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Dificuldade na aprendizagem, TDAH, ou será dislexia?



A falta de interesse nas aulas, dificuldades de ler, escrever e soletrar letras pode significar mais do que “falta de vontade e preguiça”. Professores devem estar atentos ao comportamento dos alunos para poderem perceber as sutis diferenças entre um simples desinteresse ou algum distúrbio que pode estar impossibilitando o aprendizado da criança e/ou adolescente. Os sintomas podem ser de dislexia, distúrbio que afeta de 10 a 15% da população mundial, de acordo com informações da Associação Brasileira de Dislexia (ABD).


Alunos com dislexia são confundidos, frequentemente, com alunos com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), preguiça, agitação ou falta de força de vontade. Seus sintomas passam muitas vezes despercebidos nas salas de aula. No entanto, não devemos generalizar as dificuldades, pois nem todo aluno que tem problemas com a leitura tem dislexia.

Um diagnóstico correto requer uma equipe multidisciplinar, envolvendo psicopedagogo, fonoaudiólogo, psiquiatra infantil e da adolescência, psicólogo, oftalmologista e otorrinolaringologista (para avaliação audiométrica). Devido ao professor estar com o aluno por um longo período a cada dia, cabe a ele o papel de discutir com a coordenação e os pais as dificuldades do aluno, encaminhando-o ao psicopedagogo para uma avaliação mais criteriosa.

Identificar o transtorno e fazer o encaminhamento para equipe multiprofissional habilitada é o passo inicial e fundamental para que esse aluno desde cedo não se sinta um fracassado, um impotente, ou alguém reconhecido como “aquele que não quer nada com a vida”.

Freqüentemente recebemos crianças e adolescentes que chegam até o ensino médio sem receber um diagnóstico preciso e tratamento adequado, o que compromete significativamente o aprendizado e a vida pessoal do aluno em todos os setores, agravando muito o seu prognóstico, pois junto com o fracasso escolar encontramos a baixa autoestima, dificuldades para se expressar e falta de confiança em si mesmo. Portanto, caso tenha ficado uma “pulguinha atrás da orelha” ao ler este texto e lembrar de alguma criança ou adolescente com sintomas semelhantes, vale a pena encaminhar para uma avaliação com uma psicopedagoga ou psicóloga para diferenciarmos o que pode ser da ordem afetiva e o que pode ser de ordem cognitiva.

Fabíola Scherer Cortezia – fabiola@espacodomquixote.com.br

Psicóloga do Espaço Dom quixote

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