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Será que meu filho tem Déficit de Atenção e Hiperatividade?

O Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é causado por uma disfunção no Sistema Nervoso Central, mas com fatores ambientais e familiares que, em muitos casos, acentuam as características desse déficit. É, na verdade, uma diminuição severa da capacidade de concentração! A criança ou adolescente com TDAH não consegue concentrar-se no foco desejado, mudando tais focos constantemente. Com isto, o rendimento em sala de aula decai, o aluno vira um “serelepe” nas aulas, atrasa atividades, perde materiais, anda ou corre pela classe e pelo pátio o tempo todo, perturba os colegas, faz e diz coisas sem pensar. Ôps, quem está lendo esta reportagem deve estar pensando: “Descobri, meu filho/aluno tem Déficit de Atenção e Hiperatividade!”

Calma e cuidado com o diagnóstico, é minha dica para pais e professores! É muito importante nos darmos conta de que, atualmente, qualquer criança mais peralta, ou criada sem limites, já é considerada Hiperativa. É um grande erro rotular desta forma! No entanto, parece conveniente. A família “ganha” uma desculpa para a falta de tempo e limites, a escola “ganha” uma resposta para a angústia do fracasso escolar, e todos “ganham” com a medicação do educando, em geral a famosa Ritalina, que deixa a criança “centrada e obediente”. Poderíamos chamar a Ritalina da DROGA DA OBEDIÊNCIA, e sendo assim, nossos supostos hiperativos poderiam ser “ADESTRANDOS”, no lugar de educandos.

Só porque a criança brinca muito, não se concentra na mesma tarefa durante muito tempo e deixa os brinquedos esparramados pela sala, não significa que tem Déficit de Atenção ou Hiperatividade. As crianças, de modo geral, têm dificuldades para concentrar-se na mesma tarefa durante muito tempo, além do mais, agitação não é hiperatividade e falta de limites e de diálogo não transforma alguém em hiperativo. Antes de rotular, é melhor sabermos como identificar e, principalmente, como lidar com crianças excessivamente agitadas (neste mundo agitadíssimo). As crianças da atualidade têm estímulos múltiplos de todos os lados e têm pais estressados, que possuem uma jornada tripla de trabalho e pouco tempo para dedicar aos filhos. Ufa, será que nossas crianças e adolescentes, ao invés de Ritalina, não estão implorando por um pouco de tempo, cuidado e regras?

Somente um diagnóstico em conjunto entre neurologista, psicólogo, família e escola é que pode trazer a certeza de um tratamento correto e, quando necessário, com uso de medicação. No entanto, a Ritalina não deve ser a salvação para continuarmos adultos acomodados, com pouco tempo para cuidarmos de nossos filhos, pouca motivação para elaborarmos aulas interessantes e pouca capacidade para impormos regras claras! Um bom diagnóstico com um profissional qualificado é o melhor caminho para agirmos adequadamente!

Fabíola Scherer Cortezia
Psicóloga do Espaço Dom Quixote

1 comentários:

Alessa Kopciac disse...

meu filho passou por alguns especialistas como neurologista e foi diagnosticado com déficit de atenção, hoje ele toma a ritalina, mas o remédio sozinho não faz milagres. Meu maior problema está na escola pública, ele estuda aqui em Osasco, eles não tem preparo nenhum para lidar com crianças com essa característica, não tem psicopedagogo, e infelizmente sou apontada como "mãe ausente", pois ele não faz nenhuma atividade proposta em sala, agora com o pouco que ganho, tenho que ir em busca de uma escola particular, me sinto perdida, pois nem psicólogo posso pagar para ajudá-lo.