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Dependência de jogos eletrônicos



Trechos retirados do artigo para aguçar a sua curiosidade!

Texto da Revista de Psiquiatria Clínica - vol.39, no.1, São Paulo - 2012
Autores: Igor Lins Lemos e Suely de Melo Santana 

Os jogos eletrônicos são caracterizados como uma das formas contemporâneas de desdobramento da cibernética, indústria essa em franca ascensão. As novas tecnologias e sua notável disseminação acabam por atingir toda a sociedade, de forma direta ou indireta, principalmente as crianças, adolescentes e jovens adultos. Tal evolução revela uma abrangência na utilização de jogos eletrônicos e estimativas sugerem que cada vez mais pessoas utilizem produtos tecnológicos nos próximos anos. Concomitantemente, os jogos eletrônicos possibilitam um tipo de intimidade com as máquinas jamais imaginada décadas atrás. Esse movimento caracteriza a cultura do computador nascente, representando, assim, uma nova era. Os jogos eletrônicos, de caráter on-line ou off-line, podem ser considerados um modelo de mídia comum no século XXI e, com o seu fascínio quase hipnótico, são vistos como o poder dominador da tecnologia. 

O usufruto de jogos eletrônicos, vinculado à psicopatologia, pode ser considerado um comportamento desadaptativo quando são apresentados sinais de excesso na utilização de tais tecnologias. Isso ocorre quando o comportamento aditivo afeta o sujeito de forma que ele se encontre incapaz de controlar a frequência e o tempo diante de um comportamento que anteriormente era considerado inofensivo. 

A dependência de jogos eletrônicos e de internet pode ser vista por meio de uma etiologia multifatorial e multidimensional, pelo fato de o portador apresentar tanto um distúrbio mental como comportamental. Além disso, possui como pano de fundo a biologia, especialmente características genéticas, e a vulnerabilidade mental. Contudo, tais dependências não possuem denominações oficiais e ainda não são classificadas como psicopatologias, suspeitando-se, por poucos pesquisadores, ser então uma consequência de outros transtornos psiquiátricos. Porém, há uma pressão por parte de profissionais da área da saúde para o reconhecimento desses fenômenos como transtornos psiquiátricos. 

O objetivo deste artigo foi realizar uma revisão da literatura científica a respeito da dependência de jogos eletrônicos e, paralelamente, da dependência de internet, que pode oferecer subsídios para a primeira psicopatologia. Foram abordadas as principais características da dependência de jogos eletrônicos, a prevalência ao redor do mundo e a possibilidade de comorbidades, e avaliada a existência de procedimentos de tratamento baseados na terapia cognitivo-comportamental. 

Boa leitura !
Artigo completo no site:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832012000100006&lng=pt&nrm=iso 


Fernanda Soares Fernandes - fernandapsico@espacodomquixote.com.br
Psicóloga do Espaço Dom Quixote CRP 07/17156 
Especialista em Psicologia Clínica - Terapia Cognitivo-Comportamental
Pós-graduanda em Terapia de Casal e Família

Vai uma pipoquinha aí?



Um friozinho... uma tarde chuvosa... um filminho... e... PIPOCA!!! 

Mas e agora? Pipoca: Vilã ou mocinha? 

Costuma ser acusada de ser um tanto quanto traiçoeira para a saúde. A presença de gordura e o fato de nos incentivar a extrapolar nas pitadas de sal estão entre os principais perigos. 

Entretanto estudos comprovam que as branquinhas são ricas em fibras e antioxidantes que combatem os radicais livres, aquelas moléculas perigosas que atacam as células e provocam desastres que vão de envelhecimento precoce a câncer. 

Mas preste atenção! 

Pipoca só se torna um alimento saudável se for feita do jeito tradicional, em uma panela ou pipoqueira na qual os grãos explodem no ar, sem muito óleo e sal, nunca esquecendo que pipoca é um carboidrato. As versões de microondas e as amanteigadas, como as vendidas nos cinemas, não são recomendadas, pois são ricas em gorduras e aditivos químicos, além de terem quase o dobro de calorias. 

Uma xícara de pipoca de panela tem, em média, 70 calorias. 




Cristine Cassel - cristinenutri@espacodomquixote.com.br 
Nutricionista do Espaço Dom Quixote

Você já recebeu o boletim do seu filho?



A entrega dos boletins e pareceres escolares está acontecendo na maioria das escolas da região. Algumas famílias já receberam este retorno e outras estão a poucos dias de recebê-lo. O parecer do 1º trimestre sempre é aguardado com muita expectativa.

Para os pequenos das séries iniciais, são os primeiros retornos de como está o processo de alfabetização e é normal que seja um momento de muita expectativa. Porém é importante que seja feita uma análise bem criteriosa da nota / conceito / descrição que o corpo docente realizou a respeito do seu filho. Mais do que elogiar ou dar uma chamada de atenção, é importante que se aproveite o momento da entrega dos boletins para se conversar com os professores e questionar sobre como está o desenvolvimento escolar do seu filho. O professor vai poder explicar como o aluno iniciou o ano, como está até o momento e o que pode ser feito para melhorar o seu aprendizado.

Sabe-se que quanto mais os pais se envolverem na vida escolar do filho, mais ele também se envolverá, pois sentirá o quanto isto significa, tanto para ele quanto para os seus pais. Assim terá motivação para o aprender, item fundamental para que a aprendizagem ocorre. A autora Marta Relvas relata que "aprendemos com a cognição, mas sem dúvida alguma, aprendemos pela emoção".

Então aproveite o término desta primeira etapa do ano escolar e fique mais próximo do seu filho, tanto para perceber o quanto ele já aprendeu quanto para auxiliar em alguma dificuldade que ele possa estar enfrentando. E se perceber que estas dificuldades exigem um olhar mais técnico, a equipe do Espaço Dom Quixote pode lhe ajudar!


Fernanda Helena Kley - fernandafono@espacodomquixote.com.br
Fonoaudióloga do Espaço Dom Quixote
Pós-graduada em Neuropsicologia UFRGS

Módulo Currículo e Transdisciplinaridade


Por que as crianças francesas não têm Deficit de Atenção?



Este texto não é de minha autoria, mas não podia deixá-lo de compartilhar com vocês, já que é semelhante ao que penso sobre os diagnósticos de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade atualmente no Brasil. 

Boa leitura! 

Fabíola Scherer Cortezia - fabiola@espacodomquixote.com.br
Psicóloga do Espaço Dom Quixote
Especialista em Infância e Adolescência pelo Contemporâneo – Instituto de Psicanálise
Pós-graduanda em Infância e Família pela UFRGS 


Nos Estados Unidos, pelo menos 9% das crianças em idade escolar foram diagnosticadas com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), e estão sendo tratadas com medicamentos. Na França, a percentagem de crianças diagnosticadas e medicadas para o TDAH é inferior a 0,5%. Como é que a epidemia de TDAH, que tornou-se firmemente estabelecida nos Estados Unidos, foi quase completamente desconsiderada com relação a crianças na França? 

TDAH é um transtorno biológico-neurológico? Surpreendentemente, a resposta a esta pergunta depende do fato de você morar na França ou nos Estados Unidos. Nos Estados Unidos, os psiquiatras pediátricos consideram o TDAH como um distúrbio biológico, com causas biológicas. O tratamento de escolha também é biológico – medicamentos estimulantes psíquicos, tais como Ritalina e Adderall. 

Os psiquiatras infantis franceses, por outro lado, vêem o TDAH como uma condição médica que tem causas psico-sociais e situacionais. Em vez de tratar os problemas de concentração e de comportamento com drogas, os médicos franceses preferem avaliar o problema subjacente que está causando o sofrimento da criança; não o cérebro da criança, mas o contexto social da criança. Eles, então, optam por tratar o problema do contexto social subjacente com psicoterapia ou aconselhamento familiar. Esta é uma maneira muito diferente de ver as coisas, comparada à tendência americana de atribuir todos os sintomas de uma disfunção biológica a um desequilíbrio químico no cérebro da criança. 

Os psiquiatras infantis franceses não usam o mesmo sistema de classificação de problemas emocionais infantis utilizado pelos psiquiatras americanos. Eles não usam o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders ou DSM. De acordo com o sociólogo Manuel Vallee, a Federação Francesa de Psiquiatria desenvolveu um sistema de classificação alternativa, como uma resistência à influência do DSM-3. Esta alternativa foi a CFTMEA (Classification Française des Troubles Mentaux de L’Enfant et de L’Adolescent), lançado pela primeira vez em 1983, e atualizado em 1988 e 2000. O foco do CFTMEA está em identificar e tratar as causas psicossociais subjacentes aos sintomas das crianças, e não em encontrar os melhores bandaids farmacológicos para mascarar os sintomas. 

Na medida em que os médicos franceses são bem sucedidos em encontrar e reparar o que estava errado no contexto social da criança, menos crianças se enquadram no diagnóstico de TDAH. Além disso, a definição de TDAH não é tão ampla quanto no sistema americano, que na minha opinião, tende a “patologizar” muito do que seria um comportamento normal da infância. O DSM não considera causas subjacentes. Dessa forma, leva os médicos a diagnosticarem como TDAH um número muito maior de crianças sintomáticas, e também os incentiva a tratar as crianças com produtos farmacêuticos. 

A abordagem psico-social holística francesa também permite considerar causas nutricionais para sintomas do TDAH, especificamente o fato de o comportamento de algumas crianças se agravar após a ingestão de alimentos com corantes, certos conservantes e / ou alérgenos. Os médicos que trabalham com crianças com problemas, para não mencionar os pais de muitas crianças com TDAH, estão bem conscientes de que as intervenções dietéticas às vezes podem ajudar. Nos Estados Unidos, o foco estrito no tratamento farmacológico do TDAH, no entanto, incentiva os médicos a ignorarem a influência dos fatores dietéticos sobre o comportamento das crianças. 

E depois, claro, há muitas diferentes filosofias de educação infantil nos Estados Unidos e na França. Estas filosofias divergentes poderiam explicar por que as crianças francesas são geralmente mais bem comportadas do que as americanas. Pamela Druckerman destaca os estilos parentais divergentes em seu recente livro, Bringing up Bébé. Acredito que suas idéias são relevantes para a discussão, por que o número de crianças francesas diagnosticadas com TDAH, em nada parecem com os números que estamos vendo nos Estados Unidos. 

A partir do momento que seus filhos nascem, os pais franceses oferecem um firme cadre- que significa “matriz” ou “estrutura”. Não é permitido, por exemplo, que as crianças tomem um lanche quando quiserem. As refeições são em quatro momentos específicos do dia. Crianças francesas aprendem a esperar pacientemente pelas refeições, em vez de comer salgadinhos, sempre que lhes apetecer. Os bebês franceses também se adequam aos limites estabelecidos pelos pais. Pais franceses deixam seus bebês chorando se não dormirem durante a noite, com a idade de quatro meses. 

Os pais franceses, destaca Druckerman, amam seus filhos tanto quanto os pais americanos. Eles os levam às aulas de piano, à prática esportiva, e os incentivam a tirar o máximo de seus talentos. Mas os pais franceses têm uma filosofia diferente de disciplina. Limites aplicados de forma coerente, na visão francesa, fazem as crianças se sentirem seguras e protegidas. Limites claros, eles acreditam, fazem a criança se sentir mais feliz e mais segura, algo que é congruente com a minha própria experiência, como terapeuta e como mãe. Finalmente, os pais franceses acreditam que ouvir a palavra “não” resgata as crianças da “tirania de seus próprios desejos”. E a palmada, quando usada criteriosamente, não é considerada abuso na França. 

Como terapeuta que trabalha com as crianças, faz todo o sentido para mim que as crianças francesas não precisem de medicamentos para controlar o seu comportamento, porque aprendem o auto-controle no início de suas vidas. As crianças crescem em famílias em que as regras são bem compreendidas, e a hierarquia familiar é clara e firme. Em famílias francesas, como descreve Druckerman, os pais estão firmemente no comando de seus filhos, enquanto que no estilo de família americana, a situação é muitas vezes o inverso.

Marilyn Wedge, Ph.D
Texto original em Psychology Today

Currículo e Transdisciplinaridade


Sucos de caixinha, a melhor escolha?


Facilmente encontrado nas lancheiras das crianças, os famosos “sucos de caixinha” são vistos pelos pais como opção melhor que o refrigerante. Porém, essa afirmação é equivocada, pois a maioria destes sucos que enviamos quase todos os dias na lancheira dos nossos filhos não é suco, possuem menos de 20% do volume de polpa da fruta e, infelizmente, dentre as marcas existentes no mercado, não achamos nada com mais de 2% a 10% de suco e ainda possuem em sua composição uma enorme adição de açúcar e aditivos químicos extremamente prejudiciais a saúde. 

De acordo com a ANVISA, bebidas de frutas só podem ser rotuladas como sucos caso a embalagem contenha 100% de sucos de frutas, salvo as exceções de frutas muito viscosas que necessitam de alguma diluição, como a manga e a goiaba. Levando em conta esta regulamentação, as categorias mais comuns hoje no mercado são os néctares e as bebidas à base de soja. Mas atenção! Nenhuma delas, pela legislação, pode ser denominada suco de frutas, sendo que o rótulo deve informar ao consumidor o exato tipo de bebida que está sendo ofertado, o que não acontece. 

Grande parte dos sucos industrializados hoje apresentam em sua composição corantes como a tartrazina (INS102), o amaranto (INS123) e o conservante benzoato de sódio (INS211), esses corantes também são encontrados em inúmeros alimentos industrializados destinados às crianças e são citados na literatura científica como causadores de reações alérgicas, distúrbios de atenção e hiperatividade infantil



Você conhece a diferença entre os sucos que consome? 

Suco é classificado como bebida não fermentada, não diluída e não concentrada, feita à base da fruta madura, submetida a condições adequadas de conservação até o momento do consumo, deve conter 100% de fruta; 

Suco integral é mais concentrado e com 100% da fruta. A quantidade máxima permitida de açúcar, quando adicionada, é de 10% da composição do suco e no rótulo deve haver o aviso “suco de fruta adoçado”. Por serem integrais podem ser diluídos em água. 

Néctar sugere que o néctar é superior ao suco, o que não é verdade. Néctar significa doce. É uma bebida que já vem adoçada e diluída em água, “pronta para consumir”, O teor de polpa é em torno de 20% a 30%, o resto é água e açúcar. 

Suco de caixinha ou refresco é a bebida com a menor concentração de fruta da categoria. Cerca de 10% de sua composição corresponde à polpa de fruta. Nesta versão está liberado o uso de corantes artificiais - substâncias proibidas tanto no suco como no néctar. 

Polpa é a versão de fruta vendida em porções individuais, em saquinhos congelados. Em geral, é batida com água no liquidificador. 

Desidratado ou suco de pozinho é para diluição em água, embora não devesse ser chamado de suco. É bastante artificial. Para cada 100g de produto seco (pó) há só 1% de polpa de fruta – o restante é açúcar e conservantes. 



Portanto a melhor opção sempre será o suco natural! Entretanto com a correria do dia a dia optar pelos sucos integrais ou polpa congelada ainda são alternativas mais saudáveis. Lembrando que sempre é necessário prestar atenção nos rótulos. 


Cristine Cassel - cristinenutri@espacodomquixote.com.br 
Nutricionista do Espaço Dom Quixote