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Adoção e cadeira de rodas


Hoje se fala muito em adotar crianças. Mas será que adoção e cadeira de rodas combinam? Desde que conheci o Joel, o Leandro, a Patrícia e o Gildo (casal cadeirante), me pergunto constantemente o que poderia impedir a inserção de uma criança num lar de cadeirantes.

Acredito que terapeuticamente é melhor colocar a criança num lar sadio e desejante por ela, onde todos, principalmente o casal, a espera para concluir o sonho familiar. Podemos pensar que na casa adaptada do casal o berço também será adaptado e que a criança não necessariamente deve ser um bebê, poderia ser uma criança com um pouco mais de idade quem sabe.

Mas também como a pensar que psicomotoramente também ajuda a ambos. Imagina a diversão de sentar no colo do pai ou da mãe e andar de cadeira de rodas pelas ruas, descobrir as diferenças entre si e os outros, mas algo não mudará o amor de mãe e pai.

E a cadeira de rodas, é um empecilho para criar filhos adotados ou não? Impede de dar amor, criação e felicidade a ambos (relação pais e filho)? Será que há alguma lei, condição ou qualquer outro documento que impeça a entrada na lista de alguém ou de um casal que pretende tirar uma criança de uma casa de passagem e transformá-la em sujeito desejado, criando um novo lar?

Se a cadeira de rodas fosse tirada de cena, existirá um casal, claro que com suas limitações, como qualquer outro casal de nossa sociedade, a situação mudaria. Acredito que não, pois amor, afeto, compreensão e afinidade de escolha, não se escolhe, nem se escolhido pela raça, cor ou credo e sim por poder (re)colocar a criança novamente num lar acolhedor, que permita seu desenvolvimento tranqüilo e autoconfiante.

Você já pensou nisso? Deixe seu comentário, participe, opine. Você faz parte da sociedade e deve conhecer alguém que já passou por ou passa por um processo de adoção, mas esbarra no preconceito da cadeira de rodas.

Priscila Straatmann Morél

Terapeuta Ocupacional e Psicomotricista do Espaço Dom Quixote – priscilato@espacodomquixote.com.br

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