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Professor(a): qual a tua embarcação?


Ser professor(a) é estar navegando em muitos mares. Por vezes são mares revoltos, com altas e violentas ondas; em outros momentos os mares estão calmos, sem ventos que façam a embarcação navegar. Há ainda os mares desconhecidos, que são sempre uma incógnita; e ainda os mares amigos, aqueles que nos convidam a viagens inesquecíveis.

Se vamos navegar, e disto não podemos nos omitir, precisamos escolher nossa embarcação. Podemos fazer nossa viagem em um navio, como aqueles que partem em esplêndidos e luxuosos cruzeiros, cheios de atrações e divertimentos. Nesta embarcação ninguém fica parado, todos estão em constante movimento e deslumbramento. Em cada andar um novo show, outro entretenimento, mais e novos passageiros/amigos. Precisamos nos acostumar rapidamente com este ritmo de viajar, afinal queremos aproveitar tudo, queremos conhecer tudo. Tudo acontece com muita euforia e frenesi. Ao final desta viagem muitas lembranças, muitas histórias para contar.

Talvez nossa viagem aconteça dentro de um bote salva-vidas. Não é menos emocionante, nem menos atrativo. Infelizmente o motivo de ser utilizado, normalmente, é para salvar quem está se afogando ou correndo perigo. Somos acionados quando o navio está afundando e, isto, normalmente acompanha a ansiedade, o medo, o abandono, a perda. Quem é socorrido pelo nosso bote salva-vidas não tem outra alternativa, se quiser sobreviver. Para nós fica o sentimento de salvadores da pátria, de tábua da salvação, tarefa que pode ser difícil de cumprir e impõe um fardo muito grande. E se o bote for pequeno, se ele não resistir ou se perder nestes mares?

Podemos também escolher viajar numa jangada ou numa canoa. Parece muito simples? Talvez seja, mas não é menos especial. Afinal, para se fazer uma jangada ou uma canoa é preciso muita técnica, muita experiência. Não se pode fazer uma embarcação de qualquer jeito. É preciso escolher a madeira certa, forte e resistente às intempéries e persistente nas calmarias. É preciso cortar esta madeira de forma correta e no tempo certo de seu amadurecimento. Não pode ser nem muito nova e nem muito velha, ela precisa ser/sentir-se jovem e experiente, capaz de moldar-se no formato necessário para ser uma excelente jangada ou canoa. A distância ou a velocidade serão imprimidas pelo navegador, podemos deslizar e saborear um passeio tranquilo ou podemos correr rapidamente por sobre as ondas para alcançar nosso destino, sem deixar de perceber a natureza a nossa volta, sentir a água bater em nosso rosto e experimentar as mais diferentes sensações.

Ser professor(a) é viajar, e nessa viagem levamos aqueles que conosco navegam por um ano, por um período ou pela vida toda. Cada um(a) escolhe a sua embarcação de acordo com a viagem e com as experiências que quer ter e levar pela vida. Independente da embarcação precisamos nos preparar para enfrentar todos os tipos de mares, pois eles estão em constante movimento e exigem de nós um olhar atento e preparo para conduzir a embarcação.

Como dizia Fernando Pessoa: Navegar é preciso..

Neste caso, viver também é preciso para poder tornar a viagem uma experiência para a nossa vida e a vida de quem conosco viaja. Navegar e viver são necessidades. Cabe-nos escolher como navegar e como viver.

Que seja da melhor forma, na melhor companhia e repleto de experiências.

Professor(a): navegue e viva todos os dias com determinação, paixão e sabedoria.

Parabéns a todos(as) os(as) professores(as) pela escolha de vida que fizeram e boa viagem!



Janete Cristiane Petry – janetepp@espacodomquixote.com.br
Psicopedagoga do Espaço Dom Quixote

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