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Síndrome da Alienação Parental


Cada vez mais em evidência, esse termo foi proposto por Richard Gardner, em 1985, para a situação em que a mãe ou o pai de uma criança a treina para romper os laços afetivos com o outro genitor criando assim fortes sentimentos de ansiedade e temor em relação ao outro genitor. Estima-se que 80% dos filhos de pais divorciados já sofreram algum tipo de alienação parental e que mais de 20 milhões de crianças sofram este tipo de violência.

A SAP é freqüentemente observada em casos onde estão associados situações de ruptura da vida conjugal na qual um dos genitores tem uma tendência vingativa muito grande. Por não conseguir elaborar adequadamente o luto da separação, desencadeia um processo de destruição, vingança, desmoralização e descrédito do ex-cônjuge. Sendo o filho utilizado como instrumento da agressividade direcionada ao parceiro no processo vingativo.

O genitor alienante exclui o outro genitor da vida social e emocional dos filhos, vindo a interferir nas visitas, atacando a relação entre filho e o outro genitor acabando por denegrir imagem do outro genitor (criticando, emitindo falsas acusações).

Enquanto isso, a criança alienada apresenta um sentimento constante de raiva e ódio contra o genitor alienado e sua família, se recusando a dar atenção, visitar ou se comunicar com o outro genitor. Além disso, guarda sentimentos e crenças negativas sobre o outro genitor que são inconseqüentes, exageradas ou inverossímeis com a realidade.

Essas crianças com o passar do tempo apresentam distúrbios psicológicos como depressão, ansiedade e pânico, utilizam álcool e drogas como forma de aliviar a dor, maior incidência de cometer suicídio, baixa auto-estima e não conseguem manter ou ter uma relação saudável. Além disso, possuem sérios problemas de gênero, em função da desqualificação do genitor atacado.

Poder ajudar seu filho significa protegê-lo das discussões conjugais, valorize o lado bom do outro genitor e não somente denegri-lo, deixe que ele entenda e compreenda a situação de ambos. Buscar atendimento psicológico e outros profissionais como o terapeuta ocupacional e apoio jurídico para tratar o problema. Não podemos esperar que uma situação de SAP desapareça sozinha.

Neste caso, o auxílio terapêutico ocupacional traz conforto e estabilidade emocional através da atividade. Esta devidamente escolhida dentro do conceito do Modelo de Ocupação da Humana. A partir do Modelo da Ocupação Humana os sujeitos são ajudados a se envolverem em fazer coisas que mantêm, recuperam, reorganizam ou desenvolvem as suas capacidades, motivação e estilo de vida. Assim através da análise das condições (físicas, psicológicas e sociais) que podem afetar esse fazer que o terapeuta ocupacional intervenha, no sentido de ajudar a pessoa a (re) encontrar seu lugar social, como ser ativo, tendo como metas a qualidade de vida e a inclusão social. (Bartalotti, 2004)


Priscila Straatmann Mórel – priscilato@espacodomquixote.com.br
Terapeuta Ocupacional do Espaço Dom Quixote

2 comentários:

A Escola do Coração disse...

Olá, boa tarde!
Essa lei chegou em boa hora! E a sua aplicação deverá ser pautada tendo como base fundamental, a saúde física, mental e espiritual das crianças e dos jovens que, indefesos, são verdadeiros "alvos substitutos" de pais perversos e desequilibrados. Porque em aproximadamente 93% dos casos de separação conjugal, é dado à mãe o direito de ter a guarda dos filhos? Será que em nossa sociedade isso significa que a quase totalidade(93%)dos homens(pais) são incapazes de criar e educar os seus filhos? Muito estranho! E porque a grande maioria dos profissionais que atuam em Varas de Família(Juízes, Advogados, Psicólogos e Assistentes Sociais) são do sexo feminino? Será que o homem só serve como mantenedor financeiro e nada mais?

Unknown disse...

Oi...
Acredito que esses papéis femininos estão mudando, ou seja, estão começando a ser também masculinos. Mas, como ainda vivemos em uma sociedade que prega exatemente o contrário, sendo a desigualdade entre homens e mulheres muito forte, vejo que muito fagarosamente esses pré-conceitos estão sendo desfeitos e outros conceitos colocados de acordo com a modernidade.
Nada mais justo que homens e mulheres compratilham, sadiamente, a guarda de seus filhos. Seria e é covardia jogar com a mente da criança e do adolescente para desvaforecer um ou outro ou vice-versa. Acredito que cada vez mais o homem vem mostrando seu outro lado. O lado do pai, beincalhão que curte emoções, do professor, do conselheiro, caindo por desuso o papel do mantenedor financeiro.
Devemos sim, cada vez mais pensar dessa forma. Essa inquetação surge, e que bom que surge, quando meche com algo dentro de nós.
Os textos, artigos precisam provocar exatemente isso.