Já sabemos que a brincadeira e o ato de brincar é uma das nossas primeiras aprendizagens e de onde exercitamos, interagimos e descobrimos o mundo. Para os autistas, onde há uma defasagem desses quesitos, é fundamental a ajuda do outro para que se descubram esses caminhos e se explore o mundo ao redor.
Pais, professores, profissionais ou qualquer envolvido no mundo autista reconhece o quanto esse percurso é delicado, trabalhoso e muitas vezes cansativo. Por isso, seguimos com algumas dicas básicas para estimular e brincar com os autistas.
Lembramos que nossas dicas podem e devem ser adaptadas de acordo com as capacidades e necessidades de cada um, onde o principal é apreciar e curtir a hora do brincar!
Para dar início à sua participação e contato, é importante que os brinquedos utilizados sejam sempre do cotidiano da criança. Aqueles com os quais ela gosta de estar e pelos quais ela tenha apego. É relevante que a entrada do adulto na brincadeira seja gradual e percebida pela criança. Não invada seu espaço sem anunciar sua chegada!
Assim que sua aproximação for percebida, seja paciente, pois isso poderá levar algum tempo até que sua entrada seja aceita e incluída no brincar. Por isso, não desista na primeira tentativa e não se frustre. Sua participação acontecerá depois de muita observação, insistência e paciência.
Brinque com seus brinquedos, repita seus movimentos, chame atenção para aquilo que você também está percebendo. Dê significado e sentido para suas palavras. Reaprenda a brincar, se coloque neste outro lugar. Elogie iniciativas, diga o nome dos objetos e suas cores. Tudo isso deve sempre ser feito com frases curtas, objetivas e claras.
É importante permitir à criança, e incentivá-la, a descobrir novas texturas, cheiros e lugares. Permita a sujeira, a meleca, a criação. Se suje também! A resistência irá acontecer, mas deve ser trabalhada de acordo com o tempo da criança e do adulto (todos temos dificuldades com alguma coisa ou outra), insira materiais novos aos poucos. Passe confiança e participe.
Procure seu olhar, sempre que possível. Chame a atenção para suas expressões faciais, movimentos da boca e do corpo. Celebre a troca de olhares, a compreensão de uma fala. Exagere nas caretas, surpresas e aprovações, torne sua participação interessante e seu rosto tradutor de acontecimentos, sentimentos.
Junto a tudo isso é necessário não exagerar nos estímulos e nas distrações sensoriais. Tudo deve ser moderado para que sua organização aconteça. Exagere apenas naquilo que lhe é conhecido, aceito. Exagere sempre no carinho, no afeto. Exagere na paciência, na persistência e nos pequenos detalhes. Reconheça pequenos avanços e não desista frente à indiferença!
Quer mais dicas práticas? Entre em contato com o Espaço Dom Quixote e participe da oficina de Estimulação de Crianças com Autismo que ocorrerá dia 06 de outubro.
Caroline Ciceri - carolinepsico@espacodomquixote.com.br
Psicóloga do Espaço Dom Quixote
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