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Agende-se: Próximos cursos!





Cursos que o Espaço Dom Quixote estará realizando nos próximos dias e meses. Entre em contato pelo fone 3037-7167 ou pelo e-mail recepcao@espacodomquixote.com.br!



- DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE: dias 07, 14, 21 e 28 de junho - terça-feira das 19h às 22h;

- OFICINA DE BRINCADEIRAS: dia 13 de junho - segunda-feira das 19h às 22h;


- OFICINA CULINÁRIA SAUDÁVEL: verduras e legumes para crianças: dia 15 de junho - quarta-feira das 14h às 17h;

- PALESTRA GRATUITA SOBRE BULLIYNG: para coordenadores e diretores de escolas (02 vagas por instituição): 28 de junho - terça-feira às19h30min;


- CURSO PARA GESTANTES: dias 04, 06, 11 e 13 de julho - segunda-feira e quarta-feira das 19h às 22h;

- OFICINA CULINÁRIA SAUDÁVEL: férias e inverno para crianças - quarta-feira das 14h às 17h;

- CICLO DE PALESTRAS SOBRE SÍNDROME DE DOWN - dias 02, 09, 16, 23 e 30 de agosto - terça-feira das 19h às 21h;


- OFICINA DE RODAS CANTADAS, JOGOS DE COPOS E MÃOS: dia 18 de agosto - quinta-feira das 19h às 21h;

- INCLUSÃO: UMA VISÃO TRANSDISCIPLINAR: 20 de agosto e 03 de setembro - sábado das 8h às 17h;

- AUTISMO: dias 10, 17 e 24 de setembro - sábados das 8h às 16h;


- OFICINA DE SUCATA: dia 13 de setembro - terça-feira das 19h às 21h;


- CICLO DE PALESTRAS SOBRE DISLEXIA: 04, 11, 18 e 25 de outubro - terça-feira das 19h às 21h.

Alimentação na infância e seus diversos sentidos


Atualmente nos deparamos com o aumento nos índices de obesidade na população em geral. Nunca antes na história houve tanta gente com excesso de peso, trazendo um conjunto de conseqüências graves. E na infância e adolescência esse quadro não é diferente, estatísticas mostram que 10 a 25 % das crianças têm algum transtorno alimentar. Junto a esse quadro podemos também observar que a alimentação cada vez mais ocupa um lugar privilegiado nas campanhas de marketing. Os alimentos passam a se transformar em mercadoria, ou seja, o consumo de alimentos passa a ser estimulado ao máximo de forma a assegurar um importante nicho do mercado, aumentando lucros da indústria alimentícia, mas sobretudo, tendo o objetivo de ser uma marca que se torne objeto de desejo para as pessoas.

Nesse sentido, somos insistentemente estimulados e persuadidos a consumir alimentos-produtos, e de certa forma quanto mais cedo às pessoas forem conquistadas é melhor, já que se poderá garantir um consumo fiel e potencial a tais produtos. As crianças passam a ser o público alvo de muitas campanhas de marketing, que geralmente associam os seus produtos com sensações, imagens de prazer, com estados emocionais que capturam e seduzem o imaginário infanto-juvenil.

E por que a alimentação é um grande alvo para o marketing? Todos nós sabemos que a alimentação está intrinsecamente ligada à questões de ordem afetiva, está relacionada a algo muito primitivo em todos nós que se referem às primeiras sensações de prazer, aos primórdios da relação com o outro. No início da vida, a alimentação ocupa uma grande parte de tempo e investimento afetivo, tornando-se uma dimensão central no desenvolvimento infantil, já que é em torno dela que se organizam desde o nascimento os primeiros contatos entre o bebê e as pessoas que o cuidam. Já nas primeiras horas de vida o mundo entra pela boca. Junto com o leite vem o colo, o olhar, o calor, o carinho, cheirinho, as palavras. Depois das primeiras mamadas, a fome jamais será apenas de alimento, mas estará associada a esse “algo a mais” que compõe a cena da amamentação, por exemplo, o qual a criança chorará então por fome de alimento, mas também de palavras, de carinho, de olhar, de calor, etc. Na cena da amamentação, portanto, tem muito mais coisas acontecendo do que simplesmente nutrição. É através das palavras e do olhar da mãe que se inicia o processo de constituição psíquica do bebê, e com isso a criança vai constituindo formas de interação consigo e com o mundo.

Então, quando estamos no campo alimentação, estamos num terreno fecundo dos afetos, das sensações, das lembranças, das relações, enfim de algo que está muito relacionado à nossa identidade. Os hábitos alimentares são registros importantes que não desaparecem numa sociedade. As pessoas podem esquecer o nome do antepassado, a língua, mas quando se reúnem comem a comida da região de onde vieram. Quando nos alimentamos satisfazemos muito mais que as necessidades biológicas. Temos vontade de comer algo quente, salgado, doce, com tal tempero, etc. E essas vontades mudam muito. O que nos sacia está ligado aos nossos estados de espírito, ao desejo. Você já reparou que nossas vontades sempre estão associadas a alguma sensação, lembrança, sentimento que a comida nos proporciona?

Frente a isso podemos pensar: como anda a alimentação das crianças? Por onde andam suas vontades? Muitas vezes as crianças buscam através da alimentação mostrar ou dizer algo. Como o repertório cognitivo infantil é limitado, muitas vezes é através do comportamento alimentar que a criança expressa suas experiências subjetivas e seus conflitos emocionais. Portanto, quando uma criança anda com um apetite insaciável, ou recusando-se a comer, ou com uma pequena quantidade e variedade de alimentos que aceita, precisamos ficar atentos, pois esses comportamentos podem ser indícios de estados, conflitos ou bloqueios emocionais. As crianças podem apresentar uma gama ampla e variada de alterações do comportamento alimentar, que ocorrem em um continuum, desde o nascimento até a puberdade podendo refletir situações passageiras, ou seja, dificuldades alimentares transitórias, ou podem se caracterizar como um distúrbio alimentar estabelecido que produza prejuízos no desenvolvimento.

Quando uma criança não tem se saciado com as refeições, para além do alimento o que mesmo ela está buscando? Nós sabemos que tem comidas que são representantes de algumas situações, por exemplo, comidas do final de semana. Quando as crianças solicitam frequentemente essas em outros momentos, precisamos pensar o que mesmo elas querem e estão buscando? Será que é a comida que estão querendo? Será que estão buscando encontrar na comida algumas experiências e sensações que estão relacionadas a aquela comida, como por exemplo, o momento que os pais estão disponíveis para ela, momento de carinho, atenção, etc. Muitas vezes nas birras que envolvem a alimentação, o que as crianças querem é saber se os adultos estão atentos a ela. E quando as crianças insistem em certos alimentos e querem muito aqueles alimentos que vêem nas propagandas, nos outdoors, no supermercado, o que fazer? Os adultos podem pensar e avaliar o que mesmo a criança quer com isso, em que momento isso é possível e viável de oferecer.

Quando nos deparamos com crianças e adolescentes que estão encontrando dificuldades em lidar com a alimentação, apresentando comportamentos alimentares que estão prejudicando seu desenvolvimento, sua auto-estima, socialização, assim como provocando distúrbios clínicos (distúrbios cardiovasculares, hipertensão, diabetes, etc) e que então necessitam de um acompanhamento especializado, o tratamento passa necessariamente por uma intervenção transdisciplinar que contemple os diversos aspectos da vida deles, tanto a observação e orientação da alimentação, quanto um espaço de reflexão, de fala e de troca para contemplar os aspectos emocionais envolvido nesses sintomas.

Tendo como base o entendimento da complexidade envolvida nessas situações, o Espaço Dom Quixote está iniciando Grupos de Reeducação Alimentar para crianças e adolescentes com coordenação de uma psicóloga e uma nutricionista, com objetivo de dar suporte à criança e ao adolescente na transformação do modo como lida com sua alimentação, contemplando as especificidades que o atendimento com crianças e adolescentes exige, ou seja, utilizando-se da técnica através do jogo, do brincar, atividades práticas na cozinha, rodas de conversa e discussão sobre os assuntos surgidos no grupo.


Thais C. Chies - thaispsico@espacodomquixote.com.br
Psicóloga do Espaço Dom Quixote

Corpo e Mente


Para refletir!

Este alerta está colocado na porta de um espaço terapêutico:

O resfriado escorre quando o corpo não chora.
A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.
O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.
O diabetes invade quando a solidão dói.
O corpo engorda quando a insatisfação aperta.
A dor de cabeça deprime quando as dúvidas aumentam.
O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.
A alegria aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.
As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.
O peito aperta quando o orgulho escraviza.
O coração enfarta quando chega a ingratidão.
A pressão sobe quando o medo aprisiona.
As neuroses paralisam quando a "criança interna" tiraniza.
A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.


Fica a dica para refletirmos sobre como está o nosso corpo e a nossa mente.

Mídia e Educação


Todos os dias somos bombardeados por diversas e diferentes informações na mídia (televisão, jornal, revistas, internet). Nós, adultos, somos tentados a imitar, a consumir, a formar opinião e emitir juízos de valor sobre diferentes questões, até construímos uma identidade a partir destes canais e suas informações.

O que acontece com uma criança que fica “ligada, plugada” e refém de tanta informação? Aquilo que vemos em nossas casas, escolas, ruas e centros comerciais: futilidades, indiferença, imitação, infantilização, má conduta, entre outras questões preocupantes.

Nossas crianças crescem com uma formação de identidade perturbada, confusa e cheia de ideias que não são próprias de sua idade, pois ainda não conseguem refletir sobre assuntos expostos nos diferentes horários e espaços de livre acesso. Percebemos a confusão quando uma criança pergunta, em sala de aula, ao professor – “O que é paranóico?”, após assistir a exaustiva exposição e documentação do massacre feito numa escola sem conseguir filtrar as informações. Imaginem a dúvida, insegurança, medo e confusão na cabeça de uma criança que percebe a fragilidade da vida diante da violência e fica, talvez, imaginando que sua escola também pode sofrer uma violência dessas. Ela entende que todo aquele que tem uma atitude violenta é um paranóico e essa palavra passa a fazer parte de seu vocabulário, podendo até ser usada para nominar um colega com atitudes mais impulsivas, agressivas ou simplesmente, diferente dela.

Conhecemos meninas que imitam as tendências da moda adulta com cuidados estéticos como pintar cabelos, unhas e maquiagem muito cedo. Tem horário semanal em estéticas para retocar e cuidar de algo que ainda não precisa de cuidados químicos, sem falar na imitação de fala e comportamento. Crianças que não se permitem brincar e sentir como uma menininha porque tem um comportamento adulto.

Nossas crianças não precisam de tanta informação e exposição. Elas precisam de atenção e cuidados, de segurança e rotina, limites para guiá-las nas suas escolhas.

Podemos e devemos acompanhar mais de perto a programação de nossos filhos e filhas. Eles não precisam ficar alienados ao que acontece no mundo, mas podemos auxiliar no filtro de tanta informação para garantir uma saúde mental e emocional com equilíbrio e seletividade.

Ao permitir que os filhos assistam a programação adulta estejam presentes para esclarecer dúvidas e refletir com eles sobre as informações. Observem e respeitem a restrição de idade recomendada na programação, esta é a primeira lição de respeito às regras que os pais podem dar aos filhos.

Diversifiquem a programação e a leitura das crianças para ampliarem seu repertório cultural e proporcionarem uma compreensão de mundo mais diversificada. Exercitem a criticidade e a reflexão com as crianças promovendo discussões em família sobre aquilo que a mídia expõe.

Se soubermos ajudar as crianças neste processo de reflexão e maturação emocional estaremos construindo um caráter sólido capaz de fazer uso da liberdade de escolha sem prejuízo da liberdade do outro.


Janete Cristiane Petry - janetepp@espacodomquixote.com.br
Psicopedagoga do Espaço Dom Quixote



Fonoaudiologia Educacional


O que você precisa saber sobre Fonoaudiologia e Educação:

A atuação fonoaudióloga na área de educação deve voltar-se para o desenvolvimento da aprendizagem e da comunicação oral e escrita, bem como da saúde vocal e das funções estomatognáticas (respiração, mastigação, deglutição).

Papel do Fonoaudiólogo:
- Desenvolver programas de capacitação para os professores;
- Criar, promover e desenvolver programas que potencializem as habilidades linguísticas dos alunos ligadas principalmente à aquisição da leitura e escrita;
- Desenvolver programas de saúde auditiva e vocal para alunos e professores;
- Acompanhar as crianças que realizam tratamento fonoaudiólogo, orientando pais, professores e equipe pedagógica;
- Realizar avaliações breves com o objetivo de identificar rapidamente problemas de comunicação em alunos e professores;
- Identificar os problemas fonoaudiológicos e de aprendizagem mais frequentes na comunidade escolar.

As crianças com dificuldades de aquisição de linguagem podem ter problemas de aprendizagem em fase escolar. Desta forma, ficar atento e acompanhar estas crianças é fundamental!

Fonte: Conselho Federal de Fonoaudiologia

A atuação do Fonoaudiólogo na escola tem crescido consideravelmente. O Fonoaudiólogo é mais um profissional que pode auxiliar a escola na importante tarefa de ensinar.


Fernanda Helena Kley - fernandafono@espacodomquixote.com.br
Fonoaudióloga Pós-Graduanda em Neuropsicologia (UFRGS) do Espaço Dom Quixote

Jardim sensorial: muito mais que um simples jardim


Um belo jardim florido e ornamentado traz muitas sensações e está associado a lazer e bem estar. É onde os sentidos podem ser percebidos e estimulados pelo prazer do ambiente. Mas muitas vezes pela correria diária, somos incapazes de estimular nossos órgãos dos sentidos. Fazendo somente um reconhecimento viso-motor.

Um jardim sensorial terapêutico vem a enriquecer o tratamento com surdos cegos, deficientes visuais, autistas, pessoas com déficit cognitivo, deficientes motores com alteração de marcha, equilíbrio e propriocepção, mas também pessoas que necessitam relaxamento e contato com a natureza para retomar seu corpo e seus sentidos agora integrados na estimulação de todos os sentidos.

O jardim terapêutico proporciona experiências sensórias motoras variadas como ver, sentir, cheirar, tocar, subir, descer, saltar. Visando a integração dos sentidos e o desenvolvimento global do individuo.

Para a Terapia Ocupacional, o Jardim Sensorial contribui para a reabilitação, melhora na qualidade de vida, permite a integração sensorial do individuo, ativa a percepção, cria um novo de aprendizagem.

Como os sentidos podem ser trabalhados no jardim sensorial:

Visão: diferentes qualidades de plantas, com ou sem flores, promove estímulo através de tamanhos, formas e cores diferentes.

Tato: estimulado no contato direto com as plantas e com as pistas sensoriais no corrimão e na troca de piso.

Olfação: o olfato será estimulado por um conjunto de diferentes estímulos dados por ervas aromáticas, entre os chás, os temperos e os perfumes.

Gustação: tão importante na formação do paladar junto com a olfação, a associação será feita através do gosto de algumas ervas do jardim que poderão ser utilizadas como chás ou em banhos.

Audição: O ambiente da sala de terapia impede o contato com os ruídos do mundo real, do cotidiano. Além do som em ambiente aberto ser muito diferente, o som em um jardim inclui seus ruídos próprios, estimulando nossa atenção.

Equilíbrio e Propriocepção: O jardim é composto por uma pista de diferentes pisos como madeira, areia, pedra e grama, variando a estabilidade e o nível do piso, em altura e inclinação.


Priscila Straatmann Mórel - priscilato@espacodomquixote.com.br
Terapeuta Ocupacional e Psicomotricista do Espaço Dom Quixote

Pensar na criança, significa pensar no adulto e no "nosso" futuro


Os primeiros anos de vida representam o período em que ocorrem mudanças profundas tanto no corpo como na mente. É na infância e na adolescência que acontecem os primeiros envolvimentos emotivos e relações sociais; as crianças com um desenvolvimento saudável se comportam adequadamente em casa, na escola e na comunidade, tendo uma boa qualidade de vida.

Os problemas psíquicos que se verificam na infância podem ter um grande impacto no desenvolvimento das capacidades intelectuais e sociais, assim como sobre a maturidade emotiva.

A adolescência pode ser um momento particularmente difícil. As crianças na puberdade podem ser submetidas a muitas pressões: obterem a aprovação dos pais, dos amigos e superar os exames escolares; alguns tem problemas específicos, se preocupam com as dificuldades econômicas da família, podem sentir-se feridos ou confusos com a separação dos pais, ou são obrigados a conviver com o etilismo ou a doença mental de alguém próximo.

Apesar de tudo, a maioria conseguirá passar essa fase chegando bem à idade adulta, mas infelizmente alguns terão problemas específicos que necessitarão de cuidados profissionais.

As crianças podem apresentar transtornos que muitos pensam serem presentes somente na idade adulta, como depressão e ansiedade.

Outros transtornos mentais que se manifestam na infância são: autismo, déficit de atenção/hiperatividade, transtornos alimentares, transtornos de conduta, tics e até mesmo abuso de substâncias ilícitas.

Os transtornos mentais podem tocar famílias de qualquer classe e origem, mas alguns estão expostos a mais riscos. Estes riscos são maiores quando encontramos problemas físicos e intelectuais, baixo peso ao nascimento, história familiar de transtorno mental ou de dependência química, pobreza, separações, abusos e abandono.

A atenção à saúde mental da criança deveria ser um prioridade, visto que implica em perdas escolares, problemas de adaptação e conduta que produzirão grande sofrimento e dificuldades na vida adulta. Contudo, fornecendo apoio adequado às crianças e familiares, é possível reduzir o efeito dos fatores de risco e melhorar o desenvolvimento social e emotivo da criança.

Para muitos transtornos é útil a terapia psicológica, assim como a ajuda farmacológica, proporcionada pelos medicamentos usados hoje em Psiquiatria, e é claro que o sucesso de toda a terapia depende do envolvimento da família, assim como do suporte de uma equipe multidisciplinar composta por psiquiatras, psicólogos, psicopedagogos e outros especialistas da área.


Márcia Gianlupi – marciapsiq@espacodomquixote.com.br
Psiquiatra do Espaço Dom Quixote
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Qual a música mais indicada para dormir?


Frequentemente me perguntam, como musicoterapeuta, qual música é a mais indicada para dormir? Que tipo de música se escuta para isso, qual música é boa para aquilo?

Uma música não é como um remédio a ser receitado para todas as pessoas. Não se pode simplesmente receitar músicas para determinadas situações, como induzir o sono ou para curar doenças. Imagine se você está com dor de cabeça e como “remédio” lhe “receitam” uma música que você não gosta? Será que a dor de cabeça iria diminuir ou aumentar?

A nossa respiração e batimentos cardíacos acompanham a música, assim músicas calmas tendem a baixar os batimentos cardíacos e o nível da respiração e músicas mais agitadas tendem a aumentá-las, tornando o sono mais agitado. Porém, o gosto musical tem que ser considerado, uma música calma que não seja do gosto musical da pessoa, pode aumentar os batimentos e a respiração. Conheço muitas pessoas que gostam de dormir ouvindo metal pesado. Cada um é diferente. Enquanto outros só conseguem suportar músicas calmas, melodias, e outras ainda, que preferem dormir sem música, que se incomodam com diversos tipos de sons.

A Musicoterapia não trabalha com músicas pré-definidas. São utilizadas músicas, ritmos, melodias, instrumentos que sejam do agrado do paciente, pois pesquisas mostram que as músicas que gostamos ativam praticamente todas as áreas do nosso cérebro. Já as músicas que não gostamos, não ativam praticamente nenhuma área.

Uma pesquisa em Taiwan mostrou que um grupo de pessoas que podia escolher entre seis fitas com músicas suaves e lentas antes de dormir tiveram uma melhora de 35% no seu sono, incluindo uma noite de sono mais longa e melhor, e menos disfunções durante o dia. Observa-se que as pessoas puderam escolher entre diversas músicas as que mais lhe agradavam, o timbre (instrumento musical, voz, etc) a velocidade, o andamento e a intensidade que naquele momento mais lhe provocavam relaxamento.

Cada um tem suas preferências. Sons agudos de violino ou pássaros cantando podem relaxar para alguns e irritar para outros. Há músicas que são consideradas relaxantes para alguns e não para outros. E as preferências variam. Além do gosto musical variar com o tempo, variam também nosso estado de humor e as situações que estamos vivenciando. A mesma música que escutei ontem para dormir pode não funcionar hoje, pois meu estado de humor é outro. Um dia vamos dormir tristes, outro com raiva, outro animados, outro exaustos. E possivelmente uma mesma música não tenha o mesmo efeito relaxante nessas diferentes situações.

Músicas podem trazer lembranças que, ao invés de nos fazer adormecer, podem nos deixar mais acordados. Por todas essas questões, a escolha de músicas na hora de dormir deve ser criteriosa para não provocar o efeito contrário, nos deixando mais acordados. E quem melhor poderá decidir qual é a música mais indicada para dormir é a própria pessoa. Se estamos agitados talvez começar escutando uma música agitada e aos poucos músicas mais calmas, provocará um efeito relaxante maior que escutar somente músicas calmas.

É inviável pensar em receitar uma única música que induza todas as pessoas ao sono. Depende de cada um. Não é a música clássica ou a música orquestrada como muitos recomendam, são as músicas que provocam relaxamento para cada um e que condigam com o gosto musical e o momento que se está passando. Poderia-se pensar em avaliar os gostos musicais da pessoa e o que ela gostaria de ouvir em cada estado de humor, e só assim, indicar algumas músicas, ainda correndo o risco das músicas não induzirem ao sono sempre, já que o gosto musical e estado de humor variam.

Para os bebês existem diversos cd’s com músicas para o bebê dormir, algumas são canções com o timbre de caixinhas de música. Cabe à mãe escolher um cd de músicas calmas que realmente transmitam conforto e relaxamento para seu bebê, podendo ajudar muito na hora de dormir. Importante também são as canções de ninar cantadas pela figura da mãe, que fortalecem a relação mãe-bebê oferecendo segurança e tranquilidade na hora de dormir.


Luciana Steffen - lucianamt@espacodomquixote.com.br
Musicoterapeuta do Espaço Dom Quixote