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Terapia Cognitiva Comportamental no tratamento da fobia específica



“Um dos efeitos do medo é perturbar os sentidos e fazer que as coisas não pareçam o que são.”
- disse Miguel de Cervantes em Dom Quixote, século XVII.


- Ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo e apreensão que se assemelha a um desconforto em relação à antecipação de perigo. Ela é considerada um fenômeno universal e se liga a mecanismos de ataque-defesa (luta e fuga), vinculados à sobrevivência (Asbahr, Castillo, Manfro & Recondo 2000);

- Na apreensão ansiosa, isto é, um estado de humor orientado para o futuro, o sujeito se torna pronto ou preparado para tentar lidar com acontecimentos eminentemente desagradáveis; essa condição está ligada a um estado de afeto negativo elevado, uma sensação de ausência de controle e um foco sobre os estímulos ameaçadores (Barlow & Craske, 1999 p.15, Fernandes & Terra, 2008);

- O medo fóbico é específico e, na maioria das vezes, lança-se para o meio externo através de manifestações próprias do corpo, as quais, normalmente, afetam o sistema nervoso autônomo, levando a manifestações neurovegetativas, tais como: vertigens, pânico, palpitações, distúrbios gastrointestinais, sudorese e perda da consciência. Esses sintomas determinados pela fobia surgem sempre que o paciente se depara com o objeto fóbico (Ballone, 2005);

- A fobia é um sentimento de medo, injustificado e desproporcional, que se introduz e persiste no campo da consciência e se mantém ali, independente do reconhecimento de sua forma infundada e da intensidade com que se manifesta. A característica essencial da fobia consiste num temor patológico que escapa à razão e resiste a qualquer espécie de oposição, temor este dirigido a um objeto específico (Ballone, 2005).

DESCRIÇÃO

Dentre os quadros psiquiátricos mais diagnosticados, tanto em adultos como em crianças , há os transtornos de ansiedade. Estima-se que a prevalência desses transtornos ao longo da vida seja de 15 % em adultos e 9% em crianças (Asbahr, Castillo, Manfro & Recondo , 2000, para. 9).

Segundo o DSM IV-TR (APA, 2002), entre os Transtornos de Ansiedade, temos a Fobia Específica. Sua característica principal é o medo acentuado e persistente de objetos ou situações claramente discerníveis em que, com freqüência, o estímulo fóbico é evitado ou suportado com temor. O medo ou a antecipação ansiosa do encontro com o estímulo fóbico interfere significativamente na rotina diária, no funcionamento ocupacional (trabalho ou escola) e na vida social do indivíduo. O paciente também sofre maciçamente por ter a fobia. Essas pessoas experimentam um medo acentuado, excessivo ou irracional, na presença ou previsão do confronto com determinado objeto ou situação.

O diagnóstico de Fobia Específica engloba cinco subtipos (DSM IV-TR, APA, 2002):


- Tipo Animal: o medo é causado por animais ou insetos;

- Tipo Ambiente Natural: o medo é causado por objetos ou situações do ambiente natural;

- Tipo Sangue-Injeção-Ferimentos: o medo é causado por sangue ou ferimentos ou por submeter-se a outros procedimentos médicos invasivos;

- Tipo Situacional: o medo é causado por uma situação específica, como andar de ônibus, avião, elevador, dirigir, pontes ou permanecer em lugares fechados;

- Outros Tipos: o medo é causado por outros estímulos, por exemplo, som alto.

As Fobias Específicas parecem ser desenvolvidas de maneiras bastante heterogêneas, variando em função de diferenças individuais, de aspectos ambientais e de seus subtipos, entre outros fatores (FYER, 1998). A fobia específica, de forma geral, é uma psicopatologia de início precoce, ocorrendo por volta dos cinco anos de idade, sendo que, na maioria dos indivíduos, os sintomas se extinguem espontaneamente ainda na infância (Pergher,Piccoloto & Wainer, 2004).

Dependendo do tipo e da magnitude do medo e de suas condutas evitativas, os indivíduos freqüentemente são alvos de zombarias de amigos, familiares, colegas e de outras pessoas do círculo de relacionamentos, intensificando as dificuldades de falar sobre o assunto (Ballone, 2005; Pergher et al,, 2004).

Como solução imediata, os pacientes costumam elaborar espontaneamente maneiras de evitar a proximidade com a situação ou objeto temido. Quando essas evitações fracassam ou geram um custo emocional ou funcional muito grande, aumenta a possibilidade da procura de tratamento (Ballone, 2005;).

TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL

A ênfase deste tratamento consiste na aquisição, pelos pacientes, da confiança para o enfrentamento daquilo que é evitado (Caminha, 2003). A terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem psicoterapêutica fundamentada no modelo cognitivo, segundo o qual a emoção, o pensamento e o comportamento são determinados pela maneira como o indivíduo interpreta o mundo (Beck, 1997).

O pressuposto básico da terapêutica cognitivo-comportamental das fobias específicas é de que o medo, da mesma forma que é aprendido, pode ser desaprendido. É como se durante o desenvolver da fobia, houvesse uma aprendizagem de um jeito, agora, por ocasião da terapia, a aprendizagem devesse ocorrer de um jeito contrário, associada a uma resposta mais adaptativa (Wolpe, 1961).

A aprendizagem mais adaptativa evolui melhor no dia-a-dia, nos ambientes e nos contextos de inserção do paciente. Uma pessoa pode, através da observação, aprender padrões de respostas a certos estímulos de outras pessoas, reagindo aos mesmos em diferentes contextos e podendo gerar novas estratégias de enfrentamento (Vanderberghe; Sousa, 2006).

TRATAMENTO ESTRUTURADO

O diagnóstico é feito basicamente pelos sintomas do paciente, pois não há exames laboratoriais ou de imagem que possam ser usados como critério de avaliação. A psicoterapia deve respeitar as individualidades de cada paciente, ou seja, se atendo as suas características e a gravidade de sua sintomatologia (Abuchaim & Galvão, 2010).

A ênfase do tratamento no enfoque teórico cognitivo-comportamental é a aquisição por parte do paciente, da confiança para enfrentar aquilo que é temido e evitado (Caminha, 2003).

O plano terapêutico é dividido em três partes:

1. Sessões iniciais: psicoeducação sobre o transtorno (consiste em explicar as particularidades do transtorno ao paciente), psicoeducação sobre o modelo cognitivo comportamental (pensamentos influenciam seus sentimentos e comportamentos e podem ainda ativar reações em seu corpo), automonitoramento (identificação de seus sentimentos e comportamentos) e relaxamento (consiste em tencionar e relaxar alternadamente grupos musculares específicos e também a técnica de respiração diafragmática).

2. Sessões intermediárias: dessensibilização sistemática (utilizada para minimizar medos e ansiedades-exposição), auto-instrução (substituição de pensamentos mal-adaptativos por pensamentos adaptativos), modelação (aprendizagem a partir da observação de terceiros) e tarefas de casa (motivação e adesão à tarefa e à terapia).

3. Sessões finais: super aprendizagem (superexposição do paciente á situação ou objeto temido) e a prevenção à recaída (avaliação com o paciente e a família sobre todos os aspectos trabalhados e os ganhos obtidos e explicar que para se manter esses ganhos e necessária a contínua aproximação com o objeto ou situação fóbica) (CAMINHA, 2003; Caminha & Caminha, 2007).

Ao final do processo terapêutico, a proposta da terapia cognitivo-comportamental é que o paciente adquira confiança para enfrentar as suas dificuldades de modo mais independente. Assim, o terapeuta desde o início do tratamento pontua os avanços e melhoras do mesmo. Desta maneira, a cada experiência vivida com sucesso, deve-se reforçar que a fobia específica só será reduzida com a aproximação do objeto ou situação temida e não por sua evitação (Caminha, 2003).

Tem-se muito ainda a estudar, pois é um transtorno que afeta muitas pessoas em todo o mundo.


Fernanda Soares Fernandes - fernandapsico@espacodomquixote.com.br
Psicóloga do Espaço Dom Quixote
Especialista em Psicologia Clínica Terapia Cognitivo - Comportamental

Seminário Novidades sobre Autismo


Não perca!

Dia 01 de outubro das 8h às 14h, a equipe do Espaço Dom Quixote que participou do Congresso Internacional sobre Autismo realizará um seminário com as mais recentes descobertas científicas e práticas na área.

Reserve a sua vaga pelo e-mail recepcao@espacodomquixote.com.br ou pelo fone (51) 3037-7167

2 anos de Espaço Dom Quixote



Setembro é especial para o Espaço Dom Quixote, pois neste mês comemoramos 2 anos de muito trabalho e conquistas!

Parabéns a todos os profissionais e colaboradores do Espaço Dom Quixote!

Agradecemos a todos que tem pelo Espaço um carinho especial e nos acompanham nestes dois anos!

Sugestão de atividade de Educação Alimentar para ser realizada em família


Receita
MUFFINS DE BANANA

Ingredientes:
- 1 ovo médio;
- 55g de açúcar mascavo;
- 2 gotas de essência de baunilha (opcional);
- 1 banana grande madura;
- 90g de farinha integral;
- 1 pitada de fermento químico em pó;
- 1 pitada de canela;
- 1 pitadinha de sal;
- Óleo para untar.

Modo de preparo:
Coloque as forminhas de papel em 6 assadeiras para bolinhos. Coloque o ovo em uma tigela grande e junte o açúcar. Acrescente a essência e bata até engrossar. Pique e amasse a banana com um garfo. Adicione a banana amassada ao restante da mistura. Adicione a farinha, o fermento, a canela, o sal e misture. Coloque a massa nas forminhas, preenchendo ¾ das forminhas e leve para assar. Asse por aproximadamente 15 minutos ou até dourar e firmar.

Rendimento
6 Muffins

Lembrete
Temperatura do forno: 180 a 200ºC.

Fonte: Annabel Karmel – Recipe Books


O Espaço Dom Quixote oferece oficinas de culinária saudável para crianças e adolescentes uma vez ao mês, nas quartas-feiras à tarde, das 14h às 17h. Para mais informações entre em contato pelo email:
recepcao@espacodomquixote.com.br



Daniele Santetti - danielenutri@espacodomquixote.com.br
Nutricionista do Espaço Dom Quixote
Mestranda em Saúde da Criança e do Adolescente - UFRGS

15 de Setembro - Dia do Musicoterapeuta


A Lei nº 7.177, de 30 de abril de 1991 de São Paulo, institui o "Dia do Musicoterapeuta", decretada por Luiz Antônio Fleury Filho, então governador de São Paulo. A data é comemorada em todo o país.

Confira nas rádios abaixo a participação da Associação de Musicoterapia do Rio Grande do Sul e outros Musicoterapeutas, como a Musicoterapeuta do Espaço Dom Quixote, Luciana Steffen nos programas:

- Rádio Progresso – Programa da manhã
Horário: das 10h15min às 11h30min.

- Rádio ABC 900am - Programa Panorama
Horário: das 14h30min às 16h.

A profissão de Musicoterapeuta, que exige curso superior em Musicoterapia, data um pouco mais de 60 anos e, no Brasil, mais de 30 anos. A profissão está se expandindo cada vez mais e conquistando seu lugar. Já está inserida na CBO (Classificação Brasileira de Ocupações, código 2239-15), e busca sua regulamentação. No dia 31 de março desse ano, foi realizado o Encontro Nacional dos Trabalhadores do SUAS (Sistema Único de Assistência Social), onde a Musicoterapia foi inserida como “Categorias Profissionais reconhecidas para atender as Especificidades dos serviços”. Assim, o SUAS passa a oferecer Musicoterapia à população.

A Musicoterapia, segundo a Federação Mundial de Musicoterapia, é a utilização da música e/ou de seus elementos constituintes, ritmo, melodia e harmonia por um Musicoterapeuta qualificado, com um cliente ou grupo, em um processo destinado a facilitar e promover comunicação, relacionamento, aprendizado, mobilização, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, a fim de atender as necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas. A Musicoterapia busca desenvolver potenciais e/ou restaurar funções do indivíduo para que ele alcance uma melhor qualidade de vida, através de prevenção, reabilitação ou tratamento.

O Musicoterapeuta faz uma leitura do comportamento musical do paciente e intervém musicalmente, buscando atingir os objetivos terapêuticos traçados, seja aprimorar a comunicação e a fala, a capacidade motora, a sociabilidade, a capacidade intelectual e/ou o desenvolvimento emocional. Dizem grandes autores que a música expressa o que não conseguimos dizer em palavras. Ela também proporciona grande prazer e é capaz de ativar todas as áreas do cérebro, trazendo importantes ganhos para seu desenvolvimento.

Informe-se!


Luciana Steffen – lucianamt@espacodomquixote.com.br
Musicoterapeuta do Espaço Dom Quixote

Espaço Dom Quixote na Zero Hora


No dia 12 de setembro, o jornal Zero Hora publicou uma reportagem no Caderno Meu Filho sobre o grupo de ambientoterapia realizado por nossa equipe.

A seguir o texto:

O AMBIENTE COMO TERAPIA: crianças autistas apresentam melhoras com um tratamento baseado em experiências cotidianas.

Um tratamento baseado nas experiências com o próprio ambiente está trazendo alívio para crianças e familiares que transitam no enigmático universo autista: a ambientoterapia, na qual profissionais estimulam o desenvolvimento e a socialização infantil. Os benefícios da técnica foram avaliados na pesquisa realizada de uma clínica especializada e apresentados no Congresso Internacional de Autismo, em Curitiba, no fim do mês passado.

- Temos tido resultados eficazes. Em vez do tratamento convencional, em que há um profissional para cada criança, há várias crianças e vários profissionais interagindo constantemente - explica a psicóloga Fabíola Scherer Cortezia, responsável pelo Espaço Dom Quixote, de São Leopoldo, que fez o estudo.

Seis crianças foram acompanhadas por um ano, duas vezes por semana, três horas por dia, de forma transdisciplinar por psicóloga, psicopedagoga, terapeuta ocupacional, psicomotricista, fonoaudióloga e musicoterapeuta.

A pesquisa aponta que as seis crianças demonstraram, após dois meses, maior tempo de troca de olhares com os profissionais estimuladores, incremento no vocabulário, maior tolerância ao barulho e menor agressividade. Após seis meses, foi possível perceber também maior tolerância à mudança de rotina e sinais de troca e interação social espontânea entre as crianças do grupo. Depois de 12 meses, os benefícios continuaram.

- Buscamos estimular a interação da criança com outros colegas e não apenas a interação com o terapeuta. Há também a vantagem de que simulamos o ambiente com os pacientes, preparando-os para o convívio social por meio de atividades usuais do cotidiano, como passeios, lanches, brincadeiras em grupo, atividades pedagógicas e motoras - explica Fabíola.

O chefe da Unidade de Neuropediatria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Rudimar dos Santos Riesgo, explica que a ambientoterapia pode ser um tratamento eficaz porque atinge a interação social, elemento central do desenvolvimento humano, mas que, no autista, é uma das principais dificuldades encontradas. Isso compromete o estado emocional, as trocas afetivas, o desenvolvimento da linguagem e as estruturas de aprendizagem.

É cedo para comemorar, porque a causa ainda é desconhecida e a maioria dos tratamentos sequer tem comprovação científica. Mas, aos poucos, as pesquisas estão avançando. Já se sabe que há o componente genético e está se estudando a influência de fatores orgânicos - afirma.

O autismo também pode ser tratado por meio da psicanálise.

- A diferença é que a psicanálise não considera padrões de normalidade, e sim pela diferença. Ela enxerga o autismo como um isolamento do mundo, uma proteção, uma defesa - observa a psicóloga Rosane Padilha, doutora na área pela Paris VII, que está ministrando, na Capital, o Atelier de Psicanálise do Autismo, para profissionais que lidam com esses pacientes.

Leitura e Leituras


“ Ninguém nasce sabendo ler: aprende-se a ler à medida que se vive.” Marisa Lanjolo

Há muita preocupação, por parte dos pais, de que seus filhos aprendam a ler bem cedo, antes mesmo de estarem no 1º ano do Ensino Fundamental. Por que esta necessidade de inserir a criança no mundo letrado forçosamente? Parece-me que a aquisição desta competência confere um certo status de inteligência à criança. A criança passa a ser vista como a mais inteligente da turma, adiantada em relação aos colegas.

Esquecem-se, pais e educadores, que aprender a ler palavras, frases e textos é uma operação complexa, que exige prontidão motora, neuronal, maturidade cognitiva e emocional. Não adianta acelerar um processo que precisa de maturidade e equilíbrio para acontecer. E ele acontece, com raras exceções, em todas as crianças.

Com a entrada das crianças aos 6 anos de idade no Ensino Fundamental, antecipa-se esta preocupação de aprender a ler para as crianças de 5 anos, frequentadoras da Educação Infantil. É preciso que pais e educadores compreendam que antes de ler palavras é importante desenvolver na criança a leitura do mundo. Perceber como as crianças leem as imagens e ajudá-las a compreender que essas imagens tem um sentido e dizem alguma coisa é tão ou mais importante que introduzir o alfabeto na Educação Infantil.

Os professores da Educação Infantil devem desenvolver na criança aprendizagens afetivas, sociais, motoras e cognitivas. Cada atividade escolhida precisa levar em conta estas áreas e como elas podem ser beneficiadas na rotina escolar para que a criança se desenvolva.

Ao levar para a sala de aula obras de arte, o educador possibilita à criança interagir com um mundo cheio de significados e intenções. Interpretar e reler uma obra a partir de sua história, da técnica usada pelo artista e compará-la com outras obras ou, até mesmo, produzir sua própria arte, confere autonomia criadora para a criança e traz uma forma de registro pictórica para dentro da sala de aula. Crianças que são estimuladas e motivadas a criar e produzir usando a imaginação desenvolvem muito mais do que a arte por si, desenvolvem a confiança para os acertos e erros da alfabetização.

Nos dias de hoje as crianças já nascem num mundo cheio de informações, imagens e escritas disponíveis a elas desde cedo. É natural que elas perguntem o significado da escrita, da imagem e, desde cedo, tenham interesse em seus próprios registros. É importante não mudar a rota natural: o rabisco, o desenho, a tentativa de escrita e a escrita em si. Achar que uma criança está adiantada porque pulou uma destas etapas ou querer acelerar um destes processos para seguir adiante pode provocar dificuldades no futuro.

A competência leitora vai muito além da leitura de textos, da decodificação de palavras. É necessário desenvolver a interpretação da leitura, sua relação com outras informações e temas, saber buscar informações e transformá-las em novo texto.

Para desenvolver esta competência as crianças precisam aprender a ler imagens, sons, cores, cheiros, movimentos, expressões para compreender que o mundo à sua volta transmite informações que pedem uma interpretação. Portanto, antes de introduzir a escrita e leitura na sala de aula os educadores devem desenvolver a leitura do mundo e suas diversas informações para que as crianças possam dar sentido a leitura das palavras e, de fato, ler e compreender o que estão lendo em um texto.

Pular esta etapa pode comprometer uma alfabetização de qualidade que resultará em empobrecimento ou até em dificuldade de aprendizagem nas séries finais do ensino.

As crianças precisam aprender a falar com o corpo em primeiro lugar. Não será encarcerando-as em salas de aula, enchendo linhas do caderno, com uma rotina rígida que elas desenvolverão todas as suas habilidades, mas respeitando sua maturidade, oferecendo atividades criativas e desafiadoras de acordo com as suas curiosidades.


Janete Cristiane Petry - janetepp@espacodomquixote.com.br
Psicopedagoga do Espaço Dom Quixote

Cursos do Espaço Dom Quixote

Fique atento aos cursos e oficinas que ocorrem nos próximos dias:


- OFICINA DE SUCATA. Dia 13 de setembro, terça-feira, das 19h às 22h!


- OFICINA CULINÁRIA SAUDÁVEL para crianças: tema "cozinhar é divertido". Dia 14 de setembro, quarta-feira, das 14h às 17h!


- CURSO PARA GESTANTES - uma visão transdisciplinar da gestação nas áreas de Medicina, Psicologia, Psicopedagogia, Psicomotricidade, Musicoterapia, Fonoaudiologia, Nutrição, Terapia Ocupacional. Dias 14, 21 e 28 de setembro e 05 de outubro, quartas-feiras, das 19h às 22h!

Informe-se pelo e-mail recepcao@espacodomquixote.com.br ou pelo fone (51) 3037-7167

Fones de ouvido


Volta e meia surgem dúvidas a respeito do uso de fones de ouvido e seus excessos, principalmente entre os jovens.

Atualmente, está na moda usar aqueles fones de ouvido grandes, que podem ser de várias cores e que falam sobre o estilo de cada um. Quem ainda não viu alguém passando na rua com um destes, pode prestar atenção que eles estão aí e ganhando cada vez mais adeptos.

Mas será que este tipo de fone de ouvido também é prejudicial à audição?

O que sempre deve ser observado, e isto vale para qualquer tipo de amplificador sonoro, é a intensidade do estímulo auditivo, ou seja, qual o volume da música que está sendo escutada? Se o regulador de volume estiver perto do limite máximo, com certeza esta intensidade vai fazer mal para a audição se ficarmos expostos por muito tempo. Estes fones de ouvido grandes tem a vantagem de não reduzirem o espaço que receberá o estímulo auditivo para apenas o canal auditivo, diferente daqueles modelos menores que amplificam o som diretamente, e apenas, para este canal.

O problema em utilizar os fones de ouvido está na intensidade exagerada e no tempo de uso. Não dá para passar o dia com os fones de ouvido e com a música no máximo sem ocasionar perda auditiva PERMANENTE. Isto mesmo, permanente. Os danos podem não ser sentidos agora, mas com o passar do tempo a audição vai diminuindo e aí não tem mais volta. Por isso, é importante que os fones sejam utilizados com equilíbrio, deixar a música em uma intensidade moderada e dar descanso para os ouvidos a cada meia hora, pelo menos.

O assunto desperta tanto interesse que o programa Bom Dia Rio Grande fez uma reportagem esta semana. Assista através do link: http://mediacenter.clicrbs.com.br/templates/player.aspx?uf=1&contentID=207178&channel=45


Fernanda Helena Kley - fernandafono@espacodomquixote.com.br
Fonoaudióloga do Espaço Dom Quixote
Pós-Graduanda em Neuropsicologia (UFRGS)

Terapia Ocupacional e o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade



O tratamento terapêutico ocupacional com crianças com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade oferece um espaço protegido e continente, atenuando os sintomas. Como o comportamento inconstante e imprevisível interfere no desenvolvimento pessoal e social, na desatenção, na impulsividade, na inquietação e na baixa auto-estima, o tratamento aumenta as capacidades sociais e previne futuros desajustes sociais.


O terapeuta ocupacional oferece recursos para uma intervenção na esfera física, psíquica, social e sensorial, sendo um espaço acolhedor, protegido que compreende e auxilia a criança durante todo o processo terapêutico a atenuar os sintomas do TDAH utilizando-se de atividades lúdicas, corporais, artísticas e de criação. Essas atividades auxiliam na organização do indivíduo, atuando na independência, na estruturação emocional, percepção cognitiva (regras/limites, atenção, concentração), nas atividades de vida diária (alimentação, vestuário, auto-cuidado), nas atividades de vida de trabalho (escola), nas atividades de vida de lazer (brincar) e socialização.


Os atendimentos em Terapia Ocupacional podem ser individuais, em grupo ou domiciliar, além de orientar os pais e professores. Sabe-se que é fundamental o envolvimento da família e a participação da escola para o sucesso do tratamento.


Algumas crianças apresentam dificuldades no processamento sensorial, ou seja, apresentam uma dificuldade em processar a comunicação entre os sentidos que recebem e o que chega ao cérebro, de modo que as informações chegam com intensidade exagerada ou com intensidade diminuída. Por isso, vê-se a necessidade de realizar um perfil sensorial da criança, solicitando aos pais ou cuidadores lembrar como a criança reage a ruídos altos, toque inesperado, certos tipos de roupas, etc. É importante lembrar que nem todas as crianças com TDAH têm problemas de processamento sensorial, mas a maioria das crianças com problemas sensoriais integrativa podem apresentar sintomas de TDAH.




Priscila Straatmann Morél - priscilato@espacodomquixote.com.br

Terapeuta Ocupacional e Psicomotricista do Espaço Dom Quixote

Novidades sobre Autismo

No dia 26 de agosto a equipe do Espaço Dom Quixote esteve no Congresso Internacional de Autismo em Curitiba para apresentar a pesquisa sobre Autismo e o tratamento de Ambientoterapia. Nada mais nada menos do que a especialista no assunto Lasnick esteve presente assistindo a nossa apresentação. O psicanalista Jerusalinsky também deu uma “espiadinha” em nossa apresentação! Uma honra para nós sermos prestigiados por esses reconhecidos pesquisadores do assunto.

Nossa participação foi um sucesso, muitos participantes pediram o contato do Espaço e nossos e-mails para pedir dicas, materiais e sugestões.

A equipe do Espaço está de parabéns pela participação no evento e pelo trabalho realizado, pois só conseguimos atingir esses resultados com o trabalho árduo de toda a equipe de ambientoterapia do Espaço, juntamente com as outras profissionais que muitas vezes nos dão uma mãozinha no dia-a-dia.

Parabéns a todas nós e que venham muitos outros eventos pela frente!

Como trouxemos muitas novidades sobre o assunto: descobertas na área de neurociência, intervenções e práticas realizadas na França, Itália, Estados Unidos, pretendemos transmitir um pouco do conhecimento que adquirimos nesses quatro intensos dias de congresso! Para tanto, o Espaço Dom Quixote estará oferecendo um Seminário com NOVIDADES SOBRE AUTISMO no dia 1º de outubro, das 8h às 14h. Psicóloga, psicopedagoga, musicoterapeuta, terapeuta ocupacional e psicomotricista estarão apresentando as mais recentes descobertas e práticas na área de autismo da atualidade. Vale a pena conferir! Entre em contato conosco e reserve já a sua vaga!