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Musicoterapia? De que forma a música pode ser terapêutica?


Em primeiro lugar, você consegue se imaginar num mundo onde não exista música? Onde não exista sons? A música tem grande importância no nosso viver. Há um consenso que ouvir música provoca prazer, relaxa e até diminui o estresse. Teria então a música um poder terapêutico?

Pesquisas científicas confirmam que a música ativa as áreas de prazer no cérebro, provocando bem-estar e afeta, além do sistema nervoso central, o sistema nervoso autônomo, diminuindo a pressão arterial, a tensão muscular e regulando os hormônios do estresse.

Porém, a Musicoterapia vai muito além dos efeitos fisiológicos. Estuda o comportamento humano através da música, sendo ela um meio de comunicação e expressão que trabalha diversos objetivos terapêuticos através da relação musicoterapeuta – música – paciente, nas áreas: emocional, social, motora e/ou intelectual.

O modo que fazemos música e que nos relacionamos com ela é o modo que nos comportamos e nos relacionamos nos outros meios. Assim, o nosso fazer musical diz muito da gente e através dele o musicoterapeuta intervêm a fim de conseguirmos melhorar diversos aspectos e alcançar uma melhor qualidade vida. A falta de iniciativa ao escolher um instrumento ou cantar uma canção, a timidez, a falta de autonomia ao cantar e tocar um instrumento exatamente do mesmo jeito que o musicoterapeuta ou o desrespeito com qualquer limite, cantando uma canção com uma velocidade, intensidade que não corresponde àquela música, tudo aparece no fazer musical.

O nosso estado de humor influencia e modifica o jeito que cantamos uma mesma música. A música expressa emoções que não podem ser ditas através de palavras. É uma outra forma de comunicação para quem tem dificuldades de se comunicar verbalmente ou prefere esse outro meio que é mais fácil de encarar, liberando emoções, tensões, ansiedade e promovendo um equilíbrio emocional. Nossa autoestima aumenta quando cantamos, tocamos um instrumento ou realizamos um jogo musical com sucesso.

Trabalha-se limites com música. A música é uma organização, há regras que precisam ser respeitadas, auxiliando assim na organização intra e interpessoal. Em atividades de improvisação musical surge a capacidade de iniciativa, de tolerância, aprendendo a lidar com o novo, com frustrações.

No fazer musical aprende-se a interagir socialmente. As pessoas precisam se unir para executar uma atividade com sucesso. As regras da comunicação em um diálogo verbal são as mesmas no diálogo musical: esperar sua vez de tocar/cantar, escutar o outro, saber se colocar no diálogo, trabalhando a cooperação, o compartilhar, respeito. Com a música as regras são mais fáceis de realizar e começam a ser internalizadas.

Uma atividade musicoterapêutica exige diversos conceitos cognitivos como pensamento, memória, concentração, atenção, melhora a aprendizagem e facilita a aprendizagem da linguagem e do processo de alfabetização e escrita. Por sua diversidade de estímulos, aumenta a concentração, os neurônios são mantidos em atividades e a absorção de informações estimulada.

A música proporciona interesse, sendo um excelente meio de trabalhar com crianças e adolescentes. A fase da adolescência é marcada pela música, como se fosse um refúgio, um alívio, algo que firme a identidade que está sendo formada. Através de canções que marcam a vida presente, pode-se trabalhar tanto questões emocionais quanto dificuldades de relacionamento e aumentar a atenção e a criatividade para solucionar problemas de forma prazerosa.

No desenvolvimento físico, a Musicoterapia melhora o funcionamento e as habilidades motoras, trabalha as questões sensoriais, promove relaxamento e alivia a dor.

Todos podem se beneficiar da Musicoterapia, a não ser quem realmente não tenha a música como uma forma de comunicação. Pessoas que não se sentem a vontade para se expressar através da fala, que apresentam dificuldades na linguagem, dificuldades de aprendizagem, pessoas com deficiências físicas e mentais, TDAH, problemas de relacionamento, pessoas muito tímidas ou com baixa autoestima, com depressão, estresse, que necessitam uma estimulação precoce ou melhorar o vínculo mãe-bebê são alguns exemplos que podem se beneficiar muito da Musicoterapia.

A Musicoterapia pode inclusive diminuir a medicação e ser um excelente meio de inclusão por permitir que todos participem de uma atividade musical. E traz assim, maior equilíbrio emocional, capacidade de interagir socialmente e preparo intelectual e físico.


Luciana Steffen - lucianamt@espacodomquixote.com.br
Musicoterapeuta do Espaço Dom Quixote

MISSÃO PAIS III: é hora de relaxar


Nos dias atuais, todos temos duas profissões que temos que assumir e tentar desempenhá-las da melhor forma possível. Quais são elas? Uma refere-se à profissão que escolhemos e a outra, é ser pai/mãe.

Cada uma delas exige tempo, atualização, novas informações, responsabilidades e obrigações. Além de adaptar-se a pressões internas e externas e aprender a lidar com a auto-critica e até mesmo com as dificuldades psicológicas.

No entanto, a correria diária, a exigência cada vez mais alta e a hiperatividade da sociedade, nos leva ao estresse. O estresse é um esforço de adaptação realizado pelo organismo, na tentativa de enfrentar situações consideradas ameaçadoras à vida e seu equilíbrio interno. Assim uma situação súbita que envolva algum tipo de perigo ou situações conflitantes e contínuas podem desencadear um processo de estresse.

Sendo responsável por vários sintomas como a irritabilidade, distúrbio de sono e do apetite, dificuldade na concentração, preocupação exagerada com relação a situações relevantes, diminuição da memória e até mesmo impotência sexual. Outras vezes pode ser acompanhado de distúrbios psicológicos, como depressão ou agitação.

Sabe-se que é bom ter certa dose de adrenalina sendo necessária à vida, mas não em excesso. Saber dividir as tarefas e os papéis profissionais que assumimos ao longo da vida é necessário e saudável. É fundamental existir um equilíbrio entre trabalho e descanso, ou seja, o corpo exige repouso, lazer e exercícios. Se você está tenso e estressado, é hora de dar uma pausa, reavaliar seu ritmo de vida e talvez tirar um tempo para descansar. Desocupe a mente e saiba relaxar. Brincar, voltar a ser criança juntos com os filhos torna a turbulência do dia-a-dia tranqüila e prazerosa.

Relaxar então significa tirar um tempo pra si, poder conversar consigo mesmo e encontrar o equilíbrio interno. Coloque uma música suave, feche os olhos, respire, inspire - mantendo um intervalo - e perceba suas zonas de tensões. Após, tente relaxar esses pontos, visualize a tensão e vá relaxando. Dura quinze minutos, é rápido e fácil. A recompensa é grandiosa, todos perceberão inclusive você.


Priscila Straatmann Morél - priscilato@espacodomquixote.com.br
Terapeuta Ocupacional e Psicomotricista do Espaço Dom Quixote

O que fazer nas férias?


Os filhos estão de férias? Os próximos dias serão de descanso para as nossas crianças, mas também um tempinho a mais para brincar, se divertir, visitar avós, fazer passeios e programações especiais.

Aí surge a dúvida... como proporcionar aos filhos brincadeiras e passeios que possam ser vivências importantes, que auxiliem no seu desenvolvimento e que tragam ensinamentos de vida? O primeiro passo é se programar... os pais terão férias também? Ou este privilégio é só das crianças?

Se os pais não podem acompanhar as crianças nestes dias de folga, é importante que se determine com os cuidadores (avós, babás) dos pequenos um cronograma de atividades. Nada de ficar o dia inteiro na frente da televisão, as crianças atualmente já ficam mais do que o necessário olhando desenhos, às vezes nem muito apropriados.

Por que não pensar em atividades com música e dança? As crianças podem inventar uma apresentação para depois da hora do jantar! Estimula a oralidade, a expressão artística, movimento, ritmo, coordenação motora, gosto pela música.

Ou quem sabe umas rodadas de contação de histórias? Os livros são formas excelentes de se estimular a linguagem compreensiva, ampliar o vocabulário, estimular a criatividade, o senso crítico, o gosto pela leitura. Além das crianças apenas escutarem a história, elas também podem criar a sua própria história, se tornarem protagonistas do seu conto de fadas. Criar pequenas poesias também agradará as crianças, conhecer rimas e criar novas pode ser muito divertido.

Se há a possibilidade de passeios externos, vá a lugares em que a criança possa aproveitar o espaço livre. Pular, correr, subir e descer, sair um pouco da rotina urbana. Lugares em que haja muito o que observar e assim questionar o que estão vendo, como são os objetos, natureza, animais, tudo conforme o local em que estiverem. Nessa conversa é estimulada o senso de observação, a troca de informações, formulação de frases, discurso e ainda é possível ver como a criança interage com o ambiente.

Aproveite este dias e proporcione às crianças situações diferentes da rotina escola-casa. Com certeza elas irão gostar!


Fernanda Helena Kley - fernandafono@espacodomquixote.com.br
Fonoaudióloga do Espaço Dom Quixote
Pós-Graduanda em Neuropsicologia (UFRGS)

Intolerância à lactose



A intolerância à lactose se dá quando ocorre a inabilidade transitória ou permanente de absorção da lactose. É o desequilíbrio entre a quantidade de lactose ingerida e a capacidade de hidrólise pela lactase, uma enzima responsável pela degradação da lactose presente no leite e derivados.


A intolerância à lactose é uma condição distinta da alergia à proteína do leite de vaca, sendo esta relacionada ao sistema imunológico.


Define-se como uma síndrome clínica com uma ou mais das seguintes características: dor abdominal, diarréia, náuseas, flatulência e distensão abdominal após a ingestão de lactose ou de preparações que a contenham! A quantidade de lactose que irá desencadear sintomas dependerá da quantidade consumida, do grau de deficiência da lactase e da forma como é ingerida (tipo de preparação).


Não existem recomendações nutricionais específicas para crianças e adolescentes com intolerância à lactose. O tratamento deve ser individualizado, uma vez que o grau de deficiência da lactase difere de uma pessoa para outra, sendo toleradas quantidades variáveis de lactose na dieta. É indicado o uso de produtos a base de substitutos do leite como a soja e o arroz.


É importante lembrar: crianças que evitam o consumo de leite e derivados tendem a ingerir menor quantidade de cálcio do que o recomendado, mineral que está associado à mineralização óssea. É indicado acompanhamento médico e nutricional para a avaliação da necessidade de eventual suplementação deste mineral.



Daniele Santetti - danielenutri@espacodomquixote.com.br
Mestranda em Saúde da Criança e do Adolescente PPGSCA/UFRGS
Nutricionista do Espaço Dom Quixote

Andanças de Dom Quixote neste semestre




O Espaço Dom Quixote anda transitando por toda região metropolitana neste ano...
Conhecemos muitos professores dedicados e pais atenciosos, que abriram mão de seu horário de descanso para aprender mais sobre o desenvolvimento infantil e/ou adolescente... Veja algumas de nossas andanças neste primeiro semestre...

23 de março = Palestra Motivacional para todos os funcionários da área de Saúde do Município de Campo Bom
06 de abril – Palestra sobre Limites EMEI Flores do Campo – Estância Velha
26 de abril – Palestra sobre Limites EMEI Estância das Crianças – Estância Velha
27 de abril – Oficina de Brincadeiras – Escola Pingo de Gente – NH
28 de abril – Palestra sobre Limites para Coordenadores de Escolas no Espaço Dom Quixote
Abril e Maio – Curso de Inclusão e Distúrbios da Infância e Adolescência no Colégio Sinodal da Paz – NH
20 de maio – Palestra Motivacional para Coordenadores Escola Nossa Senhora de Fátima
25 de maio- Palestra sobre Limites – Escola Nossa Senhora de Fátima – Sapucaia
01 de junho – Palestra sobre Limites – Escola ACM – POA
27 de maio, 08 e 22 de junho- Oficina de Raciocínio Lógico Matemático e Estimulação Precoce nas EMEIs do município de Sapucaia do Sul
27 de junho – Palestra sobre Dificuldade de Aprendizagem Escola ACM POA
28 de junho – Palestra sobre Bullying para coordenação e direção de escolas no Espaço Dom Quixote
Muitos cursos, palestras, oficinas e grupos esperam por você no Espaço Dom Quixote ou você pode levá-los até sua escola ou sua prefeitura!

A Integração da Musicoterapia e da Terapia Ocupacional no tratamento da Síndrome de Asperger


A Síndrome de Asperger é um quadro psiquiátrico pertencente à categoria dos transtornos abrangentes do desenvolvimento e foi descrita pela primeira vez em 1944 por Hans Asperger, psiquiatra austríaco, sob a denominação de “psicopatia autística”. Esta síndrome corresponde a um quadro caracterizado por déficit na sociabilidade, interesses circunscritos, déficit na linguagem e na comunicação.

Deve ficar claro, que não podemos generalizar, pois cada criança é um mundo e o diagnóstico preciso e seguro só pode ser dado por um médico especialista. No entanto, existem algumas características que podem ser observadas pelos pais quando seus filhos tenham entre 2 e 7 anos de idade, como a dificuldade de socialização, por exemplo.

Pensando nisso, a Musicoterapia e a Terapia Ocupacional buscam a integração dos atendimentos para o sucesso do tratamento. Essa proposta de intervenção conjunta, no Espaço Dom Quixote, busca aprimorar o funcionamento corporal e permitir assim o conhecimento e percepção do próprio corpo. Trabalhando de forma lúdica e incentivadora a atenção e a concentração, a memória operacional e motora, a percepção visuo-espacial, a percepção auditiva, a percepção temporo-espacial, a conscientização e a imagem corporal, o equilíbrio, a resistência física, o ritmo, a habilidade motora, a integração social e sensorial, a criatividade e a sensibilização. Cada atividade cantada é elaborada de forma a estimular o desafio interno de cada sujeito, como cantar e imitir os gestos da música, executar instrumentos, movimentos e desenhos com música.

A Musicoterapia trabalha diversos conceitos corporais através do ritmo, ativando as capacidades cognitivas como memória, atenção e percepção. A comunicação é facilitada e desenvolvida, já que a música possibilita outra forma de comunicação, uma comunicação não verbal, melhorando a compreensão das regras de um diálogo. No fazer musical surgem as mesmas regras de um diálogo, trabalhando-se a escuta do outro, o silêncio, o se colocar no grupo, a cooperação, respeito, tolerância, e o entendimento de limites.

Na Musicoterapia a interação social é facilitada, pois a música promove interesse, convida todos a participarem, é o elo comum que permite uma união e torna o trabalho em conjunto mais tolerável e mais fácil. Todos precisam se empenhar para o sucesso da atividade, a velocidade imposta pela música e o ritmo precisam ser respeitados, havendo dentro desse espaço, um espaço de trocas, compartilhar, de utilizar a criatividade, de lidar com o imprevisto e desenvolver a comunicação e interação.

A música impõe uma aproximação onde todos vivenciam a mesma coisa ao mesmo tempo, mas do seu jeito, com suas capacidades e limitações, oferecendo assim segurança para fazer parte de um grupo, de conviver com os outros. Começar e terminar a música ao mesmo, esperar sua vez de tocar, cantar, trabalham também o toque, o dar as mãos, a autoestima ao conseguir realizar a atividade e a capacidade de autonomia.

Cabe então à intervenção da Terapia Ocupacional ampliar a capacidade de independência do sujeito. É poder fazer do espaço lúdico, com crianças, um espaço onde esse sujeito possa ser olhado e escutado por meio do seu corpo, da sua motricidade, dos seus gestos. Esse sujeito fala e tem muito a dizer.

Então, a partir do momento que entendemos que o corpo humano é feito de linguagem e não ao contrário e sustentando-se pela linguagem, é possível trabalhar o aumento de vocabulário, diminuir os estereótipos e as obsessões. Proporcionando o bem estar emocional, a estabilização do humor e o convívio social.

É fundamental no trabalho terapêutico ocupacional enriquecer a interação social e as percepções corporais pelo recurso da música. Com o objetivo de criar rotinas, tão necessárias e vitais a eles e adequar as respostas. Respeitando o sujeito que já existe e usa seus interesses e experiências como base para criar novos caminhos, brincadeiras e possibilidades de forma prazerosa.

Nossa proposta de atendimento integrado visa sempre o sujeito, fazendo com se torne mais seguro e independente. Assim ganhando maior qualidade de vida.


Luciana Steffen - lucianamt@espacodomquixote.com.br
Musicoterapeuta do Espaço Dom Quixote

Priscila Straatmann Morél - priscilato@espacodomquixote.com.br
Terapeuta Ocupacional e Psicomotricista do Espaço Dom Quixote

Falta estímulo às nossas crianças


Imagine a seguinte cena: uma festa de aniversário de criança. O que você vê? Balões coloridos espalhados pelo salão, brinquedos dos mais diferentes desafios e emoções para entreter as crianças; doces e salgados que, além de saborosos, enchem os olhos com seus formatos e variedades. Para completar a cena, uma música ensurdecedora e gritante estimulando as crianças a pularem mais, dançarem mais, gritarem mais, sorrirem mais, tudo mais.

No meio deste cenário encontramos nossos personagens: crianças lindamente arrumadas, vestidas, penteadas e perfumadas correndo, gritando, divertindo-se, alheias a tudo em volta, querendo usufruir de tudo o que está à sua disposição. De preferência ao mesmo tempo.

No outro canto do salão estão os pais, adultos deslocados neste ambiente, tentando manter uma conversa. Vez por outra o olhar procura o filho ou a filha no meio da confusão para certificar-se de que já estão dessarrumados(as), despenteados(as) e suados(as). As mães, sempre preocupadas, tentam convencer as crianças a comerem alguma coisa. Às vezes vemos alguma “correndo” atrás dos filhos com um pratinho na mão tentando colocar algo na boca enquanto brincam.

Tudo em vão, eles não querem comer, não tem fome, não tem tempo para saborear o lanche lindamente preparado para eles. Então, são os adultos que comem e ficam a “vigiar” os filhinhos e filhinhas.

Agora, vamos mudar o cenário e imaginar uma casa, com crianças, um ambiente público (shopping, praça) ou uma escola. O que mudou? O cenário com seus balões e brinquedos, seus cheiros e música, mas o volume, a agitação, a euforia e adrenalina continuam nos mesmos personagens.

O que fica desta observação e nos leva a refletir é que nossas crianças não conseguem deter-se numa única atividade, não por estímulo do ambiente, mas por uma urgência interna, uma compulsão a querer mais e o tempo todo.

Estimulamos as crianças com brinquedos coloridos e sonoros, jogos que desafiam e estimulam rápidas conexões, uma agenda repleta de atividades para ocupá-los e estimulá-los, bem como desenvolver todas as áreas de conhecimento. Esquecemos, entretanto, de estimular a observação, a introspecção, a quietude e a reflexão.

As pessoas, de um modo geral, não conseguem mais observar a natureza, ouvir e apreciar o silêncio, perceber sua respiração, os movimentos e sensações do corpo. Aquietar-se e perceber a vida parece ser perda de tempo para muitos.

Queremos crianças competitivas, vencedoras, que dominem todos os conhecimentos e desenvolvam todas as habilidades possíveis. Afinal, queremos que eles sejam adultos de sucesso, que entrem nas melhores universidades, que consigam os melhores cargos e que sejam sempre felizes. Para isso doamos toda nossa energia, nosso tempo, nosso investimento na realização deste sonho, garantindo assim uma vida de sucesso. Será?

Precisamos parar e olhar para a sociedade e seus movimentos. Estamos em transição: a sociedade do consumo exagerado, da competitividade, da individualidade está mudando para uma sociedade de consumo consciente, mais reflexiva, mais coletiva e preocupada com a sustentabilidade do planeta e das relações.

Nossos filhos e filhas estarão preparados para viver nesta sociedade? Acredito que, da forma como os estamos educando não. Nossas crianças e adolescentes precisam ser estimulados a refletir, a observar, a cuidar, a respirar e respeitar, a ouvir e esperar a sua vez, perceber a si a ao outro, ter atitude e tomar decisões voltadas à preservação e não à destruição.

Precisamos estimular nossas crianças à introspecção, no ensino de velhos e bons valores, para que se envolvam e percebam as consequências de suas escolhas. Assim, podemos estar possibilitando que eles sejam pessoas de sucesso, escolhendo uma profissão que os realize, capazes de aproveitar todo o conhecimento disponibilizado, capazes de lidar com os fracassos da vida e transformá-los em experiência. Motivar para a reflexão e a realização é o desafio atual, para isso precisamos estar envolvidos na educação e formação das crianças e adolescentes.

“ A mente humana, até onde a conhecemos, é uma força que funciona ativada por motivações. Um relógio pode bater as horas junto a um ouvido; um objeto pode lançar sua imagem dentro de um campo visual. Mas a mente desatenta não ouvirá nem verá nada.” John Milton Gregory


Janete Cristiane Petry - janetepp@espacodomquixote.com.br
Psicopedagoga do Espaço Dom Quixote