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Os tablets prejudicam ou melhoram o desenvolvimento da linguagem em crianças autistas

Com o avanço da tecnologia, muitos pais vêm se perguntando, o uso de tablets ou ”outro comunicador” vai prejudicar o desenvolvimento da fala, aprendizagem e comunicação do meu filho? 

Temos uma resposta BOA e outra RUIM. 

A RUIM 

Se o uso de tablets ocorrer de forma inadequada, sem o acompanhamento dos pais e/ou profissionais especializados, sim pode prejudicar o desenvolvimento da fala e social da criança. Caso utilizado de forma correta os tablets podem ser um sociabilizador, um facilitador da comunicação, apoio à aprendizagem e instrumento de intervenção, mas em sua maioria o tablet vem sendo usado como um brinquedo ou usado exclusivamente como um meio de “entretenimento” para a criança, com jogos que funcionam como um recurso para acalmar quando ficam diante de situações cotidianas que podem ser causadas na ansiedade ou sofrimento, desta maneira não damos à criança as ferramentas sociais necessárias para a vida e geramos uma associação que não é adequada. 

Precisa-se saber muito bem os aplicativos que vai usar para integrar o tablet, juntamente com um plano de intervenção que envolve a famílias, os terapeutas, os educadores e a criança. 



A BOA

Há uma característica muito positiva no uso dessas tecnologias: o poder de engajamento. A comunicação através dos tablets vai permitir ”demonstrar” o mundo verbal através de recursos visuais, o que facilita o desenvolvimento da aprendizagem e fala. No entanto as crianças autistas tem a possibilidade de transformar as informações em algo que possua aspecto verbal, visual, tátil e auditiva, como por exemplo, em um jogo de causa e efeito estimulante e com feedback contínuo, permitindo-lhes associar melhor o mundo verbal com o visual. 

Acredita-se que os tablets são uma ampla ferramenta de apoio quando usados perfeitamente. Ressalta-se que o uso profissional de sistemas de comunicação do tablet, é indispensável a colaboração das famílias e sempre devemos considerar o risco de que seja prejudicial quando não bem aplicada. Mas, de forma geral, podemos realmente perceber o potencial do tablet através da formação, metodologia e intervenção adaptativa usando programas que acompanham o desenvolvimento de cada criança. 


Fonte: autismodiario.org


Bruna M. Teixeira - brunafono@espacodomquixote.com.br
Fonoaudióloga do Espaço Dom Quixote 

A fala dos pais com seus bebês



Texto retirado do jornal Zero Hora de 17/02/14 traz pesquisa sobre a importância da fala dos pais no desenvolvimento de seus bebês. 

Boa leitura! 

A fala dos pais com seus bebês 

Falar com os bebês como se faz com os adultos e usar uma sintaxe e um vocabulário complexos permite um melhor desenvolvimento de seu cérebro e lhes servirá para o aprendizado ao longo de toda a sua vida, afirmam os cientistas. 

Na verdade, quando uma pessoa usa voz aguda ou canta consegue chamar a atenção do bebê, mas para que ele aprenda é preferível que se fale com a criança como se fosse um adulto. 

- Não se trata apenas de acumular vocabulário, também é preciso que este vocabulário seja de qualidade - explicou nesta quinta-feira Erika Hoff, psicóloga da universidade Florida Atlantic, durante conferência anual da Sociedade Americana para o Avanço da Ciência (AAAS, na sigla em inglês), em Chicago. 

- A palavra (dos pais) deve ser rica e complexa - acrescentou. 

Mais ainda: falar com os bebês tem uma importância tal que as crianças que saem de meios em que a palavra é menos elaborada têm piores resultados escolares. Essas diferenças também são evidentes nas estruturas cerebrais das crianças, segundo Kimberly Noble, neurologista e pediatra da Universidade Columbia de Nova York. 

Noble e seus colegas compararam os cérebros de crianças que vivem em contextos desfavoráveis com os que têm pais com estudo superior e encontraram diferenças nos sistemas cognitivos que comandam a sociabilidade e a memória. 

As diferenças mais flagrantes, no entanto, disseram respeito à parte do cérebro que condiciona o desenvolvimento da palavra. 

- Ao crescer, as crianças saídas de ambientes mais abastados dedicam maior parte do seu cérebro a estas regiões - afirmou Noble. 

Anne Fernald, psicóloga da Universidade de Stanford, expôs os resultados de um estudo realizado com um grupo de crianças falantes de espanhol de meios desfavorecidos. Arnald gravou as conversas que as crianças ouviam durante um dia e se deu conta de que as crianças só escutavam conversas periféricas entre seus pais. O verdadeiro aprendizado, segundo ela, provém da palavra dirigida diretamente a eles.


Thais C. Chies - thaispsico@espacodomquixote.com.br
Psicóloga do Espaço Dom Quixote

O uso do andador infantil

O primeiro ano de vida do bebê é marcado pela aquisição de habilidades que são aprimoradas a cada mês. Uma delas é a aquisição do engatinhar entre o 8º e o 9º mês. Nessa fase é comum que os pais coloquem seus bebês em andador infantil com a finalidade de incentivar o desenvolvimento motor. Alguns estudos relatam que se deve evitar o uso do andador infantil, pois a criança perde a chance de engatinhar e desenvolver a noção de espaço, além de não poder testar sua capacidade de equilíbrio. Além disso, estes estudos apontam que o andador não influencia na habilidade do engatinhar e que o desenvolvimento motor sofre influência de vários fatores. A escolha dos pais de permitirem que seus filhos usem ou não o andador infantil pode fundamentar-se em crenças culturais, mitos sociais e/ou interesses pessoais. 



No ponto de vista da ortopedia, o engatinhar ajuda a fortalecer a coluna e posicionando-a de maneira correta, pois vendo crianças utilizando o andador observamos que ela caminha na ponta dos pés e quando começa a andar sua marcha é semelhante. 

Apesar de a Associação Brasileira de Pediatria desaconselhar esse dispositivo devido ao alto número de acidentes relacionados ao seu uso (quedas de escadas, traumatismos crânio-encefálicos) bem como à expectativa de atraso na aquisição da marcha relacionada ao uso do mesmo, muitos pais e cuidadores insistem no uso do andador devido à sua praticidade. 

O bebê é suscetível aos estímulos vindos do ambiente, o que torna essencial e oportuna as várias formas de movimentos que possam garantir o desenvolvimento e o crescimento adequados. Estas posturas variadas proporcionam competências para ela corresponder às suas necessidades e às de seu meio. O meio em que o bebê vive influencia seu aprendizado motor de maneira complexa, e a casa é o principal agente de aprendizagem e desenvolvimento. Neste contexto estão incluídos jogos, práticas culturais e brinquedos disponíveis à criança, os quais exercem grande influência no desenvolvimento de suas habilidades motoras e, principalmente, no incentivo dos pais nesse processo. 

Rolar, engatinhar, descobrir e explorar o local onde a criança vive é ideal para um perfeito desenvolvimento. O bebê precisa do chão da sala ou de qualquer lugar onde tenha um local limpo e seguro, além de alguns brinquedos direcionados, conforme a idade. 

É assim que uma criança vai crescer saudável e ter o seu desenvolvimento normal, não necessitando do andador.


Letícia Salin - leticiafisio@espacodomquixote.com.br
Fisioterapeuta do Espaço Dom Quixote

Criança aprendendo a falar



O desenvolvimento da linguagem infantil nos traz momentos marcantes e cada etapa alcançada enche de orgulho os pais e familiares. Quem não lembra das primeiras palavras que seu(sua) filho(a) falou? E a saudável rixa entre os pais para saber se os pequenos falarão primeiro "papa" ou "mama"?

É esperado que as crianças comecem a produzir as primeiras palavras com significado por volta de 1 ano de idade e a partir daí o vocabulário vai crescendo e abrangendo, inicialmente, nomes de objetos e verbos, para mais adiante incluir outras categorias gramaticais que vão permitindo o início da construção das frases. Como as crianças estão em processo de aprendizado, situações engraçadas podem acontecer devido a trocas de palavras ou por ainda não terem adquirido um vocabulário tão extenso.

Marcos Piangers, comunicador da Rádio Atlântida, escreve mensalmente para a coluna Nossos Filhos do Caderno Vida do Jornal Zero Hora e trouxe no dia 15 de março as situações que passa com o desenvolvimento da linguagem de sua filha de dois anos. Leia abaixo a coluna.

Dicionário Aurora da Língua Portuguesa - edição revista e atualizada

Marcos Piangers

Aurora está começando a falar. Ela já entende tudo o que a gente diz, como por exemplo “Aurora, pega uma cerveja gelada pro pai”, mas ainda não formava frases até semana passada, quando me viu fazer um vídeo em câmera lenta no iPhone e soltou um “QUE LEGAL!”, pra delírio dos donos dela, a saber, eu e a minha mulher. A Aurora é uma das coisas mais legais que a gente já fez, sem dúvida. 

Ela então começou a juntar as palavras e ontem já estava dizendo “Papai, vem toma cacaco comigo” que significa “Papai, vem tomar um suco comigo”. Sei disso porque ela estava tomando suco, mas a frase seria a mesma para água, piscina ou banho. Tudo é cacaco. Uma sutil diferença para “papato”, que significa “sapato” e vale para sapatos, tênis, chinelo, botas e até crocs, mesmo que este seja um item proibido aqui em casa (minha filhas consomem escondidas, incentivadas pela minha mulher. Alô, juizado de menores!). 

Todos os animais de quatro patas são “auau” e todos os animais que voam são “cocó”. Todas as crianças são “nenê”, mesmo que sejam maiores que a Aurora. As únicas pessoas que têm a honra de terem palavras exclusivas são “Papai”, “Mamãe”, e a Galinha Pintadinha, que é a terceira pessoa que a Aurora mais vê e, portanto, tem a alcunha exclusiva “popó”. A Galinha Pintadinha é a melhor babá que já tivemos, aliás. Acalma a Aurora como ninguém e não cobra décimo terceiro. A Super Nanny perdeu o emprego depois do advento da Galinha Pintadinha. 

É uma fase deslumbrante para os pais essa dos quase dois anos. Se ela tivesse 10 e falasse desse jeito ia ser meio preocupante, mas como ela parece uma anã falante de pijama pela casa, qualquer grunhido emociona. Isso até você descobrir que a filha do vizinho já fala “eu te amo, papai”. Estamos precisando atualizar o dicionário, Aurora.

Leia também em: 
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/vida/noticia/2014/03/marcos-piangers-dicionario-aurora-da-lingua-portuguesa-edicao-revista-e-atualizada-4446340.html


Fernanda Helena Kley - fernandafono@espacodomquixote.com.br
Fonoaudióloga do Espaço Dom Quixote

Teoria das janelas quebradas


A “Teoria das Janelas Quebradas” diz que quanto mais se faz o certo, mais a sociedade faz certo. E o contrário também é verdade. 

Em 1969, na Universidade de Stanford (EUA), o Prof. Phillip Zimbardo realizou uma experiência deixando dois automóveis idênticos abandonados na rua. Um deles no Bronx, uma zona pobre e conflituosa de Nova York, e o outro em Palo Alto, uma região rica e tranquila da Califórnia. 

O automóvel abandonado no Bronx começou a ser vandalizado em poucas horas. Perdeu as janelas, o motor, os espelhos, o rádio, etc. Levaram tudo o que fosse aproveitável e aquilo que não puderam levar, destruíram. Enquanto isso, o automóvel abandonado em Palo Alto manteve-se intacto. 

Depois de uma semana, os pesquisadores decidiram quebrar a janela do automóvel de Palo Alto e, em pouco tempo, o roubo, a violência e o vandalismo também reduziram aquele veículo ao mesmo estado que o do Bronx. 

A pergunta é: Por que o vidro quebrado no automóvel abandonado num bairro seguro, é capaz de disparar todo um processo de vandalismo e depredação igual ao acontecido no Bronx? 

Resposta: O vidro quebrado num automóvel abandonado transmite a ideia de deterioração, desinteresse e despreocupação, como se não houvesse regras ou normas de convivência, como se alguém dissesse: “aqui vale tudo”. E a cada novo ataque ao automóvel, reafirma-se e multiplica-se essa ideia, até que a escalada de atos cada vez piores se torna incontrolável, desembocando numa violência irracional. 

Em experiências posteriores, James Q. Wilson e George Kelling desenvolveram a Teoria das Janelas Quebradas, concluindo que os delitos são maiores nas regiões onde o descuido, o desinteresse, a desordem e o maltrato são maiores. 

Se um vidro se quebra no prédio e ninguém conserta, rapidamente os demais estarão quebrados. Se o carro começa a fazer barulho e não arrumamos, em pouco tempo outros ruídos aparecerão e ninguém se incomodará com isso. Se em casa a lâmpada queima e você não troca, algum tempo depois outros problemas na casa não o incomodarão mais. 

No trabalho, se você tem alguma coisa pra resolver e não resolve, as “janelas quebradas” vão se acumulando e, depois de um tempo, por serem muitas, já não terá vontade de arrumá-las. Se você evita dar feedback ao seu liderado hoje, essa pequena “janela quebrada” o induzirá a quebrar outra amanhã, e com o tempo isso não fará qualquer diferença pra você. 

A Teoria das Janelas Quebradas está presente em muitas situações, inclusive na vida de pessoas que “empurram com a barriga” ou deixam de resolver coisas importantes, permitindo que várias “pequenas janelas” sejam constantemente quebradas e, sem perceber, com o passar do tempo, dado o acúmulo de problemas e situações não resolvidas, simplesmente “abandonam” suas próprias vidas, deixando de viver para simplesmente sobreviver. 

O cuidado com a saúde é um exemplo bem típico. Sentimos alguma coisa diferente, uma pequena “janela quebrada” e, em função da correria do dia a dia, não consertamos. O peso vai aumentando, um novo “barulhinho” aparecendo, e a gente se acostuma com ele. E depois de um tempo, ainda que queiramos, já não conseguiremos “consertar as janelas quebradas”, e recuperar a saúde. E tudo começou com uma pequena “janela quebrada”. 

Texto retirado de www.blogdofabossi.com.br 

Vamos cuidar para consertar as janelas quebradas em nossa vida, nosso trabalho e na comunidade na qual estamos inseridos para que elas não se transformem em “vandalismo” e deixem marcas negativas.


Janete Cristiane Petry - janetepp@espacodomquixote.com.br
Psicopedagoga do Espaço Dom Quixote

Como educar filhos



Uma mensagem especial para os pais, na criação de seus filhos. 

Na educação de nossos filhos 
Todo exagero é negativo. 
Responda-lhe, não o instrua. 
Proteja-o, não o cubra. 
Ajude-o, não o substitua. 
Abrigue-o, não o esconda. 
Ame-o, não o idolatre. 
Acompanhe-o, não o leve. 
Mostre-lhe o perigo, não o atemorize. 
Inclua-o, não o isole. 
Alimente suas esperanças, não as descarte. 
Não exija que seja o melhor, peça-lhe para ser bom e dê exemplo. 
Não o mime em demasia, rodeie-o de amor. 
Não o mande estudar, prepare-lhe um clima de estudo. 
Não fabrique um castelo para ele, vivam todos com naturalidade. 
Não lhe ensine a ser, seja você como quer que ele seja. 
Não lhe dedique a vida, vivam todos. 
Lembre-se de que seu filho não o escuta, ele o olha. 
E, finalmente, quando a gaiola do canário se quebrar, não compre outra... 
Ensina-lhe a viver sem portas. 

Autora: Eugênia Puebla 


Fabíola Scherer Cortezia - fabiola@espacodomquixote.com.br
Psicóloga do Espaço Dom Quixote
Especialista em Infância e Adolescência