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O atendimento de crianças com Paralisia Cerebral pela Terapia Ocupacional


O termo Paralisia Cerebral (PC) é usado para definir qualquer desordem caracterizada por alteração do movimento a uma lesão secundária não progressiva do cérebro em desenvolvimento. Os fatores comumente observados são infecções no sistema nervoso, hipóxia (falta de oxigênio) e traumas no crânio. Além do desenvolvimento anormal do cérebro estar ligado a uma desordem genética. (sic site SARAH) 

O tipo de alteração do movimento observado está relacionado com a localização da lesão no cérebro e a gravidade das alterações depende da extensão da lesão. A maioria das pessoas (cerca de 70% a 80%) com PC apresenta o tipo espástica, ou seja, em 75% dos casos a lesão compromete o sistema piramidal e caracteriza-se por hipertonia muscular relacionada a velocidade do movimento. Neste caso, muito frequentemente instalam-se deformidades osteoarticulares. Ou ainda: 

Extrapiramidal: 15% a 20% dos casos, com comprometimento dos núcleos da base que se manifesta pelo aparecimento de movimentos involuntários, proximais, distais ou amplos e fixos. Neste caso as crianças demoram mais para adquirir as etapas motoras. 

Atáxico: 2% dos casos, relacionado ao comprometimento do cerebelo e/ou suas vias. Caracteriza-se por alterações da coordenação e do equilíbrio. A incidência de deficiência mental nestes casos é alta. 

Misto: Aproximadamente 20% dos casos, caracteriza-se por apresentar sintomas associados, mas sempre há a predominância de um tipo clínico. 

Dificuldade de sucção, tônus muscular diminuído, alterações da postura e atraso para firmar a cabeça, sorrir e rolar são considerados sinais precoces. Por isso se faz necessária uma avaliação mais detalhada juntamente com o acompanhamento neurológico.O quanto antes os pais tiverem o diagnóstico, começa-se o atendimento precoce que é de fundamental importância para a criança. 

O atendimento da Terapia Ocupacional se faz importante desde o inicio, pois busca desenvolver a autonomia e emancipação do individuo enquanto ser social, promovendo sua saúde integral. Além de auxiliar nos aspectos do comprometimento motor que interferem na realização das atividades funcionais, além do estímulo às demais áreas deficitárias. Buscando a inclusão dessa criança/adolescente em seu ambiente domiciliar, escolar e de lazer sempre estimulando o potencial máximo (autonomia e independência). 

A sensibilidade e o toque ganham atenção especial afim de conseguirmos modular a intensidade de estímulos sensoriais e ir adaptando a interação com o meio e assim permitindo a exploração do ambiente e de objetos diversificados. A estimulação visual também é importante, visto que a visão influência diretamente no fortalecimento do controle cervical e na ativação das reações de retificação e endireitamento, levando a cabeça para a posição vertical. Promovendo o alinhamento da cabeça e olhos na linha média e assim liberando os membros superiores para exploração manual e oral dos objetos. 

O déficit motor nos membros superiores, pode-se ver dispositivos que facilitem o manuseio de utensílios, materiais escolares, vestuário, além da confecção de órteses, a fim de evitar deformidades, ou até mesmo substituir alguma função. 

A orientação a escola também faz parte do atendimento da terapia ocupacional, a fim de poder auxiliar em modificações na sala de aula, banheiros, pátio. Além de adaptações necessárias para cada caso. O trabalho da Terapia Ocupacional não se faz sozinho, ou seja, o trabalho de forma transdisciplinar com auxílio de outros profissionais tem maior eficácia para a criança, assim como é importante que a família compreenda a proposta de tratamento e se engaje nela, pois é baseada em um trabalho motivador e que busca o alcançar o potencial da criança.


Priscila Straatmann Morél - priscilato@espacodomquixote.com.br
Terapeuta Ocupacional e Psicomotricista do Espaço Dom Quixote

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