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Marketing Infantil


Ótimo texto sobre a temática do marketing voltado para o público infantil e o impacto que esta prática gera no comportamento de crianças e adolescentes.

O impacto negativo do marketing infantil

Somos a sociedade do consumo. Um dos nossos principais imperativos é consumir. A ampliação do mercado de consumo brasileiro tem sido essencial na política econômica atual. Consumo é estímulo para desenvolvimento econômico. Mas até que ponto é saudável consumir tanto? Para o planeta é catastrófico, pois a quantidade de lixo gerada pelo consumo é absurda, além da utilização de recursos naturais até o seu fim. Sabemos que não há como reciclar tudo eternamente. Porém, para a economia de mercado o consumo é ótimo. E para os consumidores? É bom consumir muito? Até que ponto o que é consumido tem sido fundamental para nos definir?

O desenvolvimento das sociedades no século XX foi marcado pela ampliação do consumo para grandes segmentos sociais ligado ao desenvolvimento dos sistemas de comunicação social, ao aparecimento das classes sociais intermediárias do capitalismo contemporâneo e às transformações técnicas ocorridas nas esferas de produção, esta última responsável pela formação de um mercado de bens de consumo efetivamente massificado.

O consumo humano está ligado ao desejo. Desejo de possuir, usufruir, satisfazer. O consumo surge a partir de nossas necessidades básicas: comer e vestir. Porém, a partir do momento que nascemos também temos nossas necessidades supérfluas. Há produtos feitos especificamente para o consumo de todas as pessoas. Um dos grandes hits atualmente no mundo dos bebês é atummy tub, uma banheira terapêutica que emula a posição fetal e relaxa o bebê. Óbvio que é um produto extremamente caro. Porém, é mais uma demanda que surge, pois é comum bebês chorarem durante o banho e alguém precisava solucionar isso por meio de um produto. Mudam as necessidades humanas expressas pelo consumo. Mudam os processos de compra e acumulação.

A publicidade é a primeira indústria criada exclusivamente para a promoção do consumo. Agora o consumidor deve ser motivado, seduzido a adquirir tal produto ao invés de outro. Neste caso, o discurso da publicidade passa a se autonomizar das características utilitárias do produto em favor de associações que se referem a universos simbólicos que extrapolam o próprio valor de uso dos bens que deseja promover. Dessa maneira a publicidade desloca o foco do utilitarismo do produto e busca o campo do simbólico para seduzir o consumidor. O produto passa a ser também mediador de relações sociais, pois dentro da estrutura capitalista o ter significa ser.

Muitas vezes acabamos não sabendo por que compramos um produto específico. Qual a diferença entre desejo espontâneo e apelo de mercado? As crianças sabem distinguir o que está por trás da publicidade? Ou o objetivo é continuar formando mais ávidos consumidores? A publicidade possui uma avançada tecnologia de persuasão. Onde está a ética ao focar crianças como consumidoras? Afinal, sabemos que crianças ainda não têm o desenvolvimento cognitivo e pensamento crítico completamente desenvolvidos, e muitas vezes não diferenciam um programa de tevê de um comercial. Embora, de acordo com a lei, as crianças não possam comprar um automóvel ou um celular, elas são abordadas diretamente pela publicidade como plenas consumidoras. Basta ver a quantidade de propagandas de celulares com crianças e as propagandas de carro em que pais pegam os filhos na escola.


Para acessar o texto completo, clique aqui:

http://www.amalgama.blog.br/10/2011/marketing-infantil/


Daniele Santeti - danielenutri@espacodomquixote.com.br

Nutricionista do Espaço Dom Quixote

Mestranda em Saúde da Criança e do Adolescente - UFRGS


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