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O que você quer ser quando crescer?


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Um bom final de 2013!


Fernanda Soares Fernandes - fernandapsico@espacodomquixote.com.br
Psicóloga do Espaço Dom Quixote
Especialista em Psicologia Clínica - T.C.C.
Pós-graduanda em Terapia de Casal e Família

A lista está pronta!



Todos os anos é a mesma coisa: chega dezembro e começamos a nos preocupar com o Natal. 

Precisamos montar o pinheirinho, colocar os enfeites com cuidado, procurando o melhor lugar para colocar cada bolinha, distribuindo por toda a árvore para não deixar espaços vazios, preenchendo tudo com perfeição. Agora só falta colocar o presépio: José e Maria cuidando do menino Jesus, os pastores e os animais ficam ali por perto e os Reis Magos vem se aproximando com os presentes na mão. Admirar este cenário pode ser um momento de reflexão do verdadeiro sentido do Natal. 

Ainda há muito que fazer: decidir e comprar os presentes, as lembrancinhas de amigo-secreto (tradição nesta época), escrever cartões ou mensagens para enviar aos que estão longe, algumas compras de final de ano para a casa, decidir quem vai fazer o quê do cardápio da janta de Natal e providenciar tudo o que é necessário. 

Nesta urgência de tarefas ainda precisamos enfrentar supermercados e lojas abarrotadas de gente, ruas movimentadas e ocupadas por pessoas com pressa e cheias de sacolas esbarrando em todo mundo e nem pedindo desculpas por isso. Afinal, nem perceberam! Estavam com a cabeça na próxima tarefa a cumprir. 

Natal até parece gincana! Qual será o prêmio?

Com tantas coisas por fazer e lembrar, fazer uma lista pode ser importante para não esquecermos de nada e garantir que tudo o que foi planejado será realizado. As crianças costumam fazer listas de presentes para o Papai Noel ou para os familiares não esquecerem os presentes. 

Também podemos fazer uma lista. Mas, quem sabe mudamos a nossa lista de tarefas e de compras para uma lista diferente. 

Podemos listar todas as coisas boas que nos aconteceram em 2013, todas as conquistas, as superações, todas as mudanças que tivemos. Listar tudo aquilo que valeu a pena neste ano, tudo aquilo que merece ser lembrado. Neste momento talvez a gente perceba que ainda faltam algumas coisas na nossa lista e podemos fazer: telefonar para alguém esquecido ou distante, visitar algum doente, oferecer ajuda para alguém necessitado, sorrir ou cumprimentar algum desconhecido na rua, dar a mão com firmeza para algum idoso, fazer um carinho e dar esperança para alguma criança, olhar nos olhos de nossos familiares e dizer o quanto os amamos. 

Depois podemos fazer a lista dos desejos para 2014. Listar tudo aquilo que queremos para nós e para os outros, familiares, amigos e humanidade. Também vale listar tudo aquilo que você quer para você mesmo, o que você realmente precisa e deseja. Quando terminar a sua lista pode deixar para o Papai Noel ou fazer uma oração pedindo a Deus que lhe dê tudo o que pediu de presente, pois assim como o menino Jesus recebeu os presentes valiosos dos Reis Magos, Deus também quer retribuir os presentes ofertados com amor dando a nós o que pedimos. É o que diz na Bíblia em Lucas 11:9 “Peçam e lhes será dado...” 

Vamos abrir nossos corações e pedir que Deus distribua justiça, esperança, saúde, paz e amor entre as pessoas para que todos possam viver a renovação, o nascimento de um espírito mais generoso neste Natal. 

Com este espírito de renovação desejamos a todos os amigos um Natal que expresse mais alegria, que promova novas aprendizagens e mais equilíbrio, com mais musicalidade e novos sabores, cheio de novos significados. 


Espaço Dom Quixote

Dicas saudáveis para não exagerar nas festas de final de ano



Fim de ano... festas... despedidas... comemorações... 

Regadas a comidas, bebidas, doces... as festas vêm aí! 

E agora, como não exagerar? Aí vão algumas dicas para não exagerar nas festas. 

1. Não saia de casa de estômago vazio, faça um lanche antes da festa e dê preferência para um lanche saudável, como frutas, iogurte light, assim você evita comer tudo o que vê pela frente. 

2. Coma devagar, saboreie deliciosamente o que está comendo, não fique pensando na próxima porção que será servida. Tenha prazer com cada escolha. 

3. Preste atenção no que está comendo ou bebendo, lembre-se que o álcool engorda mais que carboidrato ou proteína. Assim, consuma com muita moderação. 

5. Tente não fazer da comida a principal atração da festa. Desvie o seu foco da comida, dance, brinque, divirta-se. 

6. Se mesmo com essas dicas você exagerar, não inicie um jejum e nem fique se sentindo culpado. A alimentação saudável não se resume a uma refeição, então faça escolhas saudáveis no dia seguinte e beba bastante água. 

7. E o principal, tenha hábitos saudáveis o ano inteiro, pois não é o que você come do Natal ao Ano novo que lhe engorda, mas sim o que você come do Ano Novo ao Natal! 


Cristine Cassel - cristinenutri@espacodomquixote.com.br 
Nutricionista do Espaço Dom Quixote

Lugar de inclusão também é no cinema!



Acessibilidade, inclusão e adaptação são palavras que estão cada vez mais na mídia, nas escolas e na sociedade. As ruas, as escolas, os shoppings e todos os locais com livre acesso estão tendo que se adaptar para receber de maneira justa a todos: cegos, surdos, deficientes físicos e intelectuais. 

Com o cinema não pode ser diferente, as pessoas deficientes também tem o direito e devem ter a possibilidade de assistir e se divertir com filmes. Alguns filmes já estão sendo exibidos com audiodescrição, adaptação voltada aos deficientes visuais e intelectuais, e com transmissão de libras, voltado aos deficientes auditivos. No Festival de Cinema de Gramado sempre há uma ou duas sessões acessíveis. 

Em Novo Hamburgo, há um festival de curtas metragens onde as escolas do município são convidadas a repensar o cinema e a inclusão e criar curtas metragens inclusivos, que possam ser assistidos por todos.

Indico aqui o site www.filmesquevoam.com.br que oferece aos internautas curtas metragens infantis totalmente acessíveis, com tradução em LIBRAS e/ou audiodescrição para que todos consigam assistir e entender os filmes.


Clarissa Paz de Menezes - clarissapp@espacodomquixote.com.br
Psicopedagoga do Espaço Dom Quixote

A leitura como aliada no desenvolvimento da linguagem



Você já leu para seu filho hoje? 

Pesquisas do mundo todo mostram que a criança que lê e tem contato com a literatura desde cedo, principalmente se for com o acompanhamento dos pais, é beneficiada em diversos sentidos: ela aprende melhor, pronuncia melhor as palavras e se comunica melhor de forma geral. 

A leitura frequente ajuda a criar familiaridade com o mundo da escrita. Nos dias atuais a leitura está sendo esquecida pelos pais. Sim, por que vivemos em um mundo corrido, onde esta leitura que nossos filhos conhecem muitas vezes quem proporciona são as professoras da escola de educação infantil ou da escola regular. 

Mas será que ainda sabemos ler com nossos filhos? Sentar no chão, com um livro colorido, explorá-lo livremente faz com que a criança consiga ativar o mundo da imaginação e com isso estamos desenvolvendo ludicamente a linguagem e seus processos de fala. O contar e recontar uma história permite entrarmos em nossas fantasias e criamos um mundo colorido que através dele podemos observar atentamente a fala dos nossos filhos. 

Então, o que está esperando? 

Estimule seu filho a embarcar na aventura que só o bom leitor conhece.


Daniela Pinto - danielafono@espacodomquixote.com.br
Fonoaudióloga do Espaço Dom Quixote

Sentado em "W"


Sentar em “W” (w-sit) refere-se à postura assumida quando a criança senta-se no chão, com as pernas posicionadas no formato de um W (veja a figura). Esta é uma das muitas posições que uma criança pode assumir enquanto brinca sentada. A alternância entre posturas é extremamente benéfica para a criança, pois as transferências entre uma postura e outra ajudam a desenvolver os músculos do tronco e, principalmente, ajudam a formar as primeiras noções de equilíbrio e consciência corporal. 

No entanto, se a criança assume insistentemente a postura em “W”, então esta preferência pode vir a gerar problemas não só ortopédicos, mas também em relação ao desenvolvimento motor normal. 

O que a criança aprende enquanto brinca sentada 

Como exemplificado acima, é normal que a criança modifique constantemente sua postura durante uma atividade lúdica, assumindo inclusive a postura em “W”, sem que isso seja considerado prejudicial. Quando brincam desta forma, as crianças desenvolvem e aprimoram o controle muscular, assim são capazes de realizar rotações de tronco, inclinações, transferências de peso laterais, reações de proteção e trabalham também a dissociação de cinturas. Estas habilidades são primordiais para o desenvolvimento motor das crianças, influenciando inclusive o desenvolvimento da dominância manual. 

“Para se ter um bom controle distal é preciso ter boa estabilidade proximal”. Em outras palavras, para escrever, utilizar talheres, ou qualquer outra atividade que exija controle distal, é preciso que o tronco seja estável e ofereça boa sustentação aos músculos que vão movimentar o braço. Assim, se uma criança varia suas posturas sentadas e desenvolve o controle postural de tronco, então esta boa estabilidade proximal irá oferecer um melhor controle dos membros superiores, permitindo que elas manipulem livremente os brinquedos e desenvolvam suas habilidades manuais. 



O que acontece com o controle de tronco quando a criança permanece sentada em “W”

Na postura em “W”, a criança experimenta um grande aumento da base de sustentação quando comparada com outras posturas sentadas, isso lhe garante maior estabilidade estática e menor necessidade de ajustes posturais. Para entender o que isso significa, podemos comparar ao que acontece com nosso equilíbrio quando, de pé, afastamos as pernas (em outras palavras: ampliamos nossa base de sustentação). Saiba que nesta postura fica muito mais fácil manter o equilíbrio. 

Quando sentada em “W”, o centro de gravidade dificilmente ultrapassará a sua base de sustentação (a área ocupada pelo “W”), desta forma, os músculos do tronco terão pouco trabalho para manter o equilíbrio. Obviamente equilíbrio e estabilidade são coisas boas, no entanto, a instabilidade é essencial para desenvolver reações posturais e força nos músculos do tronco. 

O problema é que o “W” é tão estável que não permite à criança exercitar seu equilíbrio, também limita as rotações de tronco e as transferências de peso laterais, como aquelas que realizamos para alcançar um objeto. 

Uma criança pode escolher sentar-se em “W” simplesmente por não ter de se preocupar com equilíbrio enquanto manipula um brinquedo. Entretanto, esta também é uma postura muito conveniente para crianças com disfunção neuromotora, particularmente naquelas com hipotonia de base. Assim, crianças com Síndrome de Down, diplegia, e também naquelas com mielomeningocele (devido à fraqueza de tronco) podem preferir sentar-se em “W” por causa de sua dificuldade natural em manter o equilíbrio de tronco. 

Como resultado, ocorre um atraso nas aquisições de controle de tronco e equilíbrio devido ao não uso. Como a rotação de tronco está comprometida na postura em “W”, a orientação na linha média é afetada. Além disso, pela falta de transferências laterais e da capacidade de cruzar a linha média (levar a mão esquerda a alcançar um objeto no lado direito do corpo), a criança tende a usar a mão direita no lado direito do corpo e a mão esquerda no lado esquerdo do corpo, afetando o desenvolvimento da dominação manual.

Ponto de vista ortopédico 

Quando sentada em “W”, os quadris encontram-se no limite da rotação interna, predispondo a criança a problemas ortopédicos futuros. Nesta posição anormal, o risco de luxação do quadril é preocupante. Além disso, esta posição anormal favorece a instalação de encurtamentos e contraturas musculares, particularmente nos isquiotibiais, adutores do quadril e tríceps sural. A postura em "W" também pode afetar o desenvolvimento ósseo, favorecendo a anteroversão da cabeça do fêmur e rotação interna da tíbia. 



O que fazer? 

Orientações simples podem ser utilizadas: Se você perceber uma frequência na postura em “W”, basta ajudá-la a modificar a posição com suas próprias mãos, guiando-a, por exemplo, para a postura de pernas cruzadas e conversando com ela explicando que ela precisa endireitar as perninhas. O fato de uma criança sem disfunção neuromotora sentar-se em “W” é muito mais um hábito do que uma necessidade. Assim, desencorajar o hábito é a melhor pedida. Quanto às crianças com disfunção neuromotora, elas podem ficar muito inseguras e irritadas ao serem forçadas a assumir qualquer outra postura sentada. Neste caso, a ajuda dos pais é fundamental para desestimular o sentar em “W” em casa. Além disso, envolver a criança em atividades lúdicas manuais nas quais elas permaneçam em qualquer outra postura que não o “W” irá ajudar no desenvolvimento dos músculos do tronco e desenvolvimento do equilíbrio. 

Texto adaptado e retirado do blog: 
http://fisioterapiahumberto.blogspot.com.br/search/label/Fisioterapia%20Pediátrica


Letícia Salin - leticiafisio@espacodomquixote.com.br
Fisioterapeuta do Espaço Dom Quixote
Pós-graduanda em Traumato Ortopedia - Universidade Gama Filho (RJ)

Configurações Familiares


Intervenção Fonoaudiológica no Autismo



A perturbação autística apresenta comprometimento do desenvolvimento da linguagem expressiva, déficit na sintonia emocional e comportamento estereotipado e limitado. Esses aspectos já são percebidos antes dos três anos de idade e consequentemente afetam de modo geral a interação social. 

Nos dias atuais, a detecção do diagnóstico do autismo vem tomando conscientização, sendo descoberto nas idades iniciais e ocorrendo intervenção já após o diagnóstico. 

A intervenção nesta patologia deve ser adequada de acordo com as necessidades de cada criança, sendo de total relevância a compreensão dos componentes farmacológicos, comportamentais, educacionais e psicológicos. 

É imprescindível a intervenção precoce na estimulação da linguagem em crianças com autismo, sendo que o prognóstico desta é mais forte dos resultados no autismo, mesmo acontecendo ao longo prazo. 

O sintoma do autismo que os pais identificam inicialmente em seus filhos é o atraso/desenvolvimento atípico ou ausência total da linguagem. Esses déficits são evidentes tanto no nível da compreensão que abrange o processamento da informação verbal e não verbal, como na expressão, que são representados através de gestos, palavras, etc. Como há crianças autistas que apresentam ausência total da linguagem, há aqueles que apresentam o desenvolvimento da linguagem, no entanto essas em geral apresentam palavras isoladas ou inventadas, ecolalia, a fala parece vazia, repetitiva e sem contexto social. De uma forma geral, essas crianças tem uma grande dificuldade na capacidade de usar a linguagem como forma de comunicação. Os prejuízos dos domínios linguísticos afetam a semântica, pragmática, morfologia, sintática e fonológica. Tais alterações linguísticas confirmam a importância da atuação fonoaudiológica no trato dos pacientes com diagnóstico de autismo. 

Na infância é o momento essencial para o desenvolvimento das competências linguísticas, e a intervenção fonoaudiológica vem com intuito de estimular a criança com autismo a construir interações significativas para sua comunicação. Na atualidade existem uma série de propostas de intervenção terapêuticas da fala, mas cabe analisar o desenvolvimento e capacidade cognitiva de cada criança para que a escolha no modelo seja efetiva para prognóstico de cada paciente.



Bruna Martins Teixeira - brunafono@espacodomquixote.com.br
Fonoaudióloga do Espaço Dom Quixote

Diagnóstico e Intervenção em TEA


Saber esperar!



Quando vou a algum evento social, onde adultos e crianças precisam compartilhar um tempo no mesmo espaço, gosto de observar o comportamento das crianças. 

Após um período inicial de curiosidade e exploração do espaço e das pessoas que ali se encontram, se a criança não tiver um divertimento infantil, vai se estressar e estressar os adultos. Carregar crianças para um evento adulto e querer que eles tenham um comportamento elegante é exigir muito da paciência dos pequenos. 

Mas, o que percebo, é que muitas crianças não preenchem o tempo de exploração inicial e logo iniciam um processo de aborrecimento e chateação própria e da paciência dos adultos. Sim, porque muitos pais parecem não se importar com a manha, choramingos, cara feia e reclamações constantes. Ignoram as crianças e permitem que este comportamento inadequado se estenda e perturbe o convívio social dos demais. 

Este comportamento de exasperação infantil acontece em encontros familiares, espaços públicos como restaurantes, parques, praia, ... Percebo que as crianças não tem mais paciência para esperar por nada, querem tudo do seu jeito e na sua hora. 

Os franceses, segundo o livro “Crianças francesas não fazem manha", parecem coletivamente ter atingido o milagre de fazer bebês e crianças pequenas não apenas esperarem, mas fazerem isso com alegria

Dentre outras habilidades, os que sabem esperar são melhores em concentração, argumentação e não tendem a ruir em condições estressantes

Ter filhos que sabem esperar torna a vida familiar mais agradável. Possibilita fazer atividades em grupo, conhecer espaços públicos interessantes e manter o convívio social, mesmo após o nascimento dos filhos. 

É importante proporcionar às crianças atividades culturais, de enriquecimento, como a música, arte, teatro, museus. Mas as crianças não conseguem absorver essas experiências se não tiverem paciência e autocontrole ao invés de estarem ansiosos, irritados e exigindo coisas o tempo todo. Desenvolver a paciência possibilita que a criança desenvolva recursos internos para lidar com a frustração. 

Para desenvolver a paciência é preciso desenvolver a criatividade para poder divertir-se enquanto espera. É importante que saibam brincar sozinhos: “A coisa mais importante é que aprendam a ser felizes sozinhos.” 

Saber esperar enquanto leem um livro, montam um jogo, criam uma história são técnicas fáceis de desenvolver e ajudam as crianças a passar o tempo de forma mais tranquila. 

Nestes mesmos eventos sociais fico fascinada quando vejo crianças brincando sozinhas, fazendo novos amigos, observando curiosas por um tempo significativo algum bichinho que passa ao lado ou, mais impressionada, mantendo uma conversa com algum adulto ou outra criança. 

Pais que conseguem ajudar seus filhos a desenvolverem a paciência tem uma vida mais tranquila e a certeza de que enquanto os filhos crescem estão desenvolvendo habilidades fundamentais para um melhor convívio social.


Janete Cristiane Petry - janetepp@espacodomquixote.com.br
Psicopedagoga do Espaço Dom Quixote

Fisioterapia em Neuropediatria: por que realizar?



A Fisioterapia é uma ciência da Saúde que estuda, previne e trata os distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações neurológicas, genéticas, traumáticas ou por doenças adquiridas. 

Suas principais funções são: melhorar a mobilidade, aliviar a dor, prevenir lesões e recuperar as funções não adquiridas e perdidas, utilizando de diversas técnicas. 

A Fisioterapia em Neuropediatria é o ramo da neurologia que se dedica ao estudo das doenças do desenvolvimento e maturação do sistema nervoso em crianças. Possui importância no controle de doenças com comprometimento neurológico. Quando ocorre uma lesão neurológica em uma criança, o fisioterapeuta analisa a sua motricidade e a sua funcionalidade através do seu desenvolvimento motor normal. Para realizar o tratamento de crianças com lesões neurológicas precisa-se conhecer o desenvolvimento motor normal (com todas as suas peculiaridades) para reconhecer o anormal. Assim, as etapas do desenvolvimento servem como guia no processo de diagnóstico e tratamento. 

A Fisioterapia tem um papel fundamental no processo de reabilitação neurológica, na medida em que interfere de modo decisivo nos aspectos motores, cognitivos e psicossociais. Atuando na inibição dos reflexos patológicos e primitivos persistentes, facilita assim o desenvolvimento gradual do controle motor postural. Portanto, realizando uma avaliação e acompanhamento adequado do comportamento anormal da criança, é possível aplicar um tratamento precoce proporcionando estímulos para recuperar e manter um padrão de sinergia motora próxima da normalidade que a ajude no seu desenvolvimento. O fisioterapeuta dispõe da possibilidade de proporcionar uma contribuição especial e inestimável às crianças que apresentam deficiência neurológica ou algum tipo de problema através do atendimento lúdico e terapêutico. 

As atividades lúdicas devem ocorrer de maneira intencional e planejada pelo fisioterapeuta durante os atendimentos, sendo um recurso que tem como finalidade facilitar ou conduzir aos objetivos estabelecidos. Embora para a criança a atividade lúdica possa ser considerada como brincar, busca-se o alcance dos objetivos estabelecidos durante a avaliação. Buscando integrar os objetivos fisioterápicos com atividades lúdicas e sociais, também levamos a criança a uma maior integração com sua família e a sociedade.


Letícia Salin - leticiafisio@espacodomquixote.com.br
Fisioterapeuta do Espaço Dom Quixote
Pós-graduanda em Traumato Ortopedia - Universidade Gama Filho (RJ)

Transtornos Alimentares


Terapia Cognitivo-Comportamental e Depressão



Dica de vídeo explicativo sobre Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e Depressão - Genética e Medicamentos.



Assista também em: http://www.youtube.com/watch?v=1ij5A9r3xxQ


Fernanda Soares Fernandes - fernandapsico@espacodomquixote.com.br
Psicóloga do Espaço Dom Quixote
Especialista em Psicologia Clínica - TCC
Pós-graduanda em Terapia de Casal e Família

Avaliar para aprender, aprender para avaliar


Os benefícios da Musicoterapia no tratamento do TEA



Sem dúvida, uma das maiores angústias de pais de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é a falta da comunicação. Como descobrir o que a criança quer e que o não quer? De que maneira estabelecer laços com um indivíduo isolado em seu mundo? 

A Musicoterapia é para a criança autista a primeira técnica de aproximação, pois o enquadre não verbal é o que permite a esta estabelecer os canais de comunicação (BENENZON,1985, p.140). Os processos de aproximação e estimulação da comunicação são facilitados por se poder utilizar não apenas de um elemento textual ou verbal. Música é ritmo, melodia, contraponto, harmonia, a união do elemento verbal e do não verbal. Quando não há a possibilidade de cantar o “miau” de uma canção folclórica, pode-se substituí-lo por uma batida no tambor, o toque em uma tecla no teclado. Musicalmente mostra-se para a criança que existe uma outra via de comunicação. As estereotipias se transformam em padrões rítmicos e/ou melódicos e adquirem um valor estético musical. São construídas melodias para a criança a partir da sua produção. Pequenas canções, as quais a família pode inserir no cotidiano da criança. 

Cria-se um ambiente lúdico, onde a música guia as atividades e organiza a cena terapêutica. Cada canção apresentada possui um tempo de duração: há um início, um meio e um fim. A partir dessa percepção temporal, começam a ser trabalhadas noções de limites, tolerância a frustrações e ao tempo de duração de uma atividade musical. 

Os instrumentos musicais inicialmente podem ser executados com muita intensidade e de modo desorganizado. E o caos sonoro – para quem está do lado de fora da sala da Musicoterapia - gradualmente será organizado em alternâncias de turnos, trabalhando-se modulações e promovendo a aproximação do Musicoterapeuta com o paciente.


Natália Magalhães - nataliamt@espacodomquixote.com.br
Musicoterapeuta do Espaço Dom Quixote
Mestranda em Musicoterapia

Combate à obesidade


Diante de um problema que vem adquirindo proporções epidêmicas,  ações como combater e prevenir tornam-se urgentes. 

Segundo projeção da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2015, cerca de 2,3 bilhões de adultos vão estar com sobrepeso e mais de 700 milhões serão obesos. 

No Brasil, os números atuais mostram que a obesidade já é um problema de saúde pública. "O excesso de peso acomete 40% da população brasileira, aumentando o risco de doenças como hipertenção, diabetes, colesterol alterado entre outras", afirma o presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), Dr. Márcio Mancini, responsável pelo Departamento de Obesidade da SBEM. 

Atualmente, o índice de crianças brasileiras com sobrepeso já chega a 15%. A prevenção contra a obesidade passa pela conscientização da importância de uma alimentação equilibrada e a prática de atividade física. O estilo de vida sedentário, as refeições com poucos vegetais e frutas, além do excesso de frituras e açúcar se refletem no aumento de pessoas obesas, em todas as faixas etárias. 

A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal. Dentre os fatores que causam a obesidade estão os nutricionais, genéticos, fisiológicos, e psicológicos, comportamentais e ambientais. 


Cristine Cassel - cristinenutri@espacodomquixote.com.br 
Nutricionista do Espaço Dom Quixote

As Crianças da Contemporaneidade



Às vésperas do Dia das Crianças penso que vale uma reflexão sobre a infância atual. Quem são as crianças da contemporaneidade? Meninas demasiadamente enfeitadas, preocupadas com a estética, mais do que com as bonecas. Meninos que só comem “bisnaguinha” com coca-cola, dormem na cama com a mãe e expulsam o pai do quarto. Meninos e meninas sem joelhos arranhados, mas com dedos calejados de tanto jogar no i-pad, i-phone ou qualquer outro “i”, porque a marca para eles já é importante desde antes de saberem ler.

A criança atual manda e desmanda nos pais, mas é cheia de medos. Medo do escuro, medo de sair na rua sozinha, medo de dormir no próprio quarto, medo de ir para a escola. Os pequenos estão preparados para enfrentar o mundo, apenas através da tela do computador, onde criam mundos paralelos no “Minecraft”, vestem seus pinguins no Club Penguin, mas não são capazes de se vestirem sozinhos ou fazerem o próprio Nescau. 

A infância contemporânea me preocupa, pois vemos pais angustiados e superprotetores que não conseguem trabalhar a capacidade de tolerância com seus filhos, que não conseguem suportar o choro da criança. Pais, por outro lado, demasiadamente exigentes com o resultado e as expectativas com relação aos pequenos: serem ótimos no inglês, no ballet, no futebol, na matemática, na dança... A criança não tem espaço para errar, para sujar, para se divertir. Em busca de um reconhecimento na sociedade, pais narcísicos exigem filhos perfeitos, mas se sentem culpados por isso e aliviam justamente onde não poderiam aliviar: nas regras.

Pensam que é fácil ser criança na atualidade? Grande engano! A criança, para se sentir tranquila, precisa conhecer a hierarquia, sentir que os pais sabem o que é melhor para elas, serem punidas quando fazem algo errado com relação às regras combinadas. A criança, para se sentir feliz, precisa poder rabiscar uma folha sem compromisso, errar a letra da música, se atrapalhar durante a dança de ballet, cair da árvore e esfolar o joelho... 

Neste dia das crianças desejo aos nossos pequenos mais limites, menos expectativas... mais rotina e menos cobranças de resultados... mais dedo sujo de tinta, mais roupa rasgada no joelho de tanto ralar no chão, mais gargalhadas, mais brincadeiras despreocupadas! 


Fabíola Scherer Cortezia – fabiola@espacodomquixote.com.br
Psicóloga do Espaço Dom Quixote
Especialista em Infância e Adolescência 

Coisas engraçadas que as crianças falam!



Estamos iniciando o mês de outubro e com ele o dia das crianças. Mês especial onde as crianças ficam mais coloridas, encantadoras, felizes e falantes. Lendo alguns textos, achei muito legal compartilhar com vocês as “coisas engraçadas que as crianças falam”!

Não vamos esquecer que mesmo que nossos filhos não falem, a melhor comunicação ainda é o olhar, o toque e o carinho que trocamos com eles. 

"Uma amiga falava com a outra. 
Amiga, lá na escolinha aonde eu trabalho tem um garotinho que eu gosto muito dele. Ele diz cada coisa. Outro dia mesmo ele estava no meu colo e ele olhou para o céu e falou: "Olha tia! O curubu.” Acho que ele juntou galinha com urubu. Só pode ser isso. 

Eu estava brincando com ele no parquinho e teve uma hora que ele fez uma coisa engraçada e eu dei muita risada por causa disso. Depois ele falou prá mim: “Isso não tem nada de graça, tia” como eu estava sorrindo, ele completou: “Tia, quando você fica risando você parece o tubarão do desenho”. 

Ah! Lembrei-me de mais uma: a semana passada ele caiu e ralou o joelho. À tarde quando ele foi dormir, ele me chamou dizendo: ‘Tia, fica aqui no meu perto. Eu tô “doído”. 

Ele não é um fofo amiga? 

Edilson Rodrigues Silva 
Texto retirado de : Criança Fala cada Coisa... Textos Engraçados - Crônicas Pequenas e Engraçadas


Daniela Pinto - danielafono@espacodomquixote.com.br
Fonoaudióloga do Espaço Dom Quixote

A Fisioterapia e o brincar



A arte de brincar é encontrada na criança quase como algo inato, verdadeiramente espontâneo, absolutamente criativo. Ela manifesta-se na maioria das vezes através das brincadeiras. 

Estudos já comprovaram a importância do brincar para o desenvolvimento sensório-motor e intelectual da criança, assim como sua importância no processo de socialização, no desenvolvimento e aperfeiçoamento da criatividade e auto-consciência. Tem também um importante papel na formulação dos valores morais. Estudos afirmam que “(...) brincar é um dos aspectos mais importantes na vida de uma criança e um dos instrumentos mais eficazes para diminuir o estresse”. 

Ao brincar a criança libera sua capacidade de criar e reinventa o mundo, libera afetividade e através do mundo mágico do “faz-de-conta” explora seus próprios limites e parte para uma aventura que poderá levá-la ao encontro de si mesma.

A literatura tem registrado a superioridade da abordagem por meio da dramatização quando comparada com a unicamente verbal. Através da primeira, podemos nos comunicar com as crianças, informando-as de forma mais compreensível o tratamento da Fisioterapia e prepará-las para enfrentar situações novas.

A fisioterapia na área de pediatria tem como base a avaliação, o planejamento e a execução do programa, as orientações e as reavaliações periódicas. O início da fisioterapia geralmente ocorre por meio da avaliação, buscando identificar as limitações, as dificuldades, as alterações, as capacidades, os interesses e as necessidades de cada criança. A presença das atividades lúdicas deve ocorrer de maneira intencional e planejada pelo fisioterapeuta, durante os atendimentos. Fujisawa (2000) refere que a presença do lúdico na fisioterapia caracteriza-se como uma atividade-meio, ou seja, um recurso que tem como finalidade facilitar ou conduzir aos objetivos estabelecidos. Embora para a criança a atividade lúdica possa ser considerada como brincar, busca-se o alcance dos objetivos estabelecidos.

Estudos ressaltam que os brinquedos e os jogos são componentes essenciais no atendimento de crianças e que a sua utilização de maneira correta torna a fisioterapia eficaz.

Segundo Burns e Macdonald (1999), o brincar deve ser utilizado ao máximo, em todos os procedimentos, como uma estratégia útil para incentivar a participação da criança na realização das atividades desejadas na fisioterapia.

Dessa forma, os jogos e as brincadeiras podem estar presentes tanto na avaliação, quanto nos atendimentos de fisioterapia. Vale destacar que quando as atividades lúdicas são dirigidas pelo adulto com o objetivo de promover e potencializar a aprendizagem, surge a dimensão educativa.


Letícia Salin - leticiafisio@espacodomquixote.com.br
Fisioterapeuta do Espaço Dom Quixote
Pós-graduanda em Traumato Ortopedia - Universidade Gama Filho (RJ)

Módulo "O corpo na aprendizagem"


O desenvolvimento da fala



Sugiro a leitura deste texto que traz pontos importante sobre o desenvolvimento da linguagem e fala das crianças e ainda esclarece algumas dúvidas!

Trocar letras e gaguejar é comum até certa idade na infância 

Fonoaudióloga Solange Dorfmann

A fala é a concretização de um processo que começou desde os cinco meses de vida intrauterina, quando a cóclea, principal responsável pela audição, se forma. A criança recebe estímulos desde então, por meio dos batimentos cardíacos da mãe, da voz dela e de pessoas próximas. O processo de maturação auditiva, essencial para o aprendizado da comunicação oral, se desenvolve intensamente até os sete anos de idade. 

Quando observamos uma criança que ouve normalmente e demora mais de dois anos para falar as primeiras palavras, temos que analisar se ela não se comunica, se ela usa gestos comunicativos, se interage, se tem condições anatômicas íntegras do sistema sensório motor oral, entre outras. Uma demora a falar pode ter como causa pouca estimulação, como no caso de crianças que ficam com mães ou babás que falam pouco e não vão a escola nem tem irmãos, etc. Pode ser porque a família é bilíngue e ela tenha que processar duas línguas, ou então ela pode ser portadora de deficiência intelectual, motora. Cada caso é um caso. 

Trocar as letras é normal? 
Ao iniciar a fala, algumas crianças podem confundir fonemas parecidos, como o "pê" e o "bê". A discriminação desses sons é um refinamento do processo auditivo que pode vir a maturar até o sexto ano de vida, mas é desejável que até os cinco anos já esteja estabilizado devido ao processo de aletramento. A maior parte das crianças já fala corretamente nessa idade. Algumas demoram mais nesse processo e podem vir a ter complicações escolares. Uma minoria ainda carrega essa dificuldade até a vida adulta, devendo receber o acompanhamento adequado. 

E se a criança gaguejar? 
Por mais que seja normal a criança trocar algumas letras durante o processo de aprendizado, é importante que os pais a corrijam quando ela se equivocar Durante o processo de desenvolvimento de linguagem é normal um período de disfluência fisiológica, que ocorre geralmente entre três e quatro anos. Nesse período a criança está processando diversas informações, como os sons que precisam ser emitidos, os significados, o sentido. 

Essa fala disfluente, entretanto, caracteriza-se pelas repetições e hesitações, normalmente sem esforços ou bloqueios presentes na gagueira. Os pais podem contribuir aceitando e valorizando os esforços dos pequenos, promovendo momentos comunicativos significativos e jogos verbais. Contar estórias, narrar acontecimentos diários, jogos simples como procurar objetos que começam com uma letra específica naquele ambiente, jogos de significados como: "O que compramos na feira?", "que objetos usamos na pracinha?", ou "o que rima com..." são indicados. 

Uso dos gestos para se comunicar 
Algumas crianças, já em idade de falar, podem preferir se comunicar por meio de gestos, apontando objetos que ela quer pegar ou fazendo sinais de sim e não com a cabeça. Nesse caso, se a deficiência auditiva estiver descartada, a indicação é que se estimule a produção oral de criança, não "aceitando" apenas gestos indicativos. Assim os pais, mesmo sabendo o que a criança quer, devem verbalizar a pergunta. Um exemplo, se a criança aponta para um filtro, o pai pergunta: "Você quer o que? Água?" e valoriza as emissões mesmo que de parte das palavras. 

Uma dica é retirar os objetos e brinquedos do alcance para ela ter que pedir. O gesto indicativo (apontar) é uma forma de comunicação bastante primitiva, mas se a criança passa a fazer gestos simbólicos, como uma gesticulação que indique estar bebendo água, já é um avanço com relação ao simples apontar. 

Corrija se ela disser algo errado
Por mais que seja normal a criança trocar algumas letras durante o processo de aprendizado, é importante que os pais não se adaptem ao vocabulário da criança e a corrijam quando ela se equivocar, mas sempre de forma positiva, oferecendo na fala o modelo adequado. Se ela fala "tadeira", por exemplo, a mãe pode falar, "você sentou na cadeira?", "essa cadeira é alta/baixa'... E por aí vai. Isso é melhor do que repetir o padrão errado numa critica ou represália, dizendo coisas como "não é uma tadeira!", mesmo porque a criança não tem culpa de falar errado. Ela é apenas imatura, foi pouco/mal estimulada ou apresenta alterações diversas como as já descritas. 

Causas comuns de alteração da fala
Além de deformidades da cavidade oral, os fatores que ocasionam alterações de fala podem ser também hábitos alimentares, hábitos deletérios (sucção digital ou de chupeta), respiração oral, falta de estimulação, traumas emocionais, modelos inadequados, deficiência auditiva ou mental, entre outros. 

Se você perceber que o seu filho está demorando muito para falar ou possui algum tipo de alteração suspeita da fala, procure um fonoaudiólogo.

Texto retirado de:


Fernanda Helena Kley - fernandafono@espacodomquixote.com.br
Fonoaudióloga do Espaço Dom Quixote
Pós-graduada em Neuropsicologia UFRGS

O sintoma na infância



A infância é repleta de sintomas. Fase que borbulha descobertas, em que a pequena criança começa a se aventurar por um universo de possibilidades para além daquele espaço em torno de si e do corpo da mãe. Mesmo quando tudo “vai bem”, os sintomas aparecem, são aqueles chamados estruturais - necessários, digamos assim, para que a criança possa neles sustentar seu crescimento. Aqui não falamos, então, de sofrimento psíquico, mas sim dos sintomas do desenvolvimento (que são para todos), frente à demanda do Outro. 

Segundo Mannoni (1987), o sintoma vem no lugar de uma palavra que falta ou como uma máscara ou palavra cifrada. 

O fantasma, isto é, o sintoma, aparece como um véu, cuja função é esconder o texto original ou o acontecimento perturbador. Enquanto o sujeito permanece alienado em seu fantasma, desordem se faz sentir ao nível do imaginário: é para Hans a sua fobia de cavalos; para o homem dos lobos, suas fobias e finalmente sua alienação nesse corpo fantasmado. O sintoma, como mostra Freud, inclui sempre o indivíduo e o Outro. (Mannoni, 1987, p. 38) 

Para Freud (1926), um sintoma (pensando-se em sofrimento), é um sinal e um substituto de uma satisfação instintual que permaneceu em estado jacente; é uma consequência do processo de repressão. A repressão se processa a partir do ego quando este – pode ser por ordem do superego - se recusa a associar-se com uma catexia instintual que foi provocada no id. O ego é capaz, então, por meio de repressão, de conservar a ideia que é o veículo do impulso repreensível a partir do tornar-se consciente. A análise revela que a ideia amiúde persiste como uma formação inconsciente. 

Em contraponto a isso, podemos pensar no desenvolvimento infantil, e nas crianças bem pequenas e seus medos, algo que lhes toma intensamente e que muitas vezes os impossibilita de realizar ou finalizar alguma atividade: um passeio com a intenção de “conhecer” o Papai Noel, mas que a criança paralisa a alguns passos de seu objetivo; ou ainda todo imaginário em torno de um quarto escuro e os monstros e bruxas que ali podem habitar. Existem ainda os amigos imaginários, que os possibilitam pensar (idealizar) e vivenciar como gostariam que suas relações se dessem no real. Enfim, a lista é bastante extensa, e está toda a serviço dessa árdua tarefa que é crescer e se constituir um sujeito. 

Segundo Corso (2005), infância e monstros andam juntos. Tais monstros comparecem ao chamado delas, mas a questão é discernir quando eles vêm para ajudá-las, das vezes em que o susto é fonte de sofrimento. Segundo o autor, muitas vezes eles estão a serviço de ajudá-las no processo de crescimento, na medida em que catalisam a angústia difusa da criança, permitindo a transição da vigília para o sono. Pode parecer ruim, mas é melhor sentir medo de alguma coisa específica, que tem até nome (por exemplo, a “Cuca”), do que angústia. 

“O medo é algo que se pode controlar, sabemos onde está, já a angústia não tem contornos, está em toda parte e ninguém pode nos ajudar. Seria muito pior ficar olhando a escuridão sem poder supor o que ela esconde, sabe por que? Porque no escuro ou ao adormecer os pequenos (e as vezes os grandes) perdem-se de seus contornos pessoais, sentem-se diluídos, inexistentes, dá vertigem, medo de morrer. Se o monstro está em baixo da cama, ou é nomeado pela cantiga de ninar, então a mãe, esse ser gigantesco e poderoso, que faz dos bebês o que quer, não é a encarnação do monstro. Paradoxalmente, nesse momento o monstro ajuda a criança a acalmar-se para adormecer.” (Corso, 2005; p. 2) 

Referências bibliograficas: 
CORSO, Mario. “Cada criança tem seu monstro da guarda”. Publicado no Jornal Zero Hora, Caderno Meu Filho – 2005. 
FREUD, Sigmund. “Inibições, sintomas e ansiedade”. 1926 in Obras Completas. MANNONI, Maud. “A criança sua “doença” e os outros”. Tradução A. C. Villaça – 3ª edição – Rio de Janeiro; Guanabara, 1987.


Janaína Carloto - janainapsico@espacodomquixote.com.br
Psicóloga do Espaço Dom Quixote

Módulo TDAH


O poder da Quinoa



A quinoa, ainda muito pouco conhecida, é um alimento de alto valor biólogico e foi considerada pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) “o alimento completo” por possuir os 16 aminoácidos que não são produzidos pelo nosso organismo de extrema importância para o corpo humano. 

Além disso, possui uma grande concentração de proteínas, ferro, zinco, magnésio, manganês e potássio, vitamina B1, B2, B3, D e E. Possui propriedade cicatrizante, analgésica e anti-inflamatória.

Por ser rica em proteínas, a quinoa ajuda no fortalecimento muscular, principalmente para quem pratica atividades físicas. Suas quantidades significativas de ômega 3 e 6 são importantes aliados na prevenção de doenças cardiovasculares e redução do colesterol. Ela também é rica em cálcio prevenindo a osteoporose, e ótima para as crianças por estarem em fase de crescimento. 

As vitaminas do complexo B presentes na quinoa são parte essencial para o bom funcionamento do sistema nervoso, manutenção muscular e síntese de hormônios. Além disso, as fibras presentes no grão auxiliam o bom funcionamento do intestino e dão a sensação de saciedade, podendo favorecer o emagrecimento. 

Por não conter glúten, é altamente indicado aos celíacos. 

A quinoa pode ser encontrada em grãos, flocos e farinha, pode ser adicionada a sucos, sopas, no arroz, feijão. Flocos podem ser utilizados no lugar da aveia, flocos de arroz, cereal matinal (granola), adicionado em salada de frutas, saladas salgadas, etc. 

Pode ser encontrada nos supermercados ou casas de produtos naturais. 


Cristine Cassel - cristinenutri@espacodomquixote.com.br 
Nutricionista do Espaço Dom Quixote

Módulo de Transtornos de Personalidade


Cama elástica pode ajudar pessoas com autismo



Segue uma reportagem bem legal sobre o uso da cama elástica com autistas. 

Muitas pessoas acham que a cama elástica é utilizada só para pular. Porém ela beneficia muito na percepção do seu próprio corpo, na postura, no equilíbrio, fortalece a musculatura e ajuda a relaxar muito! 

Acessem através do link: 
http://camaselasticas.blog.br/2013/08/05/cama-elastica-pode-ajudar-pessoas-com-autismo/

Letícia Salin - leticiafisio@espacodomquixote.com.br
Fisioterapeuta do Espaço Dom Quixote
Pós-graduanda em Traumato Ortopedia - Universidade Gama Filho (RJ)

Crianças francesas não fazem manha



Para muitos pais educar os filhos é uma tarefa estressante. Crianças não vêm com manual para conhecermos suas necessidades, dores e técnicas de cuidado e manejo adequados. Pensar no futuro deles, o que os espera, se estarão preparados, qual a melhor escola, amigos adequados, são muitas as dúvidas que assolam os pensamentos dos pais, principalmente os de primeira viagem. 

A maneira de educar as crianças é influenciada pelas tradições familiares, pela cultura da sociedade, pelas ideias de especialistas e médicos. Isso tudo é muita informação para que os pais tomem suas próprias decisões sem medo de errar ou “estragar” os filhos. 

A comparação entre as maneiras de ver e educar as crianças chegou à observação da cultura norte-americana e francesa de educação e rendeu alguns filmes e livros que tratam deste assunto. 

Comprei o livro que dá título a este texto e achei interessantes algumas colocações feitas pela escritora, uma americana, residente em Paris e observadora dos costumes franceses de educar os filhos. Ela mesma mãe de 3 crianças e que percebia a diferença nos costumes e maneira de tratar as crianças entre as duas sociedades. 

Logo no início do livro ela comenta da superproteção dos filhos e de como é importante prestar mais atenção à educação das crianças, do que pode ser bom para elas realmente e não se antecipar. O modelo de educação americano recomenda que as crianças sejam muito estimuladas, que sejam iniciadas nas artes, nos esportes, na escolarização cada vez mais cedo para que estejam preparadas no mundo competitivo em que vivemos e não se frustrem por não terem condições de superar outros. Esta é uma educação exaustiva e estressante na qual as crianças são expostas e acabam por mostrar um comportamento estressado e inquieto, tão prejudicial e incômodo. 

Observando a maneira da educação francesa, a escritora diz que todo mundo mais ou menos usa as regras básicas sem perceber. Os pais parisienses são zelosos quanto a conversar com os filhos, mostram a natureza a eles e leem muitos livros. Eles os levam para aulas de tênis, de pintura, e museus interativos de ciências. Os franceses conseguem ser envolvidos sem ser obcecados pelos filhos. Eles acham que mesmo os bons pais não estão a serviço constante dos filhos e que não há necessidade de sentir culpa por isso

Eles querem que os filhos sejam estimulados, mas não o tempo todo. Eles querem que as crianças ajam como crianças, que brinquem, que tenham tempo livre ao invés de estarem inscritos em todos os cursinhos e escolinhas para estimular sua inteligência e melhorar seu desempenho em alguma coisa. 

Parece que a maneira francesa de criar e educar os filhos, é menos estressante e cheia de compromissos que a maneira americana. Será esta uma educação mais feliz e bem-sucedida? 

A escritora Pamela Druckerman segue observando e pesquisando os hábitos franceses à medida que vai se inserindo na cultura e rotina parisienses. A entrada da filha na escola e a convivência com as famílias francesas ajudam a compreender como as crianças são tratadas, educadas e incentivadas a serem adultos tranquilos, felizes e adequados nas diferentes situações que se lhes apresenta a vida. 

Escolher a melhor educação para os filhos não é tarefa fácil, principalmente nos dias de hoje onde tantas teorias, ensinamentos e costumes são questionados. Esta análise do livro segue em outros textos, mas o mais importante é amar de forma incondicional seus filhos e isto não significa sem dar limites, sem prepará-los para a vida, mas observando o que realmente as crianças precisam, não antecipar suas necessidades.


Janete Cristiane Petry - janetepp@espacodomquixote.com.br
Psicopedagogia do Espaço Dom Quixote

"Paidrastos" (e "mãedrastas")



O Dia dos Pais já passou, mas ainda indico a leitura de um texto de Contardo Calligaris (retirado da Folha de São Paulo) que trata sobre o lugar dos padrastros. 

"Paidrastos" (e "mãedrastas") 

Não encontrei uma estatística que me dissesse quantas famílias, no Brasil, vivem com filhos de casamentos anteriores de um dos pais ou de ambos (talvez um leitor sociólogo possa me ajudar). 

Mas é fácil constatar que muitas famílias são hoje compostas de pais, filhos e, como se expressou uma vez um de meus enteados, de "paidrastos" e "mãedrastas". O tema, claro, mereceria mais do que estas pequenas notas. 

Sobre as madrastas, só o essencial: o homem que tem filhos de um casamento anterior acredita cegamente que sua nova mulher os amará como se fossem filhos dela (ser mãe, para uma mulher, seria um instinto irresistível). O pai de Cinderela, mesmo vivo, não se daria conta de que sua filha era a rival detestada e perseguida pela sua nova mulher e pelas suas enteadas. 

Ora, com várias exceções (claro), para a nova mulher, os filhos do casamento anterior do marido são rivais, irmãozinhos metidos que disputam com ela o amor do "pai" comum --isso vale especialmente quando ela tem filhos de um casamento anterior ou planeja ter mais filhos no novo casamento. 

Mas vamos aos padrastos, que são o nosso tema do dia. 

1) Apesar dos testes de DNA, ser pai continua sendo uma questão mais simbólica que real, ou seja, o pai ainda é aquele que a mãe indica como pai. Uma consequência disso é que os homens são perfeitamente capazes de se esquecer de seus filhos depois de uma separação (a não ser que a mulher continue lhes repetindo, noite e dia, que eles são os pais das ditas crianças). 

Por essa mesma razão, os homens são facilmente padrastos atenciosos - basta que a nova mulher lhes atribua essa função. Agora, por serem "atenciosos", eles não são menos precários: como acontece no caso dos próprios filhos, o laço do homem com seus enteados é subordinado ao laço com a mulher que é mãe deles. Em outras palavras, se o padrasto se separar da nova mulher, dificilmente ele manterá uma relação com os enteados, mesmo que eles tenham se criado com ele durante anos. 

Triste? Talvez. Mas já imaginou a complicação no caso de vários casamentos sucessivos? Que tal um almoço de Dia dos Pais com pai, padrasto 1, padrasto 2 e padrasto 3? 

2) Disse que os homens são facilmente padrastos atenciosos. Justamente, aqui surge um problema: ao redor da educação dos enteados, o padrasto quase sempre descobre que há, entre ele e sua nova mulher, diferenças de valores --que só aparecem na hora de cada um mostrar seus dotes pedagógicos. No eventual conflito, o padrasto está, de fato, quase impotente. 

Primeiro, se ele quiser impor regras, a nova mulher entenderá isso como análogo ao que ela mesma gostaria de fazer com os filhos do casamento anterior do marido --ou seja, ela achará que o marido usa uma severidade seletiva, que ele nunca aplicaria aos seus próprios filhos. 

Segundo, educar implica correr o risco de ser detestado --risco que um pai deve correr sem hesitação; mas o padrasto precisa e quer conquistar a simpatia dos enteados, sob pena de ouvir o fatídico: "Você não é meu pai!". 

3) Os enteados não são anjos. Num primeiro momento, todos eles podem festejar a recomposição de um quadro familiar, seja ele qual for. Logo, os meninos tendem a se tornar paladinos da honra materna e paterna (como é que a mãe se interessa por outro homem que não seja eu? Quem é este cara que quer ocupar o lugar do meu pai?). 

Quanto às meninas, elas oscilam entre três caminhos: lamentam que a mãe, e não elas, conquiste todos esses homens; receiam que, aceitando o padrasto, elas trairiam o pai e seriam desamadas por ele; enfim, bem mais do que os meninos, elas não querem compartilhar a mãe com ninguém. 

A experiência do divórcio dos pais criou jovens interessantes. A sensação de que eles não foram uma razão suficiente para que os pais ficassem juntos produziu, em alguns, uma insegurança doentia para a vida toda, mas, em outros, deixou um fundo de sabedoria melancólica que resiste bravamente às ideias narcisistas mais estupidamente grandiosas. 

Quanto às complexidades da vida numa segunda ou terceira família, está na hora de considerar suas consequências para as crianças e os adultos que delas virão. 

Contardo Calligaris é psicanalista e colunista da Folha de São Paulo


Thais C. Chies - thaispsico@espacodomquixote.com.br
Psicóloga do Espaço Dom Quixote

Módulo de Brincadeiras e brinquedos


Fobias e Terapia Cognitivo-Comportamental


O sentimento medo é uma reação filogeneticamente determinada, desenhada pela evolução para nos proteger do perigo, podendo adquirir um caráter desadaptativo ou quantativamente desproporcional, dando origem também a condições clínicas (KNAPP, 2004). O medo será fóbico quando for considerado sem fundamento e absurdo pelo próprio paciente e quando for capaz de produzir sintomas comandados pelo sistema nervoso autônomo (BALLONE, 2005). 

O medo fóbico é específico e, na maioria das vezes, lança-se para o meio externo através de manifestações próprias do corpo, as quais, normalmente, afetam o sistema nervoso autônomo, levando a manifestações neurovegetativas, tais como: vertigens, pânico, palpitações, distúrbios gastrointestinais, sudorese e perda da consciência. Esses sintomas determinados pela fobia surgem sempre que o paciente se depara com o objeto fóbico (ibidem). 

A fobia é um sentimento de medo, injustificado e desproporcional, que se introduz e persiste no campo da consciência e se mantém ali, independente do reconhecimento de sua forma infundada e da intensidade com que se manifesta. A característica essencial da fobia consiste num temor patológico que escapa à razão e resiste a qualquer espécie de oposição, temor este dirigido a um objeto específico (ibidem). 

Segundo o DSM IV-TR (APA, 2002), entre os Transtornos de Ansiedade, temos a Fobia Específica. Sua característica principal é o medo acentuado e persistente de objetos ou situações claramente discerníveis em que, com frequência, o estímulo fóbico é evitado ou suportado com temor. O medo ou a antecipação ansiosa do encontro com o estímulo fóbico interfere significativamente na rotina diária, no funcionamento ocupacional (trabalho ou escola) e na vida social do indivíduo. O paciente também sofre maciçamente por ter a fobia. Essas pessoas experimentam um medo acentuado, excessivo ou irracional, na presença ou previsão do confronto com determinado objeto ou situação. 


O diagnóstico de Fobia Específica engloba cinco subtipos (DSM IV-TR, APA, 2002):

• Tipo Animal: o medo é causado por animais ou insetos; 

• Tipo Ambiente Natural: o medo é causado por objetos ou situações do ambiente natural; 

• Tipo Sangue-Injeção-Ferimentos: o medo é causado por sangue ou ferimentos ou por submeter-se a outros procedimentos médicos invasivos; 

• Tipo Situacional: o medo é causado por uma situação específica, como andar de ônibus, avião, elevador, dirigir, pontes ou permanecer em lugares fechados; 

• Outros Tipos: o medo é causado por outros estímulos, por exemplo, som alto. 

As Fobias Específicas parecem ser desenvolvidas de maneiras bastante heterogêneas, variando em função de diferenças individuais, de aspectos ambientais e de seus subtipos, entre outros fatores (FYER, 1998). A fobia específica, de forma geral, é uma psicopatologia de início precoce, ocorrendo por volta dos cinco anos de idade, sendo que, na maioria dos indivíduos, os sintomas se extinguem espontaneamente ainda na infância (KNAPP, 2004). Porém, há indivíduos em que a fobia permanece até a idade adulta, quando os níveis se ansiedade mantêm-se elevados (CAMINHA, 2003). 

A ênfase deste tratamento consiste na aquisição, pelos pacientes, da confiança para o enfrentamento daquilo que é evitado (CAMINHA, 2003). A terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem psicoterapêutica fundamentada no modelo cognitivo, segundo o qual a emoção, o pensamento e o comportamento são determinados pela maneira como o indivíduo interpreta o mundo (BECK, 1997). O pressuposto básico da terapêutica cognitivo-comportamental das fobias específicas é de que o medo, da mesma forma que é aprendido, pode ser desaprendido. É como se durante o desenvolver da fobia, houvesse uma aprendizagem de um jeito, agora, por ocasião da terapia, a aprendizagem devesse ocorrer de um jeito contrário, associada a uma resposta mais adaptativa (WOLPE, 1961). 

O vídeo abaixo, para exemplificar, demonstra resumidamente, como é possível o tratamento e sua real mudança cognitiva e comportamental frente ao medo. 



Fernanda Soares Fernandes - fernandapsico@espacodomquixote.com.br
Psicóloga CRP 07/17156 do Espaço Dom Quixote
Especialista em Psicologia Clínica – TCC
Pós- Graduanda Terapia de Casal e Família

Vestibular e escolha profissional: precisa ser tão estressante?



Não posso nem tentar me divertir 
O tempo todo eu tenho que estudar 
Fico só pensando se eu vou conseguir 
Passar nesse tal de vestibular 
(Trecho da música “Química”, do Renato Russo) 

O momento da escolha profissional é bastante conflitante para os adolescentes. Cada vez mais cedo, meninos e meninas são pressionados a fazer sua escolha profissional, antes mesmo de se sentirem prontos para isso. 

O Ensino Médio é cada vez mais “puxado” nas escolas particulares e a busca por uma boa colocação no Enem, ou por um número grande de alunos que ocupe uma bela colocação nos mais concorridos cursos das universidades particulares, faz com que as escolas talvez possam estar exagerando na pressão. 

Recebo no consultório adolescentes no mais alto nível de estresse, devido à pressão exercida por pais e professores. As palavras ENEM, vestibular e escolha profissional lhe dão calafrios muito tempo antes de se ter que se deparar efetivamente com elas. 

Todos nós lembramos do quanto pode ter sido difícil para nós fazermos uma escolha profissional e do quanto investimos tempo e dedicação quando estávamos prestes a fazer o vestibular. No entanto, atualmente percebo que a pressão é demasiada e o que poderia gerar um estresse positivo, uma dedicação maior, mas realizada com afinco e entusiasmo, está se tornando uma tormenta para os adolescentes que tem medo de decepcionar seus pais e professores. Diante dessa situação, os adolescentes entram em “colapso nervoso”, começam a ir mal na escola, a ter vontade de chorar quando o assunto é escolha profissional e ficam excessivamente cansados, não tendo energia para investir nos estudos. 

É importante que qualquer pessoa, em qualquer fase da vida, tenha um tempo de lazer e descanso, e isso vale também para os adolescentes do Ensino Médio. Hora de estudo é hora de estudo, mas hora de relaxar é hora de relaxar, sem culpa! 

Estabelecer horários de estudo e horários de lazer faz com que os adolescentes não se sintam culpados durante o descanso e possam ser cobrados durante o momento de estudar. 

Os pais devem ficar atentos para não fazerem uma pressão excessiva sobre os filhos. É preciso abordar os temas como escolha profissional e vestibular como algo prazeroso e não como algo penoso, que deve ocupar todo o tempo do adolescente durante todo o período do Ensino Médio. 

Caso a família e a escola percebam que o adolescente está muito confuso com relação à escolha profissional ou demasiadamente angustiado com os estudos, é preciso buscar uma ajuda profissional. Afinal, por mais que alguém estude, jamais conseguirá bons resultados se estiver muito estressado ou inseguro. 

O estímulo e o reforço positivo são sempre os melhores aliados na educação de crianças e adolescentes!

Fabíola Scherer Cortezia - fabiola@espacodomquixote.com.br
Psicóloga do Espaço Dom Quixote
Especialista em Infância e Adolescência