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Pensar na criança, significa pensar no adulto e no "nosso" futuro


Os primeiros anos de vida representam o período em que ocorrem mudanças profundas tanto no corpo como na mente. É na infância e na adolescência que acontecem os primeiros envolvimentos emotivos e relações sociais; as crianças com um desenvolvimento saudável se comportam adequadamente em casa, na escola e na comunidade, tendo uma boa qualidade de vida.

Os problemas psíquicos que se verificam na infância podem ter um grande impacto no desenvolvimento das capacidades intelectuais e sociais, assim como sobre a maturidade emotiva.

A adolescência pode ser um momento particularmente difícil. As crianças na puberdade podem ser submetidas a muitas pressões: obterem a aprovação dos pais, dos amigos e superar os exames escolares; alguns tem problemas específicos, se preocupam com as dificuldades econômicas da família, podem sentir-se feridos ou confusos com a separação dos pais, ou são obrigados a conviver com o etilismo ou a doença mental de alguém próximo.

Apesar de tudo, a maioria conseguirá passar essa fase chegando bem à idade adulta, mas infelizmente alguns terão problemas específicos que necessitarão de cuidados profissionais.

As crianças podem apresentar transtornos que muitos pensam serem presentes somente na idade adulta, como depressão e ansiedade.

Outros transtornos mentais que se manifestam na infância são: autismo, déficit de atenção/hiperatividade, transtornos alimentares, transtornos de conduta, tics e até mesmo abuso de substâncias ilícitas.

Os transtornos mentais podem tocar famílias de qualquer classe e origem, mas alguns estão expostos a mais riscos. Estes riscos são maiores quando encontramos problemas físicos e intelectuais, baixo peso ao nascimento, história familiar de transtorno mental ou de dependência química, pobreza, separações, abusos e abandono.

A atenção à saúde mental da criança deveria ser um prioridade, visto que implica em perdas escolares, problemas de adaptação e conduta que produzirão grande sofrimento e dificuldades na vida adulta. Contudo, fornecendo apoio adequado às crianças e familiares, é possível reduzir o efeito dos fatores de risco e melhorar o desenvolvimento social e emotivo da criança.

Para muitos transtornos é útil a terapia psicológica, assim como a ajuda farmacológica, proporcionada pelos medicamentos usados hoje em Psiquiatria, e é claro que o sucesso de toda a terapia depende do envolvimento da família, assim como do suporte de uma equipe multidisciplinar composta por psiquiatras, psicólogos, psicopedagogos e outros especialistas da área.


Márcia Gianlupi – marciapsiq@espacodomquixote.com.br
Psiquiatra do Espaço Dom Quixote
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