Na semana passada uma notícia movimentou as redes sociais e os jornais. A escritora gaúcha Cintia Moscovich ganhou uma ação judicial contra a escola do Grêmio Naútico União que funciona ao lado de sua casa. A escritora alegou que o barulho que as crianças fazem durante o recreio tem tirado o sossego da vizinhança e atrapalha o trabalho dela. A medida determina que a escola não faça mais atividades que gerem barulho no pátio, ou seja, não haverá mais recreio para os alunos. A perícia realizada no local conclui que "o ruído médio é muito acima do valor máximo estabelecido pela legislação vigente."
Por se tratar de uma escola, muitas pessoas se manifestaram contra a escritora. A escola diz que o barulho é pequeno e a direção está preocupada com a situação, pois teme que a qualidade no ensino caia por não poder proporcionar atividades no pátio. Sem entrar na discussão gerada, pode-se aproveitar a situação para refletir sobre ela.
Dados da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Porto Alegre mostram que as denúncias de ruído são na maioria contra casas noturnas, mas também há denúncias contra comércios, indústrias, oficinas, postos e lavagens, principalmente. O nível de ruído permitido em zonas residenciais é de 60 decibel entre 7h e 19h e de 45 decibel das 19h às 7h. Isto representaria o barulho de uma conversação ou de um escritório de trabalho. Para se ter uma ideia, o tráfego em uma avenida já atinge de 70 a 90 decibel.
Ruído significa um conjunto de sons desagradáveis e frequentemente irritantes. Quando este ruído é exagerado, torna-se incômodo, sendo um obstáculo à comunicação e contribui para o aumento da fadiga, podendo provocar alterações no sistema nervoso. Ruído em excesso atrapalha os vizinhos e causa danos à nossa audição. É importante ressaltar que a exposição exagerada a sons muito intensos pode causar perda auditiva, por isso o bom senso é indispensável para determinar o que é aceitável e o que perturba os outros e, se há reclamações, o melhor é reduzir a intensidade.
* Algumas informações foram retiradas do jornal Zero Hora de 01 de dezembro de 2012.
Fernanda Helena Kley - fernandafono@espacodomquixote.com.br
Fonoaudióloga do Espaço Dom Quixote
Pós-Graduanda em Neuropsicologia UFRGS
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