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Psicomotricidade e o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade


A criança com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) tem dificuldade em focar a atenção, é impulsiva (reage antes de pensar), atinge os extremos da emoção com rapidez (tristeza e alegria), não consegue terminar uma tarefa (cansa-se logo, num efeito chamado de fadiga precoce), é desorganizado, tem baixo desempenho nas tarefas cotidianas e se protege de críticas e de fracassos.

Quanto antes for diagnosticado o TDAH, maior será o controle sobre a dispersão da atenção, atividade e impulsividade. O diagnóstico é fundamentalmente técnico, feito por um profissional de saúde mental, seja médico, pedagogo, psiquiatra, psicomotricista, etc. O diagnóstico precoce visa contribuir com a melhora comportamental de criança hiperativas. Algumas técnicas comportamentais cognitivas e psicopedagógica podem dar bons resultados e dispensar até mesmo o uso de medicamentos, a fim de que ajudem a controlar os seus movimentos ao acaso.

A psicomotricidade é um dos tratamentos de maior aceitação, quando conhecido e disponível. A prática psicomotriz relacional é sustentada na ação do brincar, do jogo como meio terapêutico e psicopedagógico. A psicomotricidade auxilia no desenvolvimento psico-afetivo da criança através da transformação do espaço e do outro. Permitindo que ela controle seu pensamento e se engaje verdadeiramente na ação e consiga sair da atividade motora impulsiva em que se encontrava e entrar no processo de simbolização.

É através de brincadeiras, de atividades espontâneas e até mesmo da linguagem utilizada pela criança que a psicomotricidade intervém e possibilita que ela trabalhe, avance, brinque, aprenda e modifique-se. Com isso, conseguimos fazer com que a criança compreenda e supere mais facilmente suas limitações e assim desenvolvendo sua autonomia e suas potencialidades virão à tona. Atividades de expressividade motora do movimento até invenção das fantasias infantis permeiam o imaginário infantil e a prática psicomotora, criando assim um espaço de escuta e fala consciente. Dessa forma, a criança toma consciência do seu corpo, da sua lateralidade, da sua situação e da situação de outros objetos no espaço do domínio temporal, além de adquirir habilidades de coordenação de seus gestos e movimentos.

Para obter resultados positivos é indispensável convencer os pais de que o tratamento indicado pelos especialistas deve ser levado a sério, aos educadores um melhor preparo e turmas menores, facilitando o trabalho estudantil e a qualidade de aprendizagem, e valorização da psicopedagogia e da psicomotricidade como intervenção de ajuda no tratamento deste transtorno. Na psicomotricidade relacional utiliza-se de métodos não-diretivos, no entanto deve ficar claro que atividade deve ter uma rotina com início, meio e fim. O progresso do tratamento é visto através da postura, das atividades e do comportamento.


Priscila Straatmann Morél - priscilato@espacodomquixote.com.br
Terapeuta Ocupacional e Psicomotricista do Espaço Dom Quixote

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