RSS

Bullying – Brincadeiras que machucam a alma



Todos os dias, alunos no mundo inteiro sofrem com um tipo de violência que vem mascarada na forma de brincadeira: risadinhas, empurrões, fofocas, apelidos maldosos, etc. Todo mundo já testemunhou uma dessas “brincadeirinhas” ou foi vítima delas, que recebe o nome de bullying (“bully”, quer dizer brigão, tirano). São atitudes agressivas intencionais e repetitivas com o desejo de maltratar uma pessoa e colocá-la sob tensão.

Uma criança que sofre bullying na escola tenderá a sentimentos negativos com possibilidade de tornar-se um adulto com problemas de relacionamento, tomado de um comportamento agressivo, continuar sofrendo ou começar a praticar o mesmo para tentar se defender.
Os efeitos do bullying incluem ansiedade, resistência ou mal-estar na hora de ir à escola, baixo rendimento escolar, opiniões depreciativas sobre si, roupas ou cadernos danificados, isolamento, pesadelos, pânico, agressividade, queixas orgânicas e outros.

É uma questão social e educacional de relações de poder. Interfere na autoestima, e qualquer um com características específicas (timidez, insegurança, diferenças físicas, culturais ou raciais) tornam-se alvos facilmente.

Não são poucas as vítimas do bullying que, por medo ou vergonha, sofrem em silêncio. Além de haver alguns casos com desfechos trágicos, esse tipo de prática também está preocupando por atingir faixas etárias cada vez mais baixas, como crianças dos primeiros anos da escolarização.

Trata-se de uma forma de ataque perversa que extrapola os muros da escola e pode deixar seqüelas para a vida adulta. Os autores dessa prática podem adotar comportamentos de risco, desrespeito aos professores, desinteresse pelos estudos, abuso de álcool e drogas, porte de armas, atitudes criminosas e acabar tornando-se adultos violentos.

Não existem escolas sem bullying. Reconhece-se – os alvos, os autores e as testemunhas, sendo que estas geralmente não denunciam os autores nem defendem os alvos, ficando muitas vezes do lado do autor ou neutros.

Para quem é vítima de algum desses tipos de humilhação, a saída é “se abrir”, ou seja, procurar ajuda, começando pelos próprios pais. E quem tem um filho passando por esse problema precisa mostrar-se disponível para ouvi-lo. Nunca se deve aconselhá-lo a revidar a agressão; mas, sim, esclarecer que ele não é culpado pelo que está acontecendo, pois é uma questão de respeito às diferenças individuais que se aprende em família.



Andréa de Espíndola
Psicóloga e psicomotricista do Espaço Dom Quixote

0 comentários: