A teoria da Integração Sensorial é baseada no entendimento da seqüência do desenvolvimento humano e no entendimento das respostas adaptativas que a criança é capaz de dar a cada nível etário. Ou seja, o cérebro recebe constantemente grandes quantidades de informação através dos sentidos. Através dos sentidos é que a criança, conforme aprende a se mover, equilibrar-se e relacionar-se com os objetos e pessoas ao seu redor, aprende sobre o mundo em que vive. O cérebro organiza toda a informação recebida para possibilitar uma resposta. Se a modulação do sistema sensorial e as capacidades de suporte funcional não estão integradas, então as respostas adaptativas não atingirão um nível ótimo. Habilidades isoladas a partir de uma necessidade especifica tendem a não se generalizar para outras situações.
Segundo AYRES (1972), a Integração Sensorial é o processo pela qual o cérebro organiza as informações, de modo a dar uma resposta adaptativa adequada, organizando assim, as sensações do próprio corpo e do ambiente de forma a ser possível o uso eficiente do mesmo no ambiente. Visando assim quantidade e qualidade de estímulos proporcionados ao sujeito, para que busque um equilíbrio modulado, dando assim, uma resposta que esteja de acordo com suas capacidades e com o meio, melhorando o desempenho de uma criança, em seu processo de aprendizagem.
Aplicação pratica da integração sensorial:
- os estímulos sensoriais controlados podem ser usados para eliciar uma resposta adaptativa;
- uma resposta adaptativa contribui para o desenvolvimento da integração sensorial;
- quanto mais auto dirigida as atividades da criança, maior é o potencial das atividades para aprimorar a organização neural;
- padrões mais amadurecidos e complexos de comportamento são compostos pela consolidação de comportamentos mais primitivos;
- a melhor organização de respostas adaptativas intensificara a organização do comportamento geral da criança;
- é necessário o registro dos estímulos sensoriais significativos antes da resposta poder ser dada. (Carvalho, 1996).
Quando ocorre um distúrbio na recepção e organização das informações sensoriais recebidas sobre o mundo vai afetar o desempenho nas demais áreas. Quando a criança não recebe informações sensoriais importantes de forma clara e concisa, pode não estar recebendo o “alimento” que o cérebro precisa para o processo de aprendizagem, ocasionando problemas de comportamento e auto-estima. Sendo afetado, com maior visibilidade, a capacidade de aprendizagem, o desenvolvimento da coordenação motora e da linguagem. Interferindo com a habilidade de planejar e executar atividades motoras não habituais que é conhecida como dispraxia. Esta disfunção não é só um transtorno da coordenação ou execução motora, há dificuldade em conceituar ou formular um plano de ação. Assim, vemos crianças muito inteligentes, que não produzem de acordo com o potencial intelectual que possuem. Podemos então suspeitar que exista uma dificuldade no processamento sensorial.
Crianças com distúrbios neuromotores, sensoriais, déficit de aprendizagem, distúrbios do desenvolvimento se beneficiam da técnica de Integração Sensorial.
Priscila Straatmann Mórel – priscilato@espacodomquixote.com.br
Terapeuta Ocupacional e Psicomotricista do Espaço Dom Quixote
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