Pego emprestado do título de um capitulo do livro “A função do filho” de Esteban Levin para falar sobre a doença, também conhecida como Síndrome de Kawasaki, que recebe essa denominação em homenagem ao primeiro médico que a identificou.
É uma doença rara que acomete 19 a cada 100.000 crianças nos Estados Unidos, frequentemente afeta crianças com menos de 5 anos de idade. Prevalece em crianças com ascendência japonesa e coreana, mas pode afetar todos os grupos étnicos. Causa inflamação nas paredes das artérias de pequeno e médio porte em todo o corpo, incluindo as artérias coronárias, que fornecem sangue ao músculo cardíaco.
Apesar da causa ainda ser desconhecida, não é contagiosa nem hereditária, a criança pode se recuperar em poucos dias se os sintomas forem reconhecidos cedo. Se não tratada pode acometer gravemente o coração. Muitas teorias ligam a doença à bactérias, vírus, reação a medicamentos e até mesmo ser auto-imune, mas até agora nada foi comprovado. Sabe-se claramente os fatores de risco a doença: idade (entre 2 e 5 anos, maior risco), sexo (mais comum em meninos do que meninas), etnia (de origem asiática) e estação do ano (mais comum no inverno e nas primeiras semanas da primavera).
Voltando um pouco ao titulo escolhido para este artigo, ele faz lembrar a citação de Jorge Luis Borges, por trás do nome há o que não se nomeia. Muitas vezes, como adultos, esquecemos de falar com a criança sobre a doença que a está afetando. Mas quando somos perguntados sobre o que aflige nossos filhos os nomeamos com a patologia – inconscientemente. Ajudá-las a entender desde cedo o que se passa é fundamental, pois muitas vezes é necessário visitar profissionais que ajudem a restabelecer seus movimentos, como o Psicomotricista.
Fique atento a esses sintomas:
Na primeira fase (dura duas semanas)
- febre alta e persistente com duração de 5 dias (39ª C);
- vermelhidão severa nos olhos;
- conjutivite bilateral sem pus;
- erupção na barriga, peito e genitais;
- lábios inchados, vermelhos e secos;
- língua inchada com saburra branca e grandes inchaços vermelhos;
- dor de garganta, irritação;
- respirar pode ser difícil;
- palmas das mãos inchadas e as solas dos pés com uma cor vermelho-púrpura;
- inchaço dos gânglios linfáticos.
Na segunda fase
- pele das mãos e dos pés podem começar a ficar tipo “casca” em pedaços grandes;
- dor nas articulações;
- diarréia;
- vômito ou dor abdominal.
Na terceira fase
- febre persiste;
- vermelhidão em ambos os olhos;
- língua muito vermelha, inchada;
- vermelhidão das palmas das mãos ou solas;
- descamação da pele;
- erupção;
- linfonodos inchados.
Consulte ou entre em contato com o médico. Se tratada precocemente após o inicio os danos serão menores e a recuperação é satisfatória, podendo haver apenas pequenas seqüelas como hemiparesia leve. Se não tratada pode haver complicações sérias, sendo a principal causa de cardiopatia adquirida em crianças (miocardite, insuficiência mitral, arritmia, vasculite).
Fica o alerta aos pais! É uma doença que chega devagar e pode causar sérios comprometimentos aos pequenos.
Priscila Straatmann Morél - priscilato@espacodomquixote.com.br
Terapeuta Ocupacional e Psicomotricista do Espaço Dom Quixote
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