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Terapia Ocupacional e Ambientoterapia


A ambientoterapia compreende todos os elementos do ambiente que tenham algum impacto sobre o paciente, principalmente nas rotinas da vida diária, visando oferecer possibilidades de relações humanas. A equipe transdisciplinar do Espaço Dom Quixote se dispõe a criar um ambiente terapêutico onde haja trocas afetivas entre eles e o meio, além de assegurar a construção de novos conhecimentos. O tratamento de transtornos mentais e emocionais não envolve simplesmente um processo de diagnóstico e cura, como vislumbravam algumas áreas clássicas do conhecimento científico.

Dentro desse programa, a Terapia Ocupacional faz uso de atividades que vão desde a simples exploração do ambiente até atividades que representam as situações da vida, tendo como foco desenvolver o potencial individual de cada sujeito pela atividade do brincar, quando se trata de crianças pequenas. Pois para elas, a brincadeira é pouco variada e criativa, permanecendo sempre a estrutura de rotina que organiza e o novo leva tempo a ser aceito e experenciado. Ao longo do tratamento as atividades devem acompanhar as progressões de cada criança.

Além disso, aprimorar a comunicação, reduzir os comportamentos exacerbados e promoção da independência, utilizando-se para isso a educação. Então, no tratamento terapêutico ocupacional utiliza-se a integração sensorial e a terapia comportamental com grandes resultados para público autista.

O viés da transdisciplinariedade permite ao terapeuta ocupacional entender o sujeito como um todo. Através do auxílio dos outros olhares da equipe – composta por psicólogas, terapeuta ocupacional, psicomotricista, psicopedagoga, fonoaudióloga, musicoterapeuta e nutricionista – é possível montar um programa de tratamento objetivo e individualizado, mas pensando e trabalhando o coletivo também.

Entre em contato para mais informações sobre a Ambientoterapia


Priscila Straatmann Morél - priscilato@espacodomquixote.com.br
Terapeuta Ocupacional e Psicomotricista do Espaço Dom Quixote

Crianças bilíngues


As escolas bilingues estão cada vez mais na moda, desde bebês os pais já buscam oferecer aos filhos a convivência com outros idiomas, isso é perceptível em programa como NiHao KaiLan, Dora, a aventureira, GO Diego GO, Word World entre outros, mas você sabe as vantagens e as conseqüências desta nova modalidade de ensino? O site ig delas (www.igdelas.com.br) fez recentemente uma reportagem bastante interessante a respeito da educação bilíngüe, ressaltando os prós e contras deste modelo educacional.


O que pais de crianças bilíngues desde o berço precisam saber?

O desenvolvimento linguísticos destas crianças requer mais atenção. Pais precisam ter paciência durante processo de aprendizagem

É comum que as crianças brasileiras tenham contato com a língua inglesa – além da portuguesa – por meio de propagandas, programas de televisão e filmes desde bem cedo. O contato precoce dos pequenos com outros idiomas, antes mesmo de aprenderem a falar português, torna-se cada vez mais freqüente. É o caso, por exemplo, da filha da administradora Monika Reschke Morganti, de 44 anos. Aos sete anos Ana Carolina cresce falando português e alemão. Além disso, já faz aulas de inglês.

“Eu sou descendente de alemães e aprendi o idioma antes do português, em casa. Por isso, assim que tive a oportunidade matriculei minha filha em uma escola alemã para ver se ela se encaixava no perfil. Ela está se desenvolvendo super bem”, conta Monika. Desde os quatro anos de idade Ana Carolina se comunica em português e alemão, que é a língua oficial dentro de casa, já que a mãe e o pai são fluentes no idioma.

Aos cinco, Ana Carolina – que demonstra aptidão para o aprendizado de novas línguas, de acordo com a mãe - pediu aos pais se poderia aprender inglês. “Fiquei preocupada em ser muita coisa e que ela pudesse confundir os idiomas. Mas Ana Carolina queria e acabei descobrindo que só podia acrescentar, e não prejudicar” afirma a mãe.

Para Norma Wolffowitz Sanchez, que desenvolve pesquisas em educação bilíngue e formação de professores e é coordenadora de inglês da escola de educação bilíngue Cidade Jardim – Play Pen, em São Paulo, a “plasticidade” do cérebro das crianças colabora para que elas tenham facilidade para se tornarem bi ou multilíngues desde o berço: “O ideal é que este aprendizado ocorra desde o nascimento mesmo. O cérebro, quando adulto, é menos plástico e o aprendizado se torna um pouco mais sofrido”, defende.

Segundo a advogada e autora do blog Filhos Bilíngues Claudia Storvik, de 48 anos, é preciso muita determinação por parte dos pais. Casada com um norueguês e morando em Inglaterra há 12 anos – a mesma idade da filha, Camilla -, Claudia afirma que foi inevitável e natural criar a filha num ambiente multilíngue. “Desde que ela nasceu eu falava em português com ela, o meu marido em norueguês e, como moramos em Londres, ela também estava exposta ao inglês”, conta.

Que crianças são como “esponjinhas”, capazes de interagir em dois ou mais idiomas desde pequenas, não há dúvidas. De acordo com Helena Miascovsky, coordenadora de inglês da escola bilíngue Stance Dual, em São Paulo, a exposição ao segundo ou terceiro idioma desde cedo possibilita a existência de um maior número de sinapses cerebrais e a resposta à educação costuma ser rápida. Além disso, uma pesquisa canadense revelou que estes estímulos podem começar até mesmo quando os pequenos ainda estão na barriga da mãe. Mas o que mais os pais precisam saber para obterem sucesso neste caminho?

De acordo com a professora titular do Departamento de Clínica Fonoaudiológica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e coordenadora do grupo de pesquisa Linguagem e Subjetividade (http://www.pucsp.br/linguagemesubjetividade/), Regina Maria Freire, se a mãe fala com o filho em uma língua e o pai em outra – como na casa de Claudia –, é muito comum que, ao começar a falar, a criança misture as duas línguas até mesmo em uma mesma palavra. A filha de Claudia, por exemplo, passou por esta fase no início da comunicação por meio da fala. “Isto quer dizer apenas que a criança está sob efeito dos dizeres dos pais, mas não tem nenhuma conotação negativa”, diz Freire.

Ainda, segundo Helena Miascovsky, essa confusão de idiomas não significa que a criança esteja misturando as coisas, mas usando um conceito que ainda não foi construído no idioma que está sendo falado naquela hora. Na Stance Dual os diferentes conteúdos de sala de aula são inseridos às vezes com a língua portuguesa, às vezes com a língua inglesa. Com isso, pode acontecer de uma criança saber uma palavra em inglês, mas ainda não tê-la aprendido em português, por isso a possibilidade de variação no começo do aprendizado. “E o conhecimento é transferível de um idioma para o outro, o aprendizado vai acontecendo de maneira natural”, afirma a especialista.

Aprender mais de um idioma desde cedo não significa, como muitos pais receiam, que a criança vai demorar mais tempo para começar a falar. “Existe um tempo médio para o início da fala, e as crianças bi ou multilíngues costumam estar dentro desta média”, diz Helena. O que pode acontecer, no entanto, é que ela aprenda uma língua com mais facilidade do que a outra.

Segundo a pesquisadora Norma Wolffowitz Sanchez, em uma casa onde ocorre a educação bilíngue, a criança irá escolher uma língua principal para falar inicialmente: a que tiver mais contato, claro – como a língua que a mãe fala, por exemplo. “Mas isso pode se dar no início do processo de fala, por um período curto: depois ela começa a perceber os dois códigos falantes”, ressalta. Se após os dois anos a criança ainda apenas balbuciar ou gesticular, sem utilizar a fala para a comunicação, recomenda-se que os pais procurem um fonoaudiólogo especialista no assunto.

É importante ressaltar que assim como alguns adultos possuem maior facilidade para a comunicação e o aprendizado de idiomas, com as crianças isso também acontece. Segundo Monika, a filha Ana Carolina está tendo facilidade e tirando de letra o ensino: “Mesmo agora, no período de alfabetização, ela está indo muito bem. Às vezes troca o ‘sch’ do alemão pelo ‘x’ do português, mas os professores dela me informaram que isso é algo bem comum de acontecer”. Mas claro, um aluno que naturalmente não tenha tanta habilidade linguística pode encontrar maiores dificuldades no mesmo percurso. Isso também pode ocorrer com crianças que falem apenas um idioma.

Os pais que falam em outros idiomas dentro de casa desde o nascimento do filho precisam ter paciência. “Não pode existir uma cobrança para que a criança aprenda duas línguas ao mesmo tempo. Deve acontecer naturalmente, com o tempo”, diz Norma. Porém, de acordo com Helena Miascovsky, crianças que começam a falar outro idioma fora de casa – o inglês na escola, por exemplo – podem resistir a falar com os pais na nova língua, mesmo que eles sejam fluentes.

O principal benefício, claro, é o já imaginado: saber mais de um idioma em um mundo globalizado é extremamente valorizado. Porém, Regina Maria Freire aponta outro acréscimo: “é possível desenvolver ainda mais o raciocínio, dado que o simbólico é articulado pela lógica, e não pela memória”. Mais ainda, ser multilíngue também pode trazer à tona o conhecimento cultural da criança. “Além de perceber que há mais de um código falante no mundo, a criança também passa a perceber facilmente que há outras culturas com valores diferentes ou semelhantes aos de sua família, e seu repertório para a compreensão do mundo passa a ser maior”, conta Norma.


Clarissa Paz de Menezes - clarissapp@espacodomquixote.com.br
Psicopedagoga do Espaço Dom Quixote

Dom Quixote Responde


Pergunta: "Quais são as técnicas ou tratamento para a taquifemia?"

Em postagem anterior, já foi comentado o que é taquifemia e quais as características observadas em quem apresenta este distúrbio. Normalmente a queixa do paciente está relacionada à velocidade de fala aumentada, parece tropeçar nas palavras, não consegue articular cada palavra separadamente e, por isso, muitas vezes não é entendido.

O tratamento deve ser procurado sempre que a pessoa não se sentir à vontade com a maneira com que fala, se a fala interferir no seu desempenho acadêmico, profissional e nas relações sociais. Essa condição também pode ser observada em crianças, e os pais devem estar atentos se as alterações na fala persistirem por mais de alguns meses.

Os exercícios realizados envolvem o desenvolvimento da consciência de sua fala, articulação mais precisa e com movimentos mais amplos e aprimoramento da coordenação pneumo-fono-articulatória. Alguns exercícios como fala compassada, prolongamento das vogais, atenção ao final das palavras e sílabas são utilizados em conjunto com estratégias de feedback auditivo (escutar a própria voz ampliada) ou mascaramento (inibir a percepção da sua fala) . A escolha dos exercícios é feita pelo fonoaudiólogo após a avaliação do caso e cada terapia é individual e engloba as necessidades de cada um.


Fernanda Helena Kley - fernandafono@espacodomquixote.com.br
Fonoaudióloga do Espaço Dom Quixote
Pós-Graduanda em Neuropsicologia (UFRGS)

"Parceria" polêmica


A recente decisão do Ministério da Saúde de conceder à rede McDonald’s o título de “Amiga da Saúde” gerou grande polêmica no início deste mês.

Entidades como a Frente pela Regulação da Publicidade de Alimentos se manifestaram através de uma carta enviada ao ministro da saúde Alexandre Padilha com o objetivo de demonstrar sua posição contrária à vinculação entre o Ministério da Saúde com os produtos oferecidos pela rede de fast food McDonald´s.

A questão central da polêmica está focada nas tolhas de papel colocadas nas bandejas da rede de fast food. Estas trazem material educativo do Ministério da Saúde ao lado do cardápio dos produtos oferecidos pela lanchonete.

Segue abaixo o link para o abaixo assinado criado pela entidade Frente pela Regulação da Publicidade de Alimentos:

http://regulacaoalimentos.blogspot.com/2011/06/abaixo-assinado-contra-rede-mcdonalds.html

Qual é sua posição?


Daniele Santetti - danielenutri@espacodomquixote.com.br
Nutricionista do Espaço Dom Quixote
Mestranda em Saúde da Criança e do Adolescente PPGSCA/UFRGS

Musicoterapia na dependência química


A dependência química provoca alguns prejuízos que podem envolver a cognição, percepção, memória, atenção, relações pessoais e profissionais, além de prejuízos físicos e emocionais. A Musicoterapia pode auxiliar de diversas formas, restabelecendo o equilíbrio emocional, o convívio social, a identidade e melhorando a qualidade de vida.

A Musicoterapia na Dependência Química visa alcançar objetivos terapêuticos como: estimular a memória e a atenção; promover a organização, autonomia e sociabilização; promover a autoexpressão; proporcionar momentos de prazer e descontração; aumentar a consciência de si mesmo e substituir o interesse nas drogas.

Composição, improvisação, dinâmicas com movimento, canções tanto sugeridas pelo paciente quanto pelo musicoterapeuta, canções onde o paciente pode se expressar através da estrutura musical, da escolha de sentimentos, de gestos, de ideias ou através dos instrumentos musicais; recordar canções através de palavras ou desenhos propostos; jogos musicais, entre outras atividades, visam desenvolver o cognitivo, a organização, expressão, autonomia, interação e descontração.

A música traz pensamentos, memórias e sentimentos, podendo ser utilizada para evocá-los e para modificar o estado de humor, aumentando a expressão emocional e a consciência dos sentimentos do paciente. Todos têm um repertório de canções que lhe foram significativas e marcaram momentos importantes da vida. Através dessas canções, podem-se resgatar sentimentos e lembranças passadas, ajudando a prover sentido na vida ao relembrar desses fatos, ideais e realizações.

Canções também podem trabalhar desejos futuros e motivar, reforçando a identidade, fazendo a pessoa se sentir aceita e compreendida no momento em que alguém escuta a música que ela traz. Por isso é muito importante o musicoterapeuta perguntar por músicas que o paciente gostaria de trabalhar e que instrumentos gostaria de tocar.

A música desenvolve a capacidade de atenção e concentração pela sua variedade de estímulo. Tem o efeito de acalmar e diminuir a ansiedade, e é capaz de distrair, ao mesmo tempo em que foca em comportamentos mais saudáveis. Tocar e compor música trabalha com comportamentos que acompanham a pessoa nos outros aspectos da vida. O terapeuta encoraja comportamentos mais saudáveis e adaptativos e impõe limites para os contrários.

O ritmo é organizador, além de gerar energia. Sendo o ritmo uma organização espaço temporal, e levando em conta o fato de nossas vidas também serem uma organização (início, meio e fim), assim como todas as nossas vivências, experiências e acontecimentos, e a regularidade do nosso corpo através da respiração e da batida do coração, o ritmo pode auxiliar a organizar a vida das pessoas. Dificuldades emocionais levam a uma desorganização intra e interpessoal que aparecem no fazer musical. Trabalhando o ritmo, trabalha-se a organização.

Os textos de canções podem ser trabalhados a fim de aumentar a consciência de si, dos outros, dos relacionamentos, do mundo que o cerca. Se mover de acordo com a música e outras atividades motoras auxilia na expressão pessoal e consciência de si mesmo.

Jogos musicais, improvisação musical, composição, tocar instrumentos pode provocar êxito, e aumentar a autoestima através da autorrealização. A música é capaz de aumentar a participação das pessoas com dependência química e facilitar a interação, pois proporciona interesse pelas atividades, pelos instrumentos musicais e gera prazer. Além disso, pode aparecer como uma substituição para o uso de drogas, pois pode despertar um interesse em outro meio que não a droga e envolvimento em substituí-las, já que no cérebro, provoca o mesmo efeito que as drogas.

Em um trabalho transdisciplinar, a Musicoterapia pode fazer surgir conteúdos importantíssimos que podem ser trabalhados com a equipe de apoio psicológico.

No geral, tanto crianças, adolescentes, quanto adultos demonstram interesse pela música, e se expressam através dela, seja cantando, tocando os instrumentos, realizando escolhas ou propondo atividades, auxiliando assim a se engajar e a facilitar o tratamento da dependência.


Luciana Steffen – lucianamt@espacodomquixote.com.br
Musicoterapeuta do Espaço Dom Quixote

Cada um na sua cama!



Todos os dias recebo pedidos de ajuda de pais que não estão dormindo direito porque precisam dividir a sua cama com o filho, ou os filhos... Até fico pensando que a cama “king size” foi inventada para que coubesse toda a família.


Fico pensando porque hoje é tão difícil manter os filhos nas próprias camas se “no meu tempo de infância” não era? Lembro-me que o quarto dos pais era um lugar muito privado, quase sagrado, só entrávamos em últimos casos, afinal, aquele era o quarto do papai e da mamãe... No meio da noite, às vezes, até fazíamos uma visitinha depois de um pesadelo com o bicho papão ou a bruxa malvada, mas com muita paciência e limites, nossos pais (geralmente a mãe) nos levava de volta para nossos quartos, acendia a luz, mostrava que estava tudo bem, ficava ali um pouquinho e depois nos deixava enfrentar nosso medo na certeza de que, se ele fosse muito grande, tinha alguém no quarto ao lado.


Como os pais fazem hoje?


“Coitadinho dele, não fica no quarto, fica com medo, então vem pé por pé para nossa cama, como está frio e eu estou muito cansada(o), deixo... Agora já virou hábito, mas coitadinho, tem medo, medo do escuro, medo de bicho papão...”


Pois é, papais e mamães, nós também tínhamos nossos medos e sobrevivemos a eles! É bem difícil, sim, mas nos ensinou a enfrentar nossas inseguranças, a entender que bicho papão é personagem de história de faz-de-conta e que papai e mamãe precisam de privacidade.


Nas palestras sobre Limites que ministro e diariamente nos atendimentos, digo aos pais que se os filhos estão dormindo na cama deles, das duas uma, ou eles não estão mais vivendo como casal – e ninguém deixa de ser homem e mulher porque se tornou pai e mãe – ou as crianças estão ouvindo tudo e isso sim será mais assustador para os pitocos do que o bicho papão... pelo menos na infância.


Que tal estabelecer a regrinha e fazê-la cumprir? Nos primeiros dias vai ser bem difícil! As crianças tentam, choram, resistem, voltam para nosso quarto, querem vencer pelo cansaço. Não podemos deixar! Uma vez que o hábito de dormir no próprio quarto se estabelece, os pais podem retomar a rotina, dormir mais tranqüilos e até ter uma melhor qualidade de vida, afinal, dormir melhor contribui – e muito – para a qualidade de vida!


Nos primeiros dias vai ser bem cansativo, é preciso ir com a criança para o quarto dela, contar história e ficar até ela adormecer. No meio da noite ela fará uma visitinha e, mesmo no frio e com sono, você terá que levantar e levá-la de volta. No outro dia estará exausta, mas pode festejar a missão cumprida! Estabeleça uma pontuação com seu filho e quando ele atingir um número X de dias dormindo no próprio quarto premie com um passeio bem bacana, com um animal de estimação ou algo que seja bem significativo para ele e que não seja de grande valor material, mas emocional... Prefiro sempre as premiações que representam um valor emocional importante para a criança: amigo dormir na sua casa, um coelhinho de presente, uma partida de futebol com toda a sua turminha que os pais organizarão... Enfim, faça o seu filho perceber que ele venceu um obstáculo e merece ser premiado! Claro que esta premiação não deve vir no primeiro dia, mas deve ser algo conquistado depois de que dormir no próprio quarto virar uma rotina. Um mês é um bom tempo para estabelecer a conquista... um mês dormindo no próprio quarto pode ser recompensado. Mas não devemos deixar que depois disso haja recaída, afinal, depois que virou hábito é só mantê-lo!


Vale a pena tentar! Afinal, isso será mais tranqüilizador para seu filho e para você! Cada um na sua cama!




Fabíola Scherer Cortezia - fabiola@espacodomquixote.com.br

Psicóloga do Espaço Dom Quixote

Dislexia


A Dislexia é um distúrbio de aprendizagem de origem neurológica, caracterizado pela dificuldade com a fluência correta na leitura e dificuldade na habilidade de decodificação e soletração, resultantes de um défict no componente fonológico da linguagem, isto quer dizer que as crianças (ou adultos) com dislexia não conseguem, principalmente, relacionar a letra escrita com o som que ela corresponde na linguagem oral.

Há estudos que indicam que a prevalência de dislexia é de 5 a 17% na população mundial e ela tem fatores tanto genéticos quanto ambientais. Pensando na realidade das nossas escolas, percebe-se que há poucos alunos com este diagnóstico, sendo que os que têm o diagnóstico, podem não ser disléxicos se a avaliação não foi feita por uma equipe de profissionais, incluindo médico neurologista, fonoaudiólogo, psicólogo e psicopedagogo. E é fundamental que TODOS estes profissionais avaliem a criança porque o diagnóstico pode não ser preciso se não haver avaliações de todos.

Alguns comportamentos relacionados à dislexia já podem ser observados desde a Educação Infantil. É importante observar se as crianças apresentam:

- dispersão;
- fraco desenvolvimento da atenção;
- atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem;
- dificuldade em rimas e canções;
- fraco desenvolvimento da coordenação motora.

E durante os anos iniciais observar se:

- não diferencia números e letras;
- tem problemas de lateralidade;
- persistência de dificuldade no processo de linguagem;
- olhar perdido ao tentar ler, entre outros.

É importante deixar claro que estes sinais não definem se uma criança é disléxica ou não, mas deve servir como sinal de alerta para a procura de profissionais habilitados para realizarem a avaliação necessária. Com o diagnóstico correto o professor poderá adequar seu currículo e, com o auxílio de profissionais, garantir que a criança, mesmo com dificuldade, tenha o desenvolvimento da aprendizagem e das habilidades de leitura e escrita.


Fernanda Helena Kley - fernandafono@espacodomquixote.com.br
Fonoaudióloga Pós-Graduanda em Neuropsicologia (UFRGS) do Espaço Dom Quixote