RSS

Módulo Os processos de aprendizagem!


Vamos brincar? É assim que se aprende



É mágico ver uma criança brincando, pulando, correndo ou até mesmo encantada com um brinquedo colorido. Podemos utilizar esta magia para proporcionar momentos de aprendizagem. Engana-se quem pensa que o aprender só se dá através de rotinas pesadas e atividades tradicionais. Bem pelo contrário, no momento em que brincamos com objetividade estamos levando o conhecimento para a criança de maneira lúdica e diferenciada. 

A criança e o brincar são contextos únicos, o brincar é tão essencial à criança quanto o trabalho é para os adultos. Não se pode pensar na ideia de ter uma criança sem dar-lhe tempo e propiciar-lhe momentos de ser e de se sentir criança. A criança que não brinca não aprende, não tem interesse, não tem entusiasmo, não demonstra sensibilidade e não desenvolve afetividade. Daí a necessidade de compreender o brincar como uma linguagem infantil, uma maneira que as crianças pequenas utilizam para falar não convencionalmente, mas para se expressar e demonstrar seus sentimentos, suas vontades, suas inquietudes.

Ao brincar de carrinho, por exemplo, a criança assimila fatos que ela vê e observa na vida cotidiana; além de repetir o que vê o adulto fazendo, ela incorpora e repete na brincadeira. Se ela brinca com o carrinho de forma agressiva, batendo em objetos, fazendo o carrinho capotar, ela simplesmente está tentando se comunicar, repetindo com seus brinquedos cenas da vida doméstica e comportamentos dos adultos, utilizado-se desta linguagem para dizer que “foi isso que ela aprendeu”, daí a necessidade mediadora nas múltiplas ações do brincar e atenção ao exemplo. 

Pretende-se com esse pensamento reavaliar nossas concepções acerca da criança e do brincar, é brincando que a criança aprende, e observando que ela incorpora, é através de brincadeiras que a criança expande seu mundo e amplia seus conhecimentos, nesse sentido escreve Montessori, “façamos de conta que a criança é um operário e que a finalidade de seu trabalho é produzir o homem. Porque o trabalho das crianças não produz um objetivo material, mas cria a mesma humanidade; não uma raça, uma casta, um grupo social, mas a humanidade inteira”. 

Texto retirado da Revista Escola 
Por Giuliano Freitas - Graduado em Pedagogia
Equipe Brasil Escola


Daniela Pinto - danielafono@espacodomquixote.com.br
Fonoaudióloga do Espaço Dom Quixote

É neste sábado!


Como se não houvesse amanhã



Frente ao traumático e irreparável da tragédia ocorrida em Santa Maria, as palavras muitas vezes nos escapam, mas é através delas que o excessivo, que a dor, que o sofrimento pode encontrar outros destinos possíveis. A partir dessa ideia, trago o texto de Diana L. Corso que de forma respeitosa, sensível e realista nos oferece palavras possíveis para o acontecido. 

Como se não houvesse amanhã

Diana L. Corso 

Lá fora é perigoso, porque o mundo está cheio de perversos e irresponsáveis, mas é para onde todos temos que ir. É fácil evocar o que pensamos em momentos de agradável intensidade: “azar, não posso deixar de viver por medo, é tão legal que podia acabar agora”. Já pensei isso. Quantas vezes nos colocamos em situações de risco ou, pelo menos, naquelas em que o bom senso não impera? Não negue, mesmo que você seja o rei da precaução, todos nós já fomos apresentados à cara do perigo. Sair à noite em nossa sociedade violenta, beber mais do que gostaríamos, estar em um lugar confinado, fazer uma aventura arriscada de carro, escaladas, voar de asa delta, tomar banho em cachoeira, dirigir bêbado, subir no carro do amigo destemido ou alcoolizado, ficar íntimo de alguém que não se conhece, frequentar ruelas escuras. A lista é longa. 

Essa leveza beirando a irresponsabilidade é coisa típica da juventude, mas também, com sorte, reencontramos esse sentimento mais adiante. Os jovens vivem momentos festivos de euforia coletiva, atravessam juntos uma noite que faz o tempo parecer infinito. A festa é nossa desde o início dos tempos e costumava ser um momento sagrado, onde os excessos e descontroles eram prescritos. Hoje celebra-se a alegria, a força vital, o direito de dançar de qualquer jeito, só pelo prazer de partilhar o ritmo com os amigos e contemporâneos. 

Jovens se arriscam, mas desta vez o culpado é outro. A tragédia de Santa Maria, causada por irresponsáveis que, espero, serão descobertos e punidos, não foi culpa deles, que estavam divertindo-se, nem da permissividade das famílias que não os acorrentaram em casa. Eles acorreram ao evento sem conferir se havia saídas de emergência, portas corta-fogo. Mas isso não era tarefa deles. A alegria pressupõe a confiança de que vai dar tudo certo. A felicidade é otimista, por isso muitas vezes envolve riscos, que devem ser sanados por aqueles que têm a diversão alheia como forma de trabalho. Vale para uma festa, um parque de diversões ou um programa de mergulho. 

Investigações e punições são uma dívida com as vítimas. Mas as famílias e os amigos sobreviventes não terão nada devolvido com isso, já perderam o essencial: aquela mínima isenção do medo e da culpa que nos ajuda a viver. A morte, principalmente em sua face trágica e quando se perde um jovem, é a maior experiência de impotência. Nada porta o sem-sentido da vida como a inclemência do fim, principalmente o de quem teve reduzido o tempo de dizer a que veio. 

Perder um filho é a pior das mortes, é um assassinato da esperança, impossível de assimilar. Cuidamos zelosamente nossos descendentes, pois seguirão nossos passos quando cessarmos. Sua morte é um milhão de vezes mais insuportável que a nossa, restamos sem sua transcendência. Um filho morto diminui a chance de nos tornarmos lembrança. Apesar disso, não podemos ser egoístas e guardá-lo numa redoma, esperando que viva para nos cultuar. 

Sou mãe de duas jovens da idade da maior parte das vítimas da boate Kiss. Tanto quanto elas, estivemos muitas vezes em muitos lugares assim. Se meus pais tivessem me impedido, se eu proibisse minhas filhas de viver seu tempo, certamente sua segurança estaria melhor garantida. Porém, um filho cerceado em sua liberdade é alguém cujo corpo é confinado para que sua mente só se ocupe de amar aos pais. Lá fora é perigoso, porque o mundo está cheio de perversos e irresponsáveis, mas é para onde todos temos que ir.

Às pessoas queridas dessa mais de duas centenas de jovens mortos gostaria de transmitir muito mais do que a solidariedade, também a identificação. E principalmente dizer: não, vocês não poderiam ter impedido seu filho, sua irmã, sobrinho ou amigo de estar lá. Ele exerceu o direito de ser livre e feliz, você tinha o dever de respeitá-lo. Desta vez, não houve amanhã, mas se um jovem é proibido de conviver com seus pares ele também acaba privado de conhecer-se, do seu futuro. A dor é inevitável, mas gostaria de aliviá-la da culpa. Correr riscos faz parte de ensinar a viver, embora, repito, essa dor é tão imensa que certamente não estou, no momento, servindo de consolo. 

Diana Corso é psicanalista, escritora, colunista do Zero Hora. 
Esse texto foi retirado do site www.marioedianacorso.com.br. 


Thaís C. Chies - thaispsico@espacodomquixote.com.br
Psicóloga do Espaço Dom Quixote

Não perca o próximo módulo!


O olhar



O olhar aprisiona, encanta, mobiliza, invade, rejeita e apaixona. O olhar sinaliza a permissão e impõe a condição, ele determina caminhos e impede a invasão. O olhar transmite, comunica desejos e vontades, necessidades e medos. 

Dizia o poeta que os olhos são a janela da alma. E quando não há olhar, não há alma? Seria o Outro que não olha um desalmado, sem vida e sem intenções? 

Para alguns manter o olhar num objeto de desejo ou comunicar uma intenção necessita da permissão e do olhar correspondente. Quando não me olham não há porque eu olhar. 

Em casa ou na escola, o papel de quem educa é garantir um olhar que valorize e acalente a criança, que dê um significado a tudo que ela faça. 

Olhar nos olhos dos filhos ou alunos quando eles falam conosco, pedir o olhar deles quando estamos falando com eles, garantem a atenção e valorizam o momento, além de dizer: “Estou prestando atenção em você neste momento e valorizando o que você está me dizendo”. 

Mas, há aquelas crianças cujo olhar não entendemos, que não fixam o olhar em nós e se perdem num mundo unicamente seu. Resgatar este olhar e dar um significado a ele é tarefa de todos que se dedicam a esta criança. Insistir nas brincadeiras, no toque, cantando e nomeando são estímulos necessários para buscar e entender o olhar de uma criança autista. 

Acompanhamos o esforço de familiares e profissionais que se dedicam a estimular as crianças com espectro autista e a dedicação com que buscam desenvolver estratégias que envolvam as crianças e as façam interagir com os demais, trazendo sua atenção e olhar para a nossa realidade. 

A cada resgate de olhar, por menor que seja, faz-se uma festa e surgem novas expectativas e mais estímulos são feitos. 

Para quem não recebe o olhar de um filho, de uma criança, há um mundo diferente a desvendar. Um mundo onde o olhar tem outro significado, onde a realidade está em outra dimensão. 

Um olhar fala de amor, de reciprocidade. Se não há olhar, não há amor e reciprocidade? Talvez precisemos entender o amor de outras formas para saber que podemos amar e ser amados, mesmo quando não entendemos o olhar de quem não nos olha como desejamos. 

Talvez o poeta Fernando Pessoa entendesse desse tipo de amor e queira nos ensinar a amar de uma forma silenciosa, sem perguntas e respostas, sem exigências e necessidades a serem preenchidas.

O Amor 

O amor, quando se revela, 
Não se sabe revelar. 
Sabe bem olhar p'ra ela, 
Mas não lhe sabe falar. 

Quem quer dizer o que sente 
Não sabe o que há de dizer. 
Fala: parece que mente 
Cala: parece esquecer 

Ah, mas se ela adivinhasse, 
Se pudesse ouvir o olhar, 
E se um olhar lhe bastasse 
Pr'a saber que a estão a amar! 

Mas quem sente muito, cala; 
Quem quer dizer quanto sente 
Fica sem alma nem fala, 
Fica só, inteiramente! 

Mas se isto puder contar-lhe 
O que não lhe ouso contar, 
Já não terei que falar-lhe 
Porque lhe estou a falar..


Janete Cristiane Petry - janetepp@espacodomquixote.com.br
Psicopedagoga do Espaço Dom Quixote

Mãe



Existem diferentes mães... 

Mãe de meninos, mãe de meninas, mãe protetora, mãe batalhadora, mãe guerreira, mãe que carrega o filho na barriga por nove meses, mãe que recebe um presente e ganha um filho do coração, mãe que tem um filho especial, mãe que também é pai.

Muitas dizem que ser mãe é padecer num paraíso... Talvez... 

Muitas coisas mudam depois que nasce um filho, são noites e noites sem dormir, primeiro para ver se o filho está bem, se está dormindo, se está molhado, se está bem coberto. Depois levanta à noite para ver se o filho já chegou da balada, se precisa de algo.

Dizem também que ser mãe é ter o coração fora do corpo, é ter um amor incondicional. 

Ser mãe não é fácil, não há receita pronta, tem que dar muito amor, carinho e atenção, mas também tem que dizer muitos “nãos”, tem que impor limites, ensinar regras. Winnicott, famoso pediatra e psicanalista inglês, já dizia que mãe precisa ser “suficientemente boa”.

Enfim, ser mãe é uma caixinha de surpresas...

Feliz Dia das Mães!


Janaína Carloto - janainapsico@espacodomquixote.com.br
Psicóloga do Espaço Dom Quixote

Módulo Uso das mídias


Mudança nas datas!

Atenção para as novas datas da Formação Continuada:

08 de maio - Música na sala de aula (parte I) com a musicoterapeuta Natália Magalhães

11 de maio - Uso das mídias com o professor Ricardo Laoni Wolff

15 de maio - Neurologia e aprendizagem (parte I) com a neuropediatra dra. Fernanda Gonçalves e a fonoaudióloga Fernanda Helena Kley

22 de maio - Música na sala de aula (parte II) com a musicoterapeuta Natália Magalhães

29 de maio - Neurologia e aprendizagem (parte II) com a neuropediatra dra. Fernanda Gonçalves e a fonoaudióloga Fernanda Helena Kley

Módulo Neurologia e aprendizagem

Ainda dá tempo de se inscrever!


Módulo Uso das mídias