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Alienação Parental



Li o texto abaixo no livro “Divã: Janelas para o Cotidiano”, da psicanalista Magda Mello e achei de grande relevância para pensarmos a Alienação Parental. Indico a leitura para vocês, pais, educadores e pensadores do tema da infância e adolescência. 

Fabíola Scherer Cortezia – Psicóloga Especialista em Infância e Adolescência 


O tema do divórcio ou das separações entre casais circula em grande número de famílias, trazendo consigo consequências que poderão afetar seus filhos. Mas poderíamos nos perguntar: será que o estado de desentendimento entre os pais não abala o filho tão profundamente quanto à separação ou divórcio? Numa casa em que vivem o pai e mãe em estado de desentendimento, como a criança poderia não se sentir ameaçada na sua integridade física e mental? Muitos desses filhos são bastante angustiados e chegam a perguntar para os pais: “Vocês vão se separar”? 

Eles gostariam de saber se os pais irão se separar ou continuarão brigando. 

Na verdade o divórcio legaliza o estado de desentendimento e leva a uma liberação da atmosfera de discórdia e a uma nova situação para os filhos. Para estes, o assunto é misterioso no começo, mas não deve permanecer como tal. De fato, o divórcio é uma situação legal que traz uma solução também para os filhos. 

Por outro lado, estudos atuais nos apontam para a Síndrome de Alienação Parental que se caracteriza por um dos pais afastarem os filhos do outro. As mães ou pais que afastam os filhos dos ex não estão tentando prejudicar as crianças. Na maioria dos casos, a alienação é feita de forma inconsciente, mas abriga claramente sentimentos de vingança em relação ao outro, em especial quando o ex já se casou ou constituiu uma nova família. Também confundem conjugalidade com parentalidade, acreditando que os problemas do relacionamento dos dois se estendem à criança que a pessoa acredita estar protegido. A ideia não é prejudicar o filho, mas dificultar a vida do outro. 

As consequências das ações exercidas sobre as crianças em afastá-las de um dos pais podem ser bastante séria: pode levar à psicose, a criança poderá mais tarde rebelar-se contra quem detém a guarda e a colocou contra o pai ou a mãe; repetição do padrão de comportamento (esquizoide) cindido entre o bem e o mal para a sua própria vida futura. Quer dizer: se um dos pais é o bom e o outo o mau, assim ela imprime este padrão na vida com as outras pessoas. 

O único tratamento para pais e crianças atingidos pela consequência destes conflitos é a psicoterapia. O problema é que a maioria se recusa a reconhecer esse comportamento. Portanto, é preciso encontrar um arranjo que resolva a situação de separação sem afastar pais ou mães dos filhos, amenizando os sofrimentos de todos. 

Cabe lembrar, que a construção das imagens dos pais servirá de modelos de identificação e de escolhas futuras do filho em relação à sua vida afetiva. O pai, por exemplo, só assume importância na vida da criança pequena pelo fato de a mãe nomeá-lo e pelo valor atribuído a ele nas suas palavras. 

A mãe tem valor por si, mais o pai se reverte em recurso afetivo da mãe, a qual, referida a ele, torna-se o recurso afetivo do filho. Este é o padrão afetivo normal da família. O homem irriga a mulher e esta supre os filhos. 

Quando isso se rompe, todo o cuidado é pouco para que não se destrua a imagem dos pais para os filhos.

1 comentários:

Edu pai disse...

Alienação parental, sou pai, me separado há 13 anos, meu filho tinha 1 ano e agora 12, a mãe nunca aceitou, qdo casou, disse que não aguentou mais esperar, pois passaram-se 10 anos e eu não voltava, até então, a cada 15 dias pegava meu filho para fins de semana. Porem, desde janeiro 2014, ele começou a se distanciar, até abril ainda ficava com ele mas não era legal, ele estava frio, ele disse que tinha 12 anos e tinha direito de escolher não ficar mais comigo, perguntei o pq, a resposta é que eu era Chato e todos os sentidos, sempre fui super amigo dele, fiquei arrasado. A mãe, sempre o defendeu, dizendo a ele que iria comigo só se ele quisesse, mas se ele não quisesse, ela não o obrigaria a ir, que ela defenderia os direitos dele, como se eu fosse um brutamontes, como uma mãe não valoriza o direito do pai de ficar com o filho? Já me chamou de pai de bos.. na frente do filho, já me jogou inúmeras vezes na cara que eu a abandonei com criança no colo. O que tive que fazer pois meu filho não poderia mais ver brigas, não dávamos certo de jeito nenhum, sou conservador em termos financeiros e ela o contrário, sempre dava passos maiores que as pernas. Também antigamente, não queria ir para casa pois não aguentava mais ela, daí ficava bebendo em bares com conhecidos, isso ela fez questão de sempre comentar com meu filho que eu era um bêbado. Como ficar com uma mulher q já me fez perder um emprego de tanto me ligar pra resolver as coisas no momento de trabalho ? Minha gerente não aguentou e me dispensou pra resolver meus problemas familiares. Ela me ameaçou que ligaria, pq sempre ganhou mais e queria que eu a acompanhasse nos gastos, utilizando limites de cartões de crédito, que depois eu não conseguiria pagar. E aliás, atualmente pago boa escola, valor caro, e fiz plano de saúde básico fazem dois meses, mas ela fez questão e falar na frente do filho que o plano é chinfrinho, que pai é esse que faz plano básico pro único filho e etc e tal, acho isso humilhação. Ela se coloca numa posição de protetora dos direitos, e eu seria o invasor destes direitos. Uma criança vai entender q tem que proteger a mãe óbvio e acaba se afastando do pai. Sei que sou chato, estou tratando isso, inclusive bebia mesmo demais antigamente, mas atualmente de forma social. Meu filho tem trauma de bebidas, acho que pelo que a mãe comentava de mim, grande parte verdade, mas pra quê comentar pro filho? Com certeza pra denegrir imagem do pai. Bem, postei tudo isso, pq li sobre o assunto, vi que a criança pode ter sequelas e sérias, e é este o ponto que me preocupa. Queria saber o que fazer neste caso. A mãe, tudo que falo fala pra procurar a justiça, acho pior, criança deveria não ser objeto de disputa, pois fica no meio de tiroteio. Queria saber como abordar a mãe com instrumentos importantes para alertá-la da situação, e que ela se dê conta do assunto e mude já. Também queria saber dos meus direitos de pegar ou não o filho que tem 12 anos. Se desde o início ela não o protegesse, ele teria vindo igual para minha casa e não teria se distanciado, neste caso agora tá longe, ficando mais longe sentimentalmente, mas daqui a pouco gela, queria resolver. Meu email é edulue2000@yahoo.com.br, não sei como me responderão, pode ser aqui pelo blog. Obrigado pela oportunidade e espaço de expor este assunto.