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Crianças francesas não fazem manha



Para muitos pais educar os filhos é uma tarefa estressante. Crianças não vêm com manual para conhecermos suas necessidades, dores e técnicas de cuidado e manejo adequados. Pensar no futuro deles, o que os espera, se estarão preparados, qual a melhor escola, amigos adequados, são muitas as dúvidas que assolam os pensamentos dos pais, principalmente os de primeira viagem. 

A maneira de educar as crianças é influenciada pelas tradições familiares, pela cultura da sociedade, pelas ideias de especialistas e médicos. Isso tudo é muita informação para que os pais tomem suas próprias decisões sem medo de errar ou “estragar” os filhos. 

A comparação entre as maneiras de ver e educar as crianças chegou à observação da cultura norte-americana e francesa de educação e rendeu alguns filmes e livros que tratam deste assunto. 

Comprei o livro que dá título a este texto e achei interessantes algumas colocações feitas pela escritora, uma americana, residente em Paris e observadora dos costumes franceses de educar os filhos. Ela mesma mãe de 3 crianças e que percebia a diferença nos costumes e maneira de tratar as crianças entre as duas sociedades. 

Logo no início do livro ela comenta da superproteção dos filhos e de como é importante prestar mais atenção à educação das crianças, do que pode ser bom para elas realmente e não se antecipar. O modelo de educação americano recomenda que as crianças sejam muito estimuladas, que sejam iniciadas nas artes, nos esportes, na escolarização cada vez mais cedo para que estejam preparadas no mundo competitivo em que vivemos e não se frustrem por não terem condições de superar outros. Esta é uma educação exaustiva e estressante na qual as crianças são expostas e acabam por mostrar um comportamento estressado e inquieto, tão prejudicial e incômodo. 

Observando a maneira da educação francesa, a escritora diz que todo mundo mais ou menos usa as regras básicas sem perceber. Os pais parisienses são zelosos quanto a conversar com os filhos, mostram a natureza a eles e leem muitos livros. Eles os levam para aulas de tênis, de pintura, e museus interativos de ciências. Os franceses conseguem ser envolvidos sem ser obcecados pelos filhos. Eles acham que mesmo os bons pais não estão a serviço constante dos filhos e que não há necessidade de sentir culpa por isso

Eles querem que os filhos sejam estimulados, mas não o tempo todo. Eles querem que as crianças ajam como crianças, que brinquem, que tenham tempo livre ao invés de estarem inscritos em todos os cursinhos e escolinhas para estimular sua inteligência e melhorar seu desempenho em alguma coisa. 

Parece que a maneira francesa de criar e educar os filhos, é menos estressante e cheia de compromissos que a maneira americana. Será esta uma educação mais feliz e bem-sucedida? 

A escritora Pamela Druckerman segue observando e pesquisando os hábitos franceses à medida que vai se inserindo na cultura e rotina parisienses. A entrada da filha na escola e a convivência com as famílias francesas ajudam a compreender como as crianças são tratadas, educadas e incentivadas a serem adultos tranquilos, felizes e adequados nas diferentes situações que se lhes apresenta a vida. 

Escolher a melhor educação para os filhos não é tarefa fácil, principalmente nos dias de hoje onde tantas teorias, ensinamentos e costumes são questionados. Esta análise do livro segue em outros textos, mas o mais importante é amar de forma incondicional seus filhos e isto não significa sem dar limites, sem prepará-los para a vida, mas observando o que realmente as crianças precisam, não antecipar suas necessidades.


Janete Cristiane Petry - janetepp@espacodomquixote.com.br
Psicopedagogia do Espaço Dom Quixote

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