Frequentemente os fonoaudiólogos são interrogados a respeito daquelas crianças que adquiriram a linguagem, ou seja, aprenderam a falar, mas que parece que não sabem como utilizar esta linguagem, pois praticamente não tem iniciativa para começar uma conversa ou manter ela acrescentando informações.
São crianças que dificilmente perguntam em sala de aula, mesmo que não entenderam alguma explicação do professor, pois tem dificuldade em escolher as palavras e em elaborar frases. Também é possível observar naquelas crianças que contam fatos utilizando poucas palavras e frases muito simples. Por exemplo, quando uma criança é perguntada sobre o que fez no final de semana, ela terá várias coisas para contar; o que fez, de que brincou, com quem, etc, mas é comum escutarmos de crianças a simples frase “brinquei” e ela não continua o assunto e precisa ser interrogada sempre para criar um diálogo. Ou ainda, crianças que são perguntadas sobre o que comprou no mercado e que respondem “um negócio”. Esta dificuldade está relacionada com a falta de vocabulário, a falta de necessidade de conversar e, principalmente, a falta de estímulo para se comunicar e isto está fortemente ligado aos estímulos que a criança recebe em casa.
Se o ambiente familiar é um ambiente em que pouco se conversa, em que não se tem o hábito de todos sentarem e conversarem apenas, ao invés de estarem olhando televisão, jogando no computador ou fazendo todas as inúmeras atividades que temos que dar conta durante um dia, a criança não irá perceber o quanto é importante a comunicação para o nosso relacionamento social. É de extrema importância que os pais consigam reservar um horário para conversar com seus filhos, escutarem o que eles têm para contar e instigarem para que contem com detalhes, relatando situações, nomes de pessoas e tudo que possa estar relacionado ao assunto em questão.
Também é importante que os pais sempre expliquem o que é um determinado objeto, para que serve, de que é feito e digam para as crianças que perguntem sempre que tiverem dúvidas, incentivar que elas sejam curiosas, mesmo que isso signifique “perder” um pouco mais de tempo conversando com a criança, e os pais verão que este “perder” significa “ganhar” para a criança, pois ela não se contentará com o superficial ou deixará de entender algo por não saber como perguntar.
Este papel também pode ser desenvolvido na escola, considerando que as crianças passam boa parte de seu dia neste ambiente. Os professores também devem ser questionadores, não aceitar frases simples e restritas à resposta de perguntas. Isto deve ser feito desde a Educação Infantil, para que os alunos desenvolvam a linguagem e também desenvolvam a sua aprendizagem. Um aluno que não tem uma boa oralidade com certeza não saberá escolher as palavras para escrever um texto.
Quanto mais conversarmos com os nossos filhos e alunos, mais vocabulário eles terão para utilizar na hora de se comunicar e mais vontade terão de realizar esta forma de relacionamento com as pessoas que convivem com ela.
Conversar com as crianças também pode ser agradável e prazeroso, só basta tornar disto um hábito.
Fernanda Helena Kley – fernandafono@espacodomquixote.com.br
Fonoaudióloga do Espaço Dom Quixote
São crianças que dificilmente perguntam em sala de aula, mesmo que não entenderam alguma explicação do professor, pois tem dificuldade em escolher as palavras e em elaborar frases. Também é possível observar naquelas crianças que contam fatos utilizando poucas palavras e frases muito simples. Por exemplo, quando uma criança é perguntada sobre o que fez no final de semana, ela terá várias coisas para contar; o que fez, de que brincou, com quem, etc, mas é comum escutarmos de crianças a simples frase “brinquei” e ela não continua o assunto e precisa ser interrogada sempre para criar um diálogo. Ou ainda, crianças que são perguntadas sobre o que comprou no mercado e que respondem “um negócio”. Esta dificuldade está relacionada com a falta de vocabulário, a falta de necessidade de conversar e, principalmente, a falta de estímulo para se comunicar e isto está fortemente ligado aos estímulos que a criança recebe em casa.
Se o ambiente familiar é um ambiente em que pouco se conversa, em que não se tem o hábito de todos sentarem e conversarem apenas, ao invés de estarem olhando televisão, jogando no computador ou fazendo todas as inúmeras atividades que temos que dar conta durante um dia, a criança não irá perceber o quanto é importante a comunicação para o nosso relacionamento social. É de extrema importância que os pais consigam reservar um horário para conversar com seus filhos, escutarem o que eles têm para contar e instigarem para que contem com detalhes, relatando situações, nomes de pessoas e tudo que possa estar relacionado ao assunto em questão.
Também é importante que os pais sempre expliquem o que é um determinado objeto, para que serve, de que é feito e digam para as crianças que perguntem sempre que tiverem dúvidas, incentivar que elas sejam curiosas, mesmo que isso signifique “perder” um pouco mais de tempo conversando com a criança, e os pais verão que este “perder” significa “ganhar” para a criança, pois ela não se contentará com o superficial ou deixará de entender algo por não saber como perguntar.
Este papel também pode ser desenvolvido na escola, considerando que as crianças passam boa parte de seu dia neste ambiente. Os professores também devem ser questionadores, não aceitar frases simples e restritas à resposta de perguntas. Isto deve ser feito desde a Educação Infantil, para que os alunos desenvolvam a linguagem e também desenvolvam a sua aprendizagem. Um aluno que não tem uma boa oralidade com certeza não saberá escolher as palavras para escrever um texto.
Quanto mais conversarmos com os nossos filhos e alunos, mais vocabulário eles terão para utilizar na hora de se comunicar e mais vontade terão de realizar esta forma de relacionamento com as pessoas que convivem com ela.
Conversar com as crianças também pode ser agradável e prazeroso, só basta tornar disto um hábito.
Fernanda Helena Kley – fernandafono@espacodomquixote.com.br
Fonoaudióloga do Espaço Dom Quixote
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