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A dança como recurso terapêutico


Dizem que dançar faz bem a alma, ao coração e ao corpo. Quando pensamos em corpo, lembramos de corporeidade, livre expressão, soltar-se na imaginação, aumento de adrenalina...

Para nós, terapeuta ocupacionais, a dança é um excelente recurso terapêutico quando trabalhamos com crianças com transtornos ansiosos, com dificuldade de aprendizagem e com necessidades especiais. Até mesmo como forma de estimulação precoce. Da mesma forma com jovens e adultos que apresentam depressão, dificuldade de comunicação e com problemas sociais entre outros diagnósticos.

A dança permite alongar, respirar e relaxar observando o funcionamento corporal e permitindo o conhecimento do próprio corpo e exteriorizando aquilo que é construído dentro de cada um de nós. Com isso, podemos trabalhar a atenção e a concentração, a memória operacional e motora, a percepção visuo-espacial, a percepção auditiva, a percepção têmporo-espacial, a conscientização e a imagem corporal, o equilíbrio, a resistência física, o ritmo, a habilidade motora, a integração social e sensorial, a criatividade e a sensibilização.

Dentro da terapia ocupacional a dança nos auxilia na construção da subjetividade do sujeito. Através do encontro com o próprio corpo, com outros sujeitos e objetos que levam ao processo de inscrição e instauração daquilo que o sujeito é e acredita ser, como um processo de devir. Neste caso, cada corpo afeta e é afetado pelo outro constantemente. Permitindo a construção de novos vínculos, da aceitação da doença e um novo encontro com sentimentos e emoções. Produz um relaxamento corporal profundo, que possibilita descobrir o corpo e auxiliar no equilíbrio psíquico.

Cabe lembrar que os retratos do inconsciente nos permite fomentar o encontro do desejo e esse desejo alimentar a força de viver, de transformar e (re)construir do sujeito em tratamento. Na dança encontramos um sujeito em transformação, que pode escolher para que lado quer ir, que busca estar atento para não submeter-se a um padrão normativo cego, externo a si mesmo.

Assim, para nós cria-se uma orientação, na busca do objetivo a ser alcançado através da relação terapeuta-paciente-atividade. Com isso, proporcionamos momentos de descontração e de liberdade. Neste momento, o paciente esquece porque procurou auxílio, liberta-se do diagnostico e deixa transparecer quem realmente é.

Por isso dance, dance muito, procure grupos de dança terapêutica, quebre paradigmas com ela e seja muito feliz!

Priscila Straatmann Morél - priscilato@espacodomquixote.com.br
Terapeuta Ocupacional e Psicomotricista do Espaço Dom Quixote

Depressão Infantil


O Transtorno Depressivo Infantil é um transtorno do humor capaz de comprometer o desenvolvimento da criança ou do adolescente e interferir com seu processo de maturidade psicológica e social.

A depressão infantil se manifesta diferente da depressão adulta, por isso é importante ficarmos atentos!

Em primeiro lugar, é importante diferenciarmos depressão e tristeza. Momentos de tristeza todos temos e fazem parte de nosso processo de desenvolvimento. Às vezes, seu filho ou aluno pode sim ficar triste, desanimado e sem vontade de fazer nada. No entanto, se esse comportamento demorar muitos dias para passar, é melhor ficar atento! A depressão, ao contrário da tristeza, é uma doença que deve ser tratada!

Uma criança desatenta na escola, apática ou mesmo hiperativa merece ser observada com um pouco mais de cuidado, pois ela pode estar sofrendo de depressão. Existem alguns aspectos que devem ser observados no processo de diagnóstico da depressão infantil: humor irritado ou depressivo; perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas; alteração do sono; alteração do apetite com perda ou aumento de peso; dificuldade de concentração; pensamentos de morte; fadiga excessiva ou baixa energia e sentimentos de desesperança ou culpa excessiva.

Nas crianças também são muito comuns sintomas somáticos como dor de cabeça ou de barriga. A tristeza pode se apresentar como baixo rendimento escolar e a irritabilidade com alteração do comportamento: teimosia, brigas em casa e na escola, por exemplo.

O número de crianças deprimidas aumenta a cada ano. A impressão que se tem, de fato, é que a conduta atual de se atribuir às crianças responsabilidades de adultos pode proporcionar uma sobrecarga afetiva incompatível com a faixa etária. Separações, agendas lotadas de atividades, cortes repentinos de convívio com pais, irmãos, mortes na família ou pais depressivos são algumas das situações que podem facilitar o aparecimento da depressão infantil em algumas crianças.

Segundo notícia divulgada por CNN-Saúde, as crianças "materialistas" seriam mais propensas à depressão: "As crianças que equiparam a felicidade ao dinheiro e a fama à beleza são mais propensas a sofrer de depressão do que outras que não dão tanto valor à riqueza e à aparência, de acordo com um estudo realizado na Austrália".

Se levarmos em consideração a notícia divulgada pela CNN-Saúde, imaginem a quantidade de crianças que estão propensas a sofrer de depressão em nossa sociedade contemporânea, caracterizada pelo materialismo e o culto à beleza!

Segue abaixo alguns comportamentos que a criança deprimida pode estar manifestando:
- Na fase pré-verbal a criança deprimida pode manifestar o humor rebaixado através de expressões mímicas e do comportamento. A inquietação, o retraimento social, choro freqüente, recusa alimentar, apatia e alterações do sono podem ser indícios de Depressão nesta fase.

- Na fase pré-escolar as crianças podem somatizar o transtorno afetivo, o qual se manifestará através de dor abdominal, falta do ganho de peso, retardo no desenvolvimento físico esperado para a idade, além da fisionomia triste, irritabilidade, alteração do apetite, hiperatividade e medo inespecíficos.

- Dos 2-3 anos até a idade escolar, a Depressão Infantil pode se manifestar ainda com quadro de Ansiedade de Separação, onde existe sólida aderência da criança à figura de maior contato (normalmente a mãe), ou até sinais sugestivos de regressão psicoemocional, como trejeitos mais atrasados da linguagem, encoprese e enurese.

- Na fase escolar, o cansaço, a dificuldade de concentração, as alterações da memória, são as complicações da Depressão Infantil que comprometem muito o rendimentos escolar e aprendizagem. Essa confrontação continuada com o fracasso acaba fazendo com que o nível de autoestima também se comprometa, podendo levar a criança a apresentar cada vez maior isolamento social e tristeza.

Vale a pena ficar atento ao comportamento das crianças e se houver dúvida, procurar um bom especialista para realizar um diagnóstico. Prevenir é sempre melhor do que remediar!


Fabíola Scherer Cortezia – fabiola@espacodomquixote.com.br
Psicóloga do Espaço Dom Quixote

Curso Psicologia da Criança


No mês de julho o Espaço Dom Quixote ofereceu o curso Psicologia da Criança com reflexões e discussões importantes a respeito desta fase da vida tão especial.

Na foto, a psicóloga Fabíola Scherer Cortezia e o grupo de participantes em um dos momentos do curso!

Confira nosso cronograma de cursos e palestras para o segundo semestre!

Fisioterapia para as futuras mamães


A gestação é um período muito especial na vida de uma mulher, o seu corpo passa por uma série de modificações ao longo dos meses sendo necessária uma adaptação às novas condições físicas. Por ser o período mais rico e intenso de vivências emocionais, percebemos como é fundamental o equilíbrio da mente e do corpo saudável para a gestante.

O corpo da mulher sofre alterações fisiológicas progressivas e contínuas. As dores na coluna, nas pernas, o inchaço, as alterações hormonais, o aumento da freqüência urinária e ganho de peso são algumas das dificuldades que todas as grávidas enfrentam durante este processo, por isso é imprescindível, adotar cuidados com relação ao corpo e aumentar a sua qualidade de vida.

Nesse sentido, o fisioterapeuta se apresenta como um profissional da área da saúde capaz de contribuir com a melhora da qualidade de vida da gestante, amenizando suas queixas, através de um programa educativo e terapêutico. A fisioterapia atua em todas as fases da gestação, desde a melhora da circulação sanguinea, equilíbrio muscular através da preparação dos membros superiores e inferiores, melhora o controle respiratório facilitando o trabalho de parto, diminuindo a ansiedade e o estresse, melhora da percepção corporal e controle do assoalho pélvico, prevenindo a incontinência urinária, propiciando um melhor condicionamento físico e auxílio na manutenção de peso corporal. Com todo este acompanhamento a gestante é preparada para o parto, seja ele normal ou cesárea, reduzindo o risco de complicações no pós-parto, permitindo maior velocidade de recuperação, além de promover relaxamento e melhora da qualidade de vida das gestantes.

Movimente-se!

Com este acompanhamento, as futuras mamães podem se preparar para o parto com mais tranqüilidade, bem-estar e segurança de uma melhor recuperação no pós-parto.


Priscila Votto Fernandes – priscilafisio@espacodomquixote.com.br
Fisioterapeuta do Espaço Dom Quixote

Vitaminas e minerais: uma proteção contra gripes e resfriados


Diariamente necessitamos ingerir diferentes vitaminas e minerais através da nossa alimentação. Uma alimentação inadequada, pobre em nutrientes, pode aumentar as chances de uma pessoa ficar doente, pois a imunidade do organismo fica muito baixa.

Então para não corrermos o risco de pegar uma gripe ou um resfriado, que tal enriquecermos nossa alimentação?

As vitaminas e os minerais são substâncias presentes nos alimentos de origem vegetal ou animal em quantidades muito pequenas quando comparadas aos carboidratos, proteínas e gorduras, mas que são essenciais à saúde e à nutrição adequadas. Embora muitos alimentos contenham essas substâncias, as frutas, as verduras e os legumes são essencialmente ricos em várias vitaminas, minerais e também fibras e devem estar presentes diariamente nas refeições, pois contribuem para a proteção à saúde e diminuição do risco de ocorrência de várias doenças.

As recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira (2006) explica que devemos consumir 3 porções de legumes e verduras como parte das refeições e 3 porções ou mais de frutas nas sobremesas e lanches, sempre variando os tipos na semana. Também é importante comprar os alimentos da estação e estar atento à sua qualidade e estado de conservação.

O incentivo ao consumo desses grupos de alimentos concentra-se principalmente em suas formas naturais. Produtos com altas concentração de açúcar como geléias de frutas e as bebidas com sabor de fruta e os vegetais em conserva, com alto teor de sal, não fazem parte do conjunto de alimentos cujo consumo está sendo incentivado.

As frutas, verduras e legumes são ricos em fibra alimentar e diferentes tipos de vitaminas como carotenóides (precursores vegetais da vitamina A, que existem em grandes quantidades nos vegetais verde-escuros e frutas de coloração amarela ou avermelhada). Essas protegem contra várias doenças oculares, além de auxiliar na imunidade do organismo contra infecções. Já o ácido ascórbico (vitamina C), encontrado nas frutas cítricas, como no limão, laranja, abacaxi, goiaba e bergamota aumenta a absorção orgânica do ferro de origem vegetal, ajudando a prevenir a anemia ferropriva.

Com referência aos minerais, todas as frutas, as verduras e legumes são ricos em potássio, cuja necessidade aumenta proporcionalmente em relação à quantidade de sal (sódio) na alimentação.

As evidências científicas mostram ainda que uma alimentação rica em frutas, legumes e verduras protegem contra as doenças pulmonares, incluindo a asma e a bronquite. Os estudos científicos mais recentes têm relacionado o consumo de 400g/dia desses grupos de alimentos ao menor risco de desenvolvimento de muitas doenças crônicas não transmissíveis (diabetes, colesterol alto, triglicerídeos alto, hipertensão, obesidade, doenças cardíacas, etc) e à manutenção do peso adequado.

Por outro lado, uma alimentação baseada apenas em frutas, legumes e verduras não garante proteção contra a deficiência de energia e proteínas, devido à baixa densidade energética desses grupos de alimentos.

O consumo desses alimentos no Brasil é tradicionalmente baixo, é preciso implementar esforços para aumentar substancialmente o consumo desses.


Simone Hess - simonenutri@espacodomquixote.com.br
Nutricionista do Espaço Dom Quixote


Referência bibliográfica:
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia Alimentar para a População Brasileira, Promovendo a alimentação saudável. Brasília- DF, 2006.

SHANTALA: um toque de carinho



A Shantala é uma massagem milenar indiana que ganhou popularidade através do ginecologista e obstetra francês Frédérick Leboyer. A Shantala é muito mais do que uma massagem. Além de trazer o cotidiano de cuidado e carinho, transmite amor através do toque sutil das mãos. Esse toque de carinho traz grandes efeitos no desenvolvimento futuro da criança. A Shantala pode ser realizada a partir do primeiro mês de vida, desde que se respeite o processo de cicatrização do cordão umbilical e da sensibilidade da pele do bebê. Pode ser feita em qualquer faixa etária e deve ser realizada até que ambos queiram. Não sendo indicada quando o bebê está com diarréia, febre ou acabou de tomar vacina, pois ela estimula sistema digestivo e altera a circulação do sangue.

A técnica da massagem se baseia em movimentos lentos, suaves compressões e alongamentos passivos por todo o corpo do bebê. Proporcionando o relaxamento, o bem-estar e amplia o contato com bebê fortalecendo o vínculo pais-bebê. O toque traz a lembrança intra-útero. Ao ser tocado após o nascimento, o bebê se lembra daquela sensação de segurança e sente-se protegido.

A massagem é feita com o bebê desnudo e em local aquecido. O bebê é colocado sobre as pernas da mãe, onde recebe o toque acolhedor da mãe. A mãe ou o pai podem utilizar um óleo para que as mãos deslizem mais facilmente pelo corpo do bebê. A duração da massagem depende da aceitação do bebê ao toque, normalmente não passa de 15 a 30 minutos, após pode-se preparar um banho, com o intuito de manter a tranqüilidade para o sono.

Essa massagem traz benefícios, tais como: melhora o relacionamento mãe-pai-bebê e fortalece o vínculo afetivo, ativa a circulação sanguínea e linfática, promove o relaxamento, diminuindo stress, tranqüiliza e melhora qualidade do sono, aliviará ou prevenirá gases, cólicas ou prisão de ventre, amplia capacidade respiratória, aumenta resistência imunológica, auxilia no crescimento físico, favorece o ganho de peso. O bebê desenvolve atenção para o próprio corpo, auxilia no desenvolvimento motor, minimiza o stress na fase de dentição, os pais aprendem a conhecer melhor o bebê.

A Shantala também contribui no tratamento de crianças especiais, tais como: auxilia o pleno desenvolvimento de crianças prematuras, auxilia no tratamento de crianças portadoras de necessidades especiais como Síndrome de Down e Paralisia Cerebral e contribui no tratamento de crianças autistas e hiperativas.


Venha participar dos cursos, palestras e grupos que envolvem a relação pais-bebês no Espaço Dom Quixote!


Priscila Straatmann Morél
Terapeuta Ocupacional e Psicomotricista do Espaço Dom Quixote
priscilato@espacodomquixote.com.br

Não à erotização e consumismo infantil


“Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança
e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano,
violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.”
Estatuto da Criança e do Adolescente
(Lei Federal nº 8069, de 13/07/1990 – 20 anos do ECA)


É preocupante o índice de negligência que as crianças brasileiras vêm sofrendo com a influência da mídia, especialmente a música de má qualidade feita nos últimos vinte anos. Como no caso do “pancadão rebolation”, elas contatam prematuramente com a sensualidade antes mesmo de aprenderem a ler, o que é um erro muito mais significativo do que parece.


Foi pensando numa forma de acabar com isso que surgiu a campanha “DIGA NÃO À EROTIZAÇÃO INFANTIL”. A idéia é usar a internet para uma causa nobre, defender a importância da música na formação do caráter e da personalidade da criança bem como os perigos da erotização precoce.


O desafio é enorme por abranger os interesses lucrativos de todos os meios de comunicação, no qual os pequenos são convertidos em consumidores mirins, porque foi constatado que capturados desde muito jovens tendem a ser mais fiéis a marcas, modas e ao próprio vício consumista que lhe é imposto.


Ou seja, a questão toma proporções de violência, embora não haja interesse em responsabilizar os culpados. Inclusive já foi comprovado que crianças que aprendem a gastar e agir de forma inconsequente desenvolvem princípios morais distorcidos, tornando-se um problema de ordem ética, econômica e social.


Pode-se evitar isso, se efetivamente a infância for preservada em sua essência como o tempo absolutamente necessário para a formação da cidadania. Indivíduos conscientes e responsáveis são a base de uma sociedade mais justa e fraterna, que tenham a qualidade de vida como uma realidade a ser alcançada.


Implica também em selecionar os canais de informação e entretenimento para aqueles que ainda não dispõem de discernimento para fazê-lo. Pois há um tipo de música que realmente valoriza a riqueza da infância, aperfeiçoa a sensibilidade, o humor, faz emergir a criatividade, desinibe, autoriza a expressividade do corpo e da alma revelando as habilidades e dificuldades da criança.


Aliás, a mídia foi a primeira a reconhecer o poder da música, que o som é capaz de promover estímulos, alcançar pontos onde a linguagem verbal por vezes não consegue chegar, que aprimora a habilidade motora, o controle dos músculos, que o ritmo tem um papel importante na formação e equilíbrio do sistema nervoso, favorecendo a descarga emocional e aliviando as tensões, porém tudo isto vem sendo realizado de modo absolutamente irresponsável.


Sem qualquer preocupação com o significado do movimento nas coreografias, a mensagem que é transmitida nas letras, nem os sentimentos que são evocados e que na maioria das vezes a criança não sabe como lidar. Porque esta é a função dos adultos, sejam pais ou psicomotricistas, de oferecer atividades que estimulem a consciência corporal para a expressividade de um corpo que pensa, se movimenta e sente como uma pessoa que está descobrindo as suas possibilidades no mundo. Sendo assim, então por que não lhe apresentar o melhor?

Blog da campanha: http://diganaoaerotizacaoinfantil.wordpress.com/
14/07/1789. Dia da queda da Bastilha. Dia da Liberdade de Pensamento.

Andréa de Espíndola - andreapsico@espacodomquixote.com.br
Psicóloga e Psicomotricista do Espaço Dom Quixote.

A voz de quem canta


Quem é cantor ou gosta de cantar junto com suas músicas favoritas deve tomar alguns cuidados para não ficar sem o seu instrumento principal: a voz.

Cantores profissionais ou amadores devem inserir em suas rotinas alguns hábitos que preservam a voz.

O consumo de água deve ser de pelo menos 2 litros por dia, de preferência em temperatura ambiente. Nos momentos de atividade vocal beber alguns goles de água para umidificar a garganta. A água é importantíssima para manter a qualidade da voz.

Outra dica é evitar cantar em ambientes que tenham ar condicionado, pois ele provoca o ressecamento da mucosa das pregas vocais (antigamente chamadas de cordas vocais).

Um hábito que se observa muito em locais em que há música ao vivo é o consumo de bebidas alcoólicas e o uso do cigarro durante os shows, dois hábitos extremamente nocivos para a qualidade da voz. Como o álcool tem efeito anestésico no nosso corpo, acaba provocando uma diminuição da sensibilidade na região da laringe e, sem perceber, podemos estar lesando nossas pregas vocais, pois não sentimos que estamos cantando em intensidade tão forte. Já a fumaça do cigarro irrita a mucosa da laringe, acumulando secreções e provocando o ressecamento, além de ser fator de risco para o desenvolvimento de alguma lesão cancerígena.

Alguns cantores têm o hábito de dar uma pequena “tossida” como se fosse para limpar a voz. Na verdade, esta “tossida” é chamada de pigarro e dá a falsa sensação de deixar a voz mais limpa, porque este hábito acaba estimulando a produção da secreção que permanece nas pregas vocais. Então, quanto mais pigarro mais secreção e irritabilidade laríngea. Outro fator que provoca o aumento desta secreção é o consumo de produtos derivados do leite (inclusive chocolate), por isso para quem canta o ideal é não fazer uso destas substâncias antes de cantar dando lugar à ingestão de sucos e frutas cítricas.

Com algumas dicas simples podemos deixar a nossa voz em perfeitas condições para impressionarmos. Mesmo quem apenas gosta de acompanhar o seu artista favorito no show ou cantar junto com a música do rádio deve estar atento para não acabar ficando sem voz no outro dia.

Dia 13 de julho é o Dia Mundial do Rock! Aproveite e solte a voz!

Fernanda Helena Kley – fernandafono@espacodomquixote.com.br
Fonoaudióloga do Espaço Dom Quixote

Inclusão: uma visão transdisciplinar

Turma do Curso de Inclusão do Espaço Dom Quixote

Curso de Inclusão no Espaço Dom Quixote nos meses de junho e julho

A inclusão tem sido amplamente discutida no âmbito educacional, sendo que ela está prevista por lei. Mas você sabe o que significa inclusão?

Inclusão é a oportunidade de entrada de crianças deficientes na escola regular. Esta prática tem como objetivo o desenvolvimento biopsicossocial da criança a partir de uma parceria entre escola e família. Inicialmente, pessoas com deficiências permaneciam isoladas da sociedade, na maioria das vezes, se limitavam a permanecer enclausuradas em seus lares. Com o surgimento da escola especial, estas crianças passaram a conviver nos espaços escolares, ainda que estes fossem segmentados. Com o tempo e estudos a respeito do processo de ensino e aprendizagem iniciou-se a integração destas crianças nas salas de aula regulares, assegurando então, os direitos de pessoas com deficiência, respeitando suas diferenças e singularidades. Tornando-se indispensável que se perceba esta criança como um ser completo e atuante na sociedade, dotado de corpo, inteligência e desejos.

Ao receber estes alunos, não raramente, os professores sentem-se desestabilizados e desamparados, sendo comum escutarmos relatos e interrogações que remetem a uma sensação de impotência, de fracasso. Para tanto, é necessário que o professor esteja aberto para esse desafio, o que numa primeira instância exige sair de uma posição de saber.

Ressaltamos a importância de um acompanhamento desse professor, pois se torna fundamental este investimento, no sentido de rever sua prática docente e transformar suas lógicas de ensino, já que está pleno de estereótipos e preconceitos, que interferem em sua prática docente.

Nesse sentido, cabe evidenciar a importância de um trabalho em conjunto com profissionais de diferentes áreas do desenvolvimento humano, tais como Psicologia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional, Psicomotricidade, Psicopedagogia, Fisioterapia, Nutrição, Arte terapia, entre outras. Que podem dar ao professor amparo ao seu trabalho em sala de aula, sobretudo, na sua relação com os alunos, sejam estes deficientes ou não.

Com o propósito de discutir a prática inclusiva nos espaços escolares, o Espaço Dom Quixote está promovendo nos dias 19 de Junho, 03 e 10 de Julho essa discussão. No curso de Inclusão propomos aos profissionais repensarem suas práticas. Além disso, incentivar a coragem de assumir desafios com crianças que necessitem de um apoio maior. Trabalhando através do lúdico e da via corporal, entendemos que os processos fonológicos, psicopedagógicos, psicomotores e maturacionais podem ser minimizados e assim propiciar ganhos positivos para esta criança e para outros colegas de classe; melhorando, assim, a interação entre crianças e professores.

Clarissa Paz de Menezes – Professora especialista- psicopedagoga

Priscila Straatmann Morél – Terapeuta Ocupacional e Psicomotricista

Fernanda Helena Kley - Fonoaudióloga