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Referências


As pessoas sempre buscam referências e modelos para espelhar-se, independente da idade. No “país do futebol” os jogadores lideram a lista de eleitos, principalmente dos meninos, neste quesito. Famosos, ricos, idolatrados, nem sempre letrados e cultos, acabam virando ícone de moda, penteado, valores. Artistas do cinema e da música que viram um sucesso de uma hora para outra, e nem sempre se sabe porque, vão parar nas páginas de cadernos, pôsteres e são amados pelas meninas. 

Referências para nossas escolhas: cada um destes e destas modelos ocupam um lugar de importância na construção de valores, opiniões e posturas de nossas crianças e adolescentes. A mídia se encarrega de apresentá-los e colocá-los neste pedestal de destaque, assim como os derruba quando não lhe servem mais ou novos “talentos” aparecem. 

Superficialidade e suscetibilidade de valores. Vivemos num tempo onde as coisas mudam rapidamente de importância, nada mais permanece e se mantém como referência. No processo de formação da personalidade pela qual todos passamos a família tem papel fundamental. É o pai e a mãe que deveriam ocupar este lugar de referência para a criança e adolescente, pois serão eles que acompanharão a vida e as escolhas destes jovens. Os “ídolos teen e pop” estão sujeitos a transitoriedade, mas a família permanece. 

É importante dar espaço para que as crianças discutam sobre os modelos apresentados pela mídia e questionem os valores por eles defendidos. Esta abertura para o diálogo possibilita a formação de caráter, a liberdade de expressão e a elaboração de referenciais mais humanos e sólidos na estrutura psíquica. 

Outro dia propus para uma menina de 10 anos que pesquisasse sobre uma jovem que ficou famosa por questionar dogmas e estruturas rígidas em seu país: o Paquistão. A pesquisa era sobre a jovem Malala Yousufzai, de 14 anos, que ousou questionar o governo que impedia as meninas de frequentarem as escolas na sua região. Este confronto acabou resultando num atentado sofrido por Malala, há poucas semanas atrás.  

Conhecer novas realidades, culturas diferentes, e tentar entender como conviver com estas diferenças faz parte da estruturação de valores de uma pessoa. Quanto mais cedo pudermos inserir estas experiências na aprendizagem de nossas crianças e adolescentes melhor será pois eles, muitas vezes, surpreendem pela maturidade com que entendem e refletem sobre estas questões. É importante que os pais, como referência primeira na construção de valores, apresentem aos seus filhos histórias de vida que possam inspirar e servir para refletir sobre nossa postura, escolhas e atitudes. A pesquisa de Sofia resultou numa discussão crítica e responsável. Para finalizar a tarefa propus que escrevesse um pequeno texto que vale a pena ser publicado. 

MALALA 

“Malala, uma menina de 14 anos, líder paquistanesa que teve coragem de escrever num blog sobre o que não gostava no governo e sobre as atitudes do governo. Ela começou a escrever no blog porque as meninas não podiam ir à escola, as mulheres não são respeitadas. Malala sofreu um atentado há algumas semanas atrás. Não se sabe quem atacou Malala, a polícia descobriu 9 suspeitos. Ela está na Europa. Passa bem, já está acordada e já se levantou com ajuda dos médicos. Acho que a atitude dela foi corajosa e perigosa. Perigosa porque ela estava escrevendo contra o governo, para o mundo todo. Corajosa porque escreveu num blog sua opinião sobre o governo.”


Janete C. Petry - janetepp@espacodomquixote.com.br
Psicopedagoga do Espaço Dom Quixote

E o final se aproxima



Já estamos no final do ano, época de correrias... correr atrás do tempo, atrás dos conteúdos que precisam ser finalizados, correr atrás dos alunos que precisam aprender. É tempo também de refletir sobre o que deu certo no ano que passou e o que devemos mudar para o ano que vem a seguir. Mas porque esperar se podemos começar agora mesmo esta mudança? Apesar de estarmos na reta final, ainda podemos fazer a diferença na vida dos nossos alunos. 

Embora o fim do ano esteja próximo, ainda podemos ajudar nossos pequenos a aprender, ainda temos condições de ensinar coisas novas, diferentes e “inventar algumas modas” para nos tornarmos inesquecíveis no coração e no pensamento de nossos alunos, resultando com isso novas aprendizagens. 

Sempre pensei que a escola deveria ser um lugar especial, “um pedacinho do céu” como diz a música “Professora” (novela Carrossel), e somos nós, professoras, que temos essa função de tentar fazer a diferença, e se nós conseguirmos atingir nosso objetivo, certamente a reciproca será verdadeira e nossos alunos nos darão a resposta que tanto esperamos. 

É importante deixar claro que fazer isso pelos alunos não significa fazermos todas as vontades deles e fazer malabarismos para que as crianças prestem atenção, mas sim ensinar com amor e dedicação e utilizando atividades diferenciadas de vez em quando, levando em conta as possibilidades de cada um. 

Boas recordações de maneiras que fogem ao habitual das atividades em sala de aula são essenciais para uma aprendizagem de qualidade. Algumas vezes dão trabalho, cansam, mas ver os olhinhos brilhantes e os comentários sobre as diferentes propostas sugeridas, e o mais importante... a certeza de que o conhecimento foi construído, se transforma em lembranças muito mais “gostosas” que ficarão guardadas na memória de professores e alunos pra sempre!


Clarissa Paz de Menezes - clarissapp@espacodomquixote.com.br
Psicopedagoga do Espaço Dom Quixote

Habilidades psicomotoras



As habilidades psicomotoras são importantes para o desenvolvimento da criança e várias atividades podem ajudar na aquisição destas habilidades. São elas: esquema corporal, motricidade ampla, motricidade fina, percepção espacial, percepção temporal.

- Esquema corporal: representação que temos do nosso próprio corpo, ou seja, é a capacidade que a criança tem de nomear e reconhecer as partes do corpo, das funções, das relações espaciais e da dimensão temporal do corpo. 

Exemplos de atividades: localizar as partes do seu corpo (barriga, perna, costas), localizar a parte do corpo no colega. 

- Motricidade Ampla: realização de grandes movimentos com todo o corpo, abrangendo as grandes massas musculares.

Exemplos de atividades: correr, pular, rastejar, marchar batendo palmas, subir e descer escadas.

- Motricidade Fina: capacidade para realizar movimentos específicos de forma eficiente, usando os pequenos músculos. 

Exemplos de atividades: recortar, desenhar, pintar, colar, escrever, abotoar e desabotoar, encaixar, empilhar. 

- Percepção Espacial: percepção da dimensão relacionada a tudo que nos cerca. É a noção do seu próprio corpo em relação a um determinado ambiente, espaço. É possuir a noção de direção como acima, abaixo, à frente, atrás, ao lado; e de distância, como longe, perto, curto e comprido. 

Exemplos de atividades: caminhar entre labirintos formados por classes, sem bater os lados; rolar uma bola para frente, para trás, para a direita, para a esquerda. 

- Percepção temporal: compreensão das dimensões do tempo em relação a acontecimentos do passado, presente e futuro. Conhecimento das noções básicas (agora, ontem, hoje, amanhã, dia e noite), sequência de ação, velocidade, duração, ritmo. 

Exemplos de atividades: jogar uma bola para cima e bater palmas, jogar uma bola bem devagar e depois rápido, bater palmas no ritmo da música.


Mayara C. Smaniotto - mayara@espacodomquixote.com.br
Educadora Física e Psicomotricista do Espaço Dom Quixote

Dia Mundial do Diabetes

Hoje, dia 14 de outubro, é o Dia Mundial do Diabetes e campanhas no mundo inteiro estão mostrando a dimensão desta doença e como nos prevenirmos dela.

A Federação Internacional do Diabetes (IDF) criou um vídeo sobre a doença e a conscientização deste problema, vale a pena ver e refletir sobre os nossos hábitos e dos nossos familiares e o que podemos fazer para mudar esta realidade.




O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica, representada por um grupo de distúrbios metabólicos que se caracterizam pelo aumento dos níveis de glicose na circulação sanguínea, conhecida como hiperglicemia, decorrente da deficiência na ação e/ou secreção do hormônio chamado insulina. 

O DM pode ser classificado em tipo 1 e tipo 2, além do DM presente durante a gestação. O DM1 é mais frequente em crianças e pessoas até 35 anos, sendo que seu desenvolvimento não tem relação direta com a dieta e o estilo de vida, mas sim com a destruição de células beta localizadas no pâncreas. Já o DM2 está estritamente relacionado à presença de excesso de peso, ausência de práticas alimentares saudáveis e inatividade física. Antigamente, dizia-se que era uma “doença de adulto”, porém com os níveis alarmantes de obesidade infantil presente em nossa sociedade, temos crianças e adolescentes sendo diagnosticados como diabéticos tipo 2. 

A Federação Internacional de Diabetes estima que mais de 300 milhões de pessoas tenham esta doença no mundo, sendo que grande parte desta população reside em países em desenvolvimento. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, o DM1 e DM2 juntos, atingem 10 milhões de pessoas. 

O dia 14 de novembro é conhecido como o Dia Mundial do Diabetes, ação que tem como objetivo colocar em discussão esta doença, assim como sua prevenção no caso do DM2 e seu manejo medicamentoso e dietético nos tipos 1 e 2. 

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, o maior inimigo do diabético é o desconhecimento. O sucesso no tratamento do DM depende do estabelecimento de uma parceria entre o paciente, sua família e a equipe interdisciplinar constituída por endocrinologista, nutricionista, educador físico e psicólogo. 

O acompanhamento nutricional da criança e do adolescente com DM pode ser realizado de forma individual, com consultas regulares para avaliação do impacto da dieta e mudança de hábitos alimentares na glicemia. Outra forma de abordagem são os grupos transdisciplinares com a participação efetiva de áreas como Nutrição, Psicologia e Educação Física. 

No Espaço Dom Quixote trabalha-se com duas modalidades de grupos transdisciplinares com foco em saúde da criança e do adolescente. Um deles é o Grupo de Reeducação Alimentar, coordenado por nutricionista e psicóloga, onde o objetivo é dar suporte a criança na transformação do modo como lida com sua alimentação, visando a adoção de práticas alimentares saudáveis dentro do contexto familiar e social. Já o Grupo Mexa-se tem como foco a promoção de saúde através da educação alimentar e da prática de atividade física regular, servindo como um espaço lúdico para que o público infantil possa inserir-se num contexto de vida mais saudável.



Daniele Santeti - danielenutri@espacodomquixote.com.br
Nutricionista do Espaço Dom Quixote
Mestranda em Saúde da Criança e do Adolescente (UFRGS)

Grupo Mexa-se


Palestra na Dalkia

Nos dias 31 de outubro e 1º de novembro, a psicóloga Fabíola Scherer Cortezia esteve na empresa Dalkia ministrando uma palestra sobre “Motivação e trabalho em equipe: um desafio possível”. 

Cerca de 160 funcionários da empresa participaram da palestra e puderam pensar sobre seu papel dentro da empresa, a importância da iniciativa no trabalho em equipe e o quanto o diálogo auxilia no trabalho cotidiano. 

O Espaço Dom Quixote vem expandindo seu trabalho para além das palestras e oficinas nas escolas, englobando também as empresas, uma vez que os pais e cuidadores de crianças e adolescentes precisam estar bem para ajudarem seus filhos no desenvolvimento dos mesmos. 

Foi um prazer passar uma manhã e uma tarde com os funcionários da Dalkia e perceber como estes momentos de reflexão nas empresas podem fazer bem para a equipe e para o andamento da empresa.








Filhos do divórcio



O momento da separação de um casal envolve muitos sentimentos, sofrimento, dor, dúvidas e podem ser vivenciados de diversas formas pelos filhos. No entanto, a maneira como os pais lidam com a situação não é sem consequências para seus filhos. Levando em conta esse tema, indico o texto da psicanalista Magda Mello que trata de forma clara e consistente a trama envolvida no processo de separação de um casal e as consequências psíquicas para os filhos. Boa leitura! 

Filhos do Divórcio

O tema do divórcio ou das separações entre casais atualmente circula em grande número de famílias, trazendo consigo consequências que poderão afetar os filhos. Mas poderíamos nos perguntar: será que o estado de desentendimento entre pais não abala o filho tão profundamente quanto à separação ou divórcio? Como é que numa casa em que vivem o pai e a mãe em estado de desentendimento a criança poderia não se sentir ameaçada na sua integridade física e mental? Muitos destes filhos são bastante angustiados e chegam a perguntar para os pais: “vocês vão se separar?” Eles gostariam de saber se os pais vão se separar ou continuar brigando. 

Na verdade o divórcio legaliza o estado de desentendimento e leva a uma libertação da atmosfera de discórdia e a uma nova situação para os filhos. Para estes, o assunto inicialmente é misterioso, mas não deve permanecer como tal. De fato, o divórcio é uma situação legal que traz uma solução também para os filhos. 

Por outro lado, estudos atuais nos apontam para a Síndrome de Alienação Parental que se caracteriza por um dos pais afastar os filhos do outro. As mães ou pais que afastam os filhos do ex não estão procurando prejudica-lo. Na maioria dos casos a alienação é feita de forma inconsciente, mas abriga claramente sentimentos de vingança em relação ao outro, em especial quando o(a) ex já se casou ou constituiu uma nova família. Também confundem conjugalidade com parentalidade, acreditando que os problemas do relacionamento dos dois se estendem à criança, que a pessoa acredita estar protegendo. A ideia não é prejudicar o filho, mas dificultar a vida do outro. 

As consequências das ações exercidas sobre as crianças em afastá-la de um dos pais podem ser bastante sérias: 

1) pode levar à psicose ; 

2) a criança poderá mais tarde rebelar-se contra quem detém a guarda e a colocou contra o pai ou a mãe; 

3) repetição do padrão de comportamento (esquizóide) cindido entre o bem e o mau para a sua própria vida futura. Quer dizer: se um dos pais é o bom e o outro o mau, assim ela imprime este padrão na vida com as ouras pessoas. 

O único tratamento para pais e crianças atingidos pelas consequências destes conflitos é a psicoterapia. O problema é que a maioria se recusa a reconhecer estas questões. Portanto, é preciso encontrar um arranjo que resolva a situação da separação sem afastar nem pai nem mãe dos filhos, amenizando os sofrimentos de todos. 

Cabe lembrar, que a construção das imagens dos pais servirão de modelos de identificação e de escolhas futuras do filho em relação a sua vida afetiva. O pai, por exemplo, só assume importância na vida da criança pequena pelo fato de a mãe nomeá-lo e pelo valor atribuído a ele nas suas palavras. A mãe tem valor por si só, mas o pai se reverte em recurso afetivo da mãe, a qual, referida a ele, torna-se o recurso afetivo do filho. Este é o padrão afetivo normal da família. O homem irriga a mulher e esta supre os filhos. Quando isto se rompe todo o cuidado é pouco para que não se destrua a imagem dos pais para os filhos! 

*Autora do texto: Magda Mello – psicóloga, psicanalista, Doutora em Psicologia. Texto retirado do site: www.sig.org.br/artigos/ 


Thaís C. Chies - thaispsico@espacodomquixote.com.br
Psicóloga do Espaço Dom Quixote
Especialista em Infância e Adolescência; Psicanalista em formação pela Sigmund Freud Associação Psicanalítica