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Exercitando o cérebro!


O título acima não é uma metáfora, mas uma necessidade para manter as funções cerebrais ativas e em bom desenvolvimento. Nesta época do ano, com a aproximação das avaliações finais nas escolas, muitos estudantes estão às voltas com o estresse, cansaço físico e mental que impede que obtenham os resultados necessários ou desejáveis para um desempenho positivo.

Como manter-se atento em sala de aula, com disposição e energia para dar conta de tantas tarefas, trabalhos, períodos longos de estudos e reter todas as informações para que a memória não pregue uma peça e dê o famoso “branco” na hora da prova?

Estudos científicos comprovaram que uma rotina de exercícios associada a uma alimentação saudável estimulam e mantém a saúde do corpo, fortalecendo coração e músculos, mas também fortalecem a capacidade mental, ajudando a criança/adolescente a se desenvolver melhor.

Por muito tempo dizia-se que para desenvolver seu potencial intelectual a criança/adolescente deveria exercitar preferencialmente o cérebro com atividades como leitura, tocar um instrumento musical, aprender um novo idioma, fazer palavras cruzadas ao invés de praticar um esporte. Na verdade, as atividades físicas e mentais estão estreitamente ligadas e devem ser desenvolvidas juntas, de acordo com as características de cada indivíduo.

Um estudo coordenado pela Universidade de Illinois e publicado em 2008 mostra que crianças que se movimentam mais, em geral, obtêm as melhores notas na escola. O desempenho em cálculo ou leituras, por exemplo, aumenta proporcionalmente à atividade física. Apesar desta pesquisa, não é possível, ainda, comprovar a influência do esporte sobre o desempenho cognitivo.

Sabemos que crianças incentivadas a brincar, estimuladas e ensinadas de forma lúdica têm uma plasticidade cerebral maior, com melhor desempenho em testes de aprendizagem e de comportamento. Outro benefício da prática esportiva é a elevação da sensação de bem-estar, necessária para o bom desempenho escolar e social.

O exercício e as vivências lúdicas influenciam hábitos e comportamentos que afetam as escolhas de vida de um indivíduo, interferem nas relações sociais e podem contribuir para o projeto de vida do adolescente, bem como melhora os resultados cognitivos.

Com tantos benefícios da prática esportiva para a vida e para o desempenho acadêmico é importante incorporá-lo no dia a dia. Para isso não é necessário nenhum esforço absurdo ou uma rotina de atleta, nem deixar de lado todas as guloseimas, abdicando de pequenos prazeres que também são importantes para manter a autoestima. Trata-se de incluir na rotina diária algumas atividades que contribuam para combater o estresse, aliviando a carga emocional do final de ano e ainda elevando o nível de concentração, atenção e memória.

Se a criança/adolescente não tem por hábito praticar um esporte, pode fazer caminhadas, levar o cachorro para passear, andar de bicicleta, skate, patins, usar as escadas no lugar do elevador, dançar, experimentar mais brincadeiras ao ar livre que naturalmente exigem a movimentação, etc.

Optar por hábitos alimentares saudáveis traz benefícios para o cérebro e para o corpo. Trocar refrigerantes por sucos, chá e água refresca nos dias de calor e hidrata o organismo. Experimentar um sanduíche natural, aumentar a variedade de frutas, optar por alimentos integrais melhora a disposição, renova a energia e potencializa os neurônios. Alimentar-se nas horas certas, sem pular as refeições principais ou substituindo o prato de comida por um lanche mantém a saúde e disposição em períodos de estresse e desgaste físico e mental.

Organizar a rotina de estudos é fundamental neste período onde as tarefas se multiplicam e a criança/adolescente pode perder prazos de entrega de trabalhos, atrasar temas e ficar sem tempo para estudar com qualidade. Montar um mural com todas as datas a serem cumpridas organizando por ordem de entrega e de tempo. Cumprir os horários estabelecidos nesta rotina, evitando distrações com redes sociais, telefones, bate-papos que podem comprometer o rendimento escolar.

Estabelecer momentos de lazer para que o cérebro também possa “descansar” desta maratona de exigências. Este é o momento de encontrar os amigos, bater papo, namorar, ir ao cinema, aproveitar a vida ao ar livre. Todo grande esforço mental necessita de um período de descanso para que o cérebro possa “fazer espaço” para novas aprendizagens.

É importante que a família acompanhe este momento do(a) filho(a) com atenção, participando da vida escolar, acompanhando as tarefas, interessando-se e observando o cumprimento da rotina de estudos estabelecida.

Todos – família, aluno(a), escola – querem comemorar os resultados positivos após um ano letivo de muito estudo, comprometimento e trabalho. Para isso cada um precisa fazer a sua parte, estabelecer objetivos, traçar planos e empenhar-se no cumprimento destas etapas. Os resultados são fruto deste empenho coletivo e, quando não há impedimento de aprendizagem (dificuldade em aprender), a criança/adolescente atinge suas metas.


Janete Cristiane Petry - janetepp@espacodomquixote.com.br
Psicopedagoga do Espaço Dom Quixote

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