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Crianças na cozinha!


Quem nunca escutou o famoso diálogo:
- “Eca, eu não gosto disso!”
- “Como assim, não gosto? Por acaso já experimentou?”
- “Não!”
- “Então como sabe se não gosta?”
- “Não gosto e pronto!”

Qual a mãe ou pai que se depara com esse diálogo e não se angustia? Não é de hoje que se sabe o quão importante é manter uma alimentação saudável e o quão difícil é convencer esses baixinhos a aderir a ela.

O que eu digo sempre é: “Mantenha a calma! Não faça disso um tormento na hora das refeições.” É claro que é importantíssimo que a criança ingira tantas porções disso ou tantas porções daquilo, mas vamos por partes.

Para que uma criança aceite determinados alimentos, ela precisa ter contato com eles sempre. E quando digo contato sempre, não é somente na hora das refeições, no prato, no prato dos pais ou até mesmo na mesa lindamente posta. Criança precisa tocar no alimento, segurá-lo com as mãos, precisa cheirar, amassar, se melecar, colocar na boca só para ver como é, sem aquela pressão do “tem que comer!”.

E qual a melhor forma de fazer isso? Brincando com o alimento! E por que não na cozinha? Crianças adoram ir para a cozinha! É um mundo mágico para elas, cheio de sabores, cheiros e novidades! E com os devidos cuidados, por que não cheio de diversão?

Crianças adoram fazer parte desse mundo onde simples ingredientes se transformam em alimentos saborosos. Elas se divertem lavando folhas de alface, misturando ingredientes, amassando massa ou quebrando ovos. É muito mais fácil experimentar algo que foi feito por elas mesmas! Quem não ficaria orgulhoso de fazer algo saboroso e ver que outras pessoas também apreciaram?

Quanto mais cedo uma criança vai para a cozinha, melhor é a aceitação e a manutenção de uma alimentação saudável. É uma ótima maneira de motivá-los a comer bem.

Mas não se iluda, criança aprende com os hábitos dos pais. Não espere que a criança tenha uma alimentação maravilhosa se os pais não a tem!

Portanto, aproveite o início do período escolar e reserve um tempo para ir para a cozinha com o seu filho! É um jeito fantástico de estreitar laços e deixar eternizado na memória!

Boa diversão!


Daniela Schneider – danielanutri@espacodomquixote.com.br
Nutricionista do Espaço Dom Quixote

Tempo de voltar às aulas, tempo de prevenir


Muito falamos durante o ano passado sobre as dificuldades de aprendizagem e as conseqüências que elas ocasionam na vida dos nossos estudantes. Este também foi assunto de diversas reportagens na televisão e em jornais no final do ano que passou.

Sabe-se que as dificuldades de aprendizagem são manifestações que demonstram que as crianças perderam o prazer em aprender. Algumas vezes, essas dificuldades são resultados das relações familiares e do meio social em que a criança vive, outras são resultado da inadaptação do sujeito à prática escolar.

Quando a dificuldade de aprendizagem já esta instalada, ou seja, quando a criança começa a apresentar problemas para aprender é a hora de buscar ajuda especializada, mas também é possível em sala de aula prevenir essas dificuldades. Seguem algumas dicas:

- Escutar o que o aluno tem a dizer pode nos ajudar a definir qual o rumo das aulas;

- Brincar... reserve pelo menos 1 hora por semana para que a criança brinque em sala de aula, em especial os alunos no currículo de 2º, 3º e 4º ano. Deixe-os brincar de carrinho, boneca, blocos de madeira, blocos de montar. Esses momentos permitem que os alunos trabalhem algumas de suas questões subjetivas, eles também se tornam mais unidos como turma;

- Utilize jogos pedagógicos como técnica de aprendizagem. É importante deixar claro que o momento de brincar na sala de aula deve ser diferente do momento dos jogos pedagógicos;

- Leia para os alunos, escolha um livro e reserve os 10 minutos finais da aula para ler aos alunos, eles gostam e isso incentiva o gosto pela leitura;

- Incentive as habilidades da turma como um todo, escolha algo em que a turma em sua unidade possa se sair bem, uma dança, uma peça teatral, música. Reserve um tempo e ajude os alunos a se organizarem para uma apresentação especial para a escola e comunidade;

- Sempre ao preparar uma aula, lembre-se de quando era aluno, o que gostavas de fazer? Como era o professor preferido? Como era o pior professor?;

- E por fim, buscar inspiração em filmes e livros, como Uma Professora Muito Maluquinha do Ziraldo e Pinóquio às Avessas do Ruben Alves.

Um bom início de ano escolar a todos!


Clarissa Paz de Menezes - clarissapp@espacodomquixote.com.br
Psicopedagoga do Espaço Dom Quixote

Filme "O Discurso do Rei" aborda a Gagueira


O longa-metragem produzido no Reino Unido conta a história do rei George VI e de como através de tratamento, ele evitou que a gagueira o impedisse de reinar.

Baseado em uma história real, o filme "O Discurso do Rei" (The King's Speech, 2010) foi lançado no Brasil em 10 de fevereiro.

"Este filme finalmente oferece à sociedade uma representação realista e madura da gagueira e tem o potencial de remover boa parte dos preconceitos e esteriótipos que foram se acumulando em torno do distúrbio. O filme mostra como as coisas eram em 1930. Muitas concepções mudaram desde então. Atualmente a ciência moderna oferece uma compreensão mais sofisticada da gagueira, inclusive com a descoberta de mutações genéticas associadas ao distúrbio. Hoje sabemos que a gagueira possui causa biológica e, a partir deste conhecimento sobre sua verdadeira origem, os métodos de tratamento estão cada vez mais efetivos", explica Ignês Maria Ribeiro, presidente do Instituto Brasileira de Fluência (IBF).

Sobre a gagueira

A gagueira é um distúrbio do neurodesenvolvimento que altera a fluência da fala e pode afetar profundamente a vida de seu portador. Esse distúrbio é observado em todas as partes do planeta independentemente da raça, cultura ou situação socioeconômica.

Atualmente a gagueira afeta cerca de 60 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, estima-se que este número chegue a quase 2 milhões.

O tratamento deve ser realizado por um fonoaudiólogo que irá, juntamente com o paciente, criar estratégias que minimizem os efeitos da gagueira, buscando uma fluência adequada na fala.

Se você estiver conversando com uma pessoa que tem gagueira, algumas dicas são importantes para auxiliá-la:

1. Não faça comentários como: "fale mais devagar", "respire". Esses conselhos podem gerar uma recusa a falar na pessoa e interfere na autoestima;

2. Faça com que a pessoa saiba que você está escutando o que ela diz e não COMO diz;

3. Mantenha o contato ocular e espere paciente e naturalmente até que a pessoas termine sua fala;

4. Não termine as frases ou palavras, nem tente adivinhar o que está sendo dito;

5. Fale sem pressa e mais lentamente com uma pessoa que gagueja, mas não muito devagar a ponto de soar pouco natural.

Estas dicas, aliadas a um tratamento eficaz, promoverão uma boa comunicação entre todos.


Fernanda Helena Kley - fernandafono@espacodomquixote.com.br
Fonoaudióloga do Espaço Dom Quixote

Atividades de coordenação motora fina nas férias


Férias é tempo de descontração e muita brincadeira. Nessa época de curtição sem compromissos é possível oferecer atividades que contribuam para o desenvolvimento motor fino das crianças, além de ativar a criatividade, a curiosidade e causar muito prazer.

A coordenação motora fina permite à criança realizar movimentos cada vez mais precisos e apurados. Permitindo que a criança domine o ambiente, propriciando assim o manuseio dos objetos.

Atividades que envolvam recortar, colar, rasgar, pintar, criar, recriar, pegar, enrolar permitem não só a diversão como o aprendizado também.

Fica algumas sugestões de atividades que exploram a motricidade fina:

- Rasgar papel livremente utilizando, de início, papéis que não ofereçam muita resistência ao serem rasgados;

- Rasgar papel em pedaços grandes, em tiras, em pedaços pequenos;

Fazer os exercícios seguintes usando inicialmente giz de cera e depois pincel e tinta, lápis de cor e lápis preto:

- Fazer manchas em folha de papel, livremente;

- Fazer manchas dentro de figuras grandes;

- Fazer manchas sobre uma linha;

- Fazer manchas entre linhas paralelas, de início distantes e depois mais próximas;

- Pintar áreas delimitadas por formas geométricas e partes de desenhos de objetos, oferecendo materiais que criem texturas, pincéis e até mesmo os dedos.

Agora é só por as crianças para produzir brincando!


Priscila Straatmann Mórel - priscilato@espacodomquixote.com.br
Terapeuta Ocupacional e Psicomotricista do Espaço Dom Quixote

Quem canta seus males espanta?


Quem canta seus males espanta. Esse dito popular provavelmente surgiu do fato de muitos concordarem que o cantar nos faz sentir melhor, muda nosso estado de humor e pode até nos fazer esquecer os problemas.

Será isso um mito ou uma verdade? Há algo de científico nessa afirmação?

O cantar tornou-se alvo de pesquisa, trazendo dados importantes não só para músicos, médicos, musicoterapeutas, mas também para a saúde de todos em geral. Há médicos que recomendam o cantar como forma de diminuir o estresse e outros benefícios como os que serão citados. Ultimamente, há diversas pesquisas na área mostrando que cantar aumenta a atividade cerebral, desenvolvendo diversas de suas funções, ativa áreas cerebrais ligadas à atenção, às emoções positivas, à linguagem, ao prazer (ativando a mesma área responsável pelo prazer causado por drogas, sexo ou comida) além de diminuir o nível de cortisol (hormônio do estresse), liberar endorfinas, aumentar as concentrações de imunoglobulina A (hormônio responsável pelo sistema imunológico), equilibrar o sistema neurovegetativo, reforçar a atividade dos nervos parassimpáticos (responsáveis pelo relaxamento do corpo), melhorar a concentração e a memória, entre outros benefícios.

Comprovou-se então que o cantar realmente promove um bem estar físico e mental, sendo perfeitamente capaz de deixar de lado os males que nos perturbam, as más sensações, trazendo disposição e bom humor. Porém, tive uma professora na faculdade que dizia que não, quem canta não espanta seus males, e sim, os resolve!

O cantar é pré-historicamente um meio de expressão e comunicação. Quantas vezes não conseguimos nomear em palavras o que estamos sentindo? Já dizia o poeta Victor Hugo, a filósofa Susanne Langer e hoje confirma o neurologista Oliver Sacks: “Cantar pode expressar pensamentos e sentimentos que em dado momento não têm possibilidade de ser expressos pela fala”.

O cantar é tão influenciado pelas emoções que estas afetam a qualidade e o controle da voz, tornando-se perceptíveis através dos elementos não verbais da voz. Ajustamos a velocidade, intensidade, projeção, inflexão, articulação da voz à nossa emoção, mesmo sem intenção. Por exemplo, tons mais graves, melodia descendente, intensidade fraca e andamento lento muitas vezes estão relacionados com tristeza e os tons agudos, trazendo junto inflexões, maior velocidade, extensão vocal e previsibilidade na melodia, vinculam-se com a alegria.

Visto que o cantar envolve o ser humano como um todo, tanto o intelectual, quanto o social por ser um meio aprendido, o físico pelo instrumento ser o nosso próprio corpo e o emocional, onde além de ser a pura expressão das emoções que estamos sentindo, é capaz de modificar nosso estado de humor, ele mostra-se um eficaz procedimento para terapia, sendo capaz de resolver os males.

O canto e as canções fazem parte da nossa identidade, do nosso dia-a-dia, evocam lembranças e/ou provocam emoções, nos revelando por inteiro. Assim, pode-se aliviar as tensões, aprimorar a comunicação, promover o equilíbrio emocional, desenvolver a percepção, desenvolver a integração interpessoal, entre outros. O cantar na Musicoterapia é especialmente eficaz para pessoas com depressão, demência, recuperando lembranças perdidas, pessoas com dor crônica, diminuindo a quantidade de medicação, na recuperação da fala em pessoas com afasia, onde não consegue-se falar, mas consegue-se cantar, recuperando parte da fala, enfim, qualquer pessoa que queira resolver seus problemas, cantando.

O Musicoterapeuta analisa o comportamento da pessoa através do seu cantar, que traz uma supremacia de informações sobre a voz falada. Na Musicoterapia alcança-se os objetivos terapêuticos de cada paciente através desse rico universo que revela afetos vividos no passado, problemas do tempo presente e até desejos futuros. Todas essas questões podem ser trabalhadas e desenvolvidas pelo cantar na Musicoterapia, independente da afinação.

Para as crianças o cantar é fundamental para incentivar a fala. Na infância e adolescência o cantar na Musicoterapia é de grande importância, desinibe, melhora o equilíbrio emocional, as relações interpessoais, aumenta a autoestima, atenção, criatividade, capacidade intelectual, sendo extremamente relevante para se tornar uma pessoa mais confiante e preparada para o convívio social e para a vida.

Em Tóquio, criou-se um ônibus musical, onde diariamente os passageiros recebem os textos de músicas e cantam passeando pela cidade. A iniciativa surgiu a partir de pesquisas por Kazutomi Kanemaru que mostram muitos benefícios do cantar para saúde, melhorando a qualidade de vida e retardando os efeitos da velhice.

Sendo assim, cante! Cante com vontade, cante o que está com vontade de cantar, não tenha vergonha, deixe suas emoções saírem, se sentirá aliviado, afastará seus problemas ou procure um Musicoterapeuta para auxiliar você a resolvê-los e aumentar sua qualidade de vida.


O Cantar da mãe para o seu bebê é fundamental para o bom desenvolvimento da criança! Informe-se sobre o Grupo para Gestantes e o Grupo de Estimulação Precoce do Espaço Dom Quixote!!


Luciana Steffen – lucianamt@espacodomquixote.com.br
Musicoterapeuta do Espaço Dom Quixote