiro entre a família deixa marcas na nossa lembrança por toda a vida!

O Espaço Dom Quixote deseja a todos um Natal mágico e encantador!

Fabiola Scherer Cortezia – fabiola@espacodomquixote.com.br

Psicóloga do Espaço Dom Quixote


LESÃO MEDULAR E TERAPIA OCUPACIONAL: aprendendo a conviver com as limitações e buscando progressos




A LESÃO MEDULAR

A medula espinhal é uma importante via de comunicação entre cérebro e as outras partes do corpo. A medula é uma parte do Sistema Nervoso Central que conecta o cérebro com os nervos responsáveis pela condução das ordens motoras e sensitivas. Além disso, a medula funciona como centro regulador de funções importantes como respiração, circulação, bexiga (micção), intestino (evacuação), temperatura e atividade sexual. Quando a medula é lesada ocorre uma interrupção na condução das ordens motoras e sensitivas em algum nível da coluna vertebral. Quanto mais alto o nível da lesão, maior será o comprometimento, que sempre se dá abaixo do nível da lesão. As lesões podem ser:

Traumáticas: Decorre de algum tipo de acidente fraturando a coluna com conseqüente ruptura da medula espinhal, afetando seu funcionamento adequado.

Não traumáticas: Geradas fatores diversos como tumores que comprimem a medula ou regiões próximas, acidentes vasculares e hérnias de disco que acabam levando ao corte ou diminuição do fluxo sanguíneo.

Assim os comprometimentos corporais variam de acordo com o nível da lesão desde paralisias (perda da força muscular), até deficiência no controle das necessidades de defecar e urinar, além de sexualidade e respiração.

Ainda podemos classificar a lesão medular em:

Lesão Completa: Onde há comprometimento de todas as vias sensitivas e motoras.

Incompleta: Aqui o comprometimento se dá no nível de algumas vias motoras e/ou sensitivas, havendo retorno parcial ou total da movimentação voluntária e/ou sensibilidade.

Imediatamente após o trauma, inicia-se uma fase chamada de choque medular, onde não haverá a presença de qualquer tipo de reflexo, movimentos involuntários ou espasticidade. Essa fase tem duração média de alguns dias, podendo se estender até alguns meses. Ao término dessa fase, se não houver agravamento maior, gradativamente os reflexos surgirão.

O TRATAMENTO

O tratamento médico inicial tem como principais objetivos a preservação anatômica e a funcionalidade da medula espinhal. Além da restauração do alinhamento da coluna vertebral, estabilização do segmento vertebral lesado, prevenção de complicações gerais e locais e o restabelecimento precoce das atividades do paciente, devendo ser realizado o mais precocemente possível, desde que as suas condições gerais permitam. Enquanto o tratamento cirúrgico é apenas para reduzir e realinhar o segmento vertebral lesado, restaurar a estabilidade do segmento lesado a fim de evitar lesões adicionais da medula espinhal e favorecer a sua recuperação.

QUAL A FUNÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL?

O terapeuta ocupacional participa do tratamento de reabilitação desde a chegada do paciente ao hospital. O paciente chega na fase aguda e é admitido na unidade de terapia intensiva. Esta fase se caracteriza pela paralisia flácida temporária causada pela ausência de reflexos musculares. Neste momento, cabe ao terapeuta ocupacional orientar o correto posicionamento dos membros superiores para enfermagem e familiares, especialmente em pacientes com lesão cervical. Através de movimentos passivos, lentos e suaves, busca-se manter a amplitude do movimento, prevenir quadros de dor aguda decorrentes da falta de movimentação e o fortalecimento muscular.

Na fase de pré-reabilitação, o terapeuta ocupacional indica e orienta exercícios que o paciente pode realizar com o seu acompanhante e independentemente, verifica a possibilidade do paciente realizar atividades de vida prática e diária com independência. De acordo com Priscila, o profissional orienta manobras e/ ou confecciona adaptações, prescreve a cadeira de rodas. Já na fase de reabilitação o objetivo terapêutico ocupacional visa melhorar o potencial funcional do paciente em prol da sua independência. Através de mobilizações para relaxamento e alongamento da coluna cervical, cintura escapular e membros superiores, treino de equilíbrio de tronco e treino funcional dos membros superiores, fortalecimento da musculatura remanescente, prescrição, confecção e monitoração de órteses de posicionamento ou funcional.

Além disso, o terapeuta ocupacional integra a equipe e atua visando não apenas a recuperação funcional da pessoa com lesão medular, mas também como em questões referentes à aceitação da deficiência, da inclusão social, das atividades de trabalho, entre outras.

Para tornar o ambiente do paciente o mais funcional e adequado o terapeuta ocupacional faz uso da tecnologia assistiva. A Tecnologia assistiva é o termo utilizado para identificar todo o tipo de recursos e serviços que visem proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e assim promovendo uma vida independente e inclusiva. Dentro desta área trabalhamos com comunicação alternativa e ampliada, adaptações de acesso ao computador, equipamentos de auxílio para visão e audição, controle do meio ambiente, adaptação de jogos e brincadeiras, adaptações da postura sentada, mobilidade alternativa, próteses, adaptações ambientais, de uso diário e uso prático.

Ainda ao terapeuta ocupacional, cabe avaliar as necessidades do paciente, bem como suas habilidades físicas, cognitiva e sensorial, assim como discutir formas de acesso, desenvolver a funcionalidade de membros superiores e outras partes do corpo e promover atividades de vida diária, envolvendo avaliação e adaptação de posturas para a realização das atividades. Não se esquecendo que ao avaliar o paciente deve-se atentar-se a receptividade do sujeito quanto a modificação ou uso da adaptação, além da sua condição sociocultural e às características físicas do ambiente.

O terapeuta ocupacional instrui o uso apropriado do recurso de tecnologia assistiva e orienta as outras pessoas envolvidas no uso dessa tecnologia. Hoje vemos muito as adaptações de talheres, copos e maquiagem. A No caso da lesão medular o tratamento na água, traz uma diversidade de benefícios onde há uma liberdade de movimentos proporcionada pela terapia na água, a diminuição da força da gravidade possibilita ao paciente posições e atividades que não seriam possíveis de serem realizadas fora da água, além do efeito de relaxamento muscular que a hidroterapia proporciona, tendo em vista as grande contraturas desenvolvidas na musculatura desses pacientes.

Cabendo ao terapeuta ocupacional adaptar o ambiente, resgatar a auto-estima e prevenir deformidades que possam surgir, através de modificações, alongamentos, movimentos passivos, explica a terapeuta ocupacional Priscila.

A tecnologia assistiva como recurso terapêutico ocupacional permite as pessoas portadoras de deficiências e seus familiares possam ter uma vida satisfatória e com maiores possibilidades, como a inserção social.

Priscila Straatmann Mórel – priscilato@espacodomquixote.com.br

Terapeuta Ocupacional e Psicomotricista do Espaço Dom Quixote

Reprovado: e agora?


Muitos alunos e alunas vivem, neste momento, a expectativa pelo resultado de um ano de estudos. Nem todos os resultados serão de alegria, alívio e vitória por mais uma etapa vencida. Alguns alunos terão que lidar com a reprovação e o sentimento de frustração. Para muitas famílias este resultado provoca desorganização e mal-estar. É muito comum neste momento a famosa caça às bruxas ou bruxos: quem é o culpado? Professores, alunos, pais, todos se responsabilizam e são responsabilizados.

É importante que um resultado como a reprovação não seja visto, apenas, como uma derrota, um ano perdido, uma vergonha, mas como um alerta de que algo aconteceu, de que algo está errado e precisa mudar. Nesta hora, culpar ou responsabilizar uma das pontas do processo de educação não modificará o resultado e nem aliviará o sentimento negativo que se instala. É preciso refletir sobre a reprovação de um filho ou uma filha e planejar metas para obter um melhor resultado no ano seguinte.

A família tem um papel muito importante no processo educativo dos filhos, incentivando e organizando a rotina de estudos, valorizando a escola e a aquisição de conhecimentos, acompanhando o processo e os resultados dos filhos através dos cadernos, provas, conversas, momentos de estudo. Fazer parte da comunidade escolar não significa apenas matricular o filho numa escola; significa participar, na medida do possível e com esforço, das reuniões de pais, agendamentos de conversas com professores, festividades escolares.

Quando uma criança ou adolescente percebe os pais interessados e participativos na escola, sente-se valorizado e incentivado a ter um comprometimento maior com o seu estudo. Da mesma forma, os educadores que percebem a família valorizando o trabalho e esforço dos professores e da escola sentem-se mais comprometidos e respaldados. Este envolvimento da família cria um canal aberto para, família e escola, buscarem soluções para as dificuldades de aprendizagem que possam ocorrer durante o ano letivo.

Cabe ainda investigar se a reprovação é fruto de um desajuste escolar — falta de estudo, não realização de tarefas e não cumprimento de prazos para sua entrega, má postura no ambiente escolar que provoca indisciplina, descomprometimento e descaso — ou, ainda, se há uma dificuldade de aprendizagem. Quando há suspeita de dificuldade de aprendizagem, é importante investigar com profissionais capacitados para iniciar um trabalho de recuperação e resgate de habilidades cognitivas e de auto-estima.

Muitas podem ser as dificuldades de aprendizagem que impedem o sucesso imediato e esperado na vida escolar. Questões biológicas, psicológicas e sociais precisam ser investigadas para construir uma proposta terapêutica adequada e ajudar a criança ou adolescente a enxergar possibilidades de superação das dificuldades. Em alguns casos, este acompanhamento é temporário, tratando de questões bem pontuais e práticas; em outros, o acompanhamento é transdisciplinar, com vários profissionais, e trata de questões mais funcionais, subjetivas e com comprometimento maior.

É importante que a escola e a família estejam atentas a todos os sinais demonstrados durante o ano. Resultados negativos nas avaliações, incapacidade de compreender as informações, desatenção em sala de aula, comportamento inadequado, mudanças emocionais, mal-estar físico e desmotivação com a escola podem ser indicadores de que algo não está bem e precisa ser investigado com mais atenção. Nestes momentos, a conversa entre família e escola é fundamental para tentar compreender o que está acontecendo e buscar ajuda durante o ano letivo.

Cabe também ao aluno o comprometimento com os estudos, a dedicação e organização de tarefas e o envolvimento em sala de aula, buscando compreender e participar efetivamente das propostas de trabalho apresentadas pelos professores. Manter uma rotina de estudos em casa — revisando e estudando —, buscar ampliar seus conhecimentos com mais informações, alimentar-se adequadamente, realizar atividades físicas ou de lazer com os amigos e ter uma boa noite de sono são elementos indispensáveis para obter sucesso na vida escolar.

Se o resultado de um ano letivo for a reprovação, é importante encarar a situação com seriedade e compreensão. Mudar comportamentos, assumir responsabilidades e buscar ajuda são compromissos importantes e indispensáveis para não repetir este resultado. Deve-se cuidar para que a reprovação não acabe com a harmonia da família, não rebaixe a auto-estima do filho/da filha e não destrua a relação com a escola, mas seja entendida como uma nova oportunidade para refazer o caminho, aprender o que não foi aprendido, compreender-se melhor e desenvolver as competências e habilidades necessárias para uma boa qualidade de vida em todos os âmbitos.

Janete Cristiane Petry – janetepp@espacodomquixote.com.br

Psicopedagoga do Espaço Dom Quixote

A importância da música na vida das pessoas com deficiência


A Musicoterapia cada vez mais mostra sua eficácia para pessoas com deficiência, além de ser um grande meio de inclusão na qual pessoas com e sem deficiência podem participar de uma mesma atividade musical.

O Musicoterapeuta trabalha com as potencialidades da pessoa com deficiência. A música desenvolve e facilita essas potencialidades.

As pessoas reagem às experiências musicais exatamente da mesma forma que as pessoas sem deficiência. A música é de grande importância para as pessoas com deficiência, pois pode amenizar ou até resolver suas dificuldades, como as de expressão, comunicação, socialização e motora, quando estas existem. A dificuldade em alguma das áreas sensorial, emocional e/ou intelectual prejudica as outras áreas, pois estão todas interligadas. A melhor maneira de desenvolvimento é integrar todas as áreas e a música oferece experiências que estimulam todas elas ao mesmo tempo, desenvolvendo assim mente, corpo e emoção e ampliando os limites físicos, sociais ou mentais que a pessoa possui.

A música é uma forma de comunicação não verbal, trazendo assim uma gama de possibilidades para uma pessoa com dificuldades de expressão e comunicação, permitindo o estabelecimento ou restabelecimento de contato social sem a fala. Neste caso, a Musicoterapia se torna mais eficaz que outras terapias. A fala pode ser desenvolvida através de canções ou outras maneiras como jogos musicais. Há muitos casos de pessoas que recuperaram parcialmente ou totalmente a fala através da Musicoterapia.

A Musicoterapia é eficaz para aliviar tensões, promover o equilíbrio emocional, aumentar a autoestima, a autonomia e motivação. A música trabalha a razão e a emoção, proporciona momentos lúdicos e libera endorfinas. Aciona a mesma área do cérebro ativada pelo prazer da alimentação, sexo e drogas, e traz um significante benefício para o bem estar físico e mental. Por ser prazerosa, dá motivação para as pessoas com deficiência desenvolver áreas que apresentam mais dificuldades. Na deficiência física a vontade de tocar um instrumento supera as dificuldades e estimula todo o desenvolvimento motor.

O campo motor é trabalhado na Musicoterapia com o ritmo, movimentos associados à música, dança, instrumentos musicais e expressão corporal, estimulando a coordenação motora, tônus muscular, entre outros.

A integração social é desenvolvida na Musicoterapia, pois a música permite que todos participem da mesma atividade de diferentes maneiras, em diferentes níveis e diferentes tipos de participação, acolhendo a todas e todos.

Além disso, a música estimula o aprendizado global, trabalhando a memória, a atenção e concentração, refletindo nos processos de alfabetização e escrita. Willems relaciona o ritmo com a vida fisiológica, estando ligado e sendo capaz de desenvolver as questões corporais, a harmonia com o lado intelectual, estimulando a ordem e lógica ao pensamento e a melodia com a vida afetiva, expressando e influenciando-a. Assim, a música apresenta uma complexidade que permite o desenvolvimento de todas as áreas do desenvolvimento humano como terapia.

A autonomia é desenvolvida através da independência do paciente no fazer musical, nas escolhas (escolher um repertório, um instrumento) e essas questões perpassam o ambiente terapêutico refletindo em uma pessoa com mais autonomia no seu dia a dia. Quanto maior a autonomia. mais a pessoa aprende a se virar sozinha, mais independente se torna. O desenvolvimento das relações intra e interpessoais, da autoestima, do âmbito motor e da comunicação contribui para a integração da pessoa com deficiência na sociedade.

Assim, a Musicoterapia contribui no processo integral de todo ser humano, sendo de importância tanto para pessoas com deficiência, como sem deficiência. Todos podem fazer música, cada um com suas potencialidades e limitações. Há muitos músicos que apresentam alguma deficiência como a visual ou física ou também pessoas com transtorno do espectro autista que apresentam uma habilidade incrível para fazer música.

Os resultados que a Musicoterapia apresenta para pessoas com deficiência são entre outros: maior interação social, aumento do contato visual, maior vocalização, melhora na memória e atenção, maior desenvolvimento motor, aumento da capacidade de aprendizagem, maior expressão e desenvolvimento emocional, maior autoestima e independência, influenciando positivamente na vida da pessoa.

O Espaço Dom Quixote oferece atendimento em Musicoterapia para crianças e adolescentes com e sem deficiência – venha conferir!

Luciana Steffen – lucianamt@espacodomquixote.com.br
Musicoterapeuta do Espaço Dom Quixote

Oficina de Férias

09 de dezembro - Dia do Fonoaudiólogo


O Dia do Fonoaudiólogo é comemorado no dia 09 de dezembro, pois nesta data do ano de 1981 a profissão foi regulamentada através de lei específica.

A Fonoaudiologia é uma área que vem crescendo a cada dia e conseguindo inserção nos meios em que a sua atuação pode auxiliar na qualidade de vida das pessoas.

O fonoaudiólogo que atua na infância tem papel fundamental na aquisição e desenvolvimento adequado da linguagem, que irá garantir uma comunicação eficiente nas situações em que a criança estiver. Sabe-se que a comunicação é fundamental na nossa sociedade e a interação social se dá fortemente baseada na linguagem. É através dela que desenvolvemos nossa capacidade de pensar, ouvir, analisar, refletir e aprender.

A todos os fonoaudiólogos um excelente dia!

Parabéns a todos!


Fernanda Helena Kley - fernandafono@espacodomquixote.com.br
Fonoaudióloga do Espaço Dom Quixote

Comportamento alimentar no autismo


O Autismo infantil é um transtorno global do desenvolvimento caracterizado por um desenvolvimento atípico, com manifestação antes da idade de três anos, perturbação característica do funcionamento nos três domínios: interações sociais, comunicação, comportamento focalizado e repetitivo.

O transtorno é acompanhado comumente de numerosas outras manifestações inespecíficas como fobias, perturbações de sono ou da alimentação, agressividade.

Os comportamentos repetitivos e interesses restritos, características fundamentais do autismo, podem desempenhar um papel na seletividade alimentar. As crianças com transtorno do espectro autista (TEA) muitas vezes resistem a novas experiências, que podem incluir a degustação de novos alimentos.
Pais de crianças com TEA frequentemente relatam que seus filhos são altamente seletivos, com repertório muito restrito de aceitação dos alimentos, que pode ser limitado a um mínimo de cinco alimentos.

As crianças com TEA também são mais propensas a aceitar somente alimentos de baixa textura, como aqueles oferecidos em forma de purê. É observado também uma forte preferência apenas por alimentos de certa cor ou apenas alimentos em embalagens especiais.
Pesquisas sugerem que a seletividade alimentar é mais comum em crianças com TEA do que de crianças com desenvolvimento típico, e que um repertório limitado de alimentos pode estar associado a deficiências de nutrientes.
O manejo da seletividade alimentar e preocupações sobre a adequação da dieta da criança com TEA são os principais motivos para o encaminhamento a serviços especializados em nutrição.


Daniele Santetti - danielenutri@espacodomquixote.com.brNutricionista do Espaço Dom Quixote



O curso AUTISMO: UMA VISÃO TRANSDISCIPLINAR termina nesta terça-feira após noites de valiosas discussões a respeito deste assunto tão rico. Agradecemos a todos que compareceram e fizeram deste curso um sucesso!


Achou interessante o assunto? Novas turmas serão disponibilizadas em breve ou podemos ir até a sua escola! Entre em contato com o Espaço Dom Quixote!

Veja as fotos!




INTEGRAÇÃO SENSORIAL

A teoria da Integração Sensorial é baseada no entendimento da seqüência do desenvolvimento humano e no entendimento das respostas adaptativas que a criança é capaz de dar a cada nível etário. Ou seja, o cérebro recebe constantemente grandes quantidades de informação através dos sentidos. Através dos sentidos é que a criança, conforme aprende a se mover, equilibrar-se e relacionar-se com os objetos e pessoas ao seu redor, aprende sobre o mundo em que vive. O cérebro organiza toda a informação recebida para possibilitar uma resposta. Se a modulação do sistema sensorial e as capacidades de suporte funcional não estão integradas, então as respostas adaptativas não atingirão um nível ótimo. Habilidades isoladas a partir de uma necessidade especifica tendem a não se generalizar para outras situações.


Segundo AYRES (1972), a Integração Sensorial é o processo pela qual o cérebro organiza as informações, de modo a dar uma resposta adaptativa adequada, organizando assim, as sensações do próprio corpo e do ambiente de forma a ser possível o uso eficiente do mesmo no ambiente. Visando assim quantidade e qualidade de estímulos proporcionados ao sujeito, para que busque um equilíbrio modulado, dando assim, uma resposta que esteja de acordo com suas capacidades e com o meio, melhorando o desempenho de uma criança, em seu processo de aprendizagem.


Aplicação pratica da integração sensorial:


- os estímulos sensoriais controlados podem ser usados para eliciar uma resposta adaptativa;

- uma resposta adaptativa contribui para o desenvolvimento da integração sensorial;
- quanto mais auto dirigida as atividades da criança, maior é o potencial das atividades para aprimorar a organização neural;

- padrões mais amadurecidos e complexos de comportamento são compostos pela consolidação de comportamentos mais primitivos;

- a melhor organização de respostas adaptativas intensificara a organização do comportamento geral da criança;

- é necessário o registro dos estímulos sensoriais significativos antes da resposta poder ser dada. (Carvalho, 1996).


Quando ocorre um distúrbio na recepção e organização das informações sensoriais recebidas sobre o mundo vai afetar o desempenho nas demais áreas. Quando a criança não recebe informações sensoriais importantes de forma clara e concisa, pode não estar recebendo o “alimento” que o cérebro precisa para o processo de aprendizagem, ocasionando problemas de comportamento e auto-estima. Sendo afetado, com maior visibilidade, a capacidade de aprendizagem, o desenvolvimento da coordenação motora e da linguagem. Interferindo com a habilidade de planejar e executar atividades motoras não habituais que é conhecida como dispraxia. Esta disfunção não é só um transtorno da coordenação ou execução motora, há dificuldade em conceituar ou formular um plano de ação. Assim, vemos crianças muito inteligentes, que não produzem de acordo com o potencial intelectual que possuem. Podemos então suspeitar que exista uma dificuldade no processamento sensorial.


Crianças com distúrbios neuromotores, sensoriais, déficit de aprendizagem, distúrbios do desenvolvimento se beneficiam da técnica de Integração Sensorial.



Priscila Straatmann Mórel – priscilato@espacodomquixote.com.br

Terapeuta Ocupacional e Psicomotricista do Espaço Dom Quixote