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Musicoterapia para crianças


Qual criança que não gosta de música? Não canta uma melodia repetidamente ou as cria? Qual criança que não fica atraída e curiosa pelo som de um instrumento diferente?

Sendo o interesse pela música um pré-requisito para iniciar um processo musicoterapêutico, a Musicoterapia é de extrema importância para as crianças, trazendo diversos benefícios e auxiliando no seu desenvolvimento global.

Nas sessões de Musicoterapia são oferecidos instrumentos, assim como sons, canções que podem estar acompanhadas de gestos, entre outros recursos. Nesse fazer musical, o musicoterapeuta vai percebendo as necessidades e potencialidades da criança e as trabalha através de atividades musicais estruturadas, utilizando a música como outro meio de expressão que não a fala, um meio menos amedrontador, permitindo que a criança se sinta mais segura para se expressar.

Na sua expressão musical surgem suas dificuldades como baixa autoestima, falta de iniciativa, indisciplina, ansiedade, insegurança, dificuldades em organizar sequências (fundamental para o aprendizado), dificuldades motoras e de comunicação, entre outras questões emocionais, sociais, cognitivas ou motoras.

As canções folclóricas estão ficando cada vez mais esquecidas. Muitas crianças não as conhecem mais, mas sabem cantar e dançar a última moda do Funk. As canções folclóricas promovem momentos lúdicos, fundamentais para o bom desenvolvimento da criança, desinibem, promovem a autoexpressão, trabalham emoções, promovem a integração, a criatividade e o raciocínio, exercitam a coordenação motora, permitem que a criança projete suas dificuldades, medos e anseios, trabalhando seu desenvolvimento integral. Salienta-se a importância do resgate do folclore em contraste com canções com conteúdos preconceituosos e pornográficos, como muitas vezes ocorrem no Funk.

O brincar é indiscutivelmente fundamental para a saúde da criança e está sendo cada vez mais substituído por “brinquedos prontos” como o computador ou videogame, que não necessitam de criatividade e imaginação. Muitas vezes a Musicoterapia é o único momento que a criança desenvolve sua capacidade lúdica através das canções folclóricas ou outros recursos.

A Musicoterapia também com seus outros recursos como a improvisação, o tocar, o cantar, os jogos musicais, a escolha de canções, entre outros, possibilita o desenvolvimento emocional, cognitivo, social e físico das crianças. Traz resultados surpreendentes para crianças com comportamentos inadequados e falta de limites, pois a música impõe uma disciplina. A estrutura musical é uma estrutura organizada que necessita ser respeitada rigidamente. Um instrumento tem que ser executado em determinado momento da música e não em outro, as alturas musicais, o ritmo, o andamento não podem ser modificados, pois caso contrário não seria mais a mesma música. Assim, a criança aprende a esperar sua vez de tocar/cantar/falar e trabalha sua disciplina e capacidade de frustração.

A música auxilia na capacidade de aprendizagem, seja em questões cognitivas, como aprimorando a atenção, concentração, memória, criatividade, raciocínio, a relação espacial e temporal (a música é uma organização espaço-temporal), e servindo como suporte nas tarefas acadêmicas, questões de coordenação motora, questões emocionais, através da autoexpressão e aumentando a motivação para o estudo, já que a música é uma atividade prazerosa, entre outras. As causas das dificuldades de aprendizagem são oriundas de qualquer um dos âmbitos do desenvolvimento, a Musicoterapia é eficaz, pois é capaz de trabalhar todos eles.

Crianças com deficiência apresentam resultados maiores através da música, tanto na sua capacidade cognitiva, quanto emocional, física ou social, podendo a Musicoterapia desenvolver suas potencialidades.

A música além de ser capaz de ativar todas as áreas do cérebro, dá prazer, promove uma gratificação, aumentando o desejo de fazer música, e através desse fazer musical, trabalham-se diversos aspectos do desenvolvimento da criança, suprindo suas necessidades. A Musicoterapia acalma crianças agitadas, melhora a autoestima, desenvolve a autonomia, reduz comportamentos inadequados e melhora sua criatividade, trazendo novas maneiras de resolver conflitos tanto emocionais, quanto intelectuais, melhorando assim, a qualidade de vida da criança e promovendo um desenvolvimento mais saudável, sendo indicada para crianças de todas as idades.

Saiba mais sobre a Musicoterapia no Espaço Dom Quixote!


Luciana Steffen – lucianamt@espacodomquixote.com.br
Musicoterapeuta do Espaço Dom Quixote

Terapia Ocupacional e Unidade de Terapia Intensiva Neonatal


O surgimento da Terapia Ocupacional como profissão, oficialmente reconhecida como tendo ocorrido na segunda década do século XX, está profundamente ligado ao trabalho hospitalar, seja por suas raízes no uso das ocupações nos manicômios psiquiátricos, seja por seu “nascimento”, entre as guerras mundiais, relacionados ao trabalho nos hospitais civis e militares junto a incapacitados físicos e doentes crônicos, como tuberculosos e seqüelados por acidentes de trabalho. (Carlo e Bartalotti, 2006).

Enquanto isso, os primeiros relatos de cuidados ao recém-nascido remontam à era greco-romana. Somente no século XVIII, em 1769, na cidade de Londres criou-se o primeiro serviço com as características de maternidade, atendendo crianças em geral. Depois, na França surge o primeiro hospital destinado exclusivamente às crianças e aos recém – nascidos, em 1802.

Contudo, só em 1815, iniciaram-se as atividades de assistência destinadas a recém – nascidos, especialmente a prematuros. Com isso, a partir de 1960-1970, o professor Alexandre Minkowski decidiu adaptar aos bebês prematuros técnicas que a escola americana herdara das terapias intensivas destinadas a adultos e aplicava em crianças maiores.

O Terapeuta Ocupacional consegue se inserir nesta equipe com o trabalho de estimulação precoce, promovendo o acompanhamento do seu desenvolvimento sensório-motor, cognitivo, afetivo e social.

Enquanto, nos últimos anos, começa-se a pensar em atuar em UTIN no Rio Grande do Sul, nos EUA essa prática já vem sendo discutida desde 1970 e regulamentada em 1993, em Congresso da AOTA, devido à grande procura nos últimos anos. Entre as especificações do Terapeuta Ocupacional está a especialização em desenvolvimento infantil, além de ter amplo conhecimento e prática nesta área. (Delia Gorga, 1994, AJOT)

É neste sentido que se compreende a inserção do Terapeuta Ocupacional no espaço hospitalar como um profissional que tem como finalidade proporcionar melhor qualidade de vida durante o processo de internação, para as mulheres/mães, gestantes, bebês e seus familiares, oferecendo suporte por meio da relação terapeuta-paciente-atividades.

Nos EUA, os hospitais que oferecem o atendimento a recém-nascidos, constituem-se uma equipe interdisciplinar a fim de adquirirem habilidades e conhecimento dos pacientes. Neste meio, segundo Delia Gorga (1994), a Terapia Ocupacional promove um olhar diferenciado quando se fala no recém-nascido, ou seja, o Terapeuta Ocupacional olha para ele de forma holística, considerando a sua performance global, atentando para as performances motoras, sensoriais, cognitivas e emocionais, no sentido de como se dá essa organização corporal, dentro das atividades de avaliação funcional. Também se considera como a família pode assumir as modificações na estrutura de papéis parentais dentro deste ambiente.

A Terapia Ocupacional tem como especificidade a utilização de atividades como recurso terapêutico. Segundo Ferrigno (apud Kudo,1997), o Terapeuta Ocupacional utiliza a atividade como instrumento que pode viabilizar a expressão, a espontaneidade, o conhecimento das potencialidades e das limitações dos clientes durante as suas ações no mundo.

Para Motta e Takatori (2001), a atuação do Terapeuta Ocupacional em pediatria compreende o atendimento a recém-nascidos, bebês e crianças que “apresentam riscos ou alterações no seu desenvolvimento, decorrentes de circunstâncias de ordem orgânica, emocional e social que podem estar presentes antes, durante e logo após o nascimento ou durante a infância”.

Cabe ao Terapeuta Ocupacional através do atendimento com uma ampla observação do estado geral do bebê; após verificação do estado de consciência, de obtenção de informações com a equipe de enfermagem sobre o dia do RN, como é o seu posicionamento na incubadora ou no berço, como está o vínculo mãe-bebê, sem esquecer-se de observar o fazer do bebê, todos os movimentos e expressões, visto que estas são suas atividades; mostrar e auxiliar os profissionais e familiares nos cuidados com o recém-nascido. Neste contexto, o atendimento deve atender as necessidades emocionais e adaptativas do bebê e da família.

Na prática, o Terapeuta Ocupacional ajuda na elaboração de conteúdos emocionais da criança e da sua família, além de proporcionar maior integridade de funções no leito, avaliar e estimular sensoperceptocognitivamente o bebê, possibilitando maior segurança e facilitando o processo de alta hospitalar.

Segundo Meyerhof (1997), o objetivo da intervenção será tanto no sentido de promover o input sensorial como a de proteger o bebê de excesso de estimulação, graduando os estímulos de acordo com o desenvolvimento adaptativo do neonato. Enquanto a escala Brazelton tem como propósito original descrever o sistema autônomo, a atividade motora, os estados de consciência e a atenção social, vistos como integrativos e interativos no bebê a termo e saudável.


Priscila Straatmann Morél – priscilato@espacodomquixote.com.br
Terapeuta Ocupaciona e Psicomotricista do Espaço Dom Quixote

Escoliose? Seu filho tem?


Nas crianças em fase de crescimento, os ossos podem apresentar desalinhamentos. Esses problemas incluem a escoliose, na qual a coluna vertebral encurva-se anormalmente e acarreta problemas que afetam toda a estrutura e postura da criança.

Dados nos trazem que cerca de 2% da população mundial tem escoliose. Sua detecção e sua gestão precoce podem impedir sua evolução a um grau extremo.

Geralmente, uma escoliose discreta não causa sintomas. A pessoa pode sentir cansaço nas costas após permanecer muito tempo sentada ou em pé. O cansaço pode ser seguido por dor muscular nas costas e, finalmente, por uma dor mais intensa em um caso mais grave. As curvaturas da escoliose, em sua maioria, são convexas para a direita na parte superior das costas e para a esquerda na parte inferior. Uma coluna vertebral com escoliose vista de costas, apresenta uma forma que lembra as letras C ou S, quando normalmente a coluna vertebral se parece com a letra I.

A escoliose pode ser detectada durante um exame físico de rotina. Pais, professores ou o médico podem suspeitar de uma escoliose quando a criança apresenta um ombro que parece mais alto que o outro, um lado do quadril mais alto que o outro e também quando a cintura parecer ser mais estreita (marcada) de um lado que do outro.

Algumas pessoas podem ser mais propensas a ter escoliose, e na maioria dos casos são meninas. A escoliose geralmente piora nos períodos de ESTIRÃO de CRESCIMENTO.

Como tratamento corretor, o médico ortopedista pode indicar a utilização de um colete ortopédico visando manter a coluna vertebral reta. Já a Fisioterapia participa do tratamento através de métodos e técnicas, buscando a reeducação postural, conscientização da postura correta, fortalecimento e alongamento da musculatura da coluna vertebral.

Em alguns casos, dependendo da gravidade da curvatura, pode ser necessário tratamento cirúrgico. Sendo assim muito importante o diagnóstico e tratamento precoce da escoliose, evitando a progressão da curvatura da coluna vertebral e diminuindo a necessidade da realização de uma cirurgia.


Priscila Votto Fernandes – priscilafisio@espacodomquixote.com.br
Fisioterapeuta do Espaço Dom Quixote

Crianças que não sabem o que falar


Frequentemente os fonoaudiólogos são interrogados a respeito daquelas crianças que adquiriram a linguagem, ou seja, aprenderam a falar, mas que parece que não sabem como utilizar esta linguagem, pois praticamente não tem iniciativa para começar uma conversa ou manter ela acrescentando informações.

São crianças que dificilmente perguntam em sala de aula, mesmo que não entenderam alguma explicação do professor, pois tem dificuldade em escolher as palavras e em elaborar frases. Também é possível observar naquelas crianças que contam fatos utilizando poucas palavras e frases muito simples. Por exemplo, quando uma criança é perguntada sobre o que fez no final de semana, ela terá várias coisas para contar; o que fez, de que brincou, com quem, etc, mas é comum escutarmos de crianças a simples frase “brinquei” e ela não continua o assunto e precisa ser interrogada sempre para criar um diálogo. Ou ainda, crianças que são perguntadas sobre o que comprou no mercado e que respondem “um negócio”. Esta dificuldade está relacionada com a falta de vocabulário, a falta de necessidade de conversar e, principalmente, a falta de estímulo para se comunicar e isto está fortemente ligado aos estímulos que a criança recebe em casa.

Se o ambiente familiar é um ambiente em que pouco se conversa, em que não se tem o hábito de todos sentarem e conversarem apenas, ao invés de estarem olhando televisão, jogando no computador ou fazendo todas as inúmeras atividades que temos que dar conta durante um dia, a criança não irá perceber o quanto é importante a comunicação para o nosso relacionamento social. É de extrema importância que os pais consigam reservar um horário para conversar com seus filhos, escutarem o que eles têm para contar e instigarem para que contem com detalhes, relatando situações, nomes de pessoas e tudo que possa estar relacionado ao assunto em questão.

Também é importante que os pais sempre expliquem o que é um determinado objeto, para que serve, de que é feito e digam para as crianças que perguntem sempre que tiverem dúvidas, incentivar que elas sejam curiosas, mesmo que isso signifique “perder” um pouco mais de tempo conversando com a criança, e os pais verão que este “perder” significa “ganhar” para a criança, pois ela não se contentará com o superficial ou deixará de entender algo por não saber como perguntar.

Este papel também pode ser desenvolvido na escola, considerando que as crianças passam boa parte de seu dia neste ambiente. Os professores também devem ser questionadores, não aceitar frases simples e restritas à resposta de perguntas. Isto deve ser feito desde a Educação Infantil, para que os alunos desenvolvam a linguagem e também desenvolvam a sua aprendizagem. Um aluno que não tem uma boa oralidade com certeza não saberá escolher as palavras para escrever um texto.

Quanto mais conversarmos com os nossos filhos e alunos, mais vocabulário eles terão para utilizar na hora de se comunicar e mais vontade terão de realizar esta forma de relacionamento com as pessoas que convivem com ela.

Conversar com as crianças também pode ser agradável e prazeroso, só basta tornar disto um hábito.


Fernanda Helena Kley – fernandafono@espacodomquixote.com.br
Fonoaudióloga do Espaço Dom Quixote
A participação da nossa equipe nos programas da Rádio ABC e da Rádio Progresso foi um sucesso!

Veja as fotos das nutricionistas Débora Simone Kilpp e Daniele Santetti durante o programa ao vivo sobre alimentação








Espaço Dom Quixote no rádio

Nesta sexta-feira, dia 15 de outubro, profissionais do Espaço Dom Quixote estarão presentes em duas rádios da região em debates ao vivo.

Na rádio Progresso de São Leopoldo - 1530 AM, as nutricionistas Débora Simone Kilpp e Daniele Santetti participarão do debate das 9 horas às 9 horas e 30 minutos falando sobre temas da alimentação, em lembrança ao Dia Mundial da Alimentação, comemorado no dia 16 de outubro.

Já na rádio ABC 900 AM, o debate será sobre Autismo e contará com a participação da psicóloga Fabíola Scherer Cortezia e da Terapeuta Ocupacional e Psicomotricista Priscila Straatmann Mórel. O debate transdisciplinar será das 9 horas e 30 minutos às 11 horas.

Sintonizem com o Espaço Dom Quixote!

Professor(a): qual a tua embarcação?


Ser professor(a) é estar navegando em muitos mares. Por vezes são mares revoltos, com altas e violentas ondas; em outros momentos os mares estão calmos, sem ventos que façam a embarcação navegar. Há ainda os mares desconhecidos, que são sempre uma incógnita; e ainda os mares amigos, aqueles que nos convidam a viagens inesquecíveis.

Se vamos navegar, e disto não podemos nos omitir, precisamos escolher nossa embarcação. Podemos fazer nossa viagem em um navio, como aqueles que partem em esplêndidos e luxuosos cruzeiros, cheios de atrações e divertimentos. Nesta embarcação ninguém fica parado, todos estão em constante movimento e deslumbramento. Em cada andar um novo show, outro entretenimento, mais e novos passageiros/amigos. Precisamos nos acostumar rapidamente com este ritmo de viajar, afinal queremos aproveitar tudo, queremos conhecer tudo. Tudo acontece com muita euforia e frenesi. Ao final desta viagem muitas lembranças, muitas histórias para contar.

Talvez nossa viagem aconteça dentro de um bote salva-vidas. Não é menos emocionante, nem menos atrativo. Infelizmente o motivo de ser utilizado, normalmente, é para salvar quem está se afogando ou correndo perigo. Somos acionados quando o navio está afundando e, isto, normalmente acompanha a ansiedade, o medo, o abandono, a perda. Quem é socorrido pelo nosso bote salva-vidas não tem outra alternativa, se quiser sobreviver. Para nós fica o sentimento de salvadores da pátria, de tábua da salvação, tarefa que pode ser difícil de cumprir e impõe um fardo muito grande. E se o bote for pequeno, se ele não resistir ou se perder nestes mares?

Podemos também escolher viajar numa jangada ou numa canoa. Parece muito simples? Talvez seja, mas não é menos especial. Afinal, para se fazer uma jangada ou uma canoa é preciso muita técnica, muita experiência. Não se pode fazer uma embarcação de qualquer jeito. É preciso escolher a madeira certa, forte e resistente às intempéries e persistente nas calmarias. É preciso cortar esta madeira de forma correta e no tempo certo de seu amadurecimento. Não pode ser nem muito nova e nem muito velha, ela precisa ser/sentir-se jovem e experiente, capaz de moldar-se no formato necessário para ser uma excelente jangada ou canoa. A distância ou a velocidade serão imprimidas pelo navegador, podemos deslizar e saborear um passeio tranquilo ou podemos correr rapidamente por sobre as ondas para alcançar nosso destino, sem deixar de perceber a natureza a nossa volta, sentir a água bater em nosso rosto e experimentar as mais diferentes sensações.

Ser professor(a) é viajar, e nessa viagem levamos aqueles que conosco navegam por um ano, por um período ou pela vida toda. Cada um(a) escolhe a sua embarcação de acordo com a viagem e com as experiências que quer ter e levar pela vida. Independente da embarcação precisamos nos preparar para enfrentar todos os tipos de mares, pois eles estão em constante movimento e exigem de nós um olhar atento e preparo para conduzir a embarcação.

Como dizia Fernando Pessoa: Navegar é preciso..

Neste caso, viver também é preciso para poder tornar a viagem uma experiência para a nossa vida e a vida de quem conosco viaja. Navegar e viver são necessidades. Cabe-nos escolher como navegar e como viver.

Que seja da melhor forma, na melhor companhia e repleto de experiências.

Professor(a): navegue e viva todos os dias com determinação, paixão e sabedoria.

Parabéns a todos(as) os(as) professores(as) pela escolha de vida que fizeram e boa viagem!



Janete Cristiane Petry – janetepp@espacodomquixote.com.br
Psicopedagoga do Espaço Dom Quixote

13 de Outubro: Dia da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional


Aplausos, Obrigada!

Treze de outubro é dia de aplauso a dois profissionais que se destacam na área da saúde dentro do Espaço Dom Quixote. Hoje é dia de aplaudir a nós fisioterapeuta e terapeuta ocupacional. Mas, o que é Terapia Ocupacional e Fisioterapia com crianças e adolescentes dentro do Espaço Dom Quixote?

O terapeuta ocupacional é o profissional da área da saúde que atua em todas as faixas etárias com o objetivo de tratar disfunções física, psicomotora, social, mental e de desenvolvimento, podendo atuar na prevenção, habilitação ou reabilitação do indivíduo. Utilizamos como recurso terapêutico diferentes atividades (físicas, pedagógicas, treino de atividade de vida diária, treino de órtese e prótese, etc), confeccionamos adaptações dentro do ambiente laboral (ergonomia/ginástica laboral), escolar e domiciliar.

Nossa demanda é a população que apresenta disfunções neurológicas, condições incapacitantes ou degenerativas, com disfunções motoras, LER e transtornos mentais, tendo muitas vezes que se deslocar até Natal para poder ser tratado por este profissional. Nosso município oferece a intervenção terapêutica ocupacional apenas no CAPS-PAR (voltado para adultos com transtornos mentais), UTI-NEO (voltados a bebês prematuros com desenvolvimento comprometido), CAPS-AD (para crianças e adolescentes envolvidos com droga/álcool), CRM (centro de reabilitação só para crianças) e o CASE (voltado à saúde escolar).

A Fisioterapia é campo de atuação profissional na área da saúde que se responsabiliza principalmente pela prevenção e tratamento das disfunções do movimento humano. O objetivo da Fisioterapia é intervir no movimento corporal humano por meio do próprio movimento e outros recursos físicos, visando minimizar as disfunções e desconfortos ocorrentes ou impedir o aparecimento destes.

As atividades dos fisioterapeutas incluem criar e aplicar exercícios para: aumentar a capacidade respiratória de pacientes com problemas respiratórios; desenvolver a capacidade física e motora de bebês e crianças com problemas neurológicos; estimular a musculatura e treinar a coordenação motora de pessoas com deformações, artrites, reumatismo e outros problemas nas articulações; evitar problemas circulatórios e posturais em gestantes e fazer treinamento para o parto; promover a recuperação motora de pacientes com seqüelas de traumatismo craniano, derrame cerebral ou paralisia; tratar deformidades da coluna ou problemas de postura com exercícios de alongamento e de fortalecimento da musculatura. Além disso, usam recursos como eletricidade, calor e frio, raios laser, ultravioleta ou infravermelho e exercícios na água para aumentar a capacidade de movimentação, estimular a circulação e diminuir as dores de pacientes.


Priscila Straatmann Mórel - priscilato@espacodomquixote.com.br
Terapeuta Ocupacional e Psicomotricista do Espaço Dom Quixote

Priscila Votto Fernandes - priscilafisio@espacodomquixote.com.br
Fisioterapeuta do Espaço Dom Quixote

AUTISMO: um grande desafio e formas efetivas de tratamento

Reportagem publicada no Caderno Viver com Saúde do Grupo Sinos (Jornal VS, NH, Diário de Canoas) em 11.10.2010

O que é o Autismo?

À primeira vista, nada chama a atenção, mas quando começa a falar com um autista, logo percebe que algo está errado. Ele não olha no olho, balança o corpo num movimento repetitivo, apresenta pouca comunicação verbal ou repete insistentemente o que o outro fala, numa ecolalia.

O autismo é um transtorno ao mesmo tempo neurológico, genético e psicológico que afeta principalmente a capacidade de comunicação e interação social. Os pacientes podem nascer com forte predisposição ou adquiri-la durante os 18 primeiros meses de vida, explica a psicóloga do Espaço Dom Quixote, Fabíola Scherer Cortezia. A ciência já encontrou várias alterações genéticas ligadas ao autismo, mas nenhuma delas é determinante, já que em numerosos casos não há registros de alteração genética, aponta a psicóloga Fabíola.

A matriz das primeiras relações entre mãe e bebê não é um dado inato, mas uma construção precocíssima, fundamental no processo de subjetivação. Numa visão psicanalista, quando algo falha nesse contato inicial, instala-se o autismo, condição em que a fusão, a reciprocidade e a comunicação mútua não ocorrem, explica a psicóloga.

Atualmente utiliza-se o termo “transtorno de espectro do autismo” para ressaltar que a patologia varia amplamente em seu grau de seriedade, mas mantém em comum certos sintomas característicos.

As características mais marcantes do autismo são as respostas anormais a estímulos auditivos ou visuais, a fala custa a aparecer, percebe-se a ecolalia, estrutura gramatical imatura, incapacidade de desenvolver contato olho no olho e convívio social conturbado.

Tratamentos mais indicados

O PROGRAMA SON-RISE

O programa Son-rise foi desenvolvido por pais de um autista grave que acreditavam na reabilitação do filho diminuindo os traços graves apresentados, relata a terapeuta ocupacional e psicomotricista do Espaço Dom Quixote Priscila Straatmann Morél. Com o passar dos anos o menino melhorou e o programa ganhou notoriedade e vem sendo aplicado internacionalmente em todos os espectros de autismo e dos transtornos globais do desenvolvimento.

Priscila explica que o programa baseia-se na abordagem relacional, onde a relação entre pessoas é valorizada. As sessões são individuais (um-para-um) realizadas na casa da pessoa e em um quarto especialmente preparado com poucas distrações visuais e auditivas, contendo brinquedos e materiais motivadores que sirvam como instrumento de facilitação para a interação e subseqüente aprendizagem.

O Programa Son-Rise acredita que para o tratamento dar certo é necessário uma profunda compreensão do desenvolvimento da criança ou do adulto com autismo (ou similares) e no estilo de interação, como maneira de se relacionar com uma criança que inspira a participação espontânea em relacionamentos sociais de forma lúdica. Busca-se compreender como se dá as inter-relações, o agir, o comportamento, a comunicação. No Son-Rise os pais, muito valorizados no programa, assim como os facilitadores, aprendem a interagir de forma prazerosa, divertida e entusiasmada com a criança, encorajando então altos níveis de desenvolvimento social, emocional e cognitivo, relata a terapeuta ocupacional.

AMBIENTOTERAPIA

O tratamento que traz resultados surpreendentes no caso de autismo é a ambientoterapia, uma proposta de atendimento transdisciplinar e em grupo. O grupo ocorre em mais de um dia na semana e é coordenado por psicóloga, psicopedagoga, terapeuta ocupacional, psicomotricista, fonoaudióloga e musicoterapeuta, sempre propondo atividades que imitam o cotidiano das crianças e adolescentes e estimulam a comunicação e a interação social, explica a terapeuta ocupacional Priscila Straatmann Morél.

É surpreendente como os pacientes autistas se beneficiam da ambientoterapia, pois percebemos progressos significativos, uma vez que o tratamento se propõe a estimular exatamente aquilo que é mais difícil no autismo – a interação social, a troca, a comunicação verbal e a imaginação – aponta a psicóloga do Espaço Dom Quixote. Este tratamento com múltiplos profissionais é designado de ambientoterapia porque imita o ambiente em que a criança vive e proporciona um acompanhamento de atividades do cotidiano, mas dirigida por profissionais especializados. As atividades são dirigidas e há uma rotina como a hora do lanche, brincadeiras livres, desenhos, música, filmes, jogos pedagógicos. O ideal é que a criança freqüente a escola regular em um turno e participe da ambientoterapia no outro turno (duas vezes na semana, por exemplo), pois assim interage com crianças e adolescentes da rede regular e também recebe a estimulação apropriada para as suas dificuldades específicas, alerta Fabíola Scherer Cortezia.

Para a fonoaudióloga Fernanda Helena Kley, a ambientoterapia tem apresentado bons resultados nos casos de autismo, pois o foco do trabalho é a interação social, as crianças podem juntas experimentar tentativas de comunicação. Nestes grupos são criadas situações que motivem as crianças a utilizarem a linguagem entre si, auxiliando para que haja a intenção de se comunicarem e estabelecendo relações sociais importantes para o desenvolvimento da linguagem, explica a fonoaudióloga do Espaço Dom Quixote.

MUSICOTERAPIA

De acordo com a musicoterapeuta do Espaço Dom Quixote, Luciana Steffen, a musicoterapia, ciência da área da saúde que utiliza a música, sons, instrumentos e voz para atingir objetivos terapêuticos, promovendo a saúde e bem-estar do paciente, tem se destacado no tratamento de pessoas com transtornos do espectro autista (TEA), trazendo importantes benefícios nos âmbitos emocional, cognitivo, social e físico.

Luciana explica há um grande interesse e curiosidade dos autistas pela música, e que os mesmos se saem melhores na música do que em outras áreas do comportamento, assim como apresentam maior responsividade a ela do que a outros tipos de estímulos auditivos, como a fala.

Autistas são os que mais se beneficiam do tratamento musicoterapêutico, mostrando melhora nos seus principais sintomas: falta de interação com outras pessoas, prejuízo na comunicação e presença de estereotipias, onde muitas vezes outras terapias não conseguem muitos resultados, alerta a musicoterapeuta Luciana Steffen.

A fala de uma pessoa com transtorno do espectro autista pode ser prejudicada ou até nula. Na Musicoterapia, observa-se que os pacientes passam a cantar palavras, frases ou até uma canção inteira, e responder verbalmente através das técnicas como improvisação, demandas, jogos musicais e da estimulação da fala pelo cantar. Com a possibilidade de outro meio de comunicação que não é a fala, o paciente com TEA se expressa e se comunica de forma menos ameaçadora e mais suportável. Através de técnicas específicas o musicoterapeuta pode provocar ou aumentar na pessoa autista o desejo de se comunicar. O paciente toca um instrumento musical, e este serve como um elo entre paciente e musicoterapeuta, sendo o ponto de contato inicial. Através deste instrumento, o paciente passa a se relacionar com o musicoterapeuta, possibilitando um diálogo musical e um meio de trabalhar a interação social e comunicação, os objetivos mais almejados para pessoas com o autista, salienta a musicoterapeuta do Espaço Dom Quixote. Os comportamentos estereotipados também podem reduzir através do fazer musical, através do ritmo e da presença de instrumentos musicais, explica Luciana.

A CRIANÇA AUTISTA NO ENSINO REGULAR

Em sala de aula, trabalhar com o aluno autista requer muita paciência e sensibilidade por parte do professor e dos colegas, é necessário ter uma rotina bem definida, até mesmo as instabilidades desta rotina devem ser previstas para evitar momentos de desorganização do autista. É sempre necessário preparar a criança para qualquer situação diferente que possa acontecer, se possível com fotos e elementos que estejam diretamente relacionados aos acontecimentos, dá a dica a psicopedagoga do Espaço Dom Quixote, Clarissa Paz de Menezes.

Segundo a psicopedagoga, estudos vem mostrando que alguns autistas podem ter talentos singulares, altas habilidades em diferentes áreas, como a matemática, desenho, engenharia entre outros, estes são chamados savants, e apenas 10% dos autistas possuem estes talentos.

A escola que recebe e promove a inclusão de alunos autistas precisa, além de capacitar professores, reestruturar o currículo e a avaliação deste aluno para atender suas possibilidades e desenvolver uma avaliação mais integradora. O aluno autista é capaz de aprender e desenvolver-se, acompanhando a turma, desde que tenha um atendimento de profissionais que interajam com a escola, afirma a psicopedagoga do Espaço, Janete C. Petry.



O Espaço Dom Quixote está oferencendo um curso sobre o autismo, clique AQUI para maiores informações.

A Psicomotricidade em questão


Falar sobre Psicomotricidade é falar na relação entre o pensamento e a ação, envolvendo a emoção. A Psicomotricidade favorece a criança em uma relação consigo mesma, com o outro e com o mundo que a cerca, possibilitando-a um melhor conhecimento do seu corpo e de suas possibilidades. Mas é preciso entender sobre esquema corporal e imagem corporal, visto que estas aparecem comprometidas em sua constituição nos transtornos psicomotores (num próximo capítulo).

Segundo Yañes (1994), a Psicomotricidade ocupa-se do corpo em movimento de um sujeito. Por assim dizer, o ato não é só um somatório de contrações musculares, também é desejo. Sendo este estruturado e enfatizado na emoção, na expressão corporal, na afetividade, na trocar de olhar no vínculo corporal e na relação corporal entre a pessoa do terapeuta e a pessoa do paciente.

O esquema corporal refere-se ao conhecimento que temos do nosso corpo, que provém de informações proprioceptivas, interoceptivas e exteroceptivas. Através do esquema corporal a criança pode falar das partes do corpo, das funções, das relações espaciais e da dimensão temporal do corpo. Enquanto a imagem corporal trata não só da história individual do sujeito, mas também nas suas relações com os outros. Vivenciado e experenciado pelas relações sociais. Sendo construída e adquirida através do contato com o mundo, estando em permanentes mudanças.

Assim precisamos compreender a criança através do seu corpo. Isso significa brincar, e brincar significa permitir que a criança se utilize do imaginário e do simbólico para resignificar o real. A criança coloca em cena seu desejo e sua história para ser lidada pelo outro. Para isso precisa vivenciar pelo lúdico tudo o que acontece com ela, se permitir se reconhecer no outro e falar com suas ações. O sujeito diz com seu corpo, com sua motricidade, com seus gestos, e, portanto, espera ser olhado e escutado na transferência desde um lugar simbólico.

Para isso é preciso entender que o corpo humano é efeito de linguagem e não ao contrário, sustenta-se enquanto tal pela linguagem. Ela cria um sujeito, e, com ele, seu corpo e a sua motricidade. A linguagem atravessa e esvazia o corpo do gozo, enlaçando e articulando o corpo ao desejo do sujeito.


Priscila Straatmann Morél – priscilato@espacodomquixote.com.br
Terapeuta Ocupacional e Psicomotricista do Espaço Dom Quixote

Alergia alimentar


A alergia alimentar é uma reação adversa a um componente alimentar específico, sendo desencadeada por qualquer tipo de resposta imunológica. É uma condição mais comum em crianças, estima-se uma prevalência de aproximadamente 6% em menores de três anos de idade e de 3,5% em adultos.

A evolução da alergia alimentar depende do tipo de alimento envolvido, das características da criança e do mecanismo imunológico responsável pelas manifestações clínicas. As alergias alimentares por leite de vaca, ovo, trigo e soja geralmente desaparecem na infância, ao contrário da alergia a amendoim, nozes e frutos do mar que podem ser mais duradouras e algumas vezes permanecerem por toda a vida.

A história familiar é um importante fator de risco, uma vez que as características genéticas parecem desenvolver um papel fundamental na doença alérgica.

O diagnóstico é feito a partir da história clínica, da realização de testes cutâneos de hipersensibilidade imediata e da dosagem sérica de IgE específica (relacionada a mecanismos imunológicos).

O aleitamento materno exclusivo, sem a introdução de leite de vaca nem de fórmulas infantis à base de leite de vaca até os seis meses tem se mostrado eficaz na prevenção do aparecimento de sintomas alérgicos.

A base do tratamento da alergia alimentar é essencialmente nutricional através da exclusão dos alérgenos alimentares responsáveis (dieta de exclusão).

O objetivo da terapia nutricional é evitar o desencadeamento dos sintomas, a progressão da doença e a piora das manifestações alérgicas, proporcionando à criança crescimento e desenvolvimento adequado para a idade.

A educação alimentar é peça chave no tratamento das alergias alimentares sendo necessário o envolvimento da família, da escola e dos demais cuidadores da criança neste processo.


Daniele Santetti - danielenutri@espacodomquixote.com.br
Nutricionista do Espaço Dom Quixote

Dom Quixote Responde: Gostaria de saber mais como pode se trabalhar a sexualidade na escola.


Trabalhar questões de sexualidade com crianças e adolescentes é complicado, tendo em vista o tabu ainda existente com relação ao assunto. Em primeiro lugar deve-se conversar com os pais, para saber como eles se sentem em relação ao assunto e com a possibilidade de que este assunto seja trabalhado em sala de aula, nesta reunião se averiguar com os pais até onde eles já conversaram com os filhos sobre o assunto e qual o conhecimento prévio das crianças/adolescente.

Neste momento com os pais deve ser explanado de que maneira será trabalhado com alunos. Este trabalho poderá variar conforme a idade dos alunos. Para os pequenos historinhas sobre o assunto (mamãe botei um ovo, cabelinhos em lugares engraçados), teatrinhos de fantoches, bonecos anatômicos podem ser bons materiais de trabalho.

Com os adolescentes pode se oferecer palestras com médicos e/ou psicólogas, seminários/debates, é importante ressaltar que todas as atividades realizadas pelos adolescente devem ser feitas com a supervisão e intervenção de algum adulto. É fundamental abrir espaço para debate, pois não basta oferecer palestra expositiva, os adolescentes precisam se sentir à vontade para perguntar e expor opiniões, só assim se sentirão patê ativa da atividade oferecida!

É importante ter em mente a necessidade de responder exatamente o que a criança/adolescente pergunta, e para isso é necessário que se saiba até onde a criança/adolescente sabe sobre o assunto!

Fabiola Scherer Cortezia - Psicóloga - fabiola@espacodomquixote.com.br
Clarissa Paz de Menezes - Psicopedagoga - clarissapp@espacodomquixote.com.br

Dúvidas sobre educação e saúde de crianças e adolescentes? Nós podemos ajudar!

Dom Quixote Responde: Paralisia Cerebral


PARALISIA CEREBRAL: FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL
O termo Paralisia Cerebral vem sendo usado como o significado do resultado de um dano cerebral, que leva à inabilidade, dificuldade ou o descontrole de músculos e de certos movimentos do corpo. O termo Cerebral quer dizer que a área atingida é o próprio Sistema Nervoso Central e a palavra Paralisia refere-se ao resultado do dano ao mesmo, afetando os músculos e coordenação motora, dos portadores desta condição especial de ser e estar no mundo.

Não há medicamentos nem operações que possam curar uma paralisia cerebral, havendo, porém, diversas e inovadoras possibilidades de melhorar e minimizar seus efeitos. Muitas crianças progridem para experimentar vida adulta quase normal se suas incapacidades forem administradas apropriadamente. Em geral, quanto mais cedo o tratamento começa, melhores são as chances da criança superar incapacidades de desenvolvimento ou aprender novas formas de realizar tarefas desafiadoras. O tratamento consiste em atendimento por uma equipe multidisciplinar incluindo o médico neuropediatra, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicólogo, entre outros.

A Fisioterapia como parte da equipe multiprofissional tem papel fundamental na habilitação da criança. A Fisioterapia motora é importante no tratamento de crianças com paralisia cerebral, atua na estimulação do desenvolvimento neuropsicomotor, prevenção de deformidades e encurtamentos, aquisições das etapas motoras, melhorando e facilitando suas atividades de vida diária. Já a Fisioterapia respiratória é indicada para os pacientes que apresentam complicações pulmonares secundárias à paralisia cerebral, visando a higiene brônquica, manutenção da permeabilidade de vias aéreas superiores, melhora da mecânica respiratória, além de oferecer orientações aos familiares para complementação do tratamento a domicílio.

A terapia ocupacional tem um papel importante por fornecer condições para o estabelecimento e efetivação de programas de tratamento que visam a facilitação do movimento, favorecendo assim as experiências e aprendizado sensoriomotores, estimulando aspectos cognitivos, auxiliando na adaptação e execução das AVDs, incentivando o brincar e o lazer, tornando a criança agente em seu processo de desenvolvimento.

É importante que a família compreenda que a proposta de tratamento é baseada em um trabalho motivador, que buscará evidenciar o potencial da criança.


Priscila Votto Fernandes - Fisioterapeuta
Priscila Straatmann Morél - Terapeuta Ocupacional e Psicomotricista