RSS

Cadeirante e adoção


Meu nome é Ana Paula, tenho 31 anos e sou cadeirante devido há um problema congênito. Estava procurando na net alguma matéria que falasse sobre adoção e mães cadeirantes, achei uma matéria no blog Espaço Dom Quixote. Gostei mto... vocês trabalham especificamente com casos assim?

Sabe se é muito difícil para uma mulher cadeirante e ainda solteira adotar uma criança? Este é um de meus sonhos, se Deus quiser quero me inscrever para adoção em 2012.


Resposta juridíca:
Bom dia Ana Paula, quanto ao assunto de adoção por uma mãe cadeirante, vale primeiramente explicar detalhadamente o que é uma adoção.

Juridicamente a adoção é um processo legal e irreversível que transfere o poder familiar dos pais biológicos, para uma família substituta.

Uma adoção no ponto jurídico, visa em primeiro lugar garantir o bem-estar do adotado e seu direito fundamental ao convívio familiar. Já para quem adota, é a possibilidade de realizar o sonho da paternidade ou maternidade sem gerar, de oferecer proteção, carinho e amor a uma criança e, principalmente, receber o amor deste filho.

Para que este ato jurídico "a adoção" se concretize existem alguns requisitos básicos segundo a lei, ou seja, o homem ou a mulher (adotantes) tem que serem maior de 18 anos e com uma situação socioeconômica estável, ou seja, capaz de se manter financeiramente e manter uma família. A pessoa precisa também ser pelo menos 16 anos mais velha do que quem será adotado. Não é preciso ser casado. Viúvos, divorciados e solteiros podem adotar sem problemas.

A lei em nenhum momento faz qualquer objeção ou sequer faz menção quanto aos adontantes serem ou não pessoas com deficiências físicas, até porque isso seria discriminação e a constituição federal é clara quanto a todos serem iguais.

Portanto Ana Paula, você sendo solteira e cadeirante pode adotar um filho
sim.

Lute pelos teus sonhos e seja feliz.


Drª Janaína Beck
OAB/RS 52277
Especialista em direito de família

O que eles têm a nos dizer?



Crianças gostam de falar, contar suas histórias e dar sua opinião sobre assuntos da atualidade. Coisas que vêem na TV, assuntos de aula, entre outros que possam interessar. Mas será que estamos atentos ao que nossas crianças tem a nos dizer?

Infância é a fase do desenvolvimento entre o nascimento e a puberdade, correspondendo o período de 0 a 12 anos. Infância vem da palavra infante, que significa incapacidade de falar. Vale lembrar que durante muito tempo as preocupações com as crianças diziam respeito, sobretudo, a sua sobrevivência, já que devido à fragilidade do indivíduo ao nascer, os índices de mortalidade infantil eram bastante altos.

Ainda é comum vermos e ouvirmos adultos ignorando as idéias e pensamentos de crianças, achando que elas não tem nada a acrescentar, ledo engano!

Considerar a linguagem infantil como algo repleto de significados é algo recente na educação. Ao dar ouvidos para as crianças percebe-se que ele tem muito a dizer e muito a contribuir.

Em simples conversas com as crianças elas apresentam argumentos que podem auxiliar e muito na nossa prática pedagógica dentro de sala de aula, afinal, quem melhor que nossos pequenos para avaliar nosso trabalho? E até mesmo em questões do nosso dia-a-dia eles podem ter a solução que nós adultos já não conseguimos ver e que para eles pode ter um jeito simples de resolver! Não custa nada perguntar, afinal esses argumentos refletem a visão dessas crianças em relação ao mundo em que vivem.

O jornal Zero Hora já percebeu a importância de ouvir as crianças e criou um conselho de leitores mirins, que se reúne uma vez por mês e juntamente com a psicopedagoga Clarissa Paz de Menezes e as jornalistas Anelise Zanoni e Lucia Pires, discutem sobre as reportagens do jornal, ressaltando o que eles gostaram e sugerindo melhorias, em especial para a sessão “para seu filho ler” na qual é explicado para as crianças questões a respeito de reportagens específicas. E as crianças não decepcionam! Conversam sobre o que gostam e o que não gostam, dão sugestões de melhorias e de reportagens, sempre surpreendendo nas opiniões dadas.

Sim, nossas crianças tem muito a nos dizer, e cabe a nós adultos, mantermos nossas orelhas verdes, como o poema de Giani Rodari.


O homem da orelha verde

Um dia num campo de ovelhas
Vi um homem de verdes orelhas
Ele era bem velho, bastante idade tinha
Só sua orelha ficara verdinha
Sentei-me então ao seu lado
Afim de ver melhor, com cuidado
Senhor, desculpe minha ousadia, mas na sua idade
De uma orelha tão verde, qual a utilidade?
Ele me disse, já sou velho, mas veja que coisa linda
De um menininho tenho orelha ainda
É uma orelha-criança que me ajuda a compreender
O que os grandes não querem mais entender
Ouço a voz dos passarinhos
Nuvens passando, cascatas e riachinhos
Das conversas das crianças, obscuras ao adulto
Compreendo sem dificuldade o sentido oculto
Foi o homem de verdes orelhas
Me disse no campo de ovelhas.
GIANI RODARI


Clarissa Paz de Menezes - clarissapp@espacodomquixote.com.br
Psicopedagoga do Espaço Dom Quixote

Professor: como está a sua voz?


Na reta final do ano escolar, muitos professores sentem que a voz já não está mais dando conta da carga horária diária de trabalho. São comuns os sintomas de rouquidão, voz cansada, dor na garganta e eles se intensificam nesta fase do ano, pois além do fato de a voz ter sido utilizada em demasia durante o ano, o estresse e a correria para cumprir prazos também afetam a qualidade vocal.


Que o professor precisa utilizar a sua voz exaustivamente durante um dia de trabalho e que a realidade das salas de aula não favorece a acústica da voz, isso todo mundo sabe, mas é fundamental que o professor procure preservar a sua voz e se utilize de estratégias para evitar o desgaste demasiado.


Tomar muita água durante o dia é a dica de ouro para manter a voz saudável. O recomendado é 2 litros de água por dia, é preciso criar o costume de tomar água antes de sentir sede, pois quando temos a sensação de garganta seca é porque já passou da hora de se hidratar novamente.


Alguns hábitos nocivos também são prejudiciais para a nossa voz como o fumo e o álcool, mas há também alguns hábitos que falsamente auxiliam a voz como balas de gengibre, tossir ou pigarrear para “limpar” a voz, sussurrar. As balas podem trazer a sensação de anestesia para região laríngea, neste caso a pessoa não percebe o quanto pode estar prejudicando a sua voz. A tosse e o pigarro são movimentos rápidos das pregas vocais e se realizados frequentemente podem ocasionar lesões nesta região. Já o sussurro pode dar a falsa impressão de que estamos poupando a voz quando, na verdade, estamos modificando o movimento das pregas vocais, gerando cansaço e fadiga muscular. Evitar gritar e falar sem repouso durante muito tempo também é prejudicial.


Tomando estes cuidados, a voz se manterá saudável até o final do ano quando ela também merecidamente terá alguns momentos de descanso!


Fernanda Helena Kley – fernandafono@espacodomquixote.com.br
Fonoaudióloga do Espaço Dom Quixote

Autismo: uma visão transdisciplinar


O Espaço Dom Quixote está promovendo nos meses de novembro e dezembro o curso AUTISMO: UMA VISÃO TRANSDISCIPLINAR. Turma lotada e muito conhecimento estão deixando as noites de terças-feira muito interessantes! Psicóloga, psicopedagoga, fonoaudióloga, nutricionista, musicoterapeuta e terapeuta ocupacional estão apresentando as últimas pesquisas na área, dicas práticas e manejo com crianças e adolescentes autistas.



BENEFÍCOS DA MUSICOTERAPIA NOS TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA


Musicoterapia e Autismo
A Musicoterapia tem se destacado no tratamento de pessoas com transtornos do espectro autista (TEA), havendo diversas pesquisas que comprovam sua eficácia. Pesquisas mostram também forte interesse e curiosidade de pessoas com TEA pela música, e que se saem melhores na música do que em outras áreas do comportamento, assim como apresentam maior responsividade a ela do que a outros tipos de estímulos auditivos, como a fala.
As pessoas com TEA apresentam uma desorganização nas redes neuronais e a música é capaz de reorganizá-las. Além disso, é capaz de ativar todas as áreas do cérebro, estimulando e desenvolvendo a pessoa como um todo.


Interação, Comunicação e Estereotipia
A música é uma das poucas coisas que chama a atenção de uma pessoa com TEA. O paciente toca um instrumento musical, e este serve como um elo entre paciente e musicoterapeuta, sendo o ponto de contato inicial. Através deste instrumento ou outra atividade musical, o paciente passa a se relacionar com o musicoterapeuta, possibilitando um diálogo musical e um meio de trabalhar a interação social e a comunicação, os objetivos mais almejados para pessoas com TEA.

A musicoterapia oferece assim, um novo meio de expressão e comunicação para pessoas com TEA através de técnicas como improvisação musical, composição, cantar, tocar, ouvir canções, jogos musicais, exercícios rítmicos, técnicas de imitação, entre outras. Através dessas técnicas o musicoterapeuta arma situações (que podem se originar de manifestações sonoras do paciente) para o paciente interagir, visando atingir os objetivos terapêuticos estabelecidos.

A fala é desenvolvida na improvisação, jogos musicais e na sua estimulação pelo cantar. Os pacientes passam a cantar palavras, frases ou até uma canção inteira, e respondem verbalmente. Através de técnicas específicas, o musicoterapeuta pode provocar ou aumentar na pessoa com TEA o desejo de se comunicar.

Os comportamentos estereotipados podem se reduzir através do fazer musical, do ritmo e dos instrumentos. O paciente para o comportamento estereotipado para se engajar na música.


Outros Efeitos
Outra característica comum em pessoas com TEA é a dificuldade no agrupamento espaço-temporal e psicomotor, muitas vezes não enxergando as coisas como um todo, mas sim em partes. A música, por ser uma organização espaço temporal, trabalha noções de agrupamento: o todo e as partes, figura e fundo, início e fim, através do ritmo, dança, harmonia, melodia e canções.

A musicoterapia oferece também a estimulação sensorial (tátil, visual e auditiva) através do ouvir e cantar, de movimentos e dos instrumentos, que também estimulam a coordenação motora.

No âmbito emocional, é freqüente a dificuldade de expressão de uma pessoa com TEA, onde a Musicoterapia oferece outra maneira de expressão dos sentimentos, das emoções, e estimula a comunicação verbal destes. A música é capaz de evocar e provocar determinados sentimentos e emoções, e estes podem ser trabalhados através de músicas que expressem ou que trazem no texto as diferentes emoções.

Nas questões cognitivas, o musicoterapeuta vai arranjando formas de aumentar a atenção do paciente nas atividades. A Musicoterapia desenvolve também a memória, a criatividade, organiza o pensamento e aumenta a capacidade de aprendizagem.

Outros resultados que a Musicoterapia com pessoas com TEA apresenta são: diminuição do isolamento social, maior exploração de objetos e do ambiente ao seu redor (cantando e imitando sons, estabelecem-se relações com o ambiente), maior contato visual e corporal, desenvolvimento da autonomia e cooperação, satisfação e aumento da autoestima através da realização provocada pelo fazer musical, comportamentos mais apropriados, redução da ansiedade, entre outros, além de auxiliar nas atividades de vida diária.

Sendo assim, a Musicoterapia abre um canal de comunicação e estabelece contato pessoal, aprimorando o desenvolvimento socioemocional das pessoas com TEA. Surgem melhoras também na consciência de si mesmo e na qualidade de vida do sujeito e de todos ao seu redor.

O tratamento musicoterapêutico deve ser feito por um musicoterapeuta qualificado, que analisa os tipos de instrumentos, sons, canções e atividades mais propícias para cada pessoa.


Luciana Steffen - lucianamt@espacodomquixote.com.br
Musicoterapeuta da Clínica Espaço Dom Quixote


Para saber mais

DAVIS, W.B., GFELLER, K.E. & THAUT, M.H. An Introduction to Music Therapy: Theory and Practice, Terceira edição. Silver Spring: American Music Therapy Association, 2008.
OLDFIELD, Amelia. Interactive Music Therapy - A Positive Approach. London and Philadelphia: Jessica Kingsley Publishers, 2006.

A atuação do nutricionista na obesidade infantil: prevenção e tratamento


A obesidade tornou-se uma questão de saúde pública no mundo, condição que em nossa sociedade passou a acometer não somente adultos como também crianças e adolescentes com números alarmantes. A obesidade está associada a problemas de saúde bastante significativos na idade pediátrica e indivíduos que apresentam sobrepeso e obesidade na infância têm uma maior predisposição ao desenvolvimento de patologias associadas ao estado nutricional, como por exemplo, as doenças cardiovasculares.

Dietas com alta densidade energética, associadas a um estilo de vida sedentário, são vistas como os principais fatores etiológicos do aumento da prevalência da obesidade no mundo. As alterações na estrutura da dieta, associadas às mudanças econômicas, sociais e demográficas e suas repercussões na saúde populacional, vêm sendo observadas em diversos países em desenvolvimento.

Para os profissionais da área da nutrição, existem dois enfoques, ambos de extrema importância para a saúde. Um deles é o tratamento dietoterápico quando o quadro de obesidade já está instalado na criança e no adolescente e onde a elaboração do plano alimentar visa à redução do peso corporal. Além disso, é importante salientar o incentivo à prática de atividade com o envolvimento da família em todo este contexto. O outro enfoque, que sem dúvida é a chave deste tão complexo processo, é a prevenção da obesidade através da promoção de uma alimentação saudável e do empenho na mudança efetiva de hábitos alimentares e estilo de vida destes núcleos familiares.

O nutricionista tem este instigante propósito de não só tratar, mas principalmente educar pessoas para que estas possam ter uma melhor qualidade de vida através de práticas alimentares saudáveis.


Daniele Santetti - danielenutri@espacodomquixote.com.br
Nutricionista do Espaço Dom Quixote

O Conselho Mirim de ZH

Retirado do site: Blog do Editor

26 de outubro de 2010


Onze pequenos leitores formaram ontem o primeiro conselho mirim de Zero Hora. Eles se reuniram no Espaço RBS, no térreo do prédio Administrativo, e surpreenderam os jornalistas. A tarefa do grupo é exatamente a mesma dos conselheiros grandes do jornal: dar opinião sobre a cobertura.


A professora e psicopedagoga Clarissa Paz de Menezes, do Espaço Dom Quixote, de São Leopoldo, ajudou a equipe de ZH a receber as crianças. No primeiro encontro, a ideia era descontrair, conversar e formar um grupo de novos amigos. E nada melhor do que um especialista.

Em uma roda, a professora chamou as crianças e tornou a apresentação uma grande brincadeira para ajudá-las a decorar o nome uma das outras. Os olhares curiosos e o interesse pelo jogo proposto por Clarissa garantiu a integração dos novos conselheiros. Até Bernardo, sete anos, o mais jovem do grupo, esqueceu o amigo que trouxe de casa, o cavalo de pelúcia.

Depois de um lanche oferecido pela empresa Totosinho, com hamburguinhos e docinhos, os conselheiros trocaram ideias e conversaram sobre o que mais gostam em ZH e as expectativas sobre o que a Turma do Clubinho poderá fazer pelo jornal.
O encontro durou uma hora e meia. Na saída, os integrantes levaram um tema de casa: ajudar a identificar os selos Para Seu Filho Ler nas próximas edições de ZH e trazer opinião sobre os assuntos que mais gostaram no jornal.

Os primeiros conselheiros do jornal são: Ariel Ali Maciel, nove anos, Beatriz Vieceli Goulart, nove anos, Bernardo Lorenzi Muller, sete anos, Fernanda Goulart, 11 anos, Giovanna Costa Baldino, nove anos, Julia Rossoni, oito anos, Lina Zanella, 10 anos, Lucas Preuss Diemer, 10 anos, Marina Rodrigues Alves da Silva, oito anos, Martina Acosta, nove anos e Nicolas Dias Cramer, 10 anos.

http://wp.clicrbs.com.br/editor/2010/10/26/o-primeiro-encontro-da-turma-do-clubinho/?topo=13,1,1,,,13

Brincadeira de criança, como é bom, como é bom


Brincar significa explorar seu corpo, o espaço e aprender tudo o que acontece a sua volta. Para a Terapia Ocupacional Infantil, o brincar é o principal instrumento de trabalho. Utilizando-o com recurso terapêutico, conseguimos buscar a essência da criança e tirar da sessão tudo aquilo que precisamos para elaborar um bom plano de tratamento. Através do brincar conseguimos explorar todas as áreas de desempenho e assim criando um elo de fortalecimento entre o real e o imaginário, sendo possível compreender a criança.

As atividades lúdicas servem de campo de treinamento para atividades diárias, escolares e atividades de coordenação em geral. Dificuldades em integração sensorial podem impedir o brincar, que é a maior fonte de aprendizagem da criança. Por outro lado, o desenvolvimento da habilidade de brincar com certeza leva a uma integração sensorial mais adequada.

Já dentro do campo psicomotor, o brincar permite a criança aliar ação a emoção, e assim dar significado a cada história que constrói no seu dia-a-dia. Além de permitir vivenciar os fatos e compreende-los da sua maneira, permitindo que a criança se conheça.

O brincar, pela visão psicomotora permite o fortalecimento e o treino da tonicidade muscular, fortalece a relação materno-paterna, principalmente se estes participam com entusiasmo da brincadeira. Esse é o trabalho da criança! A mãe vai autorizando, pela separação de ambas, que a criança se descubra e construa seus significantes.

É por meio do brincar com qualidade que a criança se desenvolve e usufrui desses instrumentos psicomotores (linguagem, comunicação, socialização, aprendizagem e psicomotricidade) durante a vida.

Por isso, muitas vezes a Terapia Ocupacional e Psicomotricidade andam lado a lado. Ambas privilegiam o desenvolvimento saudável e a importância da relação pais e filho.

Muitas vezes, é e permitir aos pais voltar a ser criança e explorar tudo o que história infantil tem a oferecer. E para isso, inventar tuneis, passar por baixo de cadeiras, mesas, criar vestidos e roupas de lençóis e cobertores são instrumentos enriquecedores para o desenvolvimento da criança.

Deixo o início do que pode vir a ser uma história de descobertas e imaginação... Há uma luz no final do túnel? Cadê? Sumiu...


Priscila Straatmann Mórel - priscilato@espacodomquixote.com.br
Terapeuta Ocupacional e Psicomotricista do Espaço Dom Quixote

Taquifemia




O que é taquifemia

A Taquifemia é um distúrbio da fala pouco conhecido e muitas vezes o diagnóstico é confundido com Gagueira. A pessoa que possui este diagnóstico tem como característica principal a velocidade de sua fala aumentada, ou seja, ela fala muito rápido. A fala é tão rápida que acaba por interferir na inteligibilidade da mensagem que a pessoa está tentando passar. Além disso, é possível identificar um aumento no número de hesitações na sua fala. É aquela pessoa que fala muito “hã” antes de começar a falar, demonstrando que precisa de um tempo maior para formular no seu pensamento o que vai falar. Outro ponto importante que deve ser observado no taquifêmico é que normalmente ele não tem consciente da sua dificuldade de fala.

O tratamento é feito por um fonoaudiólogo e este acompanhamento terá como objetivo aumentar a qualidade da comunicação com melhora na fluência da fala. Durante a terapia, será trabalhado com o paciente a consciência dele de sua própria fala, sendo que este aspecto é primordial no tratamento, pois assim ele conseguirá levar as estratégias do tratamento para o seu dia a dia, monitorando os altos e baixos de sua fala. Também são trabalhadas estratégias para a redução da velocidade da fala, melhora na articulação dos sons e coordenação pneumo-fono-articulatória.

A Taquifemia é considerada um problema de linguagem associado a uma disfunção no Sistema Nervoso Central e pode aparecer também em casos de Gagueira, Transtornos de Aprendizagem e Transtornos de Déficit de Atenção e Hiperatividade.
Com o decorrer da terapia fonoaudiológica, o paciente consegue aprimorar a sua fala, aumentando a sua inteligibilidade a partir da melhora da articulação e diminuição da velocidade de fala.


Fernanda Helena Kley - Fonoaudióloga

Dúvidas sobre educação e saúde de crianças e adolescentes? Nós podemos ajudar!

Meu filho é MUITO rebelde. O que devo fazer?


Em primeiro lugar, é necessário definir quais limites se deseja estabelecer, ou seja, o que “pode” e o que “não pode” ser feito, o que é preciso proibir, quais regras vale a pena estipular ou não. Uma vez estabelecidos quais limites respeitar (horário de dormir, das refeições, das saídas com amigos), é necessário explicitá-los por meio de uma conversa, deixando claras quais conseqüências se seguirão ao seu descumprimento. Qualquer limite deve ser o mais claro possível, de modo a eliminar qualquer ambigüidade, para que a criança compreenda o que pode e o que não pode.

É importante agir com firmeza e sem hesitação. Uma criança identifica quando um “não” pode ser um “talvez” e, nesse caso, não irá cumprir o estipulado. Pais e professores inseguros em suas decisões geram crianças que testam suas possibilidades. A palavra “consistência” é fundamental na aplicação de limites, pois quando se define que algo não pode ser feito, a regra não deve ser “furada” de acordo com o bom humor do responsável pela criança e novas regras não devem ser estipuladas baseadas no mau humor de quem as aplica. Os pais devem ser um modelo de comportamento para os filhos, não valendo o famoso: “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.

Caso as dicas acima não surtirem resultado, vale o conselho de sempre: procure um especialista!

Fabiola Scherer Cortezia - Psicóloga

Dúvidas sobre educação e saúde de crianças e adolescentes? Nós podemos ajudar!

Por que as pessoas morrem?


Quem nunca se deparou com a pergunta acima feita por uma criança e ficou sem respostas? Muitos de nós temos dificuldades em responder a esta e a outras perguntas sobre o tema, principalmente se quem questiona for uma criança.

Fugir da pergunta ou dar respostas fantasiosas pode criar confusão e compreensão errada do assunto. Afinal, a pergunta parece simples como todas as perguntas de crianças. A nossa reação diante dela é que se enche de medos, dúvidas e outros sentimentos que perturbam o nosso discernimento sobre o assunto.

Responder para uma criança que é da vontade de Deus, por exemplo, pode representar que Deus é alguém ruim e que está provocando esta dor na criança e na família. Se a família ensina valores cristãos aos filhos, esta resposta pode provocar medo e raiva de Deus, sem um real entendimento da situação. Afinal, as pessoas podem morrer em decorrência de uma doença, em um acidente, por causa da violência urbana, etc e a criança que acredita em Deus precisa saber que esses acontecimentos não são provocados por Deus. Ela confia neste Deus que a família apresentou como amigo, que olha por nós. Se a criança perguntar por que Deus permitiu que a pessoa querida morresse, podemos explicar sobre a finitude da vida, sobre a violência com a qual precisamos tomar cuidado e sobre precauções com a segurança. Tudo isso sem alarmar a criança nem criar-lhe medos desnecessários.

Se observarmos as crianças, perceberemos que elas enfrentam os problemas com mais facilidade que os adultos. Quando brigam com um coleguinha na escola, logo fazem as pazes e voltam a brincar. Não significa que esqueceram o problema, mas preferem brincar a sofrer.

Em cada faixa etária há um entendimento diferente para a morte, e precisamos respeitar esta compreensão para não explicar mais do que a criança consegue entender ou realmente quer saber.

Até 3 anos de idade, a criança é extremamente dependente dos adultos que cuidam dela, e a morte representa perda e abandono. Os pais precisam ajudar a criança a sentir-se confiante e segura, não aumentando a dependência deles para que não se sinta assustada nos momentos em que estiver sozinha ou até mesmo quando for para a escola.

Dos 3 aos 5 anos, as crianças começam a perceber as consequências da morte, mas ainda têm dificuldade em entender que ela é real e irreversível. Muitas vezes acham que a pessoa está dormindo e que logo vai acordar. Além de permitir que a criança chore, tenha raiva, demonstre sua incompreensão, é importante deixar claro para ela que a pessoa querida não voltará. As crianças que acreditam que a pessoa está dormindo podem ficar com medo de dormir, acreditando que também não irão acordar.

Dos 5 aos 9 anos, as crianças começam a entender a irreversibilidade da morte: ficam com medo da morte dos pais, acham que uma pessoa que vai para o hospital vai morrer e podem ficar com medo de viajar quando acompanham o noticiário falando sobre a morte em acidentes de trânsito, por exemplo. Começam, assim, a entender a certeza da morte.

Falar para as crianças que a pessoa virou uma estrela, que está morando no céu, pode acalmá-las e ajudá-las a diminuir a saudade e a tristeza.

Normalmente, a criança tem sua primeira experiência com a morte quando seu animal de estimação morre. Para ela, a tristeza pela perda do animal é a mesma que pela perda de uma pessoa querida. É importante compreender este sentimento e não menosprezá-lo, dizendo que é só um bichinho ou imediatamente substituindo o animal morto por outro. Muitas vezes, as crianças querem enterrar o animal e fazer uma cruz, acreditando que ele irá para o céu dos bichinhos. Podemos participar deste ritual com a seriedade devida para ajudar a criança a superar este momento.

Muitos pais têm dúvidas quanto à participação da criança em um velório. Acredito que é importante deixar a criança decidir se quer participar em algum momento para se despedir da pessoa querida, sem forçar ou ignorar este apelo. Deve-se explicar que a pessoa está deitada ali no caixão para que os amigos e familiares possam se despedir e demonstrar o quanto gostavam dela, e que depois ficarão na nossa lembrança os momentos em que a pessoa estava conosco, brincando, rindo, contando alguma história.

A criança deve estabelecer os seus limites neste momento, sendo aconselhável evitar que permaneça muito tempo no velório ou que beije a pessoa, por questões de saúde.

Muitas vezes, falar da morte para as crianças é mais difícil para os adultos do que para elas próprias, pois crianças buscam o entendimento simples do fato.

Outro dia, pesquisando com um grupo de crianças sobre a vida dos homens e mulheres das cavernas, vimos imagens de um enterro e começamos a conversar sobre o assunto. As perguntas giravam em torno do ritual do enterro, da importância para os familiares e amigos de homenagear aquela pessoa e, no caso das imagens, da forma como tudo acontecia há tantos anos. Acharam muito estranho as pessoas serem enterradas com seus pertences. No dia seguinte, uma criança trouxe alguns vagalumes num pote para mostrar aos colegas e, durante as atividades, percebeu que um deles havia morrido. Resolveram enterrá-lo no pátio. De longe fiquei observando um grupo de crianças escolhendo um lugar e fazendo o buraquinho para enterrar o inseto. Não esqueceram de colocar flores. Depois de um tempo resolveram desenterrá-lo (talvez para confirmar que estaria lá) e não o acharam. Uma das meninas me procurou e disse que o vagalume não estava mais enterrado, que Jesus o tinha levado para o céu inteirinho, com corpinho e espírito.

Ouvir as crianças e pensar com elas sobre um tema tão doloroso pode amenizar a dor e o sofrimento, além de reduzir expectativas e medos.


Janete Cristiane Petry - janetepp@espacodomquixote.com.br
Psicopedagoga do Espaço Dom Quixote