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Módulo de Neurologia e Aprendizagem


Tecnologias a serviço da educação

Há alguns dias recebi pelo Facebook o seguinte vídeo: 


Acesse também pelo site: http://www.youtube.com/watch?v=XMqcd-BIDl8 

Após assistir, me indignar com a má educação do menino e refletir sobre o que ele realmente estava dizendo, comecei a compartilhar entre meus amigos, em especial com aqueles que trabalham com educação e crianças. Claro que o tradicional é importante, mas precisamos nos dar conta que tanto no âmbito clínico, quanto dentro de sala de aula inovar é importante! A escola precisa evoluir juntamente com os sujeitinhos que chegam nas nossas salas, sejam de aula ou de atendimento. 

A educação hoje, tanto em sala de aula quanto no consultório, já permite e pede o uso de computadores, videogames, tablets, e smartphones. Cabe a nós, adultos, perdemos a resistência e tentarmos nos render às tecnologias. Quem sabe relembrar dos tempos do Atari, voltar a jogar pacman? É uma ótima oportunidade de pedir para o filho ou o sobrinho ensinar a jogar o Wii ou o Play, e quem sabe pedir emprestado o videogame do primo e fazer uma competição em sala de aula, calculando os pontos, criando regras. Aplicando o videogame na aprendizagem formal das crianças! 

A tecnologia está cada vez mais a serviço da educação, há uma gama imensa de aplicativos para smartphones e tablets que são gratuitos e que podem e devem ser utilizados no auxilio da aprendizagem da criança, com moderação, claro! Sites com joguinhos educativos surgem todos os dias na internet e muitos destes podem ser baixados e jogados offline (caso não haja internet disponível).

Para os dispositivos com sistema operacional iOS (iphones, ipods e ipads): 


Os aplicativos da TOCA BOCA AB são joguinhos totalmente interativos e intuitivos, fáceis de usar que agradam crianças de todas as idades. Alguns são pagos e outros gratuitos, mas seguido eles disponibilizam jogos grátis por 24 horas. 






Há também os Talking Friends desenvolvidos pela Outfit7 que também é disponibilizado para android e que pode ser um ótimo auxilio para crianças com dificuldade de fala. 









A CJ Educations tem um joguinho chamado Play123 muito interessante, o jogo é em inglês, mas muito fácil de compreender e jogar! Ainda há jogos da Pampers, da Fisher Price, do canal Gloob. 




Já para os dispositivos com sistema operacional Android também há muitos aplicativos que podem ser utilizados: 



A Tizzy Labs oferece, tanto para Android quanto para iOS, aplicativos educativos fáceis e interativos para crianças de todas as idades. 






 A Zoodles oferece o aplicativo Kid Mode, que além de proteger o aparelho de ligações indesejadas por parte dos pequenos, determina que videos e jogos eles podem utilizar! O aplicativo é totalmente em inglês, mas é bastante intuitivo. 




 A romeLab também oferece uma infinidade de aplicativos como quebra-cabeças, jogos de colorir e jogos que ensinam letras e números. Gratuitos na sua grande maioria. Ainda há jogos da Rovio, Disney, Gameloft, Zakeh entre muitos outros! 





A App Store e a Google Play tem uma infinidade de jogos e livros gratuitos disponíveis para divertir e auxiliar as crianças desde o aprendizado das letras até questões de atividades de vida diária, basta ter um pouco de paciência e liberar a criança que existe em cada um para se divertir nos joguinhos disponíveis. 

Em relação ao mundo virtual, o Google pode ser o melhor amigo do professor na hora de buscar jogos, mas é sempre importante pesquisar a procedência dos sites para evitar a contaminação por vírus! 

Alguns sites com jogos interessantes são: 
http://www.discoverykidbrasilbr.com 
http://www.iguinho.com.br 
http://www.maquinadequadrinhos.com.br/ 
http://www.guiadoscuriosos.com.br/ 
http://criancas.terra.com.br/ 
http://www.atividadeseducativas.com.br/ 

Nunca é demais relembrar, a criança sempre deve ter a supervisão e orientação de um adulto ao acessar qualquer site ou aplicativo, e o mesmo não deve ser dado somente para matar tempo em sala de aula ou no consultório, mas sim com um objetivo específico e bem fundamentado!


Clarissa Paz de Menezes - clarissapp@espacodomquixote.com.br
Psicopedagoga do Espaço Dom Quixote

Desenvolvimento e constituição do sujeito!


Arteterapia


Linguagem de sinais para bebês



Recentemente foi publicado um artigo abordando o ensino da linguagem de sinais para bebês sem dificuldades de audição. No texto é relatado que ensinar alguns gestos para as crianças antes que elas falem pode diminuir a ansiedade dos bebês. 

Espera-se que os bebês pronunciem as primeiras palavras com significado por volta de 1 ano de idade, mas o processo de aquisição da linguagem já está ocorrendo, aliás este processo já inicia durante a gestação, pois a partir da 21ª semana o aparato neurofisiológico necessário para que a audição ocorra está suficientemente estruturado e o feto começa a ter as primeiras experiências sonoras. 

No desenvolvimento linguagem oral, o uso de gestos é parte do processo. Assim como a criança desde muito cedo aprende que ela pode modular o som do choro para expressar diferentes desejos, como fome, sono ou dor, ela também compreende que pode apontar para objetos que deseja e que isso facilita a comunicação. 

Voltando ao artigo original, é proposto que as mães ensinem alguns gestos predeterminados a partir dos 8 meses. É importante destacar que este ensino de gestos não é através da Língua Brasileira de Sinais que é utilizada pelos surdos, é mais informal e menos abrangente do que a LIBRAS. 

Como fonoaudióloga, acredito que o ensino de alguns gestos pode ser benéfico para o desenvolvimento da criança, mas também vejo que muito disso já é feito naturalmente pelas mães. A expressão da fala de um adulto tem muito da linguagem não-verbal, tanto em termos de expressão facial como de gestos, e quando se direciona esta fala para um bebê, estes aspectos devem ser mais enfáticos ainda. Isso quer dizer que usamos gestos naturalmente e a criança compreende este uso e passa a utilizar também. 

O que não pode acontecer é uma privação do estímulo auditivo nesta fase tão importante do desenvolvimento infantil. A criança aprende a falar escutando e por isso quanto mais momentos de conversa melhor. É preciso perceber o que é mais adequado para cada caso e ninguém melhor do que a mamãe e o papai para descobrirem o que o seu bebê deseja. 

Quer ler o artigo completo? Acesse: 

http://delas.ig.com.br/filhos/linguagem-de-sinais-para-bebes-diminui-frustracao/n1597726598925.html


Fernanda Helena Kley - fernandafono@espacodomquixote.com.br
Fonoaudióloga do Espaço Dom Quixote
Pós-graduada em Neuropsicologia UFRGS

Agressividade Infantil



Trechos retirados de artigos para reflexão: 

Artigo: A AGRESSIVIDADE NA INFÂNCIA: um estudo sobre suas causas e consequências
Autoras: Sandra Luciane França e Solange Franci Raimundo Yaegashi. 

• A questão da agressividade infantil tem sido discutida de diferentes formas e com pontos de vistas bastante diferentes, por vários profissionais. Nessa perspectiva questiona-se: Até onde uma criança precisa da agressividade para se desenvolver? 

• Para Oaklander (1980), o ditado popular que diz que a criança é agressiva porque está “pondo para fora” é inadequado, já que crianças passivas, retraídas, subjugadas e até mesmo as catatônicas estão “pondo para fora” algo à sua maneira. Todas as pessoas colocam alguma coisa para fora de maneira única e particular. 

• “Às vezes a criança é vista como agressiva quando está simplesmente manifestando raiva (...) Geralmente sinto que os atos agressivos não são a verdadeira expressão da raiva, mas desvios dos sentimentos reais”. (Oaklander) 

• A agressividade infantil é algo que pode ocorrer tanto em classes menos favorecidas quanto nas mais favorecidas. As condutas agressivas podem ter início desde o período pré-escolar, quando avós, pais, entre outros, acham que as atitudes da criança são apenas “um excesso de energia” ou uma travessura própria na infância. Para Ballone (2001), “a conduta agressiva entre os pré-escolares é influenciada por fatores individuais, familiares ou ambientais” (p.01). 

• Diferenças de sexo: os meninos sempre foram ditos “mais agressivos” que as meninas; no entanto, essa classificação está diminuindo, provavelmente devido às mudanças socioculturais. 

Texto disponível em: http://www.cesumar.br/pesquisa/periodicos/index.php/iccesumar/article/view/98/313


Artigo: A INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA NA AQUISIÇÃO DE MODELOS AGRESSIVOS PELAS CRIANÇAS 
Autores: Eraldo C. Batista, Benedito A. Oliveira e Simone L. Pires 

• A violência no ambiente familiar: por ser o primeiro sistema no qual o individuo interage, a família consiste num micro-sistema onde cada membro tem uma posição e um papel socialmente definido, que reflete sua organização estrutural e funcional (GOMES et al., 2007). O que nos remete que a família é responsável pela sobrevivência física e psíquica da criança. Porém, nem sempre essa imagem de proteção cumpre sua função. O interior da família, lugar mitificado em sua função de cuidado e proteção, pode ser palco de muitas violências. O fenômeno da violência familiar é, infelizmente, universal, favorecendo condições de riscos psicossociais para a família. Como afirma Milani e Loureiro (2008), a violência no contexto familiar constitui um fenômeno complexo, que envolve questões como a desigualdade social e prejuízos na qualidade de vida que atingem as famílias com comprometimento nas relações intrafamiliares e é evidenciado pelo abuso de poder. 

• De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV-TR), o comportamento agressivo encontra-se inserido no quadro de transtornos de conduta, que é caracterizado por um padrão persistente de comportamento que viola os direitos básicos dos outros e as normas ou regras sociais importantes e apropriadas à idade (American Psychiatric Association, 2003). Estudo realizado por Corrêa e Williams (2000), sobre o impacto da violência conjugal na saúde mental das crianças, concluiu que havia altos índices de depressão, agressividade, isolamento e baixa autoestima em crianças que presenciaram atos violentos entre os pais.


Texto disponível em: http://artigos.psicologado.com/psicologia-geral/desenvolvimento-humano/a-influencia-da-familia-na-aquisicao-de-modelos-agressivos-pelas-criancas 

Boa leitura!


Fernanda Soares Fernandes - fernandapsico@espacodomquixote.com.br
Psicóloga Espaço Dom Quixote CRP 07/17156 
Especialista em Psicologia Clínica-Terapia Cognitivo-Comportamental 
Pós-graduanda - Terapia de Casal e Família

Caminhada pelo Autismo

Domingo foi um belo dia na Redenção para comemorar a 3ª edição da caminhada do Dia Mundial de Conscientização do Autismo. 

O evento foi organizado pelo Instituto Autismo e Vida e o Espaço Dom Quixote não poderia deixar de participar.

As crianças realizaram atividades e brincadeiras enquanto e pais e interessados puderam se informar sobre o Autismo. Todos adoraram e saíram mais conscientes das diferenças.




O desafio de se ter um autista em casa



Neste Dia Mundial do Autismo não pretendo falar dos sintomas das crianças autistas, nem de como elas aprendem, nem de dicas de atividades, pois para a nossa alegria, os meios de comunicação estão versando muito sobre este assunto nas últimas semanas. 

Pretendo falar um pouco sobre o desafio de se ter um autista em casa... 

Desde que comecei a trabalhar com crianças com Transtorno de Espectro Autista me chamou muito a atenção, o empenho dos pais na busca por soluções, por leituras, por tratamentos. Grupos e ONGs se unem em busca de ideias e respostas para este transtorno. Pais se tornam amigos, confidentes nas suas trocas. As salas de espera dos consultórios viram Grupos de Autoajuda, os facebook’s dos pais viram trocas de receitas sobre o que deu certo neste desafio cotidiano para estimular as crianças autistas. Comportamento louvável de mães incansáveis e famílias que não medem esforços na busca do bem-estar de seus pequenos. Isso sempre me fascinou, mas ultimamente vem me preocupando muito também.

Ao observarmos as famílias de crianças autistas, percebe-se que não sobra vitalidade para as outras questões familiares, que a criança autista e sua causa ocupam um espaço imenso na dinâmica familiar e falta lugar para existir um casal, para existir um irmão menor que seja peralta ou um irmão maior “aborrescente”. Falta lugar para uma mãe que deseja se arrumar ou que deseja ter um futuro profissional reconhecido. Falta lugar para todo e qualquer desejo outro que não a “cura” do autismo. 

A luta pela causa do filho fortalece os pais e os faz criar laços com pessoas que tem o mesmo problema, o que é saudável, em certa proporção. No entanto, aos poucos, se constituem famílias autistas, com pouco ou nenhum contato social outro que não de quem tem a mesma dor. Famílias que se “ensimesmam” em suas casas nos finais de semana porque sair para um restaurante com uma criança com espectro autista é um desafio grande. Pais que não se autorizam a deixar os filhos com outro familiar para fazerem programas a dois, afinal, quem da família se habilitará a ficar com a criança? 

Neste Dia Mundial do Autismo sugiro que possamos refletir sobre as famílias que tem um autista em casa e no quanto o resgate do desejo, da vida social e da vida própria são importantes para o bem-estar da família. Os casais precisam resgatar sua vida a dois, as mães precisam ter vida própria, os irmãos outros precisam de espaço, de brincadeiras e talvez até de tratamentos também. 

Elogio os pais pela incansável luta pelo autismo, mas os desafio a lutarem, concomitantemente, pelo direito de seu descanso, de sua felicidade, de seus desejos. Um desafio grande, eu sei, pois para isso precisarão que os outros familiares deem uma mãozinha, que os terapeutas do filho lhes orientem e que deixem a culpa um pouquinho de lado, mas ao final, garanto, valerá a pena! 

Um bom dia de descanso, um baile a dois, um folga no meio da semana os deixarão recarregados de energia para lutarem novamente pela causa do autismo. Afinal, uma família com um filho autista é muito mais do que uma família com um filho autista e assim precisa ser... É uma mulher com projetos próprios, um homem e seus planos, outros filhos com muitas outras questões. A causa autista é nobre, mas abrir espaço para outras questões na família é tão nobre quanto, e com certeza ajudará os pais a se sentirem mais fortalecidos e unidos. 

Admiro imensamente os pais de crianças autistas e essa contribuição se dá justamente porque sei o quanto dão a vida por essa causa, mas me preocupo com eles, pois precisam de colo, carinho, afeto, lazer, descanso e amor, como todos os outros seres humanos e inicio com este texto uma corrente para que estes pais também lutem por esta causa.


Fabiola Scherer Cortezia - fabiola@espacodomquixote.com.br
Psicóloga do Espaço Dom Quixote